14 de Novembro de 1921: Morre Isabel, a princesa que assinou a Lei Áurea e pôs fim à escravatura no Brasil
Uma das mulheres mais citadas na história do Brasil, Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon
d'Orleães, a princesa Isabel, colocou um ponto final no dia 13 de Maio
de 1888 à escravatura. Naquele domingo, a princesa Isabel assinou a Lei
3.353, mais conhecida como "Lei Áurea", declarando extinta a escravatura
no Brasil.
Segunda
filha de D. Pedro II e da imperatriz Teresa Cristina, a princesa
Isabel nasceu no Palácio de São Cristóvão, Rio de Janeiro, no dia 29 de
Julho de 1846. Tornou-se a herdeira do trono, com a morte dos seus dois
irmãos. A sua irmã mais nova, princesa Leopoldina foi a sua grande
companheira. Para a educação da futura imperadora e da sua irmã, D.Pedro
II designou como sua primeira preceptora, a Condessa de Barral, filha
do Embaixador Domingos Borges de Barros. Para elaborar o vasto e rígido
programa de estudos, foram contratados diversos mestres, entre eles o
Visconde de Pedra Branca. A princesa Isabel mostrava grande interesse
pelo estudo de ciências e de química. Desde cedo a princesa se preocupou
com a educação no país.
A princesa Isabel foi três vezes, regente do império. Em 1864, casou-se com o francês Luís Gastão de Orleans,
o conde D'Eu. Antes da Lei Áurea, a princesa Isabel sancionou as leis
do primeiro recenseamento do império, naturalização de estrangeiros e
relações comerciais com países vizinhos.
Em
28 de Setembro de 1871, ela também sancionou a Lei do Ventre Livre, o
primeiro passo efectivo para o fim da escravatura no Brasil -a lei
estabelecia que todos os filhos de escravos estavam livres. A Lei do
Ventre Livre foi assinada na época em que D. Pedro II fez a sua primeira
viagem à Europa, deixando, pela primeira vez, a princesa Isabel como
regente do império.
Disposta
a acabar com a escravatura no Brasil, a princesa Isabel pressionou o
ministério, que era contrário à abolição. A pressão exercida pela
princesa deu resultado e o Gabinete foi dissolvido e os seus integrantes
foram substituídos por pessoas que defendiam o fim da escravatura. Em
Abril de 1888, um mês antes da assinatura da Lei Áurea, ela entregou 103
cartas de alforria a alguns escravos, deixando claro que esperava da
Câmara federal a aprovação da lei, o que, de facto, aconteceu.
Com
a morte do seu irmão mais velho, o príncipe D. Afonso, tornou-se
herdeira do trono e sucessora do seu pai quando tinha apenas 11 meses. O
reconhecimento oficial como sucessora aconteceu no dia 10 de Agosto de
1850. No dia 29 de Julho de 1860, ao completar 14 anos, a princesa
Isabel prestou juramento comprometendo-se a manter no Brasil a religião
católica e ser obediente às leis e ao imperador.
Somente
depois de 11 anos de casamento -facto raro para a época-, é que
princesa Isabel teve o seu primeiro filho, Pedro de Alcântara. Depois,
vieram mais dois: Luiz Maria Felipe e António Gusmão Francisco. Com a
proclamação da República, em 1889, a família real embarcou para o
exílio, escolhendo o continente europeu. Ao lado de amigos, filhos e
netos, a princesa Isabel viveu os seus últimos dias em Paris, onde
morreu no dia 14 de Novembro de 1921. Os seus restos mortais foram
transferidos para o Rio de Janeiro, juntamente com os de seu marido, em
1953.
Fontes: http://educacao.uol.com.br
wikipedia (Imagens)
A Princesa Isabel c.1887
Princesas Isabel e Leopoldina
Casamento da Princesa Isabel e de Gastão de Orleães - Victor Meirelles
A Família Imperial: da esquerda para a direita:conde d'Eu, D. Pedro II, D. Teresa Cristina Maria e D. Isabel.
