29/08/2018

4.533.(28aGOSTO2018.23.23') Monarcas e outros ilustres Portugueses...

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14 de Novembro de 1921: Morre Isabel, a princesa que assinou a Lei Áurea e pôs fim à escravatura no Brasil

Uma das mulheres mais citadas na história do Brasil, Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon d'Orleães, a princesa Isabel, colocou um ponto final no dia 13 de Maio de 1888 à escravatura. Naquele domingo, a princesa Isabel assinou a Lei 3.353, mais conhecida como "Lei Áurea", declarando extinta a escravatura no Brasil.



Segunda filha de D. Pedro II e da imperatriz Teresa Cristina, a princesa Isabel nasceu no Palácio de São Cristóvão, Rio de Janeiro, no dia 29 de Julho de 1846. Tornou-se a herdeira do trono, com a morte dos seus dois irmãos. A sua irmã mais nova,  princesa Leopoldina foi a sua grande companheira. Para a educação da futura imperadora e da sua irmã, D.Pedro II designou como sua primeira preceptora, a Condessa de Barral, filha do Embaixador Domingos Borges de Barros. Para elaborar o vasto e rígido programa de estudos, foram contratados diversos mestres, entre eles o Visconde de Pedra Branca. A princesa Isabel mostrava grande interesse pelo estudo de ciências e de química. Desde cedo a princesa se preocupou com a educação no país.

A princesa Isabel foi três vezes, regente do império. Em 1864, casou-se com o francês Luís Gastão de Orleans, o conde D'Eu. Antes da Lei Áurea, a princesa Isabel sancionou as leis do primeiro recenseamento do império, naturalização de estrangeiros e relações comerciais com países vizinhos.



Em 28 de Setembro de 1871, ela também sancionou a Lei do Ventre Livre, o primeiro passo efectivo para o fim da escravatura no Brasil -a lei estabelecia que todos os filhos de escravos estavam livres. A Lei do Ventre Livre foi assinada na época em que D. Pedro II fez a sua primeira viagem à Europa, deixando, pela primeira vez, a princesa Isabel como regente do império.



Disposta a acabar com a escravatura no Brasil, a princesa Isabel pressionou o ministério, que era contrário à abolição. A pressão exercida pela princesa deu resultado e o Gabinete foi dissolvido e os seus integrantes foram substituídos por pessoas que defendiam o fim da escravatura. Em Abril de 1888, um mês antes da assinatura da Lei Áurea, ela entregou 103 cartas de alforria a alguns escravos, deixando claro que esperava da Câmara federal a aprovação da lei, o que, de facto, aconteceu.



Com a morte do seu irmão mais velho, o príncipe D. Afonso, tornou-se herdeira do trono e sucessora do seu pai quando tinha apenas 11 meses. O reconhecimento oficial como sucessora aconteceu no dia 10 de Agosto de 1850. No dia 29 de Julho de 1860, ao completar 14 anos, a princesa Isabel prestou juramento comprometendo-se a manter no Brasil a religião católica e ser obediente às leis e ao imperador.




Somente depois de 11 anos de casamento -facto raro para a época-, é que princesa Isabel teve o seu primeiro filho, Pedro de Alcântara. Depois, vieram mais dois: Luiz Maria Felipe e António Gusmão Francisco. Com a proclamação da República, em 1889, a família real embarcou para o exílio, escolhendo o continente europeu. Ao lado de amigos, filhos e netos,  a princesa Isabel viveu os seus últimos dias em Paris, onde morreu no dia 14 de Novembro de 1921. Os seus restos mortais foram transferidos para o Rio de Janeiro, juntamente com os de seu marido, em 1953.
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Ficheiro:Isabel Princess Imperial of Brazil circa 1887.jpg

A Princesa Isabel c.1887
Ficheiro:Princess Isabel and Leopoldina 1855.jpg
Princesas Isabel e Leopoldina
Arquivo: Victor Meirelles - Casamento da Princesa Isabel e Gastão de Orléans.jpg
Casamento da Princesa Isabel  e de Gastão de Orleães - Victor Meirelles
Ficheiro:Alberto Henschel - A Familia Imperial.jpg
A Família Imperial: da esquerda para a direita:conde d'EuD. Pedro IID. Teresa Cristina Maria e D. Isabel.
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02 de Julho de 1932: Morre D. Manuel II, último rei de Portugal


File:Casamento Real d'El-Rei D. Manuel II.jpg
Casamento de D. Manuel II com Augusta Victoria of Hohenzollern

 https://www.youtube.com/watch?v=TWgZ-hVG9Y0
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06 de Maio de 1908: Sobe ao trono D. Manuel II, último rei de Portugal

D. Manuel II (Manuel Maria Filipe Carlos Amélio Luís Miguel Rafael Grabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis Eugénio de Bragança Orleães Sabóia e Saxe-Coburgo-Gotha), segundo filho do rei D. Carlos e de D. Amélia de Orleães, nasceu em Lisboa, em 15 de Novembro de 1889, e morreu em Twickenham, Inglaterra, em 2 de Julho de 1932. Trigésimo quarto e último rei de Portugal (1908-1910), ficou conhecido pelo cognome de "o Desventuroso". D. Manuel II foi aclamado rei a 6 de Maio de 1908. Casou em Setembro de 1913 com a sua prima D. Vitória Augusta de Hohenzollern-Sigmaringen, não tendo deixado descendência.Reunido o Conselho de Estado após o Regicídio que vitimou seu pai e seu irmão mais velho, a ele compareceu D. Manuel, constituindo-se um "ministério de acalmação", de concentração partidária, com excepção de João Franco e seus adeptos. Soltaram-se os presos políticos e revogaram-se alguns decretos da ditadura franquista. Mas a propaganda republicana recomeçara.D. Manuel, porém, iniciou uma viagem pelo reino e, por onde passava, era sempre bem recebido.
No seu reinado teve de enfrentar duas graves questões: a questão Hinton e a do Crédito Predial. No primeiro caso, um grande industrial inglês, residente na Madeira, reclama uma indemnização do Estado Português em virtude de uma suposta revogação do monopólio do açúcar, a qual, em virtude da pressão diplomática da Inglaterra, viria a ser concedida. A questão do Crédito Predial deve-se a um desfalque naquela instituição por negligência de importantes figuras do regime.Em agosto de 1910, realizam-se eleições, em resultado das quais o Partido Republicano duplica o seu número de deputados no Parlamento. A 3 de outubro rebenta uma insurreição republicana em Lisboa que viria a triunfar no dia 5 de outubro. Em consequência, o último monarca português saiu do Palácio das Necessidades, foi para Mafra e daí para a Ericeira, onde embarcaria para o exílio em Inglaterra.

D. Manuel II. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (Imagens)




File:Manuel e Luis 1907.jpg
D. Luís Filipe e D. Manuel, 1907
Ficheiro:Infante D Manuel.jpg
D. Manuel II aos 12 anos de idade
File:Casamento Real d'El-Rei D. Manuel II.jpg
Casamento de D. Manuel II com Augusta Victoria of Hohenzollern
Ficheiro:Rei D. Manuel II.jpg

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15 de Novembro de 1889: Nasce D. Manuel II, o último rei de Portugal

D. Manuel II (Manuel Maria Filipe Carlos Amélio Luís Miguel Rafael Grabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis Eugénio de Bragança Orleães Sabóia e Saxe-Coburgo-Gotha), segundo filho do rei D. Carlos e de D. Amélia de Orleães, nasceu em Lisboa, em 15 de Novembro de 1889, e morreu em Twickenham, Inglaterra, em 2 de Julho de 1932. Trigésimo quarto e último rei de Portugal (1908-1910), ficou conhecido pelo cognome de "o Desventuroso". D. Manuel II foi aclamado rei a 6 de Maio de 1908. Casou em Setembro de 1913 com a sua prima D. Vitória Augusta de Hohenzollern-Sigmaringen, não tendo deixado descendência.Reunido o Conselho de Estado após o Regicídio que vitimou seu pai e seu irmão mais velho, a ele compareceu D. Manuel, constituindo-se um "ministério de acalmação", de concentração partidária, com excepção de João Franco e seus adeptos. Soltaram-se os presos políticos e revogaram-se alguns decretos da ditadura franquista. Mas a propaganda republicana recomeçara.D. Manuel, porém, iniciou uma viagem pelo reino e, por onde passava, era sempre bem recebido.
No seu reinado teve de enfrentar duas graves questões: a questão Hinton e a do Crédito Predial. No primeiro caso, um grande industrial inglês, residente na Madeira, reclama uma indemnização do Estado Português em virtude de uma suposta revogação do monopólio do açúcar, a qual, em virtude da pressão diplomática da Inglaterra, viria a ser concedida. A questão do Crédito Predial deve-se a um desfalque naquela instituição por negligência de importantes figuras do regime.Em agosto de 1910, realizam-se eleições, em resultado das quais o Partido Republicano duplica o seu número de deputados no Parlamento. A 3 de outubro rebenta uma insurreição republicana em Lisboa que viria a triunfar no dia 5 de outubro. Em consequência, o último monarca português saiu do Palácio das Necessidades, foi para Mafra e daí para a Ericeira, onde embarcaria para o exílio em Inglaterra.

D. Manuel II. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
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File:Manuel e Luis 1907.jpg
D. Luís Filipe e D. Manuel
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D. Manuel II aos 12 anos de idade

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Casamento de D. Manuel II com Augusta Victoria of Hohenzollern
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05 de Julho de 1911: Morre D. Maria Pia de Saboia, princesa italiana e rainha consorte de Portugal

D. Maria Pia de Saboia foi rainha de Portugal pelo seu casamento com o rei D. Luís I. 

Nasceu em Turim a 16 de Outubro de 1847, sendo filha de Victor Manuel, então príncipe do Piemonte, mas que mais tarde, em 1849, foi aclamado rei de Sardenha, e em 1867, rei da Itália.

A sua mãe era a arquiduquesa D. Maria Adelaide Francisca Reinero Elisabete Clotilde, que faleceu em 1854, deixando sua filha,  apenas com 7 anos de idade, entregue aos cuidados da condessa de Vila Marina, que  a educou. Em 1862 foi pedida em casamento, pelo rei D. Luís, indo a Turim com esse encargo, em especial missão, o visconde da Carreira. O ilustre diplomata ia também encarregado de ajustar o contrato matrimonial. Chegou a Turim a 3 de Agosto de 1862, sendo o contrato assinado no dia 9 do citado mês. O rei de Itália dava 500.000 francos de dote a sua filha, 100.000 para o enxoval, e jóias no valor de 250.000. O dote devia ser entregue ao tesouro português vencendo o juro de 5 % ao ano, pago em trimestres, ou empregado em bens de raiz, dando o rei de Portugal em hipoteca ao dote de sua esposa a parte dos rendimentos do Estado que fosse suficiente para isso. 

O casamento realizou-se em Turim por procuração, em 27 de Setembro do mesmo ano de 1862, sendo o rei D. Luís representado pelo príncipe Carignan de Sabóia, lançando a bênção nupcial o arcebispo de Génova. No dia 29 embarcou a jovem rainha de Portugal, em Génova, a bordo da corveta Bartolomeu Dias, partindo para Lisboa acompanhada pelas corvetas Estefânia Sagres, e pelas corvetas italianas Maria Adelaide, Duque de Génova, Itália, Garibaldi, e o vapor aviso Anthion. A esquadra chegou a Lisboa a 5 de Outubro, indo esperá-la fora da barra os vapores de guerra Lince e Argos, os vapores de comércio D. Antónia, D. Luís, Açoriano Torre de Belém. A corveta Bartolomeu  Dias fundeou em frente de Belém, indo logo a bordo o rei D. Luís, o rei D. Fernando, o conselho de Estado, ministério, etc. Para o desembarque da rainha, que se efectuou no dia 6, construiu-se um pavilhão no Terreiro do Paço, representando o templo do Hymineu.




No dia 6, pelo meio-dia, embarcou o rei D. Luís no bergantim real, indo a Belém buscar a rainha. Concluída a cerimónia no Terreiro do Paço,  dirigiu-se o  cortejo para a igreja de S. Domingos, onde se procedeu à cerimónia da ratificação do casamento. Em comemoração do real consórcio realizaram-se festas durante três dias, havendo brilhantes iluminações, tanto nos edifícios públicos, como em muitas casas particulares, produzindo grande efeito as do Terreiro do Paço e da praça de D. Pedro. Houve parada, fogos de artifício, récitas de gala no teatro de D. Maria, com o drama histórico em 5 actos, de Mendes Leal, Egas Moniz, e no de S. Carlos, cantando se opera Ernani, de Verdi. A rainha Senhora 



Foi a rainha D. Maria Pia quem fundou na Tapada da Ajuda a Creche Victor Manuel, que se inaugurou em 1 de Novembro de 1878, construindo-se um edifício próprio para aquele fim. 



O rei D. Luís I faleceu  em 19 de Outubro de 1889, em Cascais, o que lhe causou profundíssimo desgosto, e em 1 de Fevereiro de 1908 sofreu a perda do seu filho, o rei D. Carlos I, e do seu neto, o príncipe D. Luís Filipe, num atentado.Com a implantação da República, em 5 de Outubro de 1910, D. Maria Pia seguiu  para o exílio, mas não junto aos restantes membros da família real; partiu para o seu Piemonte natal, onde viria a falecer no ano seguinte, a 5 de Julho de 1911.
Fontes: www.arqnet.pt
wikipedia (Imagens)
Arquivo: 33 - Rainha D. Maria Pia - O Anjo da Caridade.jpg
Ficheiro:Queen Maria Pia of Portugal.jpg
D. Maria Pia de Saboia

D. Maria Pia, em 1862, ano do seu casamento com D. Luís I
D. Maria Pia, em 1862, ano do seu casamento com D. Luís I
A Família Real Portuguesa em Queluz, por Joseph Layraud, 1876
A Família Real Portuguesa em Queluz, por Joseph Layraud, 1876
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31 de Julho de 1865: Nasce o Infante D. Afonso de Bragança, o popular "Arreda"

Afonso Henrique Maria Luís Pedro de Alcântara Carlos Humberto Amadeu Fernando António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João Augusto Júlio Valfando Inácio de Bragança, era este o nome do único irmão de D.Carlos, filho de D.Luís e D. Maria Pia de Sabóia. Nasceu no dia 31 de Julho de 1865 em Lisboa.
Foi Duque do Porto, Condestável de Portugal e o último vice-rei da Índia Portuguesa, general do exército, inspector da arma de artilharia e comandante honorário dos bombeiros voluntários da Ajuda.


Chegou a ser nomeado pela corte,  herdeiro da coroa, durante o reinado de D.Manuel II seu sobrinho. Após a implantação da Republica, exilou-se em Itália, com a sua mãe. Casou-se em Madrid em 1917, com 
Nevada Stoody Hayes, cidadã norte americana, desse casamento morganático (quando alguém de sangue real se casa com pessoa de condição inferior não transmitindo prerrogativas) não teve filhos. 

Faleceu em Nápoles em 1920 com 54 anos e encontra-se sepultado no Panteão dos Bragança em S. Vicente de Fora, Lisboa, para onde foi trasladado em 1921. 

Ficou conhecido em Lisboa pelos seus gritos de "Arreda, arreda" quando conduzia automóveis pela cidade.Amante de carros e de velocidade, corria pelas ruas no seu automóvel aos gritos «Arreda, Arreda!» para que as pessoas saíssem da frente, o que lhe valeu o cognome.

Em 1901, foi publicado o primeiro Código da Estrada, que determinava um limite máximo de 10 km por hora. Por excesso de velocidade, o infante foi o protagonista de um dos primeiros desastres em Portugal, quando o carro derrapou, na estrada entre Sintra e Cascais – os jornais de 27 de Agosto de 1906 deram conta desse acidente, que deixou "Sua Alteza com uma costela quebrada".


Foi responsável pela organização  das primeiras corridas de carros em Portugal. A primeira corrida foi em Agosto de 1902, no hipódromo de Belém, organizada por D. Afonso. Ao despique, um Locomobile conduzido pelo americano Abott, um Panhard et Levassor conduzido pelo francês Beauvalet e um Darracq conduzido por Alfredo Vieira. E o Fiat de D. Afonso. Dez voltas, quatro objectos de arte em disputa e vitória de Abbot – «com um avanço de quase duas voltas sobre os outros dois concorrentes».
Fontes:
Revista Sábado
wikipédia (imagens)
Resultado de imagem para o arreda
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15 de Novembro de 1853: Morre D. Maria II, "A Educadora"

D. Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança, monarca portuguesa, filha de D. Pedro IV de Portugal e I do Brasil e da sua primeira mulher, D. Leopoldina de Áustria, nasceu no Rio de Janeiro em 4 de abril de 1819 e morreu em Lisboa, em 15 de novembro de 1853, vítima do seu décimo primeiro parto. Segunda rainha reinante de Portugal e trigésimo monarca português (1834-1853), ficou conhecida pelo cognome de "a Educadora".Contava dois anos quando o Brasil se tornou independente e seu pai, D. Pedro, foi proclamado imperador do Brasil. Quando, em 1826, D. João VI morreu, D. Pedro, legítimo herdeiro do trono português, sendo imperador do Brasil, abdicaria da Coroa a favor de D. Maria, após outorgar a Portugal a Carta Constitucional, sendo a primeira de duas condições o casamento dela com o seu tio D. Miguel. D. Maria da Glória contava então sete anos. Porém, D. Miguel, apesar de jurar a Carta Constitucional (a segunda condição posta por D. Pedro para abdicar do trono) e de celebrar os esponsais com a sobrinha, quando regressa ao reino, em 1828, acaba por fazer-se aclamar rei absoluto, pelo que o casamento nunca chegaria a realizar-se.D. Maria, na Europa, acaba por deambular entre a França e a Inglaterra, onde os governos não eram favoráveis às suas pretensões, regressando ao Brasil em 1829 com a sua madrasta D. Amélia de Beauharnais, até que D. Pedro, após abdicar do trono brasileiro em favor de seu filho, D. Pedro II (1831), resolve empenhar-se na luta contra D. Miguel, liderando a causa liberal. Parte com sua filha para a Europa e, após conseguir os apoios financeiros necessários e organizar os liberais emigrados, assume nos Açores, em 1832, a regência do trono português na qualidade de duque de Bragança. Prepara então uma expedição militar que desembarca no norte do reino, dando início a uma guerra civil que se prolongaria até 1834 (Convenção de Évora-Monte). Em 1833, vislumbrando-se a vitória liberal, D. Pedro manda o marquês de Loulé buscar a sua filha a Paris, onde ficara. Em 1834, ano também da morte de seu pai, D. Maria é proclamada rainha.Com quinze anos apenas, D. Maria II tem a seu cargo um país destroçado pelas invasões francesas e pela guerra civil, enfrentando uma grave crise financeira, e vê-se no centro das lutas entre cartistas e vintistas. Logo no primeiro ano do seu reinado debate-se com intrigas, agitações, questões graves como o Contrato do Tabaco, da venda conjunta das Lezírias e o problema do envio do corpo expedicionário contra os carlistas de Espanha.Em 28 de janeiro de 1835 casa com o príncipe Augusto de Leuchtberg, que morreria dois meses depois. A 9 de abril de 1836 casa em segundas núpcias com D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gota. Do enlace nasceram onze filhos, entre D. Pedro e D. Luís, futuros reis de Portugal.Sucedem-se os movimentos de revolução e contrarrevolução, dos quais a rainha nem sempre se mantém alheia. Assim, aquando da Revolução de setembro, D. Maria intenta, em Belém, o golpe de Estado que ficou conhecido por Belenzada. Em 1837, teria de enfrentar o movimento levado a cabo pelos setores moderados - a Revolta dos Marechais. No ano seguinte, é confrontada com a aprovação da Constituição de 1838. Em janeiro de 1842, novo golpe de Estado reporia a Carta outorgada por D. Pedro e traria à ribalta Costa Cabral, que acabaria por tornar-se próximo da rainha, chegando, na altura, a aventar-se a hipótese de entre ambos existir uma relação mais íntima. Segue-se em 1846 a Maria da Fonte e uma nova guerra civil - a Patuleia. Nesta terrível crise, em que as Juntas revolucionárias por todo o reino se opunham às forças governamentais, a rainha desenvolveu esforços no duplo sentido de ativar a resistência liderada por Saldanha e evitar a intervenção estrangeira, o que acabaria por acontecer, só terminando com a Convenção de Gramido em 1847. Por tudo isto se constata que D. Maria II governou num período particularmente díficil da História portuguesa, momento da dolorosa passagem do absolutismo ao constitucionalismo.
D. Maria II. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. 
wikipedia(imagens)


Ficheiro:Maria II Portugal 1829.jpg
Retrato de D. Maria II - Thomas Lawrence 
Ficheiro:Maria II 1833.png
Retrato de D. Maria II (c.14 anos)  - Autor desconhecido
Ficheiro:Queen Maria II by John Simpson.jpg
Retrato de D. Maria II - John Simpson 
Ficheiro:Maria II 1852b.jpg


D. Maria em 1852-Sir William Charles Ross
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Rei D. Luís I...O Popular

31 de Outubro de 1838: Nasce D. Luís I, "O Popular"

D. Luís I nasceu no Palácio das Necessidades, a 31 de Outubro de 1838, tendo recebido o nome de Luís Filipe Maria Fernando Pedro de Alcântara António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João Augusto Júlio Valfando, e morreu na Cidadela de Cascais, a 19 de Outubro de 1889, tendo sido sepultado no Panteão Real de S. Vicente de Fora). Casou em Lisboa a 6 de Outubro de 1862 com a princesa Maria Pia de Sabóia (n. em Turim, a 16 de Outubro de 1847; f. no Castelo de Stupinigi, no Piemonte, a 5 de Julho de 1911; sepultada na Basílica de Superga, na Itália), filha do rei Vítor Manuel II da Sardenha e de sua mulher a arquiduquesa Maria Adelaide.

Filho segundo de D. Maria II (1819-1853) e de D. Fernando III (1816-1885). Assumiu o governo a 14 de Outubro de 1861 e foi aclamado rei a 22 de Dezembro desse mesmo ano. Era primorosamente educado, com temperamento de literato e artista. Embora tivesse dominado a paz no reinado, houve um levantamento de tropas, em 1862 e em finais de 1867 o movimento da Janeirinha e em 19 de Maio de 1870, o duque de Saldanha impôs a demissão do governo, e passou a assumir a presidência do novo ministério.




Em 1865-1866 a vida mental foi sacudida pela Questão Coimbrã e em 1871 surgiu a iniciativa das Conferências Democráticas do Casino. Realizam-se as viagens ao interior da África, o major Serpa Pinto de Benguela ao Bié, Zambeze e chegou às cataratas de Vitória. Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens exploraram o sertão de Benguela e atravessaram a África de Luanda a Tete.

A partir de 1876 o Partido Progressista aspira a articular o Estado segundo a teoria liberal, propondo a reforma da Carta, a descentralização administrativa, a fidedignidade e ampliação do sufrágio eleitoral, a reorganização do poder judicial e da contabilidade pública. Em 1877 demitiu-se o ministério regenerador de Fontes Pereira de Melo e voltou a ser reintegrado. Posteriormente os progressistas atacaram o rei, acusando-o de patrocinar os regeneradores (Emídio Navarro, no Progresso, Joaquim Martins de Carvalho, no Conimbricense). O ministério regenerador caiu, em 1879, e D. Luís chamou os progressistas a formar governo. O republicanismo evoluíra também e em 1878 toma lugar na Câmara o primeiro deputado republicano, Rodrigues de Freitas, eleito pelo Porto. Em 1880 o Partido Republicano era uma realidade e uma força.

O reinado de D. Luís assinalou-se materialmente pelo progresso, socialmente pela paz e pelos sentimentos de convivência e politicamente pelo respeito pelas liberdades públicas, intelectualmente por uma geração notável (Eça de Queiroz, Antero de Quental, etc.).
Fontes: www.arqnet.pt
Wikipedia(imagens)

Ficheiro:Dom luís I.jpg
D. Luís



D. Luís, enquanto Infante de Portugal.
D. Maria Pia e D. Luís I, 1862.
D. Luís e D. Maria Pia de Saboia
D. Luís em 1885
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/10/31-de-outubro-de-1838-nasce-d-luis-i-o.html?fbclid=IwAR0Y8eQR2Gov61G90Tm7yDW05g8fwBHdiYpHQ4pyFRafg5pxv9D-B3y2xIs
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22 de Dezembro de 1861: D. Luís de Bragança é aclamado rei de Portugal

D. Luís nasceu no Palácio das Necessidades, a 31 de Outubro de 1838, tendo recebido o nome de Luís Filipe Maria Fernando Pedro de Alcântara António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João Augusto Júlio Valfando de Saxe-Coburgo-Gotha e Bragança) , e morreu na Cidadela de Cascais, a 19 de Outubro de 1889, tendo sido sepultado no Panteão Real de S. Vicente de Fora). Casou em Lisboa a 6 de Outubro de 1862 com a princesa Maria Pia de Sabóia (n. em Turim, a 16 de Outubro de 1847; f. no Castelo de Stupinigi, no Piemonte, a 5 de Julho de 1911; sepultada na Basílica de Superga, na Itália), filha do rei Vítor Manuel II da Sardenha e de sua mulher a arquiduquesa Maria Adelaide. 

