17/04/2018

4.298.(17abril2018.7.7') Panamá

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16abril2018
PANAMÁ: OPERÁRIOS DA CONSTRUÇÃO EM LUTA ANUNCIAM GREVE GERAL
Os membros do Sindicato Único Nacional de Trabalhadores da Indústria da Construção e Similares (Suntracs) saíram à rua no passado dia 13 de Abril, obrigando ao fecho de várias vias da Cidade do Panamá (capital) em resposta ao conflito que mantém com a associação patronal do sector, a Câmara Panamiana da Construção (Capac).
Nas diversas manifestações realizadas naquela semana, os operários reclamam um aumento de 15% anual sobre os salários e a redução do imposto de renda, entre outros 13 processos laborais pendentes num total de 170 levantados como parte do Acordo Colectivo de Trabalho 2018-2021.
A associação patronal avisou que as pretensões salariais do Sindicato, relativas a um aumento escalonado em quatro anos, não são razoáveis “num momento em que o sector está passa por uma situação complexa”. Por sua vez, a organização social Frenadeso expressou que “no país mais rico da região e de maior crescimento económico, onde os empresários só no ano passado ganharam mais de 10 mil milhões de dólares, oferecem aos operários 0,02 centavos por hora de aumento, ou seja, 3,79 dólares por mês, que não chega para um pequeno-almoço.
Depois de seis meses de negociações com a Capac, sem acordo numa dezena de pontos no novo ACT, a Suntracs, organização sindical que tem 90 mil filiados, ameaça com uma greve geral para dia 19 de Abril.
O secretário-geral da Suntracs, Saúl Méndez, disse que as empresas de construção ganham biliões de dólares, assim como os bancos e investidores, e quando se trata de trabalhadores deve haver um grande debate. Precisou que desde Agosto do ano passado fizeram-se propostas e contrapropostas e no entanto não se chega a acordo, pelo que a greve geral é um direito constitucional e laboral que o operário utiliza quando é necessário.
"Dois centavos por hora não é a quantia em dinheiro pela qual alguém decidirá trabalhar na construção civil, uma indústria multimilionária que esperamos continue próspera e economicamente forte, além de gerar os empregos necessários; mas o trabalhador tem o direito de dignificar o seu trabalho e distribuir a riqueza que gera", disse Méndez.
A construção é um dos bastiões da economia do Panamá, pelo que uma paralisação como a anunciada poderá gerar perdas milionárias e atrasos em importantes obras como a ampliação do aeroporto internacional de Tocumen e a linha do Metro, entre outras.
Fonte: Prensa Latina
https://www.facebook.com/960198530674380/photos/a.960209104006656.1073741828.960198530674380/2053336998027189/?type=3&theater
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25feVER2019
 Conhecer a invasão “democrática” dos EUA no Panamá
 -Fragmento del seriado documental Después de la Guerra: Panamá- Un retrato de Panamá a través de los ojos de sus habitantes: víctimas de la invasión, familias atravesadas por el canal e importantes abogados. Panamá es un país creado por EEUU para el interés de EEUU. Para su desarrollo su industrial fue fundamental el Canal de Panamá. 35.000 trabajadores murieron para construir esta vía de comunicación, destinada a evitar que las mercancías estadounidenses tuvieran que atravesar en tren las montañas Rocosas. El Canal marca la relación entre Panamá y Estados Unidos, así como la historia del país istmeño y de toda Centroamérica. Para mantener bajo control el Canal tras sentir que había perdido su influencia en Manuel Antonio Noriega, Estados Unidos invadió Panamá. Aún no hay una cifra oficial de muertos. Son las propias víctimas quienes se han encargado de mantener viva la memoria durante tres décadas, frente a la inacción de los sucesivos gobiernos. Tras la invasión se consolida un programa neoliberal impuesto por EEUU. Ciudad de Panamá se convierte en un centro de lavado de dinero mundial.
 https://www.youtube.com/watch?v=6wzz5u_u8pw&fbclid=IwAR2CWy3wClNG68cnc58SWUTXsQESUBzLIp1E2yWDleV8w8M5476VzrLhspk
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Postado em 26/01/2016 5:52

Panamá ainda sofre efeitos da invasão dos EUA em 1989

O Panamá vive dias de extrema agitação política e institucional. Manifestantes estão indo às ruas pedir a convocação de uma Assembleia Constituinte, com o objetivo de mudar a Constituição para reformular a estrutura de funcionamento da mais alta Corte de Justiça do país.