***
02 de Julho de 1932: Morre D. Manuel II, último rei de Portugal

Casamento de D. Manuel II com Augusta Victoria of
Hohenzollern
https://www.youtube.com/watch?v=TWgZ-hVG9Y0
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/07/02-de-julho-de-1932-morre-d-manuel-ii.html?spref=fb&fbclid=IwAR2ieaV-T9M6xKoOJr3ZG8Pa6dxVn5y3NUcKuQUNHieVmKQZlc8CXdQUtJ0
*
06 de Maio de 1908: Sobe ao trono D. Manuel II, último rei de Portugal
D. Manuel II (Manuel Maria
Filipe Carlos Amélio Luís Miguel Rafael Grabriel Gonzaga Xavier Francisco de
Assis Eugénio de Bragança Orleães Sabóia e Saxe-Coburgo-Gotha),
segundo filho do rei D. Carlos e de D. Amélia de Orleães, nasceu em Lisboa, em 15 de Novembro de 1889, e morreu em Twickenham, Inglaterra, em 2 de Julho de 1932. Trigésimo quarto e último rei de Portugal (1908-1910), ficou conhecido pelo cognome de "o Desventuroso". D. Manuel II foi aclamado
rei a 6 de Maio de 1908. Casou em Setembro de 1913 com a sua prima D. Vitória Augusta de Hohenzollern-Sigmaringen, não tendo deixado descendência.Reunido o Conselho de Estado após o Regicídio que vitimou seu pai e seu irmão mais velho, a ele compareceu D. Manuel, constituindo-se um "ministério de acalmação", de concentração partidária, com excepção de João Franco e seus adeptos. Soltaram-se os presos políticos e revogaram-se alguns decretos da ditadura franquista. Mas a propaganda republicana recomeçara.D. Manuel, porém, iniciou uma viagem pelo reino e, por onde passava, era sempre bem recebido.
No seu reinado teve de enfrentar duas graves questões: a questão Hinton e a do Crédito Predial. No primeiro caso, um grande industrial inglês, residente na Madeira, reclama uma indemnização do Estado Português em virtude de uma suposta revogação do monopólio do açúcar, a qual, em virtude da pressão diplomática da Inglaterra, viria a ser concedida. A questão do Crédito Predial deve-se a um desfalque naquela instituição por negligência de importantes figuras do regime.Em agosto de 1910, realizam-se eleições, em resultado das quais o Partido Republicano duplica o seu número de deputados no Parlamento. A 3 de outubro rebenta uma insurreição republicana em Lisboa que viria a triunfar no dia 5 de outubro. Em consequência, o último monarca português saiu do Palácio das Necessidades, foi para Mafra e daí para a Ericeira, onde embarcaria para o exílio em Inglaterra.
No seu reinado teve de enfrentar duas graves questões: a questão Hinton e a do Crédito Predial. No primeiro caso, um grande industrial inglês, residente na Madeira, reclama uma indemnização do Estado Português em virtude de uma suposta revogação do monopólio do açúcar, a qual, em virtude da pressão diplomática da Inglaterra, viria a ser concedida. A questão do Crédito Predial deve-se a um desfalque naquela instituição por negligência de importantes figuras do regime.Em agosto de 1910, realizam-se eleições, em resultado das quais o Partido Republicano duplica o seu número de deputados no Parlamento. A 3 de outubro rebenta uma insurreição republicana em Lisboa que viria a triunfar no dia 5 de outubro. Em consequência, o último monarca português saiu do Palácio das Necessidades, foi para Mafra e daí para a Ericeira, onde embarcaria para o exílio em Inglaterra.
D.
Manuel II. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2013.
wikipedia
(Imagens)

D. Luís Filipe e D. Manuel,
1907
D. Manuel II aos 12 anos de
idade
Casamento de D. Manuel II com Augusta Victoria of
Hohenzollern
*
15 de Novembro de 1889: Nasce D. Manuel II, o último rei de Portugal
D. Manuel II (Manuel Maria
Filipe Carlos Amélio Luís Miguel Rafael Grabriel Gonzaga Xavier Francisco de
Assis Eugénio de Bragança Orleães Sabóia e Saxe-Coburgo-Gotha),
segundo filho do rei D. Carlos e de D. Amélia de Orleães, nasceu em Lisboa, em 15 de Novembro de 1889, e morreu em Twickenham, Inglaterra, em 2 de Julho de 1932. Trigésimo quarto e último rei de Portugal (1908-1910), ficou conhecido pelo cognome de "o Desventuroso". D. Manuel II foi aclamado
rei a 6 de Maio de 1908. Casou em Setembro de 1913 com a sua prima D. Vitória Augusta de Hohenzollern-Sigmaringen, não tendo deixado descendência.Reunido o Conselho de Estado após o Regicídio que vitimou seu pai e seu irmão mais velho, a ele compareceu D. Manuel, constituindo-se um "ministério de acalmação", de concentração partidária, com excepção de João Franco e seus adeptos. Soltaram-se os presos políticos e revogaram-se alguns decretos da ditadura franquista. Mas a propaganda republicana recomeçara.D. Manuel, porém, iniciou uma viagem pelo reino e, por onde passava, era sempre bem recebido.