Filho segundo de D. Maria II (1819-1853) e de D. Fernando II (1816-1885). Assumiu o governo a 14 de Outubro de 1861 e foi aclamado rei a 22 de Dezembro desse mesmo ano. Era primorosamente educado, com temperamento de literato e artista. Embora tivesse dominado a paz no reinado, houve um levantamento de tropas, em 1862 e em finais de 1867 o movimento da Janeirinha e em 19 de Maio de 1870, o duque de Saldanha impôs a demissão do governo, e passou a assumir a presidência do novo ministério.



Em 1865-1866 a vida mental foi sacudida pela Questão Coimbrã e em 1871 surgiu a iniciativa das Conferências Democráticas do Casino. Realizam-se as viagens ao interior da África, o major Serpa Pinto de Benguela ao Bié, Zambeze e chegou às cataratas de Vitória. Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens exploraram o sertão de Benguela e atravessaram a África de Luanda a Tete.

A partir de 1876 o Partido Progressista aspira a articular o Estado segundo a teoria liberal, propondo a reforma da Carta, a descentralização administrativa, a fidedignidade e ampliação do sufrágio eleitoral, a reorganização do poder judicial e da contabilidade pública. Em 1877 demitiu-se o ministério regenerador de Fontes Pereira de Melo e voltou a ser reintegrado. Posteriormente os progressistas atacaram o rei, acusando-o de patrocinar os regeneradores (Emídio Navarro, no Progresso, Joaquim Martins de Carvalho, no Conimbricense). O ministério regenerador caiu, em 1879, e D. Luís chamou os progressistas a formar governo. O republicanismo evoluíra também e em 1878 toma lugar na Câmara o primeiro deputado republicano, Rodrigues de Freitas, eleito pelo Porto. Em 1880 o Partido Republicano era uma realidade e uma força.

O reinado de D. Luís assinalou-se materialmente pelo progresso, socialmente pela paz e pelos sentimentos de convivência e politicamente pelo respeito pelas liberdades públicas, intelectualmente por uma geração notável (Eça de Queiroz, Antero de Quental, etc.).

Fontes: www.arqnet.pt
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A Família Real Portuguesa em Queluz, por Joseph Layraud


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07 de Janeiro de 1830: Morre D. Carlota Joaquina, Rainha Consorte de Portugal

Membro da monarquia, filha de D. Carlos IV, rei de Espanha, e de D. Maria Luísa de Parma, Carlota Joaquina Teresa Cayetana de Borbón y Borbón nasceu  a 25 de abril de 1775, em Aranjuez, Espanha, e morreu a 7 de janeiro de 1830, em Queluz.

Em maio de 1785, com dez anos de idade, contraiu matrimónio com o filho de D. Maria I, rainha de Portugal, o príncipe D. João que, em 1788, por morte do seu irmão primogénito D. José, foi declarado príncipe herdeiro, vindo mais tarde a ser regente do reino, por interdição de sua mãe (1792), e rei de Portugal (1816). Deste casamento houve nove filhos, entre eles os futuros reis de Portugal D. Pedro e D. Miguel e a princesa D. Isabel Maria, que foi regente do reino.

D. Carlota Joaquina era conhecida pelo seu temperamento violento e conflituoso, não ficando a ele imune sequer o seu marido. D. João e D. Carlota Joaquina viveram em estado de permanente desavença desde 1793. Em 1805, D. João VI, já regente do reino, sofreu um ataque de melancolia, fruto do desgosto que sentia pela loucura de sua mãe, os excessos de sua mulher e a grave situação internacional de Portugal, colocado entre as exigências da França e Espanha, por um lado, e as da Inglaterra, por outro. D. Carlota Joaquina e alguns fidalgos conluiram para declarar D. João incapaz e colocar a rainha no posto de regente. Como represália, D. João limita-se a afastar da Corte alguns fidalgos e a separar-se de D. Carlota, dando-lhe para residência o palácio de Queluz, indo ele para Mafra.

Em 1807, na sequência da primeira invasão francesa, embarcou, juntamente com a restante família real para o Brasil, onde continuou separada do marido.

Ambiciosa, chegou a alimentar a hipótese de vir a reinar nas colónias espanholas na América do Sul, pois o seu pai fora obrigado por Napoleão a abdicar do trono espanhol. Mas os seus ensejos não tiveram concretização.

Regressou à metrópole em 1821, onde a situação não lhe era favorável. Recusou-se a jurar a Constituição saída da Revolução de 1820, catalisando a ofensiva contrarrevolucionária, instigando o seu filho D. Miguel.

Teve um papel fundamental na preparação da Vila-Francada (1823), golpe que falhou. Reincidiu com o golpe da Abrilada (1824).

A sua determinação acabaria por vingar, embora por pouco tempo, pois D. Miguel, após a morte de D. João VI, tornou-se rei absoluto.
D. Carlota Joaquina. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. 
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Ficheiro:Carlota Joaquina.jpg

Ficheiro:La familia de Carlos IV.jpg
A família de  D.Carlota Joaquina na obra de Goya "A Família de Carlos IV"

Arquivo: DomJoao6 CarlotaJoaquina.jpg

D. João VI e D. Carlota Joaquina - Manuel Dias de Oliveira
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/01/07-de-janeiro-de-1830-morre-d-carlota.html?fbclid=IwAR3ceKHzuhFQFed4Z7MuynbdAd6eKslUutcQrpuNxA_136EXkYDUJerIIIc
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nasceu a 25ab1755
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/04/25-de-abril-de-1775-nasce-d-carlota.html?spref=fb&fbclid=IwAR1ANkPR1bGkYSSOPtXsiIanH5bhEKxS49fNpQBqp4z8y7Xgg2qy8AgQitk
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26 de Dezembro de 1818: Morre D. Isabel de Bragança, Infanta de Portugal, Rainha de Espanha e fundadora do Museu do Prado

Maria Isabel De Bragança é considerada a fundadora do Museu do Prado. Na sala 75 do Museu descobre-se um episódio histórico bem conhecido pelos espanhóis, mas desconhecido para a maioria dos portugueses. Ao fundo, a legenda do retrato da rainha Maria Isabel de Bragança apresenta-a como fundadora do Real Museu de Pintura e Escultura do Prado. Na imagem, a infanta , casada com o rei Fernando VII de Espanha, aponta com a mão direita para a conhecida pinacoteca, visível através de uma janela. Na mão esquerda, segura os planos arquitectónicos. O quadro terá sido pintado onze anos depois da sua morte por Bernardo López Piquer, um retratista castelhano.

Maria Isabel Francisca de Assis Antónia Carlota Joana Josefa Xavier de Paula Micaela Rafaela Isabel Gonzaga de Bragança  nasceu no dia 19 de Maio de 1797, no Palácio de Queluz.  Era filha de D. João VI e de D. Carlota Joaquina.  Sensível à arte, generosa, tranquila, dócil, romântica, de modos suaves, não falha as lições de pintura de mestre Domingos António de Sequeira. 


Em 1807, durante a primeira invasão francesa, a família real muda-se para o Brasil, para impedir a perda da coroa e da independência.  O bilhete de regresso à Europa só chega em 1814. O irmão de Carlota Joaquina, Fernando VII, restaura a dinastia Borbón e escreve-lhe secretamente para lhe pedir a mão da filha. Na missiva, solicita ainda a mão de Maria Francisca, irmã de Maria Isabel, para o seu irmão Carlos Isidro. As negociações arrastam-se, mas as infantas embarcam em direcção a Cádis em 22 de Março de 1816. A viagem é atribulada, devido ao estado do mar, pelo que só cinco meses depois chegam ao destino. Dali, ainda têm de rumar a Madrid, onde conhecerão os esposos: já casaram com eles por procuração, através dos seus representantes legais. 

Reza a história que Maria Isabel de Bragança teve uma recepção estranha na capital. Marsilio Cassotti confirma no livro Infantas de Portugal, Rainhas em Espanha que as duas raparigas são aceites sem dote. Não é de estranhar. Num continente em guerra com França para impedir o sonho imperial de Napoleão, nenhuma casa real tem dinheiro. Na mesma obra, Maria Isabel é descrita como “roliça, descorada, de olhos esbugalhados, nariz proeminente, boca pequena e aspecto pouco inteligente”. Verdade seja dita: Fernando VII também não é encantador. “Tem baixa estatura, forte compleição, o nariz monumental e o gesto antipático”, escreve Cassotti, além de “modos camponeses”. Apesar de uma primeira impressão negativa, a portuguesa conquista a população quando manda desmarcar os festejos em honra do seu casamento. Tudo para não aumentar o sacrifício do povo, muito massacrado pelas dificuldades trazidas pela Guerra da Independência. 

Nem tudo lhe corre de feição, até porque o marido não é um homem apaixonado. Após o nascimento da primeira filha, Maria Isabel de Bragança surpreende a corte espanhola com a decisão de amamentá-la. Não é o costume da aristocracia, muito menos da família real. A estada no Brasil pode ter influenciado o arrojo, pois as brasileiras crioulas preferem dar peito aos filhos, para evitar que sejam nutridos por mulheres de raças misturadas. A bebé não sobrevive.

A segunda gravidez não tarda. O parto é difícil e prolongado. O esforço e o cansaço provocam convulsões que paralisam o corpo da rainha. Parece morta. Maria Isabel sofre de epilepsia, mas os cirurgiões que a acompanham desconhecem esse facto. Por isso, solicitam ao rei uma cesariana de emergência para salvar o feto. Apesar dos apelos da irmã Maria Francisca, que revela a doença aos especialistas e os adverte sobre a possibilidade de a soberana estar viva, a cirurgia avança. Quando lhe cortam o ventre, Maria Isabel grita de dor, mas a operação continua e dá origem a uma grande hemorragia. A paciente não resiste. Nas ruas, começa a circular o boato de que a rainha morreu duas vezes.

A criança acaba por falecer minutos depois. Estamos em 26 de Dezembro de 1818. Nesse dia, já se encontravam depositados no  Museu do Prado, a mando da rainha, 850 quadros. A pinacoteca abre ao público em Novembro do ano seguinte, sem a presença da sua fundadora. Na inauguração, apenas estavam expostas 311 obras, provenientes de colecções reais e da nobreza, seleccionadas pelo marquês de Santa Cruz e pelo pintor da corte, Vicente López. Hoje em dia, o acervo do Museu do Prado engloba cerca de 8600 pinturas, mais de cinco mil desenhos, duas mil gravuras, setecentas esculturas e fragmentos escultóricos, cerca de mil moedas e medalhas e quase duas mil peças de artes decorativas.
 Fontes: Super interessante
 wikipedia (imagens)
 
Detalhe de retrato de D. Maria Isabel de Bragança, por Vicente López Portaña.
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/12/26-de-dezembro-de-1818-morre-d-isabel.html?fbclid=IwAR0JeVjsIV8Ia4SPCnHO9Noz80E-eEQupENxI8_Ze3uwGpLcv95ID7S6ang
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06 de Fevereiro de 1818: Coroação de D. João VI como rei de Portugal, no Rio de Janeiro

Filho de D. Maria I e de D. Pedro III, D. João VI (João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís António Domingos Rafael de Bragança) nasceu em Lisboa, no dia 13 de Maio de 1767 e faleceu na mesma cidade no dia 10 de Março de 1826. Casou em 1785 com D. Carlota Joaquina, Infanta de Espanha, filha de Carlos IV e de Maria Luísa de Parma.

A partir de 1792, assegurou a direcção dos negócios públicos, devido à doença mental da mãe, primeiro em nome da rainha, a partir de 1799, em nome próprio com o título de Príncipe Regente, sendo coroado rei em 1818. O seu reinado decorre numa época de profundas mutações à escala mundial e à escala nacional: Revolução Francesa e a consequente guerra europeia, Bloqueio Continental, campanha do Rossilhão, guerra com a Espanha e a perda de Olivença, invasões francesas, fuga da corte para o Brasil onde permaneceu durante 14 anos, revolução liberal e a independência do Brasil. Foi a derrocada de um mundo e o nascimento de outro, mudança que D. João VI não quis ou não soube compreender. 

Fugindo para o Brasil perante a invasão de Junot, o monarca terá querido manter a colónia brasileira em poder de Portugal. Isto significou, no entanto, a dependência em relação à Inglaterra, com a imposição da abertura dos Portos brasileiros ao comércio internacional e com o tratado anglo-luso de 1810, desastroso para a economia metropolitana.

Em 20 de Março de 1816 faleceu a rainha Dona Maria, abrindo caminho para o regente assumir o trono. Mas embora passasse a governar como rei no dia 20, a sua sagração não se realizou de imediato, sendo aclamado somente a 6 de Fevereiro de 1818, como D. João VI do Reino Unido de Portugal, Brasil e dos Algarves, d’Aquém e d’Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, com grandes festividades no Rio de Janeiro.

Em 1821 o rei é forçado a regressar a Portugal, devido ao triunfo da revolução de 1820 e, em 1822, jura a constituição, que vigoraria apenas durante alguns meses. Seguem-se a Vila-Francada em 1823 e a Abrilada em 1824, movimentos absolutistas encabeçados por D. Miguel.

Vencido e expatriado D. Miguel, D. João VI consagra os últimos anos do seu reinado a tentar resolver o problema brasileiro e, por altura da sua morte, em 1826, sonhava ainda com a reunião dos dois países na pessoa de um só soberano, sem se aperceber que o Brasil teria de seguir o seu destino americano e Portugal o seu destino europeu.
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Imagem relacionada

Ficheiro:Debret-djoaovi-mcm.jpg
D. João VI nos trajes da sua aclamação - Jean-Baptiste Debret
Aclamação de D. João VI como rei de Portugal. Rio de Janeiro, 1818.


Ficheiro:Dom joão vi - vários 2.jpg
D. João VI retratado por vários artistas
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/02/06-de-fevereiro-de-1818-coroacao-de-d_6.html?fbclid=IwAR2ReRDjhogYVDKQV3R3_kRQVM3kUFR4BPNxLWW9MSaq0bbaCCv74AhmqAo
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16 de Dezembro de 1815: O Príncipe D. João eleva o Brasil à categoria de Reino

A Corte Portuguesa permaneceu no Brasil de 1808 a 1821. A entrada das tropas napoleónicas em Portugal, a 27 de Novembro de 1807 levavam à saída do regente, D. João VI, sua mãe, a rainha D. Maria I, os seus familiares e cortesãos para o Brasil. Eram cerca de 15 000 pessoas as que se acomodaram em 34 embarcações de diversos calados e mais uma para os mantimentos. Com o apoio da esquadra inglesa, os navios com a Corte portuguesa chegaram à Baía a 7 de Março de 1808.

Dois meses mais tarde, o governo instala-se na cidade do Rio de Janeiro, que no começo do século XIX tinha uma população de cerca de 60 000 habitantes, dos quais 40 000 eram negros. Segundo testemunhos da época, a cidade impressionava pela sua beleza natural mas a falta de infraestruturas urbanísticas básicas, como fossas sépticas, tornavam a vida no mínimo difícil. O regente, a rainha e os seus familiares ficaram instalados na residência do Governador, na Quinta da Boa-Vista, que tinha sido erguida a meio do século XVIII pelo Conde de Bobadela. No Convento do Carmo e na Cadeia Velha foram instalados os criados. Os demais cortesãos ficaram instalados nas melhores casas da cidade requisitadas para o efeito. As hostilidades mais ou menos veladas estalaram de imediato entre os recém-chegados, entre os quais se contava a fina-flor da aristocracia portuguesa e os residentes. Os primeiros tinham deixado tudo para trás, excepto a roupa que vestiam na altura da fuga, mas cheios de pergaminhos desprezavam os portugueses residentes, como os senhores de engenho, os mercadores e profissionais liberais. Os portugueses residentes no Brasil possuíam grandes fortunas feitas às custas da colónia, mas faltava-lhes os títulos e as distinções para adquirirem o prestígio social que tanto almejavam. Com a chegada do rei ao Brasil estavam decididos a comprar as mercês, comendas e títulos que as suas fortunas permitiam. D. João VI não se fazia rogado a estas pretensões, pois a concessão de benesses a troco de dinheiro representava a principal fonte de rendimento para custear as avultadas despesas da família real e respectiva corte. A vida social era pouco animada: os jantares, bailes ou reuniões eram raros em casa dos particulares e o primeiro teatro do Rio de Janeiro só foi inaugurado em 1813 com o nome de Teatro São João. O período mais faustoso decorreu entre os anos de 1817 a 1818, primeiro com a chegada da noiva do príncipe herdeiro D. Pedro, a princesa Leopoldina, filha do imperador austro-húngaro, e em maio de 1818 por ocasião do aniversário e coroação de D. João VI.

A estadia da Corte no Brasil permitiu melhoramentos que iriam lançar as fundações do futuro país. Entre estes conta-se a criação da Imprensa Nacional, a Fábrica da Pólvora e o Banco do Brasil para financiar novas iniciativas. Do ponto de vista político, as acções de maiores repercussões para o Brasil, são a anexação da Guiana Francesa, devolvida à França em 1817 e o território da margem oriental do Rio Uruguai, que passou a ser a província Cisplatina. O fim deste conflito só foi alcançado a 27 de Agosto de 1828, pelo Tratado do Rio de Janeiro assinado entre o Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata. Deste acordo resultou o nascimento da República Oriental do Uruguai. A elevação do Brasil à categoria de reino foi outra das consequências da permanência da corte em terras brasileiras. Para que Portugal tivesse uma representação nas negociações do Congresso de Viena, realizado na sequência do fim do domínio napoleónico na Europa, o Brasil foi elevado à condição de reino com a designação de Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves a 16 de Dezembro de 1815. A estadia de D. João VI no Rio de Janeiro permitiu a reorganização político-jurídica do país mas contribuiu também para uma convivência mais positiva entre a nobreza migrada e as elites da terra. Estes dois grupos viriam a alicerçar a sociedade do Brasil imperial. A 16 de Abril de 1821, D. João VI embarca para Portugal na sequência dos desenvolvimentos das lutas liberais. O seu filho, D. Pedro de Alcântara fica como príncipe-regente. Estava aberto o caminho para a separação do Brasil de Portugal. Em Janeiro de 1822, D. Pedro declara ficar no Brasil e não regressar a Portugal
Corte Portuguesa no Brasil. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. 
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Ficheiro:Aclamação do rei Dom João VI no Rio de Janeiro.jpg
Aclamação do Rei D. João VI  do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, no  Rio de Janeiro -  Jean Baptiste Debret

Ficheiro:Coat of arms of the United Kingdom of Portugal, Brazil and the Algarves.svg
Brasão do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves
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Rei D. Miguel... O Usurpador e o Absolutista
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26 de Outubro de 1802: Nasce no Palácio de Queluz o rei D. Miguel

Terceiro filho varão de D. João VI e de D. Carlota Joaquina, nasceu em Queluz, a 26 de Outubro de 1802, e morreu em Brombach, a 14 de Novembro de 1866. Vigésimo nono rei de Portugal (1828-1834), ficou conhecido pelos cognomes o Usurpador e o Absolutista.

Na sequência da primeira invasão francesa, embarcou, em 1807, com a família real para o Brasil, de onde regressou acompanhado dos pais em 1821, tendo ficado o seu irmão D. Pedro a governar o Brasil.

Durante a sua estada no Brasil deram-se em Portugal acontecimentos que viriam a condicionar a sua ação, como a Conspiração de 1817 e, sobretudo, a Revolução liberal de 1820. Regressou a Lisboa a 3 de Julho de 1821, quando o liberalismo dava os seus primeiros passos no nosso país, facto que provocou em D. Carlota Joaquina uma forte reação, apoiando a rainha os adversários do regime nascido em 1820. Depressa o infante assume a chefia dos partidários do antigo regime, aglutinados em volta de sua mãe. Assim, esteve à frente dos movimentos contrarrevolucionários da Vila-Francada (1823) e da Abrilada (1824).

A Vila-Francada conduziria à dissolução das Cortes liberais e ao fim da vigência da Constituição de 1822, acabando por redundar numa vitória política que elevaria D. Miguel a comandante-chefe do exército português. A Abrilada só não teve sucesso mercê da intervenção de diplomatas estrangeiros acreditados em Lisboa. Após o golpe, D. João VI demite o filho do alto cargo que ocupava desde a Vila-Francada e D. Miguel deixa o país, fixando-se em Viena de Áustria, onde permaneceria por quatro anos.

Aquando da morte de D. João VI, em 10 de março de 1826, D. Miguel escreve para o Brasil, afirmando aceitar D. Isabel Maria como regente do reino e seu irmão como legítimo herdeiro do trono. Numa tentativa de conciliação, D. Pedro IV abdica do trono português a favor de sua filha D. Maria da Glória, na dupla condição de ser jurada a Carta Constitucional e de sua filha casar com o tio, D. Miguel. Este não só celebra os esponsais com a sobrinha como jura a Carta Constitucional outorgada por seu irmão.

Chegado a Lisboa em Fevereiro de 1828, D. Miguel jura novamente a Carta. Porém, decorrido pouco tempo, falta ao compromisso assumido com seu irmão, nomeia um novo ministério, dissolve as Câmaras e, convocadas as cortes à maneira antiga, é proclamado, pelos três estados do reino, rei absoluto. São sufocados os focos de reação antimiguelista. Os liberais emigram em massa e os que ficam são alvo do terror miguelista; são presas ou degredadas milhares de pessoas, e muitas são sumariamente executadas.

Os exilados, após se reunirem nos Açores (Ilha Terceira), sob os auspícios de D. Pedro, seguem para o norte do país. Em junho desembarcam no Pampelido e daí seguem para o Porto, onde sofreriam um longo e penoso cerco. Dá-se, pois, início a uma guerra civil que se prolongaria por dois anos (1832-1834) e que levaria ao trono D. Maria II. Verificando a impossibilidade de continuar a luta, D. Miguel rendeu-se, assinando em 26 de Maio de 1834 a Convenção de Évora-Monte. No dia 1 de Junho de 1834, D. Miguel deixa definitivamente Portugal, seguindo para Itália. Acaba por se fixar na Alemanha, onde casa em 1851 com D. Adelaide de Loewenstein-Wertheim-Rochefort-Rosenberg, de quem teve sete filhos, e onde veio a falecer a 14 de Novembro de 1866.
D. Miguel. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (Imagens)
D. Miguel, c.1828
Ficheiro:30- Rei D. Miguel - O Absoluto.jpg
Arquivo: Dom Miguel.jpg
D.Miguel c.1828

 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/10/26-de-outubro-de-1802-nasce-no-palacio_76.html?fbclid=IwAR2nmeN18cQBuTP6XYWBCzjXEix9PewMHwzM1X2iw8dFQ5SvuLRBnGOPYm8
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25 de Maio de 1786 : Morre D. Pedro III, rei consorte de Portugal pelo seu casamento com D. Maria I, sua sobrinha

D. Pedro III  nasceu em Lisboa no dia  5 de Julho de 1717  e faleceu em Queluz no dia  25 de Maio de 1786, ficou conhecido como "o Edificador".

Quarto filho de D. João V e D. Maria Ana de Áustria, o seu casamento em 1760 com a sobrinha e herdeira da coroa D. Maria Francisca (futura D. Maria I) tornou possível a sua subida ao trono em 1777. A 6 de Junho de 1760, contraiu matrimónio com D. Maria, uma união promovida por D. José. Apesar da grande diferença de idades (D. Maria tinha apenas 26 anos e D. Pedro, 43), a amizade que nutriam um pelo outro contribuiu para que este fosse um casamento feliz.

Ainda solteiro mandou remodelar a Casa de Queluz, propriedade da Casa do Infantado, assumindo as proporções de um verdadeiro palácio de verão.


Era muito religioso, tal como D. Maria, cognominada "a piedosa", e chegou a ser apelidado de "sacristão" pelo historiador liberal do século XIX Oliveira MartinsLançou em 24 de Outubro de 1779, a primeira pedra da Basílica da Estrela, mandada construir pela rainha D. Maria I em cumprimento de uma promessa feita, caso lhe fosse concedida descendência varonil.

O casal real promoveria no seu palácio e jardins, durante os meses de verão, um clima de sofisticação e festa em que participavam a Corte e o corpo diplomático e onde a música e os jogos de água eram uma constante. Serenatas e óperas eram tocadas e célebres músicos viram aqui interpretadas as suas obras, das quais existem ainda bastantes libretos originais.

D. Pedro era possuidor de uma fortuna considerável e de gostos elegantes, apesar de nunca ter viajado para fora de Portugal. Através de nobres estrangeiros radicados em Portugal, de nobres portugueses estabelecidos no estrangeiro, de contactos com artistas de diversos ofícios, de tratados e livros de estampas de arquitetura e decoração franceses e, talvez, da troca de correspondência com a sua irmã Maria Bárbara de Bragança, rainha consorte de Espanha, foi conhecedor das correntes artísticas em vigor nas cortes europeias e dos palácios de veraneio construídos no século XVIII.