Sobre este e outros assuntos Sputnik Brasil ouviu o sociólogo e jornalista Marco A. Gandásegui, Hijo, professor da Universidade do Panamá, pesquisador do CELA – Centro de Estudios Latinoamericanos Justo Arosemena e diretor-editor da revista Tareas. Ele afirma que a crise da Corte Suprema de Justiça reflete “uma profunda decomposição do atual sistema político panamenho, que se estruturou depois da invasão militar dos Estados Unidos ao Panamá em 1989”.
Sputnik: É somente o desejo de reformular a estrutura de funcionamento da Corte Suprema de Justiça que está levando o povo às ruas para pedir uma nova Constituição para o Panamá?
Marco A. Gandásegui, Hijo: O governo militar panamenho (1968-1989), que sustentava uma precária aliança entre uma burguesia industrial e setores da classe operária organizada, manteve-se no poder em razão da ocupação militar do Panamá pelos Estados Unidos. O regime militar panamenho foi depois substituído por um regime oligárquico com os partidos políticos tradicionais ocupando o Gabinete presidencial, as cadeiras da Assembleia dos Deputados e as magistraturas da Corte Suprema de Justiça. Durante os últimos 25 anos, aplicaram-se políticas neoliberais e cresceu a influência do capital financeiro. A chamada “burguesia nacional” desmoronou e a classe operária perdeu a influência alcançada em meados do século XX.
A iniciativa pela convocação de uma Assembleia Constituinte no Panamá remonta à década de 1980. Naquela época, era um grito das forças políticas antimilitares e antipopulistas. Nos últimos 25 anos, aumentaram e se estenderam a outros setores da sociedade os protestos contra a Constituição de 1972. Na atualidade, a Carta Magna do Panamá mais parece uma colcha de retalhos devido às inúmeras reformas pelas quais já passou.
Em 2014, o atual presidente da República, Juan Carlos Varela, prometeu a convocação de uma Assembleia Constituinte. Em 2015, deu um passo atrás e anunciou que aquele não era o melhor momento para tornar realidade a promessa do ano anterior. Obviamente, a convocação de uma Assembleia Constituinte o deixaria e a seu partido, Panamenhista, em extrema minoria, convertendo-se em títere dos partidos de oposição e dos seus interesses econômicos.
Em 2015, o Governo do Presidente Varela promoveu investigações contra os colaboradores do seu antecessor, Ricardo Martinelli, pelos abusos de corrupção e pelo assalto ao Tesouro Nacional. O mesmo Ricardo Martinelli está sendo investigado, atualmente, pela Corte Suprema de Justiça. Este detalhe complica o cenário criado pelos escândalos surgidos dentro da Corte por parte dos magistrados que se envolveram numa luta pelo poder.
A conjuntura fez com que setores distintos da sociedade panamenha exijam a convocação de uma Assembleia Constituinte. Inclusive, há quem defenda que, se o Presidente Varela está dificultando esta convocação, que ele seja derrubado do poder. Estes são os mais radicais.
Em síntese, o problema, no fundo, não é a Corte Suprema de Justiça nem a convocação de uma Assembleia Constituinte. Trata-se, na verdade, da decomposição extrema do atual sistema político panamenho.
S: As informações que nos chegam são de que o Conselho Nacional de Advogados do Panamá, órgão equivalente ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, está liderando este movimento de reformulação da Corte Suprema de Justiça mediante a convocação imediata de uma Assembleia Constituinte, encarregada de redigir uma nova Constituição para o Panamá. O presidente do Conselho Nacional dos Advogados, José Alberto Álvarez, propõe a criação do Conselho Nacional da Magistratura, órgão a ser encarregado de nomear os integrantes da Corte Suprema de Justiça, atribuição que atualmente está nas mãos do presidente da República. O que lhe parece esta proposta?
MAGH: Todos os setores fazem propostas em torno do conteúdo da nova Constituição do Panamá. A proposta do Colégio Nacional dos Advogados se presta, melhor, a uma reforma muito pontual sobre a forma de eleger os magistrados da Corte Suprema de Justiça. Outros mencionam a necessidade de reformar outros aspectos da Constituição. No entanto, o que faz falta é definir que país querem os panamenhos para só então se discutir que ordenamento constitucional é o mais adequado para atingir este objetivo.