Inúmeras foram as fontes de divertimento em Queluz, sobretudo entre 1752 e 1786, ano da morte de D. Pedro III, que representou o fim do período áureo de festas e música no Palácio de Queluz.
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D. Pedro, enquanto Infante de Portugal, em retrato de 1745 (28 anos de idade)
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/05/25-de-maio-de-1786-morre-d-pedro-iii.html?spref=fb&fbclid=IwAR113JRWhD6dEWh8OtL4n6BjGG7xnVypInJ025Jecc80FIllDbIEVyJ4RZg
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13 de Março de 1777: A nomeação dos novos secretários de Estado por D. Maria I marca o início do período da "Viradeira", inversão da política do Marquês de Pombal, exonerado a 04 de Março.

Tradicionalmente, dá-se o nome Viradeira à reação ao governo do Marquês de Pombal logo após a subida ao trono de D. Maria. Mas, na verdade, esta política não foi mais além do que da reabilitação da nobreza atingida pelo Marquês. Esta política da Viradeira não teve o alcance que lhe é atribuído, pois apenas restaurou o bom nome de muitos nobres lesados por Pombal e afastou apenas alguns dos seus mais diretos colaboradores.
Na sequência da morte de D. José, as críticas à governação anterior concentravam-se na pessoa do seu Ministro, que havia ofendido a memória de parentes e amigos da família de D. Maria.
Nas "Recomendações" que deixou à sua filha o monarca pedira-lhe que se lembrasse dos seus criados mais fiéis e que governasse num clima de paz e de justiça. Por isso, quando chegou ao poder, D. Maria mandou abrir as prisões da Junqueira, de S. Julião, de Pedrouços e de Setúbal, e retirou dos conventos de Lisboa os seus familiares, aí obrigados a viver por decreto do ministro de seu pai. Neste contexto, o Marquês pediu a exoneração dos seus cargos, a 1 de março de 1777. Doente, e em desgraça, a 4 de março a rainha acedeu ao seu pedido, conservando, no entanto, o seu ordenado e a comenda de Santiago de Lanhoso (com os devidos rendimentos) e forçando-o a morar na sua Quinta de Pombal.
A pasta de Pombal no novo governo foi atribuída a D. Tomás Xavier de Lima, décimo quarto visconde de Vila Nova de Cerveira. Entre as primeiras medidas do novo governo, salientam-se as que favoreceram a nobreza afastada por Pombal, que se viu agraciada com diversas promoções.
A sentença de 23 de maio de 1781 reabilitou a memória dos Távoras e seus familiares, acusados de envolvimento na conjura de 1758. Pombal acabou por ser atingido, porque em 1779 circulava por Portugal a Apologia de Pombal, um texto que lhe era atribuído e onde supostamente fundamentava o seu governo. D. Maria ordenou então que este fosse ouvido, que desse explicações, por edital de 3 de setembro. Outros editais anunciavam uma "ação de lesão" de Francisco José Caldeira Soares Galhardo contra Pombal, por causa deste texto que, segundo ele, traía a memória de D. José.
Por decreto de 16 de agosto de 1781 a rainha pretendera castigar o Marquês, mas atendendo ao facto de ter solicitado perdão régio, e de ter uma avançada idade, foi-lhe reafirmado o direito de viver na sua Quinta de Pombal.
Fontes: Infopédia
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D. Maria I


Sebastião José de Carvalho e Melo
  https://www.youtube.com/watch?v=0J7bw8sw6Pc
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/03/13-de-marco-de-1777-nomeacao-dos-novos.html?spref=fb&fbclid=IwAR2fF8PGTUwIr9FkxwN-hA01zobH4xDlTI35IF0T_4FrB8Hxliy7KdA0mtA
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24 de Fevereiro de 1777: Morre D. José I, "O Reformador"

Monarca português, vigésimo quinto rei de Portugal, filho de D. João V e de D. Maria Ana de Áustria, D. José nasceu a 6 de junho de 1714 e faleceu a 24 de fevereiro de 1777.

Casou com D. Mariana Vitória de Bourbon, filha de Filipe V. O seu reinado, situado entre os anos de 1750 e 1777, foi marcado pela crise económica resultante da concorrência das potências coloniais e sobretudo da redução da exploração do ouro brasileiro.



D. José seguiu a política de D. João V no tocante à neutralidade face aos conflitos europeus e de que é exemplo, apesar da forte pressão da França e da Inglaterra, a não participação portuguesa na Guerra dos Sete Anos (1756-1763). Reforçou o absolutismo monárquico através de medidas radicais contra aqueles que se opunham ao reforço do poder régio: expulsou e confiscou os bens dos Jesuítas e mandou prender alguns fidalgos, entre os quais os Távoras, acusados de tentativa de assassinato do rei. Foi seu primeiro-ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, o marquês de Pombal.



O seu reinado foi também marcado pelo terramoto de 1755, que destruiu a baixa de Lisboa. A ele se deve a reconstrução daquela parte da capital segundo um moderno traçado retilíneo da autoria dos arquitetos Eugénio dos Santos, Manuel da Maia e Carlos Mardel.



D. José foi um grande reformador: acabou com a escravatura em Portugal continental, concedeu liberdade aos índios do Brasil, acabou com a distinção entre cristãos-novos e cristãos-velhos, e reformou o ensino, a administração e a economia.



D. José I adoeceu e os seus últimos dias foram destinados a cuidar da sua alma e da sua sucessão, deixando à princesa do Brasil, sua herdeira, um texto com recomendações, que constituem uma espécie de testamento.
O rei D.José I faleceu no dia 24 de Fevereiro de 1777, deixou recomendações piedosas à herdeira do trono e lembranças de obrigações a cumprir (concluir as obras da Igreja da Memória, pagar as dívidas aos servidores), fazia dois pedidos de grande importância política: o de que protegesse os seus servidores e o de que perdoasse aos prisioneiros de Estado, que fossem merecedores da sua clemência.
Fontes:D. José I. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014.                                    
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D. José na sua adolescência, enquanto Príncipe do Brasil, em retrato de Pierre-Antoine Quillard.

D. José I, por Miguel António do Amaral
Ficheiro:D. José I de Portugal.jpg
D. José I ainda príncipe -Domenico Duprà
File:Jose I, Principe.png
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13 de Maio de 1767: Nasce D. João VI, "O Clemente"

Rei de Portugal de 1816 a 1826, era filho segundo de D. Maria I e de D. Pedro III. Nasceu em 1767, no dia 13 de Maio. Casou em 1785 com D. Carlota Joaquina, filha de Carlos IV de Espanha. Tornou-se herdeiro do trono por morte de seu irmão D. José, em 1788. Embora já estivesse à frente dos negócios do reino desde 1792, altura em que se começou a manifestar a doença da D. Maria, só assumiu a regência em 1799.Em 1807, juntamente com a família régia, embarcou para o Brasil. D. Maria morreu em 1816 e D. João VI foi aclamado rei. Em 1820 deu-se a revolução liberal e o monarca regressou a Lisboa em 1821, onde jurou a Constituição liberal. Em 1822, por iniciativa de D. Pedro, filho do soberano e defensor do liberalismo, foi proclamada a independência do Brasil. Com o objectivo de abolir a Constituição liberal, o infante D. Miguel, defensor do absolutismo, vai promover movimentos militares como a Vila-Francada (Maio de 1823) e a Abrilada (Abril de 1824), no último dos quais foi derrotado e expatriado. A sua posição não era partilhada pelo rei, que sempre procurou soluções conciliatórias com os liberais.

Nos anos finais do seu reinado, os maiores problemas que enfrentou  D. João VI, foram os ligados à independência do Brasil, até então a maior fonte de riqueza de Portugal, e cuja perda fora de grande impacto sobre a economia portuguesa. Foi imaginada inclusive uma expedição de reconquista da antiga colónia, mas logo a ideia foi abandonada. Negociações difíceis iniciadas na Europa e no Rio de Janeiro, com a mediação e pressão da Inglaterra, resultaram no definitivo reconhecimento da independência em 29 de Agosto de 1825. Foi acertado que D. Pedro governaria soberano com o título de Imperador Regente, mantendo D. João para si o título de Imperador Titular do Brasil, passando a assinar os documentos oficiais como "Sua Majestade o Imperador e Rei D. João VI". O Brasil ficava ainda obrigado ao pagamento do último empréstimo contraído com Portugal. Sobre a sucessão das duas coroas, nada ficou dito no tratado, mas D. Pedro, continuando na qualidade de Príncipe Real de Portugal e Algarves, permanecia implicitamente na linha de sucessão ao trono português.

No dia  4 de Março de 1826, D. João, vindo do Mosteiro dos Jerónimos onde almoçara, recolheu-se ao Paço da Bemposta sentindo-se mal. Teve vómitos, convulsões e desmaios que duraram alguns dias. O rei pareceu melhorar, mas por prudência designou a sua filha, a infanta Isabel Maria, como regente. Na noite do dia 9 a doença agravou-se, e perto das 5 horas do dia 10, faleceu. Os médicos não puderam determinar exatamente a causa mortis, mas suspeitou-se de envenenamento. O seu corpo foi embalsamado e sepultado no Panteão dos Braganças, no Mosteiro de São Vicente de Fora. A infanta assumiu imediatamente o governo interino e D. Pedro foi reconhecido legítimo herdeiro, como D. Pedro IV de Portugal.Recentemente uma equipe de pesquisadores exumou o pote de cerâmica chinesa que continha as suas vísceras. Fragmentos do seu coração foram reidratados e submetidos a análises, que detectaram uma quantidade de arsénico suficiente para matar duas pessoas.
Fontes:D. João VI. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. 
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File:Dom Joao VI - retrato no Palacio Real d'Ajuda.jpg

Retrato de D. João com o busto de D. Maria I - Domingos Sequeira
Ficheiro:The Prince Regent Reviewing the Troops at Azambuja 2.jpg
Retrato equestre de D. João VI - Domingos Sequeira


                                    Ficheiro:Isabel Maria de Bragança, regente de Portugal.jpg
A Infanta Isabel Maria de Bragança -  regente de Portugal após a morte de D. João VI até 26 de Fevereiro de 1828


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D. João VI e D. Carlota Joaquina - Retrato de Manuel Dias de Oliveira
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31jul1750... D. João V, "o Magnânimo", morreu há 269 anos
Monarca português, vigésimo quarto rei de Portugal, o seu reinado, que durou de 1707 até à sua morte a 31 de Julho de 1750, foi um dos mais longos da História portuguesa. Nasceu a 22 de Outubro de 1689, filho de D. Pedro II e de D. Maria Sofia de Neuburgo, e foi aclamado rei a 1 de Janeiro de 1707. Casou a 9 de Julho de 1708 com D. Maria Ana da Áustria, irmã do imperador austríaco Carlos III.D. João V seguiu uma política de neutralidade em relação aos conflitos europeus mas empenhou-se fortemente na defesa dos interesses portugueses no comércio ultramarino, de que foi exemplo o Tratado de Utreque (1714), em que a França e a Espanha reconheceram a soberania portuguesa sobre o Brasil. Esta neutralidade foi possível devido à riqueza do reino proveniente da exploração das minas de ouro brasileiras. D. João V pretendeu, à semelhança dos outros monarcas europeus, imitar Luís XIV. Defensor do absolutismo, não reuniu as Cortes uma única vez durante o seu reinado. Teve como principal ministro e homem de confiança o cardeal da Mota.Devido às grandes obras que promoveu no campo da arte, da literatura e da ciência, ficou conhecido por "o Magnânimo". Na cultura merecem referência especial a Real Academia Portuguesa de História, fundada em 1722, e a introdução da ópera italiana, em 1731. D. João V desenvolveu ainda as artes menores (talha, azulejo e ourivesaria) e as artes maiores através de vários pintores e escultores que se deslocaram de Itália para trabalhar em Lisboa e Mafra. O Palácio-Convento de Mafra, mandado construir como forma de agradecer o nascimento do seu primeiro filho varão, e o Aqueduto das Águas Livres são dois exemplos de obras públicas de grande imponência. Deu nome a um período da história da arte portuguesa designado Barroco Joanino.

No dia 29 de Julho de 1750, tinha o rei 60 anos, quando o cardeal-patriarca administrou a extrema-unção a D.João V, com a presença de todos os seus filhos e da Rainha.
Segundo descrição da época "finalmente chegou o termo de expirar sua Magestade e sem movimento estranho, mas com serenidade e suma quietação, acabou a vida no Mundo", às 7 horas da tarde do dia 31 de Julho.
Imediatamente, após a família se ter retirado, segui-se o embalsamamento do cadáver real, observando-se que não havia lesões nos intestinos, muito embora a determinação da causa da morte indicasse qe "tanto do ventre como do cérebro vagava um licor morboso em tanta quantidade que se reconheceu acabara Sua Magestade de uma hidropisia do ventre mas não totalmente consumada".
As vísceras régias foram encerradas num vaso e enviadas para São Vicente de Fora, onde mais tarde o corpo viria a ser sepultado. No dia 3 de Agosto foi rezada pelo patriarca a missa de corpo presente.
As cerimónias fúnebres foram magnificentes, decorrendo vários cerimoniais por todo o Reino, nomeadamente em Braga, governada pelo meio irmão de D.João, o arcebispo D.José, mas igualmente no Brasil e mesmo nalgumas irmandades de cortes estrangeiras, sediadas em Portugal, o fizerem.

D. João V. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012.
http://domjoaoquinto.blogspot.pt/
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D. João V por Pompeo Batoni


D. João V por Jean Ranc
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17 de Dezembro de 1734: Nasce D. Maria I, "a Piedosa"

Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana, filha primogénita de D. José I e de D. Mariana Vitória de Áustria, nasceu em Lisboa a 17 de Dezembro de 1734. Recebeu logo o título de "Princesa da Beira", passando com a ascensão ao trono do pai, em 1750, a ser chamada "Princesa do Brasil". 

Casou com o seu tio, D. Pedro, em 1760 e subiu ao trono português em 1777, vindo a reinar até ao ano de 1816.No seu reinado verificou-se o retomar do comércio da rota do Cabo, dado que os ingleses estavam preocupados com a independência das colónias americanas e os franceses estavam envolvidos na revolução de 1789. D. Maria liberalizou a economia através da extinção da Companhia do Grão-Pará e Maranhão e da Companhia de Pernambuco e Paraíba.

Os seus fortes sentimentos religiosos valeram-lhe o cognome de "a Piedosa". Mandou libertar os presos políticos e afastou do governo o marquês de Pombal. Criou a Academia Real das Ciências de Lisboa e a Casa Pia de Lisboa, esta última destinada à educação de crianças órfãs e pobres. Mandou construir a Basílica da Estrela e o Teatro de S. Carlos, em Lisboa, e o Hospital de Santo António e o Teatro de S. João no Porto. Ordenou também intervenções importantes no Palácio de Queluz e outros edifícios. A partir de 1799, devido ao facto de D. Maria sofrer de doença mental, o príncipe herdeiro D. João toma o título de regente. Em 1807, aquando das invasões francesas, D. Maria embarca, juntamente com toda a família real, para o Brasil, onde vem a falecer em 20 de Março de 1816.

Ficou conhecida pelos cognomes de A Piedosa ou a A Pia, devido à sua extrema devoção religiosa à Igreja Católica - demonstrada, por exemplo, quando mandou construir a Basílica da Estrela, em Lisboa. No Brasil, é conhecida pelo cognome de Dona Maria, a Louca ou Maria Louca, devido à doença mental manifestada com veemência nos últimos 24 anos de vida. Jaz na Basílica da Estrela, em Lisboa, para onde foi transladada.
Fontes: D. Maria I. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012.
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D. Maria I por José Leandro de Carvalho

Ficheiro:Jcarvalho-dmariaI-mhn.jpg
D. Maria I e D.Pedro III de Portugal
Ficheiro:MariaIpedroIII.jpg
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05 de Julho de 1717 : Nasce D. Pedro III, rei consorte de Portugal pelo seu casamento com D. Maria I, sua sobrinha

D. Pedro III  nasceu em Lisboa no dia  5 de Julho de 1717  e faleceu em Queluz no dia  25 de Maio de 1786, ficou conhecido como "o Edificador".

Quarto filho de D. João V e D. Maria Ana de Áustria, o seu casamento em 1760 com a sobrinha e herdeira da coroa D. Maria Francisca (futura D. Maria I) tornou possível a sua subida ao trono em 1777. A 6 de Junho de 1760, contraiu matrimónio com D. Maria, uma união promovida por D. José. Apesar da grande diferença de idades (D. Maria tinha apenas 26 anos e D. Pedro, 43), a amizade que nutriam um pelo outro contribuiu para que este fosse um casamento feliz.

Ainda solteiro mandou remodelar a Casa de Queluz, propriedade da Casa do Infantado, assumindo as proporções de um verdadeiro palácio de verão.


Era muito religioso, tal como D. Maria, cognominada "a piedosa", e chegou a ser apelidado de "sacristão" pelo historiador liberal do século XIX Oliveira MartinsLançou em 24 de Outubro de 1779, a primeira pedra da Basílica da Estrela, mandada construir pela rainha D. Maria I em cumprimento de uma promessa feita, caso lhe fosse concedida descendência varonil.

O casal real promoveria no seu palácio e jardins, durante os meses de verão, um clima de sofisticação e festa em que participavam a Corte e o corpo diplomático e onde a música e os jogos de água eram uma constante. Serenatas e óperas eram tocadas e célebres músicos viram aqui interpretadas as suas obras, das quais existem ainda bastantes libretos originais.


D. Pedro era possuidor de uma fortuna considerável e de gostos elegantes, apesar de nunca ter viajado para fora de Portugal. Através de nobres estrangeiros radicados em Portugal, de nobres portugueses estabelecidos no estrangeiro, de contactos com artistas de diversos ofícios, de tratados e livros de estampas de arquitetura e decoração franceses e, talvez, da troca de correspondência com a sua irmã Maria Bárbara de Bragança, rainha consorte de Espanha, foi conhecedor das correntes artísticas em vigor nas cortes europeias e dos palácios de veraneio construídos no século XVIII.

Inúmeras foram as fontes de divertimento em Queluz, sobretudo entre 1752 e 1786, ano da morte de D. Pedro III, que representou o fim do período áureo de festas e música no Palácio de Queluz.
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D. Pedro, enquanto Infante de Portugal, em retrato de 1745 (28 anos de idade)
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06 de Junho de 1714: Nasce D. José I, "O Reformador"

Monarca português, vigésimo quinto rei de Portugal, filho de D. João V e de D. Maria Ana de Áustria, D. José nasceu a 6 de junho de 1714 e faleceu a 24 de fevereiro de 1777.


Casou com D. Mariana Vitória de Bourbon, filha de Filipe V. O seu reinado, situado entre os anos de 1750 e 1777, foi marcado pela crise económica resultante da concorrência das potências coloniais e sobretudo da redução da exploração do ouro brasileiro.


D. José seguiu a política de D. João V no tocante à neutralidade face aos conflitos europeus e de que é exemplo, apesar da forte pressão da França e da Inglaterra, a não participação portuguesa na Guerra dos Sete Anos (1756-1763). Reforçou o absolutismo monárquico através de medidas radicais contra aqueles que se opunham ao reforço do poder régio: expulsou e confiscou os bens dos Jesuítas e mandou prender alguns fidalgos, entre os quais os Távoras, acusados de tentativa de assassinato do rei. Foi seu primeiro-ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, o marquês de Pombal.


O seu reinado foi também marcado pelo terramoto de 1755, que destruiu a baixa de Lisboa. A ele se deve a reconstrução daquela parte da capital segundo um moderno traçado retilíneo da autoria dos arquitetos Eugénio dos Santos, Manuel da Maia e Carlos Mardel.


D. José foi um grande reformador: acabou com a escravatura em Portugal continental, concedeu liberdade aos índios do Brasil, acabou com a distinção entre cristãos-novos e cristãos-velhos, e reformou o ensino, a administração e a economia.


D. José I adoeceu e os seus últimos dias foram destinados a cuidar da sua alma e da sua sucessão, deixando à princesa do Brasil, sua herdeira, um texto com recomendações, que constituem uma espécie de testamento.
O rei D.José I faleceu no dia 24 de Fevereiro de 1777, deixou recomendações piedosas à herdeira do trono e lembranças de obrigações a cumprir (concluir as obras da Igreja da Memória, pagar as dívidas aos servidores), fazia dois pedidos de grande importância política: o de que protegesse os seus servidores e o de que perdoasse aos prisioneiros de Estado, que fossem mercedores da sua clemência.
Fontes:D. José I. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014.                                    
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D. José I, por Miguel António do Amaral
Ficheiro:D. José I de Portugal.jpg
D. José I ainda príncipe -Domenico Duprà


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D. José na sua adolescência, enquanto Príncipe do Brasil, em retrato de Pierre-Antoine Quillard.
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09 de Dezembro de 1706: Morre D. Pedro II, "O Pacífico"

Rei de Portugal entre 1683 e 1706, filho de D. João IV e de D. Luísa de Gusmão, nasceu a 26 de Abril de 1648. Foi Senhor da Casa do Infantado. Cognominado de O Pacífico, porque em sua regência que se fez a paz com a Espanha .

Em 1662, chegou a ser declarado herdeiro do trono pela regente D. Luísa de Gusmão, mas o conde de Castelo Melhor contrariou essa iniciativa ao afastar a regente para sempre da vida política. Porém, em 1667, a rainha D. Maria Francisca Isabel afastou o conde da corte e aderiu ao partido de D. Pedro. Através de golpe palaciano, D. Pedro conseguiu obrigar o irmão a abdicar do poder em seu nome. Nas Cortes iniciadas a 27 de Janeiro de 1668 foi nomeado regente do Reino. A 27 de Março do mesmo ano, o casamento de D. Afonso VI com D. Maria Francisca foi anulado por bula papal e D. Pedro casou com a cunhada. Nesse mesmo ano, assinou a paz com a Espanha, o que lhe valeu o cognome de "o Pacífico". Só foi aclamado rei depois da morte de Afonso VI, em 1683. 

D. Maria Francisca morreu em 1683, tendo deixado apenas uma filha, pelo que D. Pedro resolveu casar, em 1687, com D. Maria Sofia de Neuburgo. 



De entre os seus ministros, destacou-se o conde de Ericeira, D. Luís de Meneses, vedor da fazenda e responsável por significativo impulso verificado na indústria portuguesa. 



D. Pedro envolveu-se militarmente na Guerra da Sucessão de Espanha e foi durante a sua governação que foi assinado o Tratado de Methuen, tratado comercial entre Portugal e a Inglaterra. Desde 1703 o rei passava épocas de profunda sonolência que os médicos atribuíam a um «defluxo de estilicido», ou seja, grave infecção da laringe. A 5 de Dezembro de 1706 foi acometido de um «pleuriz legítimo» que derivou num ataque apoplético, com o qual perdeu os sentidos. Não resultou a sangria nos pés e, no dia 9, o ataque  tornou-se fatal. Acredita-se hoje em doença hepática, pois a autópsia achou «hua parte do fígado torcida e se lhe acharão 25 pedras no fel».


Está sepultado em Lisboa no Panteão dos Braganças. 
Fontes: Infopédia
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D. Pedro II
Maria Francisca Luísa Isabel de Saboia, consorte de D. Pedro II

Maria Sofia de Neuburgo, consorte de D. Pedro II
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D. João V...O magnânimo
Nasceu a 22ouTUbro1689
e morreu a 31jul1750
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22 de Outubro de 1689: Nasce D. João V, "O Magnânimo"
Monarca português, vigésimo quarto rei de Portugal, o seu reinado, que durou de 1707 até à sua morte a 31 de Julho de 1750, foi um dos mais longos da História portuguesa. Nasceu a 22 de Outubro de 1689, filho de D. Pedro II e de D. Maria Sofia de Neuburgo, e recebeu o nome de João Francisco António José Bento Bernardo. Foi aclamado rei a 1 de janeiro de 1707. Casou a 9 de Julho de 1708 com D. Maria Ana da Áustria, irmã do imperador austríaco Carlos III.D. João V seguiu uma política de neutralidade em relação aos conflitos europeus mas empenhou-se fortemente na defesa dos interesses portugueses no comércio ultramarino, de que foi exemplo o Tratado de Utreque (1714), em que a França e a Espanha reconheceram a soberania portuguesa sobre o Brasil. Esta neutralidade foi possível devido à riqueza do reino proveniente da exploração das minas de ouro brasileiras. D. João V pretendeu, à semelhança dos outros monarcas europeus, imitar Luís XIV. Defensor do absolutismo, não reuniu as Cortes uma única vez durante o seu reinado. Teve como principal ministro e homem de confiança o cardeal da Mota.Devido às grandes obras que promoveu no campo da arte, da literatura e da ciência, ficou conhecido por "o Magnânimo". Na cultura merecem referência especial a Real Academia Portuguesa de História, fundada em 1722, e a introdução da ópera italiana, em 1731. D. João V desenvolveu ainda as artes menores (talha, azulejo e ourivesaria) e as artes maiores através de vários pintores e escultores que se deslocaram de Itália para trabalhar em Lisboa e Mafra. O Palácio-Convento de Mafra, mandado construir como forma de agradecer o nascimento do seu primeiro filho varão, e o Aqueduto das Águas Livres são dois exemplos de obras públicas de grande imponência. Deu nome a um período da história da arte portuguesa designado Barroco Joanino.
D. João V. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. 

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Ficheiro:John V of Portugal Pompeo Batoni.jpg

Retrato  de D. João V - Pompeo Batoni 
Maria Ana de Áustria, irmã do Imperador Carlos VI e Rainha de Portugal, em 1708

O Palácio de Mafra iniciado em 1717 por iniciativa de João V Ficheiro:Palácio Nacional de Mafra (1853).jpg
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06 de Novembro de 1656: Morre D. João IV, "O Restaurador"

Monarca português, nasceu em Vila Viçosa a 19 de Março de 1604 e a partir de 29 de Outubro de 1630 tornou-se o 8.o duque de Bragança. Casou com D. Luísa de Gusmão, espanhola de nascimento, a 12 de Janeiro de 1633. Foi escolhido pelos obreiros da Restauração para rei de Portugal. 1 de Dezembro de 1640 foi a data da restauração da independência de Portugal face ao reino de Espanha. Terminava assim a dinastia filipina, que durante 60 anos governara Portugal. D. João IV foi aclamado rei a 15 de Dezembro. Pese embora a conjura de 1641 contra o novo rei, da qual resultou uma severa punição para os seus responsáveis, D. João IV teve o apoio da grande maioria da sociedade portuguesa, o que lhe permitiu criar novos impostos, desvalorizar a moeda e recrutar voluntários para fazer face às necessidades monetárias e humanas de um confronto militar que se adivinhava próximo com a vizinha Espanha.
Em 1641 verificaram-se os primeiros confrontos, saldando-se por uma vitória do exército português na Batalha do Montijo e uma tentativa fracassada dos espanhóis no cerco de Elvas. A Espanha estava fortemente mergulhada na Guerra dos Trinta Anos, pelo que foi preciso esperar pelo fim da guerra entre franceses e espanhóis, que só se verificou em 1659, para que os espanhóis pudessem concentrar todas as suas atenções na anulação da Restauração portuguesa. Durante este período, D. João IV, com o objetivo de legitimar a revolução e obter auxílio militar e financeiro, enviou embaixadores para as principais Cortes europeias. Era necessário convencer os reinos europeus de que D. João IV não era um rebelde mas sim o legítimo herdeiro do trono que havia sido usurpado pelos Filipes. D. João IV apresenta-se, assim, como o legítimo herdeiro do cardeal D. Henrique, pois, em 1580, quem deveria ter sucedido no trono era D. Catarina, duquesa de Bragança, e não Filipe II de Espanha. Os embaixadores vão também legitimar o novo rei segundo o novo princípio político de que o poder era conferido por Deus ao povo, que, por sua vez, o transmitia ao rei. D. João IV faleceu a 6 de Novembro de 1656, deixando o reino, política e militarmente organizado, entregue à regência de D. Luísa de Gusmão.
D. João IV. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
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Retrato de D. João IV, por Avelar Rebelo, em 1643 (Paço de Vila Viçosa)
D. João IV

Aclamação de João IV de Portugal, por Columbano Bordalo Pinheiro, no Museu Militar de Lisboa
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11 de Agosto de 1654: D. João IV institui a Casa do Infantado

Criada no reinado de D. João IV, por Carta Régia de 11 de Agosto de 1654, ampliada por D. Pedro II através do seu testamento de 19 de Setembro de 1704, destinava-se aos filhos segundos dos monarcas e rapidamente se transformou na segunda maior casa senhorial portuguesa. Era constituída pela Casa propriamente dita, ou seja, a estrutura senhorial e corte do Infante, e pelo Estado, ou seja, o domínio sobre o património senhorial que lhe fora atribuído e do qual provinham as rendas necessárias para assegurar as despesas. 



Era seu objectivo assegurar a sucessão da Coroa e, ao aumentar a área de senhorios daquela, contribuiu para a criação de circunstâncias favoráveis à centralização régia. Procedeu também ao nivelamento entre filho primogénito e filho segundo, o qual, de acordo com as formas de transmissão definidas pelo morgadio, era excluído ou secundarizado na herança patrimonial. Pretendia-se assim garantir uma maior estabilidade dentro da Casa Real e que os filhos segundos da Coroa passassem a dispor de rendimentos e receitas próprias, sobretudo de natureza agrícola, que lhes assegurassem a independência e permitissem a sua permanência no Reino, bem como a da sua descendência. 



Entre 1654 e 1699 a sua administração esteve a cargo da Junta da Casa de Bragança, enquanto tribunal superior. O facto de se referir a Junta da Casa de Vila Real e Ducado de Beja, forma como a Casa começou por ser designada devido à incidência territorial dos seus bens, parece demonstrar haver separação entre as duas áreas jurisdicionais. A partir de 1699 passou, teoricamente, a dispor de Junta própria, mas até 1748 a administração ficou a cargo do Conselho da Fazenda. Só a partir desta data a Junta entrou em funções, tendo ficado definido que usaria o Regimento da Casa de Bragança - Decreto de 28 de Novembro de 1749. Pelo Decreto de 1 de Dezembro do mesmo ano foi determinado que a administração das rendas da Casa passasse do Conselho da Fazenda para a já referida Junta, cujos ordenados foram fixados pelo Decreto de 13 de Maio de 1758. O Conselho da Fazenda continuaria a administrar as tenças e mercês vitalícias. 



A Junta da Casa de Vila Real e Ducado de Beja dispunha de chancelaria, registo de mercês, cartório e secretaria e contava com oficiais desembargadores, procuradores e solicitadores. Contava ainda com órgãos centrais ligados à fazenda, como a Ouvidoria, com o ouvidor dos feitos da fazenda, o juiz das justificações da Casa, o inquiridor e o escrivão, o Tesouro e os Contos. Os Contos passaram a dispôr, a partir de 1689, para além do superintendente, de um provedor, dois contadores e dois escrivães. 



Encarregues de colectar a Fazenda existiam ainda os almoxarifes, contadores da Fazenda, o meirinho da cobrança e arrecadação da cidade de Leiria, o solicitador do tombo da comenda da Ega, o solicitador dos feitos da cidade do Porto e os escrivães do almoxarifado. A Casa não podia prover os ofícios da Fazenda relacionados com as sisas e as alfândegas. 



Os oficiais ligados às justiças senhoriais eram os procuradores, os ouvidores e os juízes de fora e eram providos pela Casa, que também nomeava as justiças locais: vereadores, juízes ordinários e procuradores. 



Dispunha ainda do privilégio de apresentar os alcaides-mores e postos das milícias. 



Em 11 de Agosto de 1654 D. João IV doou ao Infante D. Pedro o título de Duque de Beja, a respectiva cidade e seu termo, com a jurisdição cível e crime, bem como as vilas, lugares, castelos, padroados, terras, foros, direitos e tributos confiscados para a Coroa na sequência da condenação do Marquês de Vila Real e de seu filho, o Duque de Caminha, e ainda o título de Duque de Vila Real. Tal facto foi responsável pela designação, que perdurou durante bastante tempo, de Ducado de Beja e Vila Real. A incorporação de novas terras levou, posteriormente, à adopção da designação de Casa do Infantado. 



As terras doadas estavam isentas da correição real, substituída pelos ouvidores da Casa, que dispunham da mesma jurisdição que a Casa de Bragança (ordinária em 1ª e 2ª instância, correição, imunidade face aos funcionários régios, atribuição de ofícios e cartas de seguro). Foi, no entanto, sentida a necessidade de emitir diplomas legais referindo os direitos reais delegados no Infante.



Os ouvidores da Casa, de acordo com Alvará de 23 de Julho de 1656, podiam prover todas as serventias dos ofícios de Justiça, tal como o podiam fazer os corregedores das comarcas. 



O Alvará de 12 de Fevereiro de 1658 determinou que os ouvidores do ainda Ducado de Beja e Casa de Vila Real pudessem, à semelhança dos da Casa de Bragança, passar cartas de seguro. O Alvará de 14 de Novembro do mesmo ano concedeu que os ouvidores das suas terras provessem as serventias dos oficiais dos órfãos, à excepção dos juízes e partidores, como proviam os outros ofícios. 



De acordo com os Alvarás de 22 de Março de 1662 e de 20 de Abril do mesmo ano, os moradores das terras do Infante que tivessem cometido delitos deviam ser julgados no juízo do seu foro. 



À Casa do Infantado, desde a sua criação, foram concedidas importantes doações. Pelo Alvará de 17 de Agosto de 1654, recebeu a Quinta de Queluz e casas em Corte-Real e o de 22 de Dezembro do mesmo ano determinou que o Infante D. Pedro pudesse conceder os prestimónios da Ordem de Cristo que tinham pertencido à Casa de Vila Real, detendo a dignidade de comendador da Ordem. No ano seguinte, a Casa acrescentou aos seus domínios a vila de Serpa e seu termo (Carta de doação de 16 de Setembro de 1655) e as lezírias da Golegã, Borba, Mouchões e Silveira, no termo de Santarém (Alvará de 3 de Novembro do mesmo ano). Em 25 de Maio de 1656, a Casa recebeu as comendas de Ega e Dornes, pertencentes à Ordem de Cristo. D. João IV doou, ainda, ao Infante D. Pedro as saboarias da cidade do Porto, bem como várias vilas e lugares nas comarcas de Trás-os-Montes e de Entre Douro e Minho (Carta de 12 de Outubro de 1656). 



D. Afonso VI, através de Carta de padrão e doação de 15 de Setembro de 1663 confirmou todas as mercês até então conferidas. Em 2 de Março de 1693 a Casa viu confirmadas as comendas de Ega e Dornes e recebeu doação da de Castelo Branco. 



Em 21 de Abril de 1698 recebeu nova doação régia dos bens do Conde de Vimioso, da Casa de Bobadela, da Casa de Linhares, do Conde de Figueiró, e o senhorio e reguengo de Vila Nova de Portimão, Rendide e Tojosa, lezírias do Torrão do Diabo, Esteiro Grande, foros do reguengo de Terrugem e do Casal de Almeirim e, em 1705, dos bens da Casa da Castanheira, lezírias de Montalvão e Morraceira, Quinta da Castanheira, Mouchão e Esplendião. Foram, ainda, incorporadas a Casa da Feira (Carta de doação de 10 de Fevereiro de 1708) e o senhorio de Pinhel (Carta de doação de 30 de Março de 1781). 



Além dos bens imóveis a Coroa concedeu à Casa do Infantado a exploração de 2.000 quintais de pau brasil (Decretos de 20 de Agosto de 1662 e de 2 de Janeiro de 1665) uma tença no valor de 458.750 reis imposta na alfândega do Porto (1685) e um padrão de 1.740.000 reis de juro relativos à alfândega de Lisboa (1704). 



A Casa procedeu também à compra de bens, nomeadamente, a vila de Moura e respectivos celeiros, a cidade de Lamego e o Paúl de Magos, que adquiriu à infanta D. Catarina, em 1661, durante o período de regência de D. Luísa de Gusmão, e o reguengo de Valada transacionado com a Coroa (Alvará de 25 de Junho de 1680). 



No início do século XVIII a área geográfica abrangida pela Casa situava-se, sobretudo, no Alentejo, na comarca de Beja, com Beja, Serpa e Moura; seguia-se de imediato Trás-os-Montes, comarca de Vila Real, com Abreiro, Freixial, Lamas de Orelhã, Canelas e Vila Real e comarca de Miranda, com Vimioso; Beira, comarca de Lamego, com Almeida, Ranhados e Lamego, comarca de Viseu, com Bobadela, comarca de Pinhel, com Aguiar da Beira, Algodres, Pena Verde e Fornos de Algodres e comarca da Guarda, com Lagares da Beira e Linhares; no Algarve, comarca de Tavira, com Alcoutim, comarca de Lagos, com Vila Nova de Portimão; seguia-se Entre Douro e Minho, com Valença, Caminha e Valadares; comarca do Porto, com Azurara e Sabrosa; finalmente a Estremadura, comarca de Leiria com Ega, comarca de Tomar com Aguda, Avelar, Chão de Couce, Pousa Flores, Maçãs de D. Maria, e Dornes e na comarca de Torres Vedras as vilas de Castanheira, Povos e Cheleiros. 



D. Maria I, por Carta de 31 de Janeiro de 1790 roborou e ratificou a anexação e união do Priorado do Crato à Casa do Infantado, de acordo com a bula papal de 25 de Novembro de 1789. O Alvará de 18 de Dezembro de 1790 extinguiu a Mesa Prioral do Crato, passando o expediente à Junta do Infantado. Foi criada uma nova Mesa e um juiz dos feitos da Casa e Priorado. A Casa passou a controlar o Grão-Priorado do Crato, que se compunha, para além da vila do Crato, de Gáfete, Sertã, Amieira, Proença-a-Nova, Cardigos, Oleiros, Belver, Envendos, Gavião, Tolosa, Carvoeiro e Pedrógão. Através de Carta de Lei de 19 de Julho de 1790, D. Maria I declarou e regulou a jurisdição da Casa e Estado do Infantado. 



De salientar que o senhorio se constituiu, sobretudo, a partir do confisco de bens de casas nobres ou a partir da integração dos bens cujos donatários não tinham deixado descendência. De referir, ainda, uma relativa continuidade territorial no tocante aos senhorios das Casas de Bragança e do Infantado, principalmente no Minho, Trás-os-Montes e Alentejo. 



A Casa do Infantado foi extinta por D. Pedro IV (Decreto de 18 de Março de 1834), sendo os seus bens integrados na Fazenda Nacional, à excepção dos palácios destinados à realeza: Queluz, Bemposta, Alfeite, Samora Correia, Caxias e Murteira. Os príncipes passaram a dispor, a partir de então, de uma dotação anual votada pelas Cortes.
Fontes: ANTT
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D. João IV por Avelar Rebelo, em 1643 (Paço de Vila Viçosa).
A quinta de Queluz fez parte das propriedades da Casa do Infantado
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15dez1640...D.João IV é aclamado rei
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19mar1604...nasce D.JOÃO IV O RESTAURADOR
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25 de Novembro de 1638: Nasce D. Catarina de Bragança, Infanta de Portugal e Rainha Consorte de Inglaterra
Membro da monarquia, filha de D. João IV e de D. Luísa de Gusmão, D. Catarina nasceu a 25 de novembro de 1638, em Vila Viçosa, e casou-se em 1662 com o rei Carlos II, tornando-se assim rainha da Inglaterra. A sua educação religiosa privou-a do conhecimento das línguas não ibéricas, pelo que conversava com o marido em espanhol. O casamento real foi proposto em 1660 através do seu padrinho, D. Francisco de Melo, conde da Ponte, que ofereceu como dote dois milhões de cruzados, a cedência de Tânger e Bombaim, juntamente com a liberdade de comércio aos ingleses nas colónias portuguesas. Em contrapartida, a infanta poderia continuar a praticar a religião católica e a Inglaterra auxiliaria Portugal no caso de ataque espanhol ou holandês. Esta proposta foi aceite e o conde da Ponte voltou a Portugal para ultimar os preparativos. No entanto, quando retornou a Londres o rei mostrou-se adverso pois tinha sido alvo de uma campanha de dissuasão desencadeada por Batteville, embaixador espanhol, e do conde de Bristol, que se opunham ao casamento. Estes tentaram convencer Carlos II que D. Catarina era feia, defeituosa e doente. Contudo, o contrato de casamento, assente no tratado ango-luso a 23 de junho de 1661, que confirmava os anteriores tratados assinados em 1641, foi assinado. D. Catarina partiu para Inglaterra em abril de 1662 e o casamento protestante foi celebrado em Portsmouth, a 14 de maio, mas não sem que antes fosse efetuada uma cerimónia católica.

A sua vida na corte inglesa não foi muito fácil: primeiro, devido às relações amorosas do rei; depois porque a sua fé, vincadamente católica, gerou alguma suspeição por parte dos Anglicanos. Mesmo assim, durante os 30 anos que viveu em Inglaterra D. Catarina notabilizou-se pelos bailados e teatros que organizou, pela sua perícia com o arco e setas, tendo sido a patrona da Honorable Company of Bowmen. Foi igualmente pela sua mão que foi introduzida a moda do chá na corte britânica. Por outro lado, foi o alvo das querelas e conspirações entre católicos e protestantes. Estes últimos tentaram por várias vezes obrigar o rei a divorciar-se, apoiando-se na infecundidade da rainha (teve quatro partos prematuros). Carlos II não cedeu, todavia, mostrando sempre grande amizade pela esposa (que o converteu ao Catolicismo), apesar de ter tido inúmeras amantes e quinze bastardos. Após a morte do rei, em 1685, D. Catarina ainda permaneceu em Inglaterra, regressando à pátria apenas em 1692, quando mandou construir o palácio da Bemposta. Até à sua morte, em 1705, em Lisboa, ainda interferiu nos negócios do reino (Tratado de Methuen), assumindo a regência por duas vezes. Encontra-se enterrada na igreja do Mosteiro dos Jerónimos. O seu casamento com Carlos II acabou por não dar os frutos que a Coroa portuguesa desejava, saldando-se pela perda das possessões cedidas e pela abertura ao comércio das colónias a mercadores ingleses.


D. Catarina de Bragança. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. [Consult. 2012-11-25].


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File:King Charles II by John Michael Wright or studio.jpg

Carlos II -  John Michael Wrigh

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 https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=TZ9iDoQNGWE
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https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/11/25-de-novembro-de-1638-nasce-d-catarina_25.html?fbclid=IwAR3fF6-gS-bStmYdL5796p6_R4thNmVlnNH3eRMPuBfBnJyAj2rxdchkW3Q
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Catarina de Bragança e o Chá das cinco

Originário da China, o chá foi introduzido na Europa pelos portugueses no século XVI. Um dos hábitos mais tipicamente britânicos, o "chá das cinco", foi introduzido na corte inglesa por Catarina de Bragança, princesa portuguesa, filha de D. João IV, quando esta casou com Carlos II de Inglaterra. O dote de Catarina deve ter sido um dos mais exóticos e sumptuosos da História: 500 mil libras de ouro, o livre comércio de Inglaterra com as possessões portuguesas na Ásia, em África e nas Américas, a cidade de Bombaim e uma caixa de chá... O dote de Catarina foi determinante para o futuro imperial da Inglaterra e o chá iria mudar para sempre a vida dos seus súbditos, tornando-se um elemento indissociável da sua personalidade e da sua maneira de ser. Ao ritual do "chá das cinco" estão associados os tradicionais scones e a marmalade, esta última também introduzida por Catarina de Bragança. Acredita-se que a compota de laranja amarga, que se popularizou como marmalade, foi criada a partir de receita da própria Rainha portuguesa, natural de Vila Viçosa, onde abundam as laranjas.


Conta a lenda que foi o imperador Shên Nung quem descobriu o chá quando, numa das suas longas viagens, se sentou debaixo de um arbusto a beber água quente, ideal para matar a sede por ser mais rapidamente absorvida pelo corpo do que as bebidas frias. As folhas que por acaso caíam na água conferiram-lhe um sabor e um aroma muito particulares que deliciaram o imperador. Para os chineses, o chá está associado à beleza, pelo ritual da sua preparação, pela satisfação e paz que provoca e por ser um complemento essencial do convívio. O segredo da preparação do chá foi muito bem guardado pelos chineses e só em 1843 se descobriu que todos os tipos de chá provinham de uma mesma planta, a Camellia sinensis. A procedência, o solo, o clima, a seleção e a preparação das folhas é que determinam as diferentes variedades existentes. O chá preto (fermentado) é cultivado na Índia, Sri Lanka, na África Oriental, Japão e Taiwan, enquanto que o chá verde (não fermentado) é originário sobretudo da China e do Japão, embora também exista na Índia e na Indonésia. O chá "Oolong" (semifermentado) é oriundo de uma região chinesa chamada Foochow e de Taiwan, enquanto que o jasmim se pode encontrar na China. O Darjeeling e o Assam são produzidos sobretudo no Nordeste da Índia e no Sri Lanka. Os blended, que resultam da mistura de vários chás, como o Earl Grey, existem em cerca de 1500 tipos de lotes diferentes. Um dos melhores chás do Mundo (preto e verde) é produzido nos Açores, em S. Miguel, na localidade de Gorreana, nas variedades Orange Pekoe, Broken e Moinha.

Fontes: Infopédia 
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Plantação de chá na Malásia


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11 de Junho de 1557: Morre D. João III, "O Piedoso"

Décimo quinto rei de Portugal, filho de D. Manuel I, D. João III nasceu em Lisboa a 6 de Junho de 1502.

Teve como mestres algumas figuras notáveis da época, como o humanista Luís Teixeira e o médico Tomás de Torres. A partir de 1514, D. Manuel começa a introduzi-lo nas matérias do governo e, em 1517, preparava-se o seu casamento com D. Leonor, irmã de Carlos V. É, porém, D. Manuel que vem a casar com ela, em virtude da morte da rainha D. Maria. Com 19 anos é aclamado rei e mais tarde casa com a irmã de D. Leonor, D. Catarina de Áustria.

O governo de D. João III pode compreender-se à luz de uma vasta política nacional e ultramarina, de que se assinalam os marcos essenciais:

1) Política ultramarina: O vasto império herdado pelo monarca e que se estendia por três continentes, impunha difíceis problemas de administração à distância. No Oriente, após uns primeiros anos de continuação de conquistas, as dificuldades começaram a surgir. Turcos e Árabes ofereciam uma resistência cada vez maior ao monopólio dos Portugueses e os ataques às nossas forças sucediam-se. Em África, as guarnições dos nossos castelos de Marrocos não conheciam vida calma. Homens e armas eram enviados com frequência, como reforço, ocasionando uma despesa enorme sem proveito correspondente, o que em breve se tornou insustentável. Abandonou-se Safim, Azamor, Alcácer‑Ceguer e Arzila. Como compensação das dificuldades no Oriente e revezes em Africa, voltou-se D. João III para o Brasil, realizando a primeira tentativa de povoamento e valorização daquele território, primeiro com o sistema de capitanias e depois instituindo um governo geral., com Tomé de Sousa à frente.

2) Relações externas: Em nenhum outro reinado da 2.ª dinastia manteve Portugal uma tão grande actividade diplomática, como no de D. João III, e com a Espanha, de uma maneira intensa. Com a França, de maneira bastante delicada, devido à guerra de corso movida pelos marinheiros franceses aos navios mercantes de Portugal e consequentes represálias por parte da nossa marinha de guerra. Com a Santa Sé, orientando-se no fortalecimento de relações, conseguindo D. João III o estabelecimento do tribunal da Inquisição em Portugal e aderindo os bispos portugueses ao espírito da Contra‑Reforma. Mais dentro do campo económico, são de pôr em realce as relações estabelecidas com os países do Báltico e a Polónia, através da feitoria de Antuérpia.

3) Política interna: A linha absolutista acentua-se nitidamente com D. João III. Este governa apenas com o auxílio do secretário de Estado, António Carneiro e seus dois filhos Francisco e Pêro de Alcáçova Carneiro. A máquina administrativa foi-se estruturando com centenas de regimentos, alvarás e cartas. Todavia, o seu reinado conheceu gravíssimas crises económicas e recorreu-se aos empréstimos externos. Fomes, epidemias e sismos fizeram também a sua aparição frequente.

4) Política cultural: A protecção à cultura foi uma dominante deste monarca. À sombra da corte viveram homens como Gil Vicente, Garcia de Resende, Damião de Góis. A esta época estão ainda ligados nomes como os de Sá de Miranda, Bernadim Ribeiro, André Resende, Diogo de Teive, Pedro Nunes, Camões, João de Castro, João de Ruão e outros ainda. É feita uma reforma da Universidade portuguesa e cria-se um Colégio das Artes.

5) Sucessão ao trono: Apesar da numerosa prole nascida do casamento régio, é o único neto do tronco varonil, D. Sebastião, que irá suceder a D. João III. A morte tinha ceifado todos os filhos do monarca.

6) A figura: D. João III tem merecido juízos discordantes na sua acção governativa. Para alguns foi um fanático, para outros um hábil monarca. É certo que recebeu o império no seu apogeu e o deixou no descalabro, mas para além da sua acção pessoal que não foi brilhante, havia outras causas mais profundas que, de qualquer maneira, produziriam os mesmos efeitos.D. João III faleceu a 11 de Junho de 1557.