Há que considerar também que o Panamá é um país muito dividido e que existem vários projetos de país. Atualmente, o projeto predominante é o que considera o Panamá como um país “pro mundo beneficio”, ou seja, em benefício do mundo. O povo, no entanto, rechaça esta noção que quase sempre prevaleceu nos últimos 200 anos. Há uma maioria que ainda não está suficientemente organizada para impor um projeto de nação, inclusivo e democrático, que ponha fim ao regime oligarca, às suas políticas neoliberais e à devastadora corrupção.
S: De acordo com os movimentos populares, muitas coisas precisam ser mudadas no Panamá, um país que, segundo estas correntes, há muitos anos é dominado por uma oligarquia que se disfarça em democracia. O que precisa mudar no Panamá? 
MAGH: As políticas neoliberais impostas ao Panamá debilitaram a classe operária, os trabalhadores e o povo em geral. Em 1999, depois de uma luta de décadas, o país se encarregou da administração do Canal do Panamá. Passar hoje pelo Canal representa US$ 2,5 bilhões anuais para a classe dominante, a oligarquia, dando-lhe muito poder para corromper o tecido social do país. Ao invés de aplicar estes recursos no setor produtivo para gerar riqueza e uma classe trabalhadora, os administradores investem estes recursos em atividades especulativas que só beneficiam uma pequena elite de empresários que, junto com os administradores do Canal, monopolizam o poder político no país. O povo panamenho tem de seguir lutando pela soberania que expulsou os Estados Unidos do Panamá. Nesta etapa, a luta do povo consiste em expulsar os administradores de suas posições hegemônicas e recuperar a posição geográfica do país e o próprio Canal para colocá-lo a serviço de um plano de desenvolvimento nacional.
S: O Panamá é ou não uma democracia?
MAGH: É uma democracia restrita e oligarca. Em meu livro “A Democracia no Panamá”, escrito e publicado em 1998, quando o país era ocupado militarmente pelos Estados Unidos, falamos de uma democracia restrita. Na atualidade, os Estados Unidos continuam presentes política e militarmente, com uma oligarquia governante. O Panamá tem uma democracia restrita e oligárquica.
Leia mais: http://br.sputniknews.com/opiniao/20160126/3404224/opiniao-panama-sofre-efeitos-invasao-eua.html#ixzz3yNjCnw00
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20dez1989
 A invasão do Panamá pelos EUA.
Em 1989 no Panamá, EUA deram um exemplo de política “entre aspas”. A invasão militar dos EUA no Panamá, em 1989, permanece na memória do povo panamenho, e os esforços dos vários governos não conseguiram supri-la, diz o sociólogo Marco Antonio Gandásegui Paz Rodríguez, mestre em Sociologia pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO), professor de Sociologia da Universidade do Panamám fundador do Centro de Estudos Latino-Americanos (CELA) e da Associação Panamenha de Sociologia (APSO). Os EUA introduziram suas tropas no Panamá em 20 de dezembro de 1989, no quadro da operação Causa Justa (Just Cause), com o objetivo de prender o ditador Manuel Antonio Noriega. Porém, a versão oficial dos fatos é distinta, comenta o professor Gandásegui: “A máquina da propaganda estadunidense diz que George Bush pai ordenou a invasão do Panamá em 1989 para, certamente, – abro as aspas – “defender a democracia, recuperar a ordem e defender os norte-americanos residentes no Panamá”, fecho as aspas”. Assim, “entre aspas”, foi a atitude norte-americana para vários países da América Latina, e especialmente para com o Panamá, diz o sociólogo. Para ele, George Bush estava pronto para “neutralizar” (“overkill”) qualquer adversário para ganhar prestígio e peso político para ser reeleito em 1992. Não obstante Noriega ter sido apoiado pelos EUA, em finais de 1980, após o escândalo do então presidente estadunidense Ronald Reagan e coronel North, “quando ficou claro que as iniciativas de Washington não funcionavam, Reagan começou a socavar o apoio a Noriega. Depois, Bush pai o usou como uma peça no seu jogo de política interna”. No próprio Panamá, afirma o cientista, a invasão, que ceifou milhares de vidas, teve um efeito prolongado. Segundo ele, chegou ao poder “uma fração da classe rentista, hegemônica desde os tempos da colônia no Panamá”. “O povo panamenho sente a invasão e as mortes que seguiram como uma derrota do projeto nacional”, diz Marco Antonio Gandásegui Paz Rodríguez. Fonte Rádio Sputnik. Moscou, 19 de dezembro de 2014.
 https://www.youtube.com/watch?v=QT5ZILWhBXw
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