Fontes: www.arqnet.pt

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D. João III 1502 por António Mouro

D. João, enquanto Príncipe Herdeiro, no Tríptico dos Infantes; Mestre da Lourinhã
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Catarina de Áustria (Consorte de D. João III ), obra de António Mouro
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03 de Junho de 1537: Nasce D. João Manuel, Príncipe de Portugal, pai de D. Sebastião

D. João Manuel, príncipe herdeiro de Portugal, nasceu em Évora no dia  3 de Junho de 1537 e faleceu a  2 de Janeiro de 1554. D. João Manuel era filho de D. João III e de D. Catarina de Áustria, pais de uma prole de nove infantes que viriam a morrer consecutivamente. D. João Manuel nasceu Infante e tornou-se Príncipe herdeiro de Portugal em 1539 depois da morte na infância dos seus quatro irmãos mais velhos.  Em 11 de Janeiro de 1552 casou por procuração com a formosíssima D. Joana, filha de Carlos V e irmã do futuro Filipe II. O príncipe morre com 16 anos, sem a certeza de deixar descendência. Eram dois belos jovens que se amavam. A jovem princesa encontrava-se grávida do futuro Sebastião, o Desejado. E, para não inquietar o seu estado, durante dezoito dias, desde a morte do príncipe a 2 de Janeiro e o nascimento do filho a 20 do mesmo mês, a Corte simulou o trágico acontecimento e não se vestiu de luto. D. João era de saúde frágil, morreu de diabetes juvenil (diabetes tipo I, uma doença auto-imune).

Enviuvando, D. Joana regressa a Espanha a pedido do seu pai, que tencionava abdicar, confiando a educação do filho, com apenas três meses, à sua sogra Catarina de Áustria (que era também sua tia). Uma vez em Espanha, assumiu o cargo de regente do reino, em virtude do pai se achar ausente, assim como o irmão, Filipe II, que se encontrava em viagem pelos Países Baixos e pela Inglaterra, onde viria a casar com Maria Tudor.
Fontes: DHP
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D. João Manuel retratado por António Moro



D. Joana, consorte de D. João Manuel
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17 de Novembro de 1525: Morre D. Leonor de Lencastre, rainha de Portugal.

D. Leonor de Lencastre, D. Leonor de Portugal ou ainda Leonor de Viseu, nasceu a 2 de Maio de 1458, em Beja. Filha de D. Fernando, Duque de Viseu e de D. Beatriz era irmã de D. Manuel e D. Diogo.

A 22 de Janeiro de 1470, torna-se  Rainha de Portugal, pelo seu casamento com D. João II, o qual era seu primo direito e segundo, pelo lado paterno, e o mesmo pelo lado materno. De facto, tanto o rei como a rainha eram netos, cada qual, de dois filhos diferentes de D. João I e de D. Filipa de Lancastre. Deste casamento nasceram dois filhos, um que nasceu morto e D. Afonso que faleceu aos 16 anos num acidente a cavalo em 1491.

A Rainha D. Leonor foi grande protectora e impulsionadora das artes e letras em Portugal, tendo mandado imprimir algumas obras, nomeadamente: “O livro de Marco pólo – O livro de nicolau veneto – carta de um genoves mercador”, “Os actos dos apóstolos”, “Bosco Deleitoso”, “O espelho de Cristina”.Também protegeu Gil Vicente, que em várias obras a apelidou de “Rainha Velha”. Algumas das obras de Gil Vicente, como O Auto da Visitação, o Auto Pastoril Castelhano, o Auto dos Reis Magos, o Auto de S. Martinho, o Velho Óbidos, Um Sermão, o Auto da Índia – o processo de Vasco Abul, o Auto dos quatro tempos, o Auto da Sibila Cassandra, o Auto da Fama, o Auto da Alma, A Barca do Inferno, A Barca do Purgatório, A Barca da Glória, foram dedicadas à Rainha D. Leonor ou encomendadas por esta.

Em 1476, ficou como regente do reino, por D. João II ter de se ausentar em defesa do seu pai em Castela.

Como Rainha de Portugal, era detentora de terras como: Sintra, Torres Vedras, Óbidos, Alvaiázere, Alenquer, Aldeia Galega, Aldeia Gavinha, Silves, Faro, bem como Caldas da Rainha, que fundou. Tinha também direito a certos rendimentos: parte do açúcar produzido na ilha da Madeira, certos impostos pagos pelos judeus de Lisboa e pelas alfândegas do reino.

D. Leonor fundou os conventos da Madre de Deus e da Anunciada e a igreja de Nossa Senhora da Merceana, Igreja de Santo Elói, no Porto, o Convento de S. Bento, de Xabregas.

Esteve na origem da fundação do hospital termal das Caldas da Rainha, destinado a todos os que necessitassem de tratamento, sem distinção de classes sociais. Junto ao Hospital mandou construir também a Igreja de Nossa Senhora do Pópulo.

Ainda hoje as Caldas da Rainha mantêm como armas, o brasão da Rainha D. Leonor, ladeado à esquerda pelo seu próprio emblema (o camaroeiro) e, à direita, pelo emblema de D. João II (o pelicano).

A rainha D. Leonor teve ainda a ideia de fundar uma instituição, reunindo pessoas de boa vontade que ficariam encarregues de prestar assistência a quem precisava, ou seja, os mais pobres. Em 1498, sendo já viúva, ficou regente do Reino quando o seu irmão, D. Manuel I, se ausentou para Espanha. Uma das medidas que tomou como regente foi fundar as Misericórdias de Lisboa. Ao conjunto das regras definidas para o funcionamento desta instituição chamou-se Compromisso, porque as pessoas que aderiram se comprometiam a segui-las. Essas regras inspiravam-se em princípios fundamentais do cristianismo: amor ao próximo e entreajuda.

D. Leonor de Lencastre, destacava-se, pela formosura, inteligência e, sobretudo, pelo que sofreu e pelo bem que espalhou, Dona Leonor, a “Rainha dos sofredores”. Tinha a fisionomia suavíssima, marcada pelos olhos azuis e cabelos louros, herdados de sua bisavó, Dona Filipa de Lencastre.

A Rainha faleceu no dia 17 de Novembro de 1525 no Paço de Enxabregas. Quis ficar sepultada no Convento da Madre de Deus, numa campa rasa, num lugar de passagem, para que todos a pisassem, gesto de humildade que comoveu o Reino. Foi uma Rainha muito devota, tendo desejado e concretizado passar a viuvez num ambiente de piedade e por isso o seu biógrafo Frei Jorge de S. Paulo chama-lhe “A mais Perfeita Rainha que nasceu no Reino de Portugal”.


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Sabe quem foi o rei estiloso?

Questão: Caracteriza o estilo manuelino

Resposta: O estilo manuelino foi criado por D. Manuel I, um rei muito estiloso. O seu estilo ficou tão famoso que lhe deram o seu nome, estilo manuelino.



A história contada tal como ela é

Definição de estiloso: Que tem um estilo próprio que chama a atenção (por exemplo;  casaco estiloso, pessoa estilosa).

D. Manuel está associado a um estilo sim, um estilo ligado à arte!

D. Manuel I era filho do infante D. Fernando, irmão de D. Afonso V, e de D. Beatriz, infanta de Portugal. Nasceu em 1469, em Alcochete, e faleceu em 1521, em Lisboa. Subiu ao trono em 1495, após a morte de D. João II, seu primo e cunhado, de acordo com o testamento do falecido rei. O acidente que vitimou o herdeiro do trono (D. Afonso) conduziu a que fosse aclamado rei em Alcácer do Sal, em outubro de 1495.

Realizou três casamentos. O primeiro, em 1497, com D. Isabel, viúva do príncipe D. Afonso e herdeira da coroa de Espanha. D. Manuel, que mantivera até então uma política tolerante para com os judeus, foi forçado a aceitar por exigência da noiva (filha dos reis católicos) a condição matrimonial da expulsão daqueles, o que gerou graves consequências sociais. O segundo consórcio aconteceu, em 1500, com a infanta D. Maria de Castela (após a morte de D. Isabel, de parto), -deste casamento nasceram dez filhos, entre eles D. João, o futuro rei. De novo viúvo, casou, em 1518, com a infanta D. Leonor, irmã de Carlos V, tendo mais dois filhos.

Como político, teve sempre em conta o interesse nacional. Recebeu o governo exatamente no momento em que a Nação se preparava para alcançar a mais elevada projeção. Os vinte e seis anos do seu reinado conheceram grande atividade nos domínios das políticas interna, ultramarina e externa.  A política do rei D. Manuel I foi uma linha de continuação dos anteriores governos. Prosseguiu com as campanhas de exploração ultramarina portuguesa, expedições determinantes para a expansão do império e que levou às –“descobertas” do Brasil, por Pedro Álvares Cabral, em 1500; do caminho marítimo para a Índia, por parte de Vasco da Gama,em 1498; e das Molucas, pelo almirante Afonso de Albuquerque, em 1511.

No plano interno, D. Manuel I continuará a centralização do poder, somente reuniu as cortes quatro vezes durante o tempo em que reinou. Nas cortes de Montemor-o-Novo, no início do seu reinado, foram tomadas medidas que vão nesse sentido de centralização, como mandar confirmar as doações feitas, os privilégios e cartas de mercê. D. Manuel dedicou-se também às reformas de tipo tributário, legislativo e administrativo. Estas reformas foram fundamentais para configurar o Reino de Portugal como um estado moderno. O monarca mandou proceder a nova compilação das leis. Assim, entre 1512 e 1531, são publicadas as Ordenações Manuelinas que substituem as Afonsinas. Nas relações com os outros países, o rei tentou usar da maior habilidade e diplomacia, procurando manter-se neutral e não se envolvendo nas lutas do seu tempo. Ficou célebre, pela sua exuberância, numa comitiva que enviou ao papa Leão X em 1513.

Todas as suas reformas contribuíram para a constituição de um império português unificado, dono absoluto de alguns dos mais importantes monopólios comerciais para a época, e desenvolvendo assim um Estado rico e poderoso. O rei utilizou toda esta riqueza adquirida para apoiar a construção de edificações reais que deram conta da grandeza e do crescimento económico do império.

Durante o seu reinado, assistiu-se à implantação do chamado estilo manuelino, também designado como estilo gótico português tardio ou flamejante. As suas características principais são a exuberância das formas, implementadas sobretudo nas  áreas arquitetónica, decorativa e escultórica. Foi um tempo marcado por uma intensa atividade arquitetónica, nos domínios religioso e civil. A arquitetura do gótico -manuelino integra-se no modo típico de construção do gótico e desenvolve a tendência da arte final deste estilo para a não compartimentação e homogeneização dos espaços interiores. Esta característica explica a preferência típica do manuelino pelas igrejas-salão. A gramática decorativa do manuelino integra, além da heráldica, elementos marítimos como cordas, boias, âncoras, algas ou corais; - fazendo-se também uso de novos processos construtivos. Ainda que tivesse um carácter ornamental, o manuelino não pode ser reduzido a uma decoração com simbolismo marítimo associado aos Descobrimentos. O estilo manuelino foi desenvolvido em todo o território nacional, deixando importantes exemplos como a célebre janela do Convento de Cristo, em Tomar, e o Mosteiro dos Jerónimos, ou a Torre de Belém.

O rei D. Manuel I foi o primeiro monarca a utilizar o título de Senhor do Comércio, da Conquista e da Navegação da Arábia, Pérsia e Índia.

Fonte: D. Sebastião Desapareceu em Alcácer do Sal, de Isabel Moreira Brito, Manuscrito Editora
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13 de Dezembro de 1521: Morre D. Manuel I, "O Venturoso"

D. Manuel I - Autor desconhecido
O Terceiro casamento de D. Manuel I - Garcia Fernandes
Ficheiro:Xilogravura das Ordenações Manuelinas.png


Reprodução de uma xilogravura da edição de 1514 das Ordenações Manuelinas, impressa por João Pedro Buonhomini nas instalações de Valentim Fernandes, em Lisboa
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31 de Maio de 1469: Nasce D. Manuel I, "O Venturoso"

Monarca português, filho do infante D. Fernando, irmão de D. Afonso V, e de D. Brites, nasceu a 31 de maio de 1469, em Alcochete e faleceu a 13 de dezembro de 1521, em Lisboa. Décimo quarto rei de Portugal (1495-1521), é conhecido pelo cognome de "o Venturoso". Casou três vezes. Primeiro, em 1497, com D. Isabel, filha dos Reis Católicos e viúva do príncipe D. Afonso, filho de D. João II. Com a morte de D. Isabel, de parto, casou pela segunda vez, em 1500, com a infanta D. Maria de Castela, irmã de D. Isabel. Deste casamento nasceram vários filhos, entre eles D. João, o futuro rei, e D. Beatriz, duquesa de Saboia. Viúvo novamente, casou, em 1518, com a infanta D. Leonor, irmã de Carlos V.D. Manuel subiu ao trono em 1495, após a morte de D. João II, seu cunhado, de acordo com o testamento do falecido rei. Tal ficou a dever-se à morte do único filho legítimo de D. João, o príncipe D. Afonso, e à não aceitação de legitimação de um filho bastardo de D. João. Foi ainda possível porque tinham morrido os outros irmãos mais velhos de D. Manuel.No plano interno, D. Manuel I vai continuar a centralização do poder, mas de uma maneira mais sensata que D. João II. Logo nas Cortes de Montemor-o-Novo, no início do seu reinado, foram tomadas medidas que vão nesse sentido, como mandar confirmar as doações feitas, os privilégios e cartas de mercê; reformou os tribunais superiores. Por outro lado, só reuniu Cortes mais três vezes: em 1498, em 1499 e em 1502.Em 1496, obriga todos os judeus e mouros que não quisessem batizar-se a sair do país no prazo de dez meses, sob pena de confisco dos bens e condenação à morte.
Como as Ordenações Afonsinas estavam já desatualizadas, o rei mandou proceder a nova compilação das leis. Assim, entre 1512 e 1531, são publicadas as Ordenações Manuelinas. D. Manuel procede também à reforma dos forais, bem como da sisa e dos direitos alfandegários.
No que respeita à política ultramarina, quando sobe ao trono, em 1495, tinha-se dobrado já o Cabo da Boa Esperança e preparava-se a viagem marítima que levaria os portugueses até à Índia. D. Manuel deu continuidade a esses preparativos e em 5 de julho de 1497 partia de Lisboa uma armada chefiada por Vasco da Gama, que atingiu Calecute em 20 de maio de 1498. Estava consumada a descoberta do caminho marítimo para a Índia. Em 1500 manda D. Manuel uma outra armada à Índia, comandada por Pedro Álvares Cabral, que, desviando a rota mais para sudoeste, acaba por atingir as costas da Terra de Vera Cruz. Estava descoberto o Brasil, que se encontrava ainda nos nossos limites do Tratado de Tordesilhas, o que leva a supor que D. João II já tinha conhecimento destas terras aquando da assinatura do Tratado.D. Manuel decide enviar todos os anos uma armada à Índia, não só para consolidar o domínio português no Oriente como para ajudar na luta contra os inimigos dos portugueses naquelas paragens. Para poder impor a nossa presença, D. Francisco de Almeida foi para a Índia como vice-rei, tentando manter o monopólio da navegação e do comércio português na área, com certos apoios em terra, sendo Cochim o respetivo centro. Sucede-lhe Afonso de Albuquerque, que conquistou Goa, transformada então em capital do Estado da Índia, e manda proceder à exploração de outras terras daquelas paragens, chegando a Timor.No reinado de D. Manuel fizeram-se também viagens para ocidente, tendo-se atingido a Gronelândia e Labrador. No Norte de África prosseguiram algumas conquistas, como Safim e Azamor.Nas relações com os outros países, o rei tentou usar da maior habilidade e diplomacia, procurando manter-se neutral e não se envolvendo nas lutas do seu tempo. Ficou célebre, pelo seu fausto, uma comitiva que enviou ao papa Leão X em 1513.
A nível cultural, D. Manuel procedeu à reforma dos Estudos Gerais, criando novos planos de estudo e bolsas de estudo. É nesta época que surge o estilo manuelino, com motivos inspirados no mar e nas grandes viagens, em monumentos como o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém. É na sua Corte ainda que surge Gil Vicente.D. Manuel vem a falecer em 1521, estando sepultado no Mosteiro dos Jerónimos.
D. Manuel I. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
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25 de Outubro de 1495: Morre em Alvor, D. João II, "O Príncipe Perfeito"

D. João II de Portugal nasceu em Lisboa a  3 de Maio de 1455 e faleceu a  25 de Outubro de 1495. Foi cognominado O Príncipe Perfeito pela forma como exerceu o poder. Filho do rei Afonso V de Portugal, acompanhou o seu pai nas campanhas em África e foi armado cavaleiro na tomada de Arzila. Enquanto Afonso V enfrentava os castelhanos, o príncipe assumiu a direcção da expansão marítima portuguesa iniciada pelo seu tio-avô Infante D. Henrique.
Desde 1474 que dirigia a política atlântica, devendo-se à sua visão de governante, apesar de não ter ainda vinte anos, a instituição do mare clausum, princípio que estabelecia que o domínio dos mares estava ligado ao seu descobrimento. Na linha dessa política surge o tratado de Toledo de 1480, em que D. João II aceitando a partilha das terras do Atlântico pelo paralelo das Canárias, afasta a concorrência da Espanha em África e protege a mais tarde chamada rota do Cabo. Durante o seu reinado toda a costa ocidental da África foi navegada, dobrou-se o Cabo da Boa Esperança e preparou-se por terra com as viagens de Pêro da Covilhã e Afonso de Paiva, a viagem de Vasco da Gama à índia, a que o monarca já não assistiria. Em 1494, assina-se o tratado de Tordesilhas, dividindo-se a terra em duas zonas de influência, a atribuir a Portugal e à Espanha. Dentro da zona de influência portuguesa ficava o Brasil, o que permite supor que o monarca tinha conhecimento da existência dessas terras. 
No plano interno, a acção de João II orientou-se no sentido da centralização e fortalecimento do poder real, tendo reprimido duramente as conjuras dos nobres e abatido o poder das grandes casas do reino. De 1481 a 1485, são mortos ou presos D. Fernando, duque de Bragança, D. Diogo, duque de Viseu, D. Gutierres Coutinho, D. Pedro de Ataíde, Isaac Abravanel, D. Afonso, conde de Faro, D. Fernão da Silveira, Diogo Lourenço, Afonso Vaz, D. Álvaro, filho do duque de Bragança, Aires Pinto, bacharel João Afonso e José Abravanel. Tinha em grande conta a opinião dos povos, mas o seu conceito da autoridade real leva-o a só reunir cortes quatro vezes, durante o seu reinado. Quanto às relações externas, a sua actividade foi no sentido de criar laços de concórdia com os vários reinos, talvez com o intuito de se libertar de problemas que pusessem em dificuldades a política de expansão ultramarina. Alimentou o sonho de uma futura «monarquia ibérica», tendo conseguido contratar o casamento de seu filho D. Afonso com a primogénita dos Reis Católicos. A morte do infante veio, no entanto, deitar por terra estes planos. Manteve uma actividade diplomática intensa com vários países europeus, sendo de destacar a embaixada de Vasco de Lucena, enviada a Roma em 1485. 
A última fase do reinado de D. João II está marcada pelo problema da sucessão do trono. Com a morte do infante D. Afonso, procura o rei habilitar ao trono o bastardo D. Jorge. No seu testamento, todavia, nomeia seu sucessor D. Manuel, irmão da rainha. Morre no Algarve em 1495, aceitando alguns historiadores a hipótese de ter sido envenenado. O rei encontrava-se em Alvor, em casa de D. Álvaro de Ataíde, quando faleceu. Desenganado pelos médicos, sobre as suas hipóteses de salvação, organizou o próprio cenário da sua morte, ordenou a sua extrema-unção, e faleceu no dia 25 de Outubro de 1495, apenas com 40 anos, não sem antes pedir aos que o rodeavam que não o agoniassem com os seus prantos.
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D. Afonso V armando D. João II como cavaleiro, na cidade de Arzilapor Domingos Sequeira
D. João II, Iluminura no Livro dos Copos, c. 1490 a 1498
 https://www.youtube.com/watch?v=hVEMEp5zVLk
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12 de Maio de 1490: Morre Santa Joana Princesa, filha de D. Afonso V

Santa D. Joana de Portugal,  (também chamada Santa Joana Princesa embora oficialmente apenas seja reconhecida pela Igreja Católica como Beata) (6 de Fevereiro de 1452 — 12 de Maio de 1490) foi uma princesa portuguesa da Casa de Avis, filha do rei D. Afonso V e da sua primeira mulher, a rainha D. Isabel.

Membro da monarquia portuguesa , nasceu em Lisboa e tinha três anos quando a sua mãe faleceu, tendo sido entregue, juntamente com seu irmão, futuro D. João II, aos cuidados de D. Brites de Meneses. Recebeu uma educação humanista com a sua tia D. Filipa de Lencastre. A princesa, para além de contar com uma boa biblioteca, usufruiu da companhia de importantes letrados. Enquanto o seu pai e irmão combatiam em Arzila, foi-lhe confiada a regência do reino (1471). Quando regressaram, a princesa pediu ao rei para professar num mosteiro da sua escolha e entrou no mosteiro de Odivelas. Em 1472 D. Joana trocou o mosteiro de Odivelas pelo mosteiro dominicano de Jesus em Aveiro, após recusar veementemente várias propostas de casamento. Ainda assim, ela foi obrigada várias vezes a deixar o convento e voltar à corte. Ela recusou uma proposta de casamento de Carlos VIII de França, 18 anos mais novo que ela. Em 1485, ela recebeu outra oferta, do recém-viúvo Ricardo III de Inglaterra. No entanto, Ricardo morreu em combate, do qual Joana supostamente teve um sonho profético. Joana nunca chegou a professar votos de freira dominicana por ser princesa real e potencial herdeira do trono. No entanto viveu a maior parte da sua vida no Convento de Jesus de Aveiro, desde 1475 até à sua morte, seguindo em tudo a regra de vida e estilo das monjas.Tomou o hábito em 1475 sem professar votos solenes. O príncipe e o bispo D. Garcia convenceram-na a desligar-se dos votos de clausura. Iconograficamente surgem três coroas nas suas representações, simbolizando as suas sucessivas recusas de casamento.

O rei D. Afonso V proveu o mosteiro de muitos bens e em 1485 D. João II doou o senhorio de Aveiro à infanta, que por sua vez promoveu o alargamento dos bens pertencentes ao mosteiro. A princesa morreu em Aveiro no dia 12 de Maio de  1490. Foi beatificada em 1693.
Santa Joana Princesa. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014.
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Infanta D. Joana de Portugal, conhecida como Santa Joana Princesa
Chegada de D. Afonso V de Arzila, conversando com a filha - Manuel Ferreira e Sousa
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 D. Afonso V O AFRICANO
Nasceu a 15jan1432...Sintra
e morreu a 28aGOSTO1481...Sintra
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tem os seus restos mortais no Mosteiro da Batalha
e é pai do D.João II...o dos Descobrimentos
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28 de Agosto de 1481: Morre D. Afonso V, "O Africano"

Monarca português, filho de D. Duarte e de D. Leonor de Aragão, nasceu a 15 de Janeiro de 1432 em Sintra, onde também faleceu em 1481. Décimo segundo rei de Portugal (1438-1481), é conhecido pelo cognome de "o Africano".No reinado de D. Afonso V podemos demarcar bem três períodos. O primeiro vai desde a morte de seu pai (1438), D. Duarte, até à Batalha de Alfarrobeira (1449). Quando seu pai morreu, D. Afonso V tinha apenas 6 anos. Por testamento, ficou na regência a rainha D. Leonor, sua mãe, mas, como era estrangeira, tal facto não foi bem aceite pela burguesia e pelo povo, que preferia como regente o Infante D. Pedro, irmão de D. Duarte. A oposição entre as duas partes gera um período conturbado. D. Leonor é regente até às Cortes de 1439, em que o infante D. Pedro é eleito regente e D. Leonor é obrigada a exilar-se para Castela. Ao mesmo tempo, a educação de D. Afonso fica a cargo de seu tio, que era homem de grande cultura, conhecido como o "Infante das Sete Partidas" pelas inúmeras viagens que fez. D. Afonso terá assim uma esmerada educação humanística.Quando, em 1446, atinge a maioridade, realizam-se as Cortes de Lisboa e D. Afonso assume o governo do Reino, ainda que auxiliado pelo tio. Mas as intrigas de alguns nobres e elementos do clero vão turvar as relações entre D. Afonso e o tio, pelo que o rei dispensa os serviços deste em 1448. Mais tarde, em 1449, marcha contra o tio, enfrentando-o na Batalha de Alfarrobeira, que o Infante D. Henrique tentou evitar e onde D. Pedro é morto.Entretanto, em 1447, D. Afonso V casara com sua prima D. Isabel, filha do Infante D. Pedro, de quem tem três filhos, entre eles a Infanta D. Joana e o futuro rei D. João III. A rainha vem a morrer em 1455.Após a morte do infante D. Pedro, a alta nobreza e o alto clero fazem sentir cada vez mais a sua influência, havendo um recuo na ação centralizadora.
O segundo período do reinado caracteriza-se pelas campanhas no Norte de África, das quais advirá o cognome do monarca.
Em 1453 dá-se a queda de Constantinopla e o papa Calisto III, em 1456, apela a uma cruzada, a que D. Afonso V responde preparando um grande exército. Frustrada esta missão, D. Afonso retoma a campanha de África, parada desde a tragédia de Tânger, e, em 1458, toma Alcácer Ceguer, acabando finalmente por conquistar Tânger e Arzila, após vários fracassos, em 1471, e Larache. O seu título passa a ser "rei de Portugal e dos Algarves, de aquém e de além-mar em África".A acção vitoriosa em África sofre então uma interrupção, pois D. Afonso V dá um outro rumo à sua acção política. Entramos assim no último período, que é orientado para a política peninsular. D. Afonso entra na luta pelo trono de Castela, vago pela morte de Henrique IV, que estava casado com D. Joana de Portugal, sua irmã, e que vai redundar num grande fracasso. Estava em causa o direito à sucessão de sua sobrinha D. Joana, a Beltraneja, contra a reivindicação dos futuros Reis Católicos, Fernando e Isabel. Como D. Afonso V era viúvo, planeava casar com a sobrinha e assim unir os reinos de Portugal e Castela. Entre várias escaramuças dá-se a Batalha de Toro, em 1476, que lhe é desfavorável. Não podendo impor-se pelas armas, D. Afonso V desiste e, em 1479, celebra o Tratado de Alcáçovas, em que renuncia a quaisquer direitos à coroa de Castela e reconhece como reis de Castela os seus adversários.Outros factos importantes aconteceram durante o seu reinado. Assim, em 1446 são publicadas as Ordenações Afonsinas, que são a primeira compilação das leis do Reino e cujo trabalho começara já no reinado de D. Duarte.A ação dos Descobrimentos continuou igualmente no reinado de D. Afonso V, primeiro ainda sob a acção do infante D. Henrique, até 1460, ano da sua morte. Logo em 1439, o infante D. Henrique mandou povoar as ilhas dos Açores. Assim, Nuno Tristão atinge, em 1441, o Cabo Branco, em 1443, a baía de Arguim e, em 1444, a foz do Rio Senegal. Em 1456, são descobertas as ilhas do arquipélago de Cabo Verde e, em 1460, ano da morte do infante D. Henrique, atinge-se a Serra Leoa e as terras da Guiné.Em 1469, D. Afonso V concede o comércio da Guiné a Fernão Gomes, com a condição de descobrir todos os anos 100 léguas de costa, o que o levaria até à costa da Mina. Em 1471, descobre-se S. Tomé, Príncipe, Ano Bom. Em 1472, Álvaro Esteves passa o equador. Em 1474, João Vaz Corte Real chega à Terra Nova.Em 1476, ainda no período das lutas pela coroa de Castela, o soberano entregou o governo do reino ao príncipe D. João e futuro rei, que assim conseguiu pôr cobro à liberalidade de D. Afonso V.
D. Afonso V morreu em 1481 e jaz no Mosteiro da Batalha.
D. Afonso V. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
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Retrato de D. Afonso V





                      Retrato de D. Afonso V com cerca de 25 anos, por Georg von Ehingen (1428-1508). George von Ehingen foi um cavaleiro da Suábia que esteve no exército de D. Afonso V em Ceuta, em 1458-59
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23 de Outubro de 1458: D. Afonso V conquista a praça de Alcácer Ceguer.

Alcácer-Ceguer (Qasr al-Saghir, castelo pequeno em árabe ) é uma cidade marroquina situada no estreito de Gibraltar, entre Tânger e Ceuta. 

Foi conquistada por D. Afonso V a 23 de Outubro de 1458. Na empresa seguiam também o infante D. Henrique (que comandava a armada do Algarve), o infante D. Fernando, o marquês de Valença (que comandava a armada do Porto) e o marquês de Vila Viçosa. O rei, cuja nau se desviou com o vento para junto de Tânger ainda hesitou na cidade a conquistar, mas devido à persuasão do infante D. Henrique, que havia participado no desastre de Tânger em 1437, manteve-se a decisão de atacar Alcácer Ceguer. A conquista foi possível devido à superioridade da artilharia pesada portuguesa, e à decisão do rei de Fez, Abd al-Hakk, que quando estava a preparar um ataque a Tlemcen, fora avisado de que a frota de D. Afonso V estava à vista de Tânger. Indeciso sobre o alvo dos Portugueses, que poderia ser Tânger ou a capital, Fez, decidiu ir defender a última. 
A cidade de Alcácer Ceguer foi erguida no início da ocupação muçulmana do Magreb, cerca de 708. Durante o período almóada, foi um importante porto de embarque de tropas para a Península Ibérica. No entanto, quando foi conquistada pelos Portugueses, Alcácer não passava de um simples porto de corsários. Após a conquista, uma das primeiras preocupações do monarca foi o do reforço da sua fortificação, mandando construir uma couraça para defender o futuro desembarque de mantimentos e homens. Esta couraça voltou a ser alvo de obras de melhoramento no reinado de D. Manuel I. 
A mesquita da cidade foi transformada na igreja de Santa Maria da Misericórdia, outorgada à Ordem de Cristo por iniciativa do infante D. Henrique. Logo após a sua tomada, o rei de Fez tentou por duas vezes reavê-la. O primeiro cerco durou 53 dias e foi levantado a 2 de Janeiro de 1459. Contudo a guarnição da cidade, comandada por D. Duarte de Meneses (filho do primeiro capitão de Ceuta, D. Pedro de Meneses), conseguiu resistir e defender a praça. Abd al-Hakk voltou a cercar Alcácer entre 2 de Julho e 24 de Agosto de 1459. Durante este cerco, D. Duarte de Meneses mandou vir do reino a mulher e os filhos, que com alguma dificuldade, conseguiram furar o cerco e entrar dentro da praça. Esta atitude do capitão deu novo ânimo à guarnição sitiada, que não cedeu as defesas. 

A população da praça chegou a atingir as 800 pessoas, mas estava totalmente dependente do Reino para a sua manutenção. A conquista de Arzila e Tânger em 1471 significou a consolidação da presença portuguesa no norte de Marrocos, pelo que Alcácer Ceguer, que era uma praça pequena, perdeu a sua importância estratégica, quer para os portugueses quer para os muçulmanos.
No reinado de D. João III conclui-se que não se podia continuar a sustentar esta praça, que ainda por cima, era um alvo fácil para a artilharia muçulmana. Após quase duas décadas de discussão, Alcácer Ceguer foi abandonada em 1550.
Comprovando a sua pouca importância estrategicamente, a praça permaneceu abandonada, sendo hoje um importante campo arqueológico. O facto de não ter sofrido, para além do desgaste do tempo, modificações desde a presença portuguesa, torna-a um caso único de estudo. 
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Retrato de D. Afonso V com cerca de 25 anos, por Georg von Ehingen (1428-1508). George von Ehingen foi um cavaleiro da Suábia que esteve no exército de D. Afonso V em Ceuta, em 1458-59
O Infante D. Fernando
Projecto de couraça (muralha que protegia o acesso à água) para a praça-forte de Alcácer-Céguer (Diogo Boitaca)
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2 de Maio de 1458: Nasce D. Leonor de Lencastre, rainha de Portugal.

D. Leonor de Lencastre, D. Leonor de Portugal ou ainda Leonor de Viseu, nasceu a 2 de Maio de 1458, em Beja. Filha de D. Fernando, Duque de Viseu e de D. Beatriz era irmã de D. Manuel e D. Diogo.

A 22 de Janeiro de 1470, torna-se  Rainha de Portugal, pelo seu casamento com D. João II, o qual era seu primo direito e segundo, pelo lado paterno, e o mesmo pelo lado materno. De facto, tanto o rei como a rainha eram netos, cada qual, de dois filhos diferentes de D. João I e de D. Filipa de Lancastre. Deste casamento nasceram dois filhos, um que nasceu morto e D. Afonso que faleceu aos 16 anos num acidente a cavalo em 1491.

A Rainha D. Leonor foi grande protectora e impulsionadora das artes e letras em Portugal, tendo mandado imprimir algumas obras, nomeadamente: “O livro de Marco pólo – O livro de nicolau veneto – carta de um genoves mercador”, “Os actos dos apóstolos”, “Bosco Deleitoso”, “O espelho de Cristina”.Também protegeu Gil Vicente, que em várias obras a apelidou de “Rainha Velha”. Algumas das obras de Gil Vicente, como O Auto da Visitação, o Auto Pastoril Castelhano, o Auto dos Reis Magos, o Auto de S. Martinho, o Velho Óbidos, Um Sermão, o Auto da Índia – o processo de Vasco Abul, o Auto dos quatro tempos, o Auto da Sibila Cassandra, o Auto da Fama, o Auto da Alma, A Barca do Inferno, A Barca do Purgatório, A Barca da Glória, foram dedicadas à Rainha D. Leonor ou encomendadas por esta.

Em 1476, ficou como regente do reino, por D. João II ter de se ausentar em defesa do seu pai em Castela.

Como Rainha de Portugal, era detentora de terras como: Sintra, Torres Vedras, Óbidos, Alvaiázere, Alenquer, Aldeia Galega, Aldeia Gavinha, Silves, Faro, bem como Caldas da Rainha, que fundou. Tinha também direito a certos rendimentos: parte do açúcar produzido na ilha da Madeira, certos impostos pagos pelos judeus de Lisboa e pelas alfândegas do reino.

D. Leonor fundou os conventos da Madre de Deus e da Anunciada e a igreja de Nossa Senhora da Merceana, Igreja de Santo Elói, no Porto, o Convento de S. Bento, de Xabregas.

Esteve na origem da fundação do hospital termal das Caldas da Rainha, destinado a todos os que necessitassem de tratamento, sem distinção de classes sociais. Junto ao Hospital mandou construir também a Igreja de Nossa Senhora do Pópulo.

Ainda hoje as Caldas da Rainha mantêm como armas, o brasão da Rainha D. Leonor, ladeado à esquerda pelo seu próprio emblema (o camaroeiro) e, à direita, pelo emblema de D. João II (o pelicano).

A rainha D. Leonor teve ainda a ideia de fundar uma instituição, reunindo pessoas de boa vontade que ficariam encarregues de prestar assistência a quem precisava, ou seja, os mais pobres. Em 1498, sendo já viúva, ficou regente do Reino quando o seu irmão, D. Manuel I, se ausentou para Espanha. Uma das medidas que tomou como regente foi fundar as Misericórdias de Lisboa. Ao conjunto das regras definidas para o funcionamento desta instituição chamou-se Compromisso, porque as pessoas que aderiram se comprometiam a segui-las. Essas regras inspiravam-se em princípios fundamentais do cristianismo: amor ao próximo e entreajuda.

D. Leonor de Lencastre, destacava-se, pela formosura, inteligência e, sobretudo, pelo que sofreu e pelo bem que espalhou, Dona Leonor, a “Rainha dos sofredores”. Tinha a fisionomia suavíssima, marcada pelos olhos azuis e cabelos louros, herdados de sua bisavó, Dona Filipa de Lencastre.

A Rainha faleceu no dia 17 de Novembro de 1525 no Paço de Enxabregas. Quis ficar sepultada no Convento da Madre de Deus, numa campa rasa, num lugar de passagem, para que todos a pisassem, gesto de humildade que comoveu o Reino. Foi uma Rainha muito devota, tendo desejado e concretizado passar a viuvez num ambiente de piedade e por isso o seu biógrafo Frei Jorge de S. Paulo chama-lhe “A mais Perfeita Rainha que nasceu no Reino de Portugal”.

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09 de Setembro de 1438: D. Duarte, "O Eloquente", morre em Tomar

Filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, nasceu em Viseu a 31 de outubro de 1391 e faleceu em Tomar a 9 de setembro de 1438, vítima da peste. Décimo primeiro rei de Portugal (1433-1438), é conhecido pelo cognome de "o Eloquente". Casou com D. Leonor de Aragão em 1428.D. Duarte subiu ao trono em 1433, após a morte do pai, mas já desde 1412 que D. João I o associara ao governo do reino. D. Duarte vai dar continuidade à ação centralizadora de D. João I. Logo em 1434 reúne Cortes em Santarém, onde é promulgada a Lei Mental, assim chamada por já andar na mente de D. João, e que é um instrumento de centralização. Determinava que os bens doados pela coroa só podiam ser herdados pelo filho varão primogénito, o que permitiu à Coroa reaver muitas terras.
A nível interno, D. Duarte mandou proceder à compilação de toda a legislação do reino, que só estará concluída no reinado de D. Afonso V, daí ter o nome de Ordenações Afonsinas. D. Duarte reuniu Cortes mais três vezes apesar do seu curto reinado: em Évora, em 1435 e em 1436, e em Leiria, em 1438.A expansão marítima prossegue no reinado de D. Duarte, sob a influência do Infante D. Henrique. Neste domínio destaca-se Gil Eanes, que, em 1434, dobra o Cabo Bojador, um ponto lendário da época e que tanto terror causava aos marinheiros. Daí avança-se para Angra dos Ruivos, em 1435, e Afonso Baldaia, em 1436, atinge o Rio do Ouro e Pedra da Galé.Outro vetor político dominante deste reinado relacionou-se com a conquista do Norte de África. D. Duarte tinha participado na conquista de Ceuta, em 1415, onde foi armado cavaleiro. Já como rei, hesita em prosseguir essa política, mas é pressionado para a continuar, principalmente pelos seus irmãos D. Henrique e D. Fernando. Faz então os preparativos para a expedição a Tânger, tendo sido debatido, nas Cortes de Évora de 1436, um empréstimo para essa expedição. E em outubro de 1437 dá-se o ataque a Tânger, que resulta num grande fracasso. Os portugueses obtêm uma trégua para retirarem, sob a condição de devolverem Ceuta aos Mouros, tendo ficado prisioneiro, como refém, o infante D. Fernando. As condições impostas pelos Mouros foram debatidas nas Cortes de Leiria de 1438, tendo sido rejeitadas. Assim, D. Duarte teve de sacrificar o irmão (que morreu no cativeiro em 1443) aos interesses da Nação, o que muito o afetou.D. Duarte era um homem culto, como o comprova no seu Leal Conselheiro, um tratado de sabedoria da época, que revela conhecimento dos clássicos e dos doutores da Igreja e em que se nota uma grande pureza vocabular. Escreveu também a Arte de Bem Cavalgar Toda a Sela.
D. Duarte vem a morrer em Tomar, em 1438, vítima da peste, e jaz no Mosteiro da Batalha. Como o futuro rei, Afonso V, ainda era menor (tinha 6 anos), D. Duarte, por testamento, deixa o poder à rainha D. Leonor, até que aquele atinja a maioridade. No entanto, tal originou uma série de conflitos entre os partidários de D. Leonor e os do Infante D. Pedro (irmão de D. Duarte), que culminará na batalha de Alfarrobeira.
Fontes:D. Duarte (1391-1438). In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. 
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Ficheiro:Duarte-P.jpg
D. Duarte

Ficheiro:Edward III of England (Order of the Garter).jpg
Eduardo III de Inglaterra (bisavô materno de D. Duarte)
Ficheiro:Casamento João I e Filipa Lencastre.JPG

Os pais de D. Duarte: D.João I e D. Filipa de Lencastre
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25 de Maio de 1420: O Infante D. Henrique é designado governador da Ordem de Cristo.

Filho do rei D. João I e de D. Filipa de Lencastre, o infante D. Henrique nasceu na cidade do Porto no dia 4 de março de 1394, vindo a falecer em 1460. Ficou conhecido por o Navegador, mas foi-o de terra firme. O seu epíteto advém da forma como protegeu e instigou as primeiras viagens expansionistas, ficando para sempre ligado a este glorioso período da História de Portugal, sendo decisiva a sua ação no Norte de África e no Atlântico. A sua obra já era de então conhecida na Europa, como atesta uma carta escrita pelo sábio italiano Poggio Bracciolini ao Infante, em 1448-1449. O letrado italiano compara os seus feitos aos de Alexandre, o Grande, ou aos de Júlio César, enaltecendo-os ainda mais por serem conquistas de locais desconhecidos de toda a Humanidade.
D. Henrique era um homem muito poderoso, como o atesta o título de Infante, que usava em detrimento de duque. Seguindo a tradição da época, recebeu uma educação exemplar, mas profundamente religiosa. A sua moral enquadra-se dentro do moralismo puritano inglês, que se revela também nos escritos de seu pai e de seus irmãos, preocupados em emitir juízos morais e em dar conselhos. Também ele deixou conselhos escritos e um breve tratado de teologia. De entre os inúmeros cargos que exerceu foi "protetor" da Universidade de Lisboa, isto é, o procurador da instituição junto do rei, cargo de grande prestígio atribuído pelos reis apenas a figuras de grande importância social. Da sua ação dentro da Universidade destaca-se a renda que concedeu ao curso de Teologia. Fica ainda a dúvida sobre uma provável instituição da cadeira de Matemática ou de Astronomia, atribuição ligada a toda a mitologia criada em torno da sua pessoa. Na verdade, o seu interesse pela navegação terá permitido patrocinar uma escola de cartografia, trazendo de Maiorca um judeu chamado Jaime, conhecedor da ciência. Contudo, nada aponta ainda para o uso de instrumentos de navegação astronómica e para a invenção da carta plana, instrumentos depois necessários nas navegações atlânticas, nem para a existência de uma grande escola em Sagres. Tudo isto faz parte da auréola que se foi criando à sua volta.
De facto, aquilo que sabemos desta personagem enigmática foi-nos deixado por Gomes Eanes de Zurara, na Crónica da Guiné, onde o Infante é exaltado de forma quase sobrenatural ("príncipe pouco menos que divinal"). O cronista traça o seu retrato psicológico dando grande ênfase às suas qualidades virtuosas e pias, como a castidade e o facto de não beber vinho. Segundo o seu relato, D. Henrique não era avarento, era um trabalhador aplicado, que para dedicar o tempo necessário aos seus projetos suprimia as horas de repouso noturno. O seu feitio obstinado revela-se na teimosia em manter Ceuta, ainda que o preço a pagar tenha sido a liberdade do seu irmão, D. Fernando, depois cognominado popularmente de "Infante Santo". A D. Henrique se devem feitos como a tomada de Ceuta em parceria com seu pai e irmãos, embora também tenha participado no desastre de Tânger; a armada das Canárias; a guerra que os seus navios faziam aos infiéis, principalmente piratas; o povoamento das "descobertas" ilhas Atlânticas, particularmente notável na Madeira. Foi ele quem mandou vir da Sicília a cana-de-açúcar e os "técnicos" para supervisionarem o seu cultivo e a sua transformação, fazendo da Madeira uma importante região produtora de açúcar.

A sua figura foi guindada à galeria dos heróis nacionais entre finais do XIX e princípios do século XX, inserindo-se numa corrente nacionalista que desejava "reaportuguesar" Portugal. Aquando do centenário do seu nascimento, a cidade do Porto, liderada pela voz de Joaquim de Vasconcelos, tomou a iniciativa das comemorações de forma a rivalizar com a celebração lisboeta do centenário de Camões. A ideia era equiparar o espírito da cidade à coragem, energia e iniciativa do Príncipe Navegador, erguendo-lhe uma estátua e atribuindo o seu nome a uma rua. Este mesmo espírito nacionalista levou a que muitos artistas o retratassem e o esculpissem, ou que a ele dedicassem obras, como a de Manuel Barradas, segundo o qual o "Infante fora grande por ser a encarnação fanática de uma ideia".

 A 25 de Maio de 1420, a bula de Martinho V, In Apostolice Dignitatis Specula, nomeava o Infante, Administrador Geral da Ordem da Milícia de Jesus Cristo, «… na certeza de que, cometida a administração da dita Ordem ao Infante D. Henrique, os seus rendimentos serão aproveitados em benefício da fé cristã, da luta contra os infiéis e ainda na sua conservação e honra da própria Ordem».A Ordem Militar de Cristo foi instituída pelo Rei D. Dinis em 1318 e confirmada pela Bula Ad ea ex quibus dada pelo Papa João XXII em Avignon, em Março de 1319. A Bula foi emitida a pedido do Rei D. Dinis para que a Ordem criada sucedesse à Ordem do Templo, extinta em 1311 pelo Papa Clemente V.O momento fundamental para o futuro da Ordem surge com a nomeação do Infante D. Henrique, Duque de Viseu, como “governador e administrador”. O célebre Infante, senhor de grande parte das terras do Reino, não podia fazer voto de pobreza, tendo por isso sido criado o novo cargo.

Sendo função do Infante a administração dos bens da Ordem, não surpreende a utilização dos seus importantes recursos no grande desígnio nacional que eram então os Descobrimentos. A Cruz de Cristo, símbolo da Ordem, conquistou os mares desconhecidos, erguida nas velas das caravelas portuguesas, tornando-se um dos mais reconhecidos símbolos nacionais.

Outro facto que contribuiu para a sua notabilidade foi a divulgação, por Joaquim de Vasconcelos, dos painéis de S. Vicente de Fora, atribuídos a Nuno Gonçalves, onde o artista português Columbano identificara uma das personagens como sendo o Infante. O homem do chapeirão aparece também no manuscrito da Crónica da Guiné, de Zurara, conservado na Biblioteca de Paris, o que reforça esta ideia. Assim, o Infante D. Henrique passa a ser uma das personagens de eleição do nacionalismo português, que dominou durante o Estado Novo, representando a coragem, o dinamismo e o espírito empreendedor do povo português.
Infante D. Henrique. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
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Ficheiro:Henry the Navigator1.jpg
Representação do Infante num dos Painéis de São Vicente de Fora https://www.youtube.com/watch?v=ME7-PWebxyU
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03 de Maio de 1404: Morre o jurista João das Regras, figura decisiva na eleição de D. João I nas Cortes de Coimbra de 1385

Mestre ou Doutor João Anes das Regras ou simplesmente João das Regras nascido em Lisboa entre 1340 e 1345. Era filho de João Afonso das Regras ou de Aregas e de Sentil Esteves e, após o segundo casamento da sua mãe, enteado de Álvaro Pais.


O Dr. João das Regras estudou Leis e Direito em Bolonha, em cuja universidade dominavam as doutrinas favoráveis à realeza e à burguesia e de oposição ao poder feudal. Esta corrente favorecia o acesso a cargos públicos aos letrados burgueses em contraposição à grande nobreza feudal. 

Casou com Leonor de Acuña y Girón, filha de Martim Vasques da Acuña, 1º conde de Valencia de Campos, da qual teve uma única filha e herdeira, Branca da Acuña, Senhora de Cascais e Lourinhã, mulher de D. Afonso, Senhor de Cascais.


Nomeado reitor da Universidade de Lisboa, aquando da crise de 1383-1385 coloca-se ao lado do Mestre de Avis. Nas Cortes de Coimbra de 1385 vai ser o elemento fundamental da eleição do Mestre de Avis como rei de Portugal. Com a sua eloquência e bem elaborada argumentação, começa por declarar que o trono de Portugal está vago porque não havia herdeiros legítimos entre os candidatos. Em seguida apresentou os prós e os contras das várias candidaturas, concluindo que o Mestre de Avis era o único que merecia ser rei porque nele coincidiam todas as virtudes que um descendente real deveria ter. Muitos dos indecisos ficaram convencidos com tal argumentação e pronunciaram-se a favor de D. João I como rei de Portugal. Participou ainda na Batalha de Aljubarrota.Cumulativamente com o cargo de reitor vitalício da Universidade de Lisboa, João das Regras foi nomeado chanceler-mor até ao fim da sua vida. Dedicou-se à elaboração da nova legislação do reino, que visava o fortalecimento do poder real, estando na génese do que viria a ser a Lei Mental, publicada por D. Duarte.Veio a falecer em Lisboa, no dia 3 de maio de 1404.

João das Regras. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. 
wikipedia 



Cortes de Coimbra, 1385. João das Regras no uso da palavra, com o Mestre de Avis atrás de si.



Painel de Columbano Bordalo Pinheiro, na Sala dos Passos Perdidos,
retratando D. Dinis, João das Regras e D. João II
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29 de Setembro de 1402: Nasce D. Fernando, o Infante Santo

O Infante Santo, D. Fernando, 8.° filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre nasceu em Santarém a 29 de Setembro de 1402 e faleceu em Fez a 5 de Junho de 1443. O mais novo dos membros da Ínclita Geração era senhor da vila de Salvaterra de Magos e de Atouguia da Baleia.
Foi educado com extremos de afecto, porque parecia ao princípio extraordinariamente débil mas nem, por isso foram menos perfeitos e cultivados o seu espírito e o seu carácter. Era extremamente religioso e por morte de João Rodrigues de Sequeira, foi-lhe dado o cargo de perpétuo administrador e governador da ordem de Avis, e dispensado para o ter, como teve em comenda, por bula de Eugénio IV, do ano de 1434.
Em 1437 participou numa expedição militar ao Norte de África, comandada pelo irmão, o Infante D. Henrique. O rei (D. Duarte) terá entregue ao Infante D. Henrique uma carta com algumas recomendações úteis, que foram por algum motivo ignoradas. A campanha revelou-se um desastre e, para evitar a chacina total dos portugueses, estabeleceu-se uma rendição pela qual as forças lusitanas se retiram, deixando o infante como penhor da devolução de Ceuta (conquistada pelos portugueses em 1415). No entanto, o infante pareceu ter pressentido o seu destino, pois ao despedir-se do seu irmão D. Henrique, lhe terá dito "Rogai por mim a El-Rei, que é a última vez que nos veremos!". Primeiro foi encerrado numa torre, onde esteve alguns dias, depois foi transportado para Arzila onde terá estado 7 meses. No fim deste tempo foi levado para Fez, sendo tratado ora com todas as honras, ora como um condenado de baixa condição (sobretudo depois de uma tentativa de evasão gorada, subvencionada por Portugal). Daí escreve ao seu irmão D. Pedro, então regente do reino, um apelo, pedindo a sua libertação a troco de Ceuta. Mas a divisão verificada na Corte em torno deste problema delicado e diversas ocorrências ocorridas com os governadores da praça-forte levam a que D. Fernando assuma o seu cativeiro com resignação cristã e morra no cativeiro de Fez em 1443 — acabando assim o problema da devolução ou não de Ceuta por se resolver naturalmente. Pelo seu sacrifício em nome dos interesses nacionais, viria a ganhar o epíteto de Infante Santo. Durante o reinado de D. Afonso V, seu sobrinho, o seu corpo veio para Portugal. Esteve depositado em Lisboa no convento do Salvador, e dali se transferiu para o mosteiro da Batalha onde repousa ao lado dos pais e irmãos, na Capela do Fundador.
Fontes:www.arqnet.pt/
www.padraodosdescobrimentos
wikipédia


Um dos Painéis de São Vicente de Fora mostrando  D. Fernando
Efígie do Infante Santo no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa.

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4mar2019
by estóriasdahistória
 Casa do Infante e Praça do Infante
Nesta casa nasceu no dia 4 de março de 1394 o Infante D. Henrique.
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13 de Novembro de 1460: Morre o Infante D. Henrique, "O Navegador"












 Representação do Infante na Crónica dos Feitos de Guiné de Zurara
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/11/13-de-novembro-de-1460-morre-o-infante.html?fbclid=IwAR0cvbvQJgifKJyUGuAzloLqMaOvaxghN1XNdIEbrM85bhThlIbGlFdQ_J8
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04 de Março de 1394: Nasce no Porto o Infante D. Henrique, "O Navegador"

Filho do rei D. João I e de D. Filipa de Lencastre, o infante D. Henrique nasceu na cidade do Porto no dia 4 de março de 1394, vindo a falecer em 1460. Ficou conhecido por o Navegador, mas foi-o de terra firme. O seu epíteto advém da forma como protegeu e instigou as primeiras viagens expansionistas, ficando para sempre ligado a este glorioso período da História de Portugal, sendo decisiva a sua ação no Norte de África e no Atlântico. A sua obra já era de então conhecida na Europa, como atesta uma carta escrita pelo sábio italiano Poggio Bracciolini ao Infante, em 1448-1449. O letrado italiano compara os seus feitos aos de Alexandre, o Grande, ou aos de Júlio César, enaltecendo-os ainda mais por serem conquistas de locais desconhecidos de toda a Humanidade.
D. Henrique era um homem muito poderoso, como o atesta o título de Infante, que usava em detrimento de duque. Seguindo a tradição da época, recebeu uma educação exemplar, mas profundamente religiosa. A sua moral enquadra-se dentro do moralismo puritano inglês, que se revela também nos escritos de seu pai e de seus irmãos, preocupados em emitir juízos morais e em dar conselhos. Também ele deixou conselhos escritos e um breve tratado de teologia. De entre os inúmeros cargos que exerceu foi "protetor" da Universidade de Lisboa, isto é, o procurador da instituição junto do rei, cargo de grande prestígio atribuído pelos reis apenas a figuras de grande importância social. Da sua ação dentro da Universidade destaca-se a renda que concedeu ao curso de Teologia. Fica ainda a dúvida sobre uma provável instituição da cadeira de Matemática ou de Astronomia, atribuição ligada a toda a mitologia criada em torno da sua pessoa. Na verdade, o seu interesse pela navegação terá permitido patrocinar uma escola de cartografia, trazendo de Maiorca um judeu chamado Jaime, conhecedor da ciência. Contudo, nada aponta ainda para o uso de instrumentos de navegação astronómica e para a invenção da carta plana, instrumentos depois necessários nas navegações atlânticas, nem para a existência de uma grande escola em Sagres. Tudo isto faz parte da auréola que se foi criando à sua volta.
De facto, aquilo que sabemos desta personagem enigmática foi-nos deixado por Gomes Eanes de Zurara, na Crónica da Guiné, onde o Infante é exaltado de forma quase sobrenatural ("príncipe pouco menos que divinal"). O cronista traça o seu retrato psicológico dando grande ênfase às suas qualidades virtuosas e pias, como a castidade e o facto de não beber vinho. Segundo o seu relato, D. Henrique não era avarento, era um trabalhador aplicado, que para dedicar o tempo necessário aos seus projetos suprimia as horas de repouso noturno. O seu feitio obstinado revela-se na teimosia em manter Ceuta, ainda que o preço a pagar tenha sido a liberdade do seu irmão, D. Fernando, depois cognominado popularmente de "Infante Santo". A D. Henrique se devem feitos como a tomada de Ceuta em parceria com seu pai e irmãos, embora também tenha participado no desastre de Tânger; a armada das Canárias; a guerra que os seus navios faziam aos infiéis, principalmente piratas; o povoamento das "descobertas" ilhas Atlânticas, particularmente notável na Madeira. Foi ele quem mandou vir da Sicília a cana-de-açúcar e os "técnicos" para supervisionarem o seu cultivo e a sua transformação, fazendo da Madeira uma importante região produtora de açúcar.
A sua figura foi guindada à galeria dos heróis nacionais entre finais do século XIX e princípios do século XX, inserindo-se numa corrente nacionalista que desejava "reaportuguesar" Portugal. Aquando do centenário do seu nascimento, a cidade do Porto, liderada pela voz de Joaquim de Vasconcelos, tomou a iniciativa das comemorações de forma a rivalizar com a celebração lisboeta do centenário de Camões. A ideia era equiparar o espírito da cidade à coragem, energia e iniciativa do Príncipe Navegador, erguendo-lhe uma estátua e atribuindo o seu nome a uma rua. Este mesmo espírito nacionalista levou a que muitos artistas o retratassem e o esculpissem, ou que a ele dedicassem obras, como a de Manuel Barradas, segundo o qual o "Infante fora grande por ser a encarnação fanática de uma ideia".
Outro facto que contribuiu para a sua notabilidade foi a divulgação, por Joaquim de Vasconcelos, dos painéis de S. Vicente de Fora, atribuídos a Nuno Gonçalves, onde o artista português Columbano identificara uma das personagens como sendo o Infante. O homem do chapeirão aparece também no manuscrito da Crónica da Guiné, de Zurara, conservado na Biblioteca de Paris, o que reforça esta ideia. Assim, o Infante D. Henrique passa a ser uma das personagens de eleição do nacionalismo português, que dominou durante o Estado Novo, representando a coragem, o dinamismo e o espírito empreendedor do povo português.

Infante D. Henrique. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
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Representação do Infante num dos Painéis de São Vicente de Fora


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06 de Dezembro de 1383: D. João, Mestre de Aviz, apunhala o Conde de Andeiro

João Fernandes de Andeiro, 2.º Conde de Ourém, foi um fidalgo galego natural da Corunha . Apoiou o rei D. Fernando  quando este invadiu a Galiza, desejoso de alcançar o trono de Castela, e sendo a sorte adversa ao monarca português, parte para Inglaterra, onde se torna um homem de confiança de Duque de Lencastre.

Em Julho de 1372, tendo voltado de Inglaterra na companhia de um outro embaixador do Duque, o escudeiro Roger Hoor, encontra-se com D. Fernando perto de Braga . Deste encontro resultou o tratado de Tagilde.
No decurso das suas subsequentes viagens a Portugal, que passam a ser feitas em segredo a partir de 1373, apaixona-se por D. Leonor Teles, e teve com ela um romance quando o rei português já se encontrava muito doente e se começava a colocar o grave problema da sucessão (Crise de 1383-1385), em que a rainha viria a apoiar o lado castelhano e a sua filha, D. Beatriz. Os seus amores com a rainha e a sua ligação ao Partido Castelhano explicam o seu assassinato no dia 6 de Dezembro de 1383 pelo Mestre de Avis, que chefiava uma das facções na sucessão ao trono.

Embora o Mestre de Avis tenha ferido de morte João Fernandes de Andeiro, este só acabou por morrer após a estocada de Rui Pereira.

"O pagem do Mestre começou a ir a galope em cima do cavalo em que estava, dizendo altas vozes:
- Matam o Mestre! Matam o mestre nos paços da rainha. Acorrei ao Mestre que o matam.
[...] As gentes que isto ouviram, saíram à rua a ver que cousa era [...] e começavam de tomar armas, cada um como melhor podia. A gente era tanta que não cabiam pelas ruas principais e atravessavam lugares escusos, desejando cada um ser o primeiro. E perguntando uns aos outros quem matava o Mestre [...] Unidos num só desejo foram às portas do paço que estavam já fechadas e começaram a dizer:
- Onde mataram o Mestre? Que é do Mestre? Quem fechou estas portas?
De cima não faltava quem dissesse que o Mestre era vivo e o conde de Andeiro morto. Mas isto não queria nenhum crer, dizendo:
- Pois se é vivo, mostrai-no-lo e vê-lo-emos!
[...] Ali se mostrou o Mestre a uma grande janela que vinha sobre a rua e disse:
- Amigos: pacificai-vos, porque eu vivo e são estou, graças a Deus!

Fernão Lopes, "Crónica de D. João I"
(Adaptado)
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Ficheiro:Morte do Conde Andeiro.jpg
Morte do Conde Andeiro -Museu Nacional Soares dos Reis


D. João I
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D. Fernando...O Formoso
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Nasceu a 31ouTUbro1345...Coimbra
e morreu a 22ouTUbro1383...Lisboa
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22 de Outubro de 1383: Morre D. Fernando, "O Formoso"

Nono rei de Portugal e último da primeira dinastia, cognominado como o Formoso ou o Inconstante. 

Era filho de D. Pedro I e da rainha D. Constança. D. Fernando I de Portugal, nasceu em Coimbra no dia 31 de Outubro de 1345 e faleceu em Lisboa a  22 de Outubro de 1383Subiu ao trono com 22 anos, quando em Castela se disputava a coroa entre D. Pedro, filho legítimo de Afonso X e Henrique de Trastamara, um dos muitos bastardos do falecido rei com D. Leonor de Gusmão. Assassinado D. Pedro, D. Fernando abandonou a sua neutralidade e Portugal entrou numa sucessão de períodos de guerra e paz. 

D. Fernando alegando ser bisneto de Sancho IV, mas movido pela rivalidade comercial e marítima entre Lisboa e Sevilha, interveio nesse episódio peninsular. Foi reconhecido como rei em cidades do norte da Península, aliado ao rei mouro de Granada, atraiu a si D. Pedro IV de Aragão, propondo-lhe casamento com a sua filha D. Leonor. Em 1369 invade a Galiza mas D. Henrique II de Castela atravessa o Minho, apodera-se de Braga  cerca Guimarães e sai por Trás-os-Montes para ir em auxílio de Algeciras cercada pelo rei de Granada. 

Em 1371, com a intervenção do papa Gregório XI, os dois monarcas assinaram a paz de Alcoutim. D. Fernando comprometia-se a casar com D. Leonor, uma das filhas de Henrique II, porém ao casar com D. Leonor Teles não cumpria o tratado, o que  não teve consequências com Castela, pois Henrique II não se deu por ofendido, teve-as com a Nação a quem tal casamento não agradou. 

Surge então o duque de Lencastre que se apresentava como pertencente ao trono castelhano. A França apoiou o Trastamara, Portugal, o Duque de Lencastre. Nasceu aqui a expressão política da aliança luso-britânica, primeiro no tratado de Tagilde, depois o de Westminster, a 16 de Julho de 1373 assinado entre os reis de Portugal e de Inglaterra. Henrique II invade novamente Portugal a chega a Lisboa onde entra em Fevereiro de 1373. O Cardeal Guido de Bolonha intervém como medianeiro e em Santarém foram assinadas as condições humilhantes de um novo tratado. 

Em 1378, com o Grande Cisma do Ocidente que opõe ao papa de Roma o papa de Avinhão, D. Fernando envolve-se em nova guerra com Castela. A Inglaterra tomou partido por Roma, a França por Avinhão. D. Fernando oscilou entre um e outro papa. Entretanto, quebrada a paz com Castela recomeçam as escaramuças de um e outro lado da fronteira do Alentejo, sem que de ambos os lados se faça qualquer esforço para uma batalha decisiva que ninguém desejava. Em Agosto estabelecem-se negociações sem conhecimento da Inglaterra. 

Estas três guerras custaram a Portugal o preço de três derrotas e de três tratados de paz com cláusulas de vencido. Contudo, durante os períodos de paz, D. Fernando mostrou-se hábil com a sua política interna. São de salientar as suas medidas de fomento, como reparações de muitos castelos, a construção da nova muralha de Lisboa a do Porto, a criação do cargo de condestável, renovações de armamento, a promulgação da lei das Sesmarias, para defesa da agricultura, defesa da marinha mercante, numa série de medidas de grande alcance, o grande impulso dado à Universidade que foi transferida para Lisboa, além de outras que o revelaram como um rei de excelente visão administrativa.

Quando D. Fernando morreu em 1383, a linha da dinastia de Borgonha chega ao fim. D. Leonor Teles é nomeada regente em nome da filha e de D. João de Castela, mas a transição não será pacífica. Respondendo aos apelos de grande parte dos Portugueses para manter o país independente, D. João, mestre de Aviz e irmão bastardo de D. Fernando, declara-se rei de Portugal. O resultado foi a crise de 1383-1385, um período de interregno, onde o caos político e social dominou. D. João  tornou-se no primeiro rei da Dinastia de Aviz em 1385.
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O Rei D. Fernando I
Túmulo gótico de D. Fernando I, actualmente no Convento do Carmo, em Lisboa.
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6.º rei

07 de Janeiro de 1325: Morre D. Dinis, " o Rei-Poeta", " o Lavrador"

Sexto rei de Portugal, filho de D. Afonso III e de D. Beatriz de Castela, nasceu a 9 de outubro de 1261 e faleceu a 7 de janeiro de 1325. Foi aclamado rei em Lisboa, em 1279, tendo governado durante 46 anos. Casou em 1282 com D. Isabel de Aragão (a rainha Santa Isabel); a rainha teria também um papel importante ao longo deste reinado, não só pelas suas ações de caridade mas, sobretudo, pela sua atuação ao lado do rei na política externa, e entre ele e o filho aquando das lutas entre ambos.

Foi o primeiro rei a não ter que se preocupar com a expansão territorial. Procurou lutar contra os privilégios que, de alguma forma, iam contra a sua autoridade. Em 1282 estabeleceu que todas as apelações de quaisquer juízes só poderiam fazer-se para o rei. Recorreu a inquirições em 1284, tendo havido outras ao longo do seu reinado. Procurou um acordo com a Igreja, acordo que viria a ser estabelecido por concordata em 1290. Proibiu às Ordens e aos clérigos a aquisição de bens de raiz, mas procurou também defender a Igreja dos abusos resultantes do sistema do padroado. Apoiou os cavaleiros da Ordem de Sant'Iago ao separarem-se do seu mestre castelhano, e salvou a dos Templários em Portugal, dando-lhe nova existência sob o nome de Ordem de Cristo.

Entrou em guerra com Castela em 1295, a qual só veio a terminar pelo Tratado de Alcanises, lavrado na vila castelhana do mesmo nome em 12 de setembro de 1297. Por este tratado previa-se uma paz de 40 anos, amizade e defesa mútuas. Foram também estabilizadas as fronteiras em zonas nevrálgicas como a Beira e o Alentejo, com exceção de pequenas áreas que rapidamente se viriam a integrar no reino.

Desenvolveu as feiras, criando as chamadas feiras francas ao conceder a várias povoações diversos privilégios e isenções. Protegeu as exportações para os portos da Flandres, Inglaterra e França; em 1308 celebrou um tratado de comércio com o rei de Inglaterra e instituiu definitivamente a marinha portuguesa.

Foi, no entanto, a agricultura que mais o interessou (daí o seu cognome, "o Lavrador"). Procurou interessar toda a população na exploração das terras, facilitando a sua distribuição. No Entre Douro e Minho dividiu as terras em casais, cada casal vindo mais tarde a dar origem a uma povoação. Em Trás-os-Montes o rei adotou um regime coletivista; as terras eram entregues a um grupo que repartia entre si os encargos, determinados serviços e edifícios eram comunitários, tais como o forno do pão, o moinho e a guarda do rebanho. Na Estremadura a forma de povoamento dominante foi a que teve por base o imposto da jugada; outros tipos de divisão foram também utilizados, como, por exemplo, a parceria.

Ele próprio poeta, D. Dinis deu também um grande impulso à cultura. Ordenou o uso exclusivo da língua portuguesa nos documentos oficiais. Fundou em Lisboa, em 1290, um Estudo Geral (Universidade) no qual foram desde logo ensinadas as Artes, o Direito Civil, o Direito Canónico e a Medicina. Mandou traduzir importantes obras, tendo sido a sua Corte um dos maiores centros literários da Península.
D. Dinis. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
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D. Dinis e Rainha Santa Isabel
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08 de Fevereiro de 1291: Nasce D. Afonso IV, "O Bravo"

Cognominado "o Bravo", foi o sétimo rei de Portugal, reinando de 1325 a 1357. Filho de D. Dinis e de D. Isabel de Aragão, nasceu em Lisboa a 8 de Fevereiro de 1291, casou em 1309 com D. Beatriz, filha de Sancho IV de Castela e da rainha D. Maria, e faleceu, também em Lisboa, a 28 de Maio de 1357.Por não suportar a predileção de D. Dinis por D. Afonso Sanches (filho bastardo de D. Dinis, mas mais velho que o herdeiro da Coroa) e temendo que este lhe roubasse o trono, revoltou-se, ainda infante, contra seu pai, tendo lançado por diversas vezes o reino na guerra civil. Subiu ao trono em 1325, por morte de D. Dinis, e logo convocou Cortes para Évora, onde manteve a decisão de desterro e perda de todos os haveres para o meio-irmão. D. Afonso Sanches invadiu Portugal e só pela mediação de D. Isabel foi conseguida a paz entre os dois irmãos.D. Afonso IV declarou guerra a D. Afonso XI de Castela, seu genro, devido aos maus tratos que este infligia a D. Maria sua esposa e ainda porque este reteve em Castela D. Constança, esposa do sucessor ao trono de Portugal. A ameaça muçulmana levou os dois monarcas a assinarem a paz, tendo os exércitos cristãos derrotado os Mouros na célebre batalha do Salado, em 30 de Outubro de 1340.D. Afonso IV empenhou-se também em impulsionar a marinha, tendo sido no seu reinado realizadas as primeiras viagens às Canárias.
Reforçou a administração pública e reorganizou a universidade, transferindo-a de Coimbra para Lisboa.O final do seu reinado foi, contudo, perturbado com alguns problemas; em 1343 houve no reino grande carestia de cereais, em 1347 ocorreu um sismo que abalou Coimbra, tendo causado enormes prejuízos, e em 1348 a peste negra, vinda da Europa, assola o País. De todos os problemas foi a peste o mais grave, vitimando grande parte da população e causando grande desordem no reino. O rei reagiu prontamente, tendo promulgado legislação a reprimir a mendicidade e a ociosidade.Um outro facto marcou ainda o final do reinado de D. Afonso IV: foi ele o assassínio de D. Inês de Castro. Este facto provocou a rebelião de D. Pedro, que declarou guerra a seu pai. Em 15 de Agosto de 1356 assinou o príncipe um acordo em Canaveses onde se comprometia a esquecer o passado e a perdoar aos intervenientes na luta.

D. Afonso IV. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
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 D. Afonso IV de Portugal - The Portuguese Genealogy (Genealogia dos Reis de Portugal).png
Afonso IV na Genealogia dos Reis de Portugal(António de Holanda, 1530–1534)
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4.º rei
D. Sancho II
Porquê Capelo?
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04 de Janeiro de 1248: Morre, D. Sancho II, "o Rei Capelo"

Cognominado "o Rei Capelo", foi o quarto rei de Portugal (1223-1245). Nasceu em Coimbra em Setembro de 1209 e faleceu em Toledo em 4 de Janeiro de 1248. Filho de D. Afonso II e de D. Urraca, subiu ao trono em Março de 1223. Era indicado como herdeiro no testamento de D. Afonso II, muito embora a ordem de sucessão fosse já então um facto. Casou, cerca de 1240, com D. Mécia Lopes, neta de Afonso IX de Leão e viúva de Álvaro Peres de Castro. Deste casamento não houve descendência.Tendo D. Sancho herdado o trono aos 13 anos, o governo do reino esteve primeiramente a cargo de ricos-homens que apressaram o pequeno rei a regularizar as relações com a Igreja. Foi elaborada uma concórdia com a igreja e, finalmente, resolvido o problema com as infantas, irmãs de D. Afonso II. Depois de resolvidas estas questões procurou D. Sancho II dedicar-se à administração do País, concedendo forais a diversas povoações. Iniciou, também, uma nova fase de expansão territorial, que durou todo o seu reinado e terminou apenas com D. Afonso III.Aproveitando-se das lutas que Afonso IX de Leão mantinha com os Mouros, o monarca iniciou uma campanha no Alentejo em 1226. Entre este ano e 1239 conquistou todo o Alentejo, tendo, para tal, muito contribuído a acção da Ordem de Sant'Iago. Esta Ordem militar recebeu como pagamento dos serviços prestados diversas povoações, tais como Aljustrel, Sesimbra, Aljafar de Pena, Mértola, Aiamonte e Tavira.Apesar desta excelente actuação militar, o rei, no que concerne à administração, revelou-se fraco e indeciso, de tal modo que aquela se tornou desleixada e descuidada. Os nobres abusavam pela sua prepotência de vencedores, os bispos aproveitavam os distúrbios causados por aqueles para se imiscuírem na vida pública e política. A luta entre homens da Igreja e ricos-homens tornou-se quase permanente. Também as ordens monásticas reclamaram dos abusos por parte dos nobres. O bispo do Porto, Martinho Rodrigues, queixou-se ao papa de que o rei usurpava o direito de jurisdição sobre a cidade, que dependia da Sé. O papa admoestou o rei, que pareceu submeter-se. Também o bispo de Lisboa se revoltou contra o rei, acusando-o de ofender as liberdades religiosas. Mais uma vez o papa recorreu a admoestações. Contudo, quando em 1238 outras queixas, do novo bispo do Porto, se levantaram contra o rei, o bispo de Salamanca lançou um interdito que o papa confirmou. Todas estas queixas mostram a desordem que grassava no reino devido às constantes brigas entre nobres e clero, brigas que o rei se mostrava incapaz de sanar.Todas estas queixas por parte do clero foram ainda agravadas por intrigas alimentadas pelo príncipe D. Afonso, que desde 1238 vivia em Bolonha. No concílio de Lião, prelados e nobres portugueses descreviam a desordem do reino em termos tais que deles se pode inferir a deposição do rei. A resposta por parte do papa foi uma bula onde dizia dever incumbir-se da restauração do reino alguém ativo e prudente, e que esse alguém poderia ser D. Afonso. Numa assembleia de prelados e nobres portugueses, reunida em Paris, D. Afonso jurou que guardaria e faria guardar todos os privilégios, foros e costumes dos municípios, cavaleiros, peões, religiosos e clérigos seculares do reino. Em finais de 1245 ou nos princípios do ano seguinte, o conde de Bolonha desembarcou em Lisboa. Da luta entre partidários do rei e de D. Afonso saiu vitoriosa a fação de D. Afonso. D. Sancho II retirou-se para Toledo, onde viria a falecer pouco tempo depois.

D. Sancho II. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
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16 de Fevereiro de 1279: Morre D. Afonso III, "O Bolonhês"

Quinto rei de Portugal (1245-1279), "o Bolonhês" nasceu provavelmente em Coimbra, a 5 de maio de 1210. Segundo filho de D. Afonso II e de D. Urraca, partiu em 1227 para França, onde frequentou a corte de Luís IX, tendo disso muito beneficiado. Casou em 1238 com D. Matilde, condessa de Bolonha, viúva de Filipe-o-Crespo. Chegou a Lisboa em finais de 1245 ou princípios de 1246. Com os títulos de visitadorcurador e defensor do reino, foi aclamado rei após ter vencido pela força das armas o seu irmão D. Sancho II. O facto de maior destaque do seu reinado foi a conquista definitiva do Algarve. Em março de 1249 foi conquistada a cidade de Faro. Os freires de Sant'Iago e Calatrava tiveram aí um papel determinante, tendo-lhes sido confiada a empresa de concluírem a conquista. A conquista do Algarve levou, contudo, a graves discórdias com Castela. As pazes foram inicialmente alcançadas com o casamento de D. Afonso III com D. Beatriz, filha ilegítima de Afonso X (após o papa ter anulado o casamento com D. Matilde por esta ser estéril), mas o problema só foi definitivamente resolvido pelo Tratado de Badajoz, de 16 de fevereiro de 1267. Por este tratado ficou definido que seria o Guadiana, desde a confluência do Caia até à foz, a fronteira luso-castelhana. D. Afonso III foi também um bom administrador, fundou povoações, restaurou, repovoou e mandou cultivar inúmeros lugares arruinados, e concedeu numerosos forais. Estabeleceu Lisboa como capital do reino. Reuniu Cortes em Leiria, em 1254, as primeiras em que participaram representantes dos concelhos. As Cortes de Coimbra de 1261 foram também importantes, pois nelas foi reconhecido ao rei o direito de cunhar moeda fraca. Procedeu a inquirições em 1258, revelando as respetivas atas os inúmeros abusos praticados pelas classes privilegiadas. Legislou para reprimir estes abusos. Estas leis provocaram a imediata reação do clero, que apelou para Roma. Só a proximidade da morte levou o rei a recuar, tendo jurado submissão à Santa Sé em janeiro de 1279. Faleceu em 16 de fevereiro do mesmo ano, tendo sido sepultado em Alcobaça.
Fontes: Infopédia
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24 de Julho de 1245: Inocêncio IV retira a autoridade real a Sancho II de Portugal. Sucede-lhe o irmão, Afonso III.

Cognominado "o Rei Capelo", foi o quarto rei de Portugal (1223-1245). Nasceu em Coimbra em 1209 e faleceu em Toledo em 4 de Janeiro de 1248. Filho de D. Afonso II e de D. Urraca, subiu ao trono em Março de 1223. Era indicado como herdeiro no testamento de D. Afonso II, muito embora a ordem de sucessão fosse já então um facto. Casou, cerca de 1240, com D. Mécia Lopes, neta de Afonso IX de Leão e viúva de Álvaro Peres de Castro. Deste casamento não houve descendência.Tendo D. Sancho herdado o trono aos 13 anos, o governo do reino esteve primeiramente a cargo de ricos-homens que apressaram o pequeno rei a regularizar as relações com a Igreja. Foi elaborada uma concórdia com a igreja e, finalmente, resolvido o problema com as infantas, irmãs de D. Afonso II. Depois de resolvidas estas questões procurou D. Sancho II dedicar-se à administração do País, concedendo forais a diversas povoações. Iniciou, também, uma nova fase de expansão territorial, que durou todo o seu reinado e terminou apenas com D. Afonso III.Aproveitando-se das lutas que Afonso IX de Leão mantinha com os Mouros, o monarca iniciou uma campanha no Alentejo em 1226. Entre este ano e 1239 conquistou todo o Alentejo, tendo, para tal, muito contribuído a acção da Ordem de Sant'Iago. Esta Ordem militar recebeu como pagamento dos serviços prestados diversas povoações, tais como Aljustrel, Sesimbra, Aljafar de Pena, Mértola, Aiamonte e Tavira.Apesar desta excelente actuação militar, o rei, no que concerne à administração, revelou-se fraco e indeciso, de tal modo que aquela se tornou desleixada e descuidada. Os nobres abusavam pela sua prepotência de vencedores, os bispos aproveitavam os distúrbios causados por aqueles para se imiscuírem na vida pública e política. A luta entre homens da Igreja e ricos-homens tornou-se quase permanente. Também as ordens monásticas reclamaram dos abusos por parte dos nobres. O bispo do Porto, Martinho Rodrigues, queixou-se ao papa de que o rei usurpava o direito de jurisdição sobre a cidade, que dependia da Sé. O papa admoestou o rei, que pareceu submeter-se. Também o bispo de Lisboa se revoltou contra o rei, acusando-o de ofender as liberdades religiosas. Mais uma vez o papa recorreu a admoestações. Contudo, quando em 1238 outras queixas, do novo bispo do Porto, se levantaram contra o rei, o bispo de Salamanca lançou um interdito que o papa confirmou. Todas estas queixas mostram a desordem que grassava no reino devido às constantes brigas entre nobres e clero, brigas que o rei se mostrava incapaz de sanar.Todas estas queixas por parte do clero foram ainda agravadas por intrigas alimentadas pelo príncipe D. Afonso, que desde 1238 vivia em Bolonha. No concílio de Lião, prelados e nobres portugueses descreviam a desordem do reino em termos tais que deles se pode inferir a deposição do rei. A resposta por parte do papa foi uma bula onde dizia dever incumbir-se da restauração do reino alguém ativo e prudente, e que esse alguém poderia ser D. Afonso.  A 24 de julho de 1245, a Bula Grandi non immerito depõe oficialmente Sancho II do governo do reino, e Afonso torna-se regente. Numa assembleia de prelados e nobres portugueses, reunida em Paris, D. Afonso jurou que guardaria e faria guardar todos os privilégios, foros e costumes dos municípios, cavaleiros, peões, religiosos e clérigos seculares do reino. Em finais de 1245 ou nos princípios do ano seguinte, o conde de Bolonha desembarcou em Lisboa. Da luta entre partidários do rei e de D. Afonso saiu vitoriosa a facção de D. Afonso. D. Sancho II retirou-se para Toledo, onde viria a falecer pouco tempo depois.
D. Sancho II. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
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D. Sancho II


Martim de Freitas, alcaide de Coimbra, faz abrir o túmulo de Sancho II para verificar a sua morte Caetano Moreira da Costa Lima
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26 de Março de 1211: Morre D. Sancho I, "O Povoador"

Segundo rei de Portugal (1185-1211), filho de D. Afonso Henriques e de D. Mafalda, foi cognominado "o Povoador". Nasceu em 11 de  Novembro de 1154, em Coimbra, e morreu em 26 de  Março de 1211 na mesma cidade. Casou em 1174 com D. Dulce de Aragão, filha de Raimundo Béranger IV. Subiu ao trono em  Dezembro de 1185 por morte de D. Afonso Henriques. Foi iniciado na vida militar aos 12 anos, tendo chefiado uma expedição a Cidade Rodrigo contra Fernando II que se saldou por um fracasso. Foi armado cavaleiro em 15 de  Agosto de 1170, na cidade de Coimbra, logo após o acidente de D. Afonso Henriques em Badajoz. Participou desde então no exercício do poder político, talvez devido à incapacidade física do rei. O povoamento das terras abandonadas foi uma das suas principais preocupações.

Para alcançar este objectivo desenvolveu as instituições municipais e concedeu diversos forais, principalmente na Beira e em Trás-os-Montes: Gouveia (1186), Covilhã (1186), Viseu (1187), Bragança (1187), etc. Entre os anos de 1192 e 1195 receberam também forais
Penacova, Marmelar, Pontével, Povos e S. Vicente da Beira. Os concelhos fronteiriços receberam privilégios particulares, tais como isenção de trabalhar na construção de castelos e muros, isenção do pagamento dos impostos de portagem e de colheita. A criação dos concelhos, para além do contributo que deu para o melhoramento económico e social, trouxe também vantagens de ordem militar e financeira, pois promoveu o aumento do número de combatentes que não recebiam soldo.

Fixaram-se também em Portugal neste período numerosos colonos estrangeiros. As ordens religiosas, nomeadamente as militares, receberam de D. Sancho inúmeras concessões de terras e castelos. O monarca aproveitou a passagem pelo porto de Lisboa dos cruzados da terceira cruzada, na primavera de 1189, para atacar o Algarve. Tomou o castelo de Alvor e atacou Silves (que era na época uma das mais populosas e cultas cidades do ocidente peninsular). Foi acordado que a cidade seria para os portugueses e o saque para os cruzados. Após uma rápida conquista dos subúrbios, portugueses e cruzados depararam-se com uma encarniçada resistência que durou 43 dias. D. Sancho I passou então a intitular-se rei de Portugal e dos Algarves. Durou pouco tempo esta conquista, já que em 1190 Iacub Almançor cercou a cidade de Silves com um exército e com outro atacou Torres Novas, que apenas conseguiu resistir durante 10 dias. Torres Novas foi, pouco depois, restituída pelos muçulmanos, mas estes, entusiasmados com a reconquista de Silves, reconquistaram também Alcácer, Palmela e Almada. D. Sancho envolveu-se também nos conflitos entre Leão e Castela, entrando em guerra com Leão em 1196 e 1199. Durante o seu reinado, deterioraram-se as boas relações com a Santa Sé, primeiro por tentar furtar-se ao pagamento do censo anual de dois marcos-ouro, depois por ter entrado em litígio com o bispo do Porto aquando do casamento do herdeiro do trono com D. Urraca, filha de Afonso VIII. O papa Inocêncio III incumbiu o bispo de Samora de anunciar a pena de excomunhão a D. Sancho e àqueles que tinham retido o bispo. O monarca português entrou também em conflito com o bispo de Coimbra, tendo sido por isso admoestado pelo papa. Ao sentir aproximar-se a sua morte, reconciliou-se com os prelados e aceitou as exigências do papa. Segundo o estudioso Jaime Batalha Reis, iniciou-se no reinado de D. Sancho I a amoedação do ouro, que para outros autores terá surgido anteriormente. O trabalho administrativo continuou a fazer-se na Câmara Régia que funcionava no Paço, tal como no reinado anterior, estando todo o trabalho a cargo de um só homem, o chanceler. Neste reinado sabe-se que alguns portugueses frequentaram universidades estrangeiras e que um grupo de juristas conhecia o Direito que se ministrava na escola de Bolonha. Também o rei foi poeta e em 1192 concedeu ao mosteiro de Santa Cruz 400 morabitinos para que se mantivessem em França os monges que lá quisessem estudar.

Nos últimos tempos de vida D.Sancho, alterou profundamente a sua postura no que ao relacionamento com outra pessoas dizia respeito.
Provavelmente o temor da morte provocou essa mudança, muito embora ao que parece tenha padecido de doença durante muito tempo, o pressentimento do seu fim deverá ter conduzido à alteração referida. Alguns cronistas da época atestaram que D.Sancho I morrera de "melancolia", que contrariamente a conceitos mais modernos, no século XIII, subordinado à teoria dos humores de Hipócrates, definia-se melancólico como alguém que sofria de excesso de bílis negra, identificada como característico das pessoas com grandes picos variáveis entre a euforia e a depressão, o que hoje se consideraria um bipolar. 


Fontes: D. Sancho I. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. 
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Ficheiro:SanchoI-P.jpg
D. Sancho I
Ficheiro:2- Rainha D. Dulce.jpg


D. Dulce, rainha consorte de D. Sancho I
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23 de Abril de 1185: Nasce D. Afonso II,cognominado" O Gordo"," O Gafo" ou "O Crasso"

Terceiro rei de Portugal (1211-1223), filho de D. Sancho I e da rainha D. Dulce, nasceu em Coimbra a 23 de Abril de 1185 e faleceu a 25 de Março de 1223. Casou com D. Urraca, infanta de Castela, e subiu ao trono em finais de Março de 1211. Recebeu o cognome de "o Gordo". Não tinha vocação militar, por isso abandonou a política de expansão territorial, preocupação dominante até então, para procurar dotar o país de uma conceção moderna da função do Estado, do rei e da unidade nacional. Com tais objectivos, logo que subiu ao trono, em 1211, convocou Cortes para Coimbra. Destas saiu a primeira colectânea de leis gerais do país, que mostram desde logo a ação centralizadora do rei na oposição aos abusos das classes privilegiadas. Foram tomadas também uma série de medidas gerais que se destinaram a garantir o direito de propriedade, regular a justiça civil, defender os interesses materiais da coroa e evitar certos abusos dos privilegiados. As confirmações, raras até este período, e que se generalizaram entre 1216 e 1221 como medida de administração pública, mostram, também, o desejo de firmar a soberania da coroa. Uma outra medida tomada para reprimir os abusos das classes privilegiadas foram as inquirições.


Esta nova política levou também a conflitos com o clero e com as infantas suas irmãs. D. Sancho I tinha deixado, por testamento, às infantas D. Teresa, D. Sancha e D. Mafalda numerosas mercês em terras e dinheiro sobre as quais D. Afonso II pretendia o pagamento de direitos régios. As infantas apelaram para o papa, que, após alguns avanços e recuos, veio a confirmar a posição de D. Afonso II. O rei  procurou minar o poder clerical dentro do país e aplicar parte das receitas das igrejas em propósitos de utilidade nacional. Esta atitude deu origem a um conflito diplomático entre o Papado e Portugal. Depois de ter sido excomungado pelo Papa Honório III, Afonso II prometeu rectificar os seus erros contra a Igreja, mas morreu em 1223 excomungado, sem fazer nenhum esforço sério para mudar a sua política.


Só após a resolução do conflito com a Igreja, logo nos primeiros meses de reinado do seu sucessor Sancho II, pôde finalmente Afonso II descansar em paz no Mosteiro de Alcobaça (foi o primeiro monarca a fazer da abadia cisterciense o panteão real).


Apesar de, como já dissemos, não ter tido preocupações militares, enviou tropas portuguesas que, ao lado de castelhanas, aragonesas e francesas, combateram bravamente na célebre batalha de Navas de Tolosa na defesa da Península contra os muçulmanos. Alcácer do Sal foi a principal conquista do seu reinado.


Os problemas de saúde de D. Afonso II


Dom Afonso II foi um homem doente. Tinha apenas catorze anos quando sofreu uma crise tão grave que as pessoas até consideraram milagre o facto de não morrer, milagre este atribuído a Santa Senhorinha de Basto. As crises repetiram-se durante toda a vida e conhecem-se os sintomas:
deformações da pele e da carne, inchaços, feridas repugnantes, e na época julgaram tratar-se de lepra e por isso mesmo lhe chamaram o Gafo, que significa leproso.
O cognome que acabou por vingar – o Gordo – deve-se pois a doença que o deformava.
Morreu em Santarém em 1223, com 38 anos, ainda excomungado.
D. Afonso II. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
http://donafonsosegundo.blogspot.pt/
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Ficheiro:AfonsoII-P.jpg
 D. Afonso II
Ficheiro:3- Rainha D. Urraca.jpg
Urraca de Castela,
consorte de D. Afonso II
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06 de Dezembro de 1185: Morre em Coimbra, D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal.

Cognominado "o Conquistador", foi o primeiro rei de Portugal, governando de 1128 a 1185. Filho de D. Henrique de Borgonha e de D. Teresa de Aragão, nasceu provavelmente em Guimarães (embora Viseu seja também um local apontado para o seu nascimento) em finais de 1108 (ou primeiros meses de 1109) e faleceu em 1185. Casou em 1146 com D. Mafalda, filha de Amadeu II, conde de Moriana e Saboia.
Após a morte de D. Henrique, D. Teresa ficou à frente dos destinos do Condado Portucalense, sendo influenciada politicamente pela família Peres de Trava. O jovem infante tomou então uma posição política oposta à de sua mãe, sob a direcção do arcebispo de Braga D. Paio. Ter-se-á armado cavaleiro no dia de Pentecostes de 1122, por suas próprias mãos, na catedral de Zamora. Em Setembro de 1127 D. Afonso VII invadiu Portugal e cercou o Castelo de Guimarães, onde se encontrava o infante. Depois de D. Afonso Henriques ter reafirmado a sua lealdade perante Afonso VII, rei de Leão, este desistiu de conquistar a cidade e levantou o cerco. Feitas as pazes com Afonso VII, a posição de D. Afonso Henriques e dos nobres que o acompanham volta-se contra D. Teresa e a família Trava. O conflito só viria a ser sanado com a batalha de S. Mamede, que teve lugar a 24 de Junho de 1128 nos arredores de Guimarães, tendo saído vitoriosas as hostes de D. Afonso Henriques. A partir desta data passou o infante a governar o condado.
Depois de ter resolvido as escaramuças na fronteira com a Galiza e assinado tréguas de dois anos com Afonso VII, voltou-se para a fronteira meridional, tendo fundado em finais de 1135 o castelo de Leiria, que viria a ser de importância fundamental para a reconquista. Novamente as atenções de D. Afonso Henriques se voltaram para a fronteira setentrional, só que em simultâneo os muçulmanos tomaram Leiria. Tendo firmado novamente a paz com Afonso VII, D. Afonso Henriques acorre ao sul, onde defrontou os muçulmanos na Batalha de Ourique. Esta famosa batalha viria a ser origem de lendas e exageros, não se sabendo ainda hoje com exactidão o local onde se terá travado. Uma certeza há, no entanto: a partir daqui começou D. Afonso Henriques a intitular-se rei.
D. Afonso Henriques iniciou então uma nova fase na sua política de aproximação à Santa Sé, da qual se declarou vassalo em 1143. O papa, contudo, limitou-se a tratá-lo por Dux. Por sua vez, D. Afonso VII reagiu mal a esta posição de D. Afonso Henriques e não lhe reconheceu o título de rei.
A reconquista prosseguiu, no entanto, e D. Afonso Henriques não perdeu a primeira oportunidade que se lhe deparou para conquistar Santarém e Lisboa. A primeira foi tomada de assalto em Março de 1147, o cerco da segunda foi, todavia, demorado e difícil, tendo sido importante a ajuda proporcionada pela expedição de cruzados que se encontrava de passagem pelo nosso litoral. A cidade só veio a render-se em 24 de Outubro desse mesmo ano. Após estas conquistas, a actividade militar abrandou, pois era altura de procurar povoar e organizar o território e de incrementar a política de autonomia da Igreja portuguesa junto da Santa Sé. O principal obreiro desta política foi D. João Peculiar, arcebispo de Braga.
Com a morte de Afonso VII, os seus dois filhos entenderam-se para submeter D. Afonso Henriques. Porém, a morte de Sancho pouco tempo depois veio alterar o panorama peninsular. Parece que terá então Fernando II reconhecido D. Afonso Henriques como rei de Portugal a troco do seu reconhecimento como rei de toda a Espanha. Pensa-se, contudo, que a fronteira meridional continuava a ser o Tejo. Compreende-se assim a inquietação que causava ao rei de Leão a acção de Geraldo no Alentejo, tanto mais que as conquistas inflectiam cada vez mais para leste. Tendo ido D. Afonso Henriques em auxílio de Geraldo em Badajoz, aproveitou Fernando II um acidente em que o nosso rei partiu uma perna para o aprisionar. A liberdade só foi restituída a troco dos territórios tudenses, não sendo, no entanto, contestadas as conquistas a oeste de Badajoz. Os muçulmanos passaram então a tomar a iniciativa, tendo cercado em Santarém o próprio rei de Portugal após terem reconquistado todo o Alentejo. D. Afonso Henriques foi auxiliado pelo rei de Leão, que, como rei das Espanhas, não podia deixar de se considerar obrigado a intervir, vindo a ser assinadas tréguas com os muçulmanos.
A maioridade de Afonso VIII de Castela, em 1179, tornou a posição de D. Fernando II insustentável como rei das Espanhas. Desta forma, pressionado por diversos campos, veio a ceder, reconhecendo assim definitivamente a autonomia política de Portugal. Tanto mais que, pela Bula "Manifestis Probatum" de 23 de Maio desse mesmo ano, o papa Alexandre III conferiu a D. Afonso Henriques o direito de conquista de terras aos muçulmanos sobre as quais outros príncipes cristãos não tivessem direitos anteriores, e foi nesta bula que, pela primeira vez, D. Afonso Henriques foi designado como rei.
Após o incidente de Badajoz, a carreira militar de D. Afonso Henriques praticamente terminou. Dedicou a partir daí quase toda a sua vida à administração dos territórios com a co regência do seu filho D. Sancho. Procurou fixar a população, promoveu o municipalismo e concedeu forais. Contou com a ajuda da ordem religiosa dos Cistercienses para o desenvolvimento da economia, predominantemente agrária. Não podemos também deixar de referir o papel que as ordens religiosas militares, dos Templários, dos Hospitalários e de Sant'Iago, tiveram na reconquista. D. Afonso Henriques retribuiu esses serviços com avultadas concessões.
D. Afonso Henriques faleceu a 6 de Dezembro de 1185 após um governo de mais de 57 anos. Foi sepultado na Igreja de Santa Cruz de Coimbra, onde ainda hoje permanecem os seus restos mortais.

D. Afonso Henriques. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. 
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Estátua de D. Afonso Henriques em GuimarãesFicheiro:Estatua Dom Afonso Henriques.JPG

Túmulo de Afonso Henriques no Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra

Mafalda de Saboia e Maurienne,
consorte de  D. Afonso Henriques

 
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24 de Abril de 1112: Data provável da morte do Conde D. Henrique, pai de D. Afonso Henriques

O conde D. Henrique era filho (4.º) de Henrique de Borgonha, bisneto de Roberto I de França, sobrinho-neto do abade S. Hugo de Cluny. A sua vida e carreira política são condicionadas por três fatores dominantes: o feudalismo, o espírito de cruzada e a reforma gregoriana. Enquanto senhor feudal, pretende uma maior autonomia e valoriza a sucessão masculina; como cruzado, sente-se atraído pelas zonas de maior perigo e daqui se compreende a sua vinda para a península; como gregoriano, contribui para a definitiva introdução da liturgia romana e da escrita carolíngia em Portugal.Casou pelos trinta anos com D. Teresa de Aragão, filha de D. Afonso VI e de Ximena Nunes. Antes do seu casamento ter-se-á distinguido, na fronteira sul da Península, no combate aos mouros (almorávidas). Em 18 de dezembro de 1095 era já senhor de Coimbra, no ano seguinte, em 24 de abril, era também senhor de Braga. Procurou, no início do seu governo, organizar o território firmando nele a sua autoridade, através da atribuição de forais (Guimarães e Constantim de Panoias). A 9 de dezembro de 1097, em Compostela, intitula-se "comes Portucalensis". Em termos jurídicos, a situação de D. Henrique seria a seguinte: de 1095 a 1097 D. Henrique e sua mulher teriam a tenência (governo) dos territórios do Porto, Coimbra e Santarém; a partir de 1097, participava já da soberania sobre o território que recebera de herança. No entanto, só após a morte de Afonso VI é que D. Henrique ousa agir como potência independente.Durante o período do seu governo, D. Henrique tomou parte ativa nas atividades do Império; assim, em 1100, travou batalha com os almorávidas em Malagón. No ano seguinte e até 1103 foi a Roma juntamente com S. Geraldo de Braga defender junto do Papa os direitos desta cidade. Em setembro de 1104 estabelece com D. Raimundo um Pacto Sucessório em que reconhece este último como único herdeiro de Afonso VI e se prometem mutuamente amizade e assistência. Como contrapartida deste acordo, Raimundo promete a D. Henrique Toledo, com parte do seu tesouro, ou a Galiza. Neste pacto não há qualquer referência a Portugal, não se podendo por ele pressupor a preparação da independência. Em 13 de setembro de 1107 morre Raimundo e no ano seguinte o infante D. Sancho que lhe deveria suceder. Após estes acontecimentos, D. Henrique vai junto da corte de D. Afonso VI, em Toledo, contudo, zanga-se com o sogro e este expulsa-o da sua corte. Depois disto, D. Henrique regressa a Portugal onde submete os mouros de Sintra e se desloca a Coimbra. Nesta cidade doa à diocese o Mosteiro de Lorvão usando o mesmo formulário de chancelaria que 15 anos antes fora usado pelo herdeiro do trono em ato semelhante. A partir desta altura começa a atuar como potência independente.D. Henrique tomou partido contrário a D. Urraca como herdeira de Afonso VI; em 1110, na batalha de Campo de la Espina, vence as tropas de D. Urraca; em novembro do mesmo ano dá-se a conferência de Monzón entre D. Henrique e D. Urraca; em novembro do mesmo ano D. Henrique cerca D. Afonso I em Peñafiel. Este cerco foi desfeito pela intervenção de D. Teresa que convence o marido a retirar o apoio a D. Urraca enquanto esta não definir claramente os termos da aliança. Em fevereiro ou março de 1111 D. Henrique cerca D. Urraca, que entretanto fizera as pazes com o rei de Aragão. Na primavera deste ano vivem-se dificuldades em Portugal agravadas pela ameaça almorávida sobre o Tejo. No inverno deste último ano D. Henrique domina territórios que dependem ou de D. Urraca ou de Afonso I, tais como Zamora, Astorga e Oca. Em 1112 fez-se a paz com D. Urraca que, por sua vez, também a fizera com o filho. D. Henrique faleceu, em Astorga, nos últimos dias de abril de 1112, tendo determinado que fosse sepultado na Sé Catedral de Braga.
Conde D. Henrique. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. 
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Afonso VI de Leão e Castela entrega o Condado Portucalense a D. Henrique em 1096


Henrique de Borgonha, Conde de Portucale e Teresa de Leão, em iluminura da Genealogia dos Reis de Portugal (1530-1534)



Ficheiro:Henry, Count of Portugal.jpg
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