No seu reinado teve de enfrentar duas graves questões: a questão Hinton e a do Crédito Predial. No primeiro caso, um grande industrial inglês, residente na Madeira, reclama uma indemnização do Estado Português em virtude de uma suposta revogação do monopólio do açúcar, a qual, em virtude da pressão diplomática da Inglaterra, viria a ser concedida. A questão do Crédito Predial deve-se a um desfalque naquela instituição por negligência de importantes figuras do regime.Em agosto de 1910, realizam-se eleições, em resultado das quais o Partido Republicano duplica o seu número de deputados no Parlamento. A 3 de outubro rebenta uma insurreição republicana em Lisboa que viria a triunfar no dia 5 de outubro. Em consequência, o último monarca português saiu do Palácio das Necessidades, foi para Mafra e daí para a Ericeira, onde embarcaria para o exílio em Inglaterra.
No seu reinado teve de enfrentar duas graves questões: a questão Hinton e a do Crédito Predial. No primeiro caso, um grande industrial inglês, residente na Madeira, reclama uma indemnização do Estado Português em virtude de uma suposta revogação do monopólio do açúcar, a qual, em virtude da pressão diplomática da Inglaterra, viria a ser concedida. A questão do Crédito Predial deve-se a um desfalque naquela instituição por negligência de importantes figuras do regime.Em agosto de 1910, realizam-se eleições, em resultado das quais o Partido Republicano duplica o seu número de deputados no Parlamento. A 3 de outubro rebenta uma insurreição republicana em Lisboa que viria a triunfar no dia 5 de outubro. Em consequência, o último monarca português saiu do Palácio das Necessidades, foi para Mafra e daí para a Ericeira, onde embarcaria para o exílio em Inglaterra.
D. Manuel II. In Infopédia [Em
linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (Imagens)
D. Luís Filipe e D. Manuel
D. Manuel II aos 12 anos de
idade
Casamento de D. Manuel II com Augusta Victoria of
Hohenzollern
***
05 de Julho de 1911: Morre D. Maria Pia de Saboia, princesa italiana e rainha consorte de Portugal
D. Maria Pia de Saboia foi rainha de Portugal pelo seu casamento com o rei D. Luís I.
Nasceu
em Turim a 16 de Outubro de 1847, sendo filha de Victor Manuel, então
príncipe do Piemonte, mas que mais tarde, em 1849, foi aclamado rei de
Sardenha, e em 1867, rei da Itália.
A
sua mãe era a arquiduquesa D. Maria Adelaide Francisca Reinero
Elisabete Clotilde, que faleceu em 1854, deixando sua filha, apenas com
7 anos de idade, entregue aos cuidados da condessa de Vila Marina, que
a educou. Em 1862 foi pedida em casamento, pelo rei D. Luís, indo a
Turim com esse encargo, em especial missão, o visconde da Carreira. O
ilustre diplomata ia também encarregado de ajustar o contrato
matrimonial. Chegou a Turim a 3 de Agosto de 1862, sendo o contrato
assinado no dia 9 do citado mês. O rei de Itália dava 500.000 francos de
dote a sua filha, 100.000 para o enxoval, e jóias no valor de 250.000. O
dote devia ser entregue ao tesouro português vencendo o juro de 5 % ao
ano, pago em trimestres, ou empregado em bens de raiz, dando o rei de
Portugal em hipoteca ao dote de sua esposa a parte dos rendimentos do
Estado que fosse suficiente para isso.
O
casamento realizou-se em Turim por procuração, em 27 de Setembro do
mesmo ano de 1862, sendo o rei D. Luís representado pelo príncipe
Carignan de Sabóia, lançando a bênção nupcial o arcebispo de Génova. No
dia 29 embarcou a jovem rainha de Portugal, em Génova, a bordo da
corveta Bartolomeu Dias, partindo para Lisboa acompanhada pelas corvetas Estefânia e Sagres, e pelas corvetas italianas Maria Adelaide, Duque de Génova, Itália, Garibaldi, e o vapor aviso Anthion. A esquadra chegou a Lisboa a 5 de Outubro, indo esperá-la fora da barra os vapores de guerra Lince e Argos, os vapores de comércio D. Antónia, D. Luís, Açoriano e Torre de Belém. A corveta Bartolomeu Dias fundeou
em frente de Belém, indo logo a bordo o rei D. Luís, o rei D. Fernando,
o conselho de Estado, ministério, etc. Para o desembarque da rainha,
que se efectuou no dia 6, construiu-se um pavilhão no Terreiro do Paço,
representando o templo do Hymineu.
No
dia 6, pelo meio-dia, embarcou o rei D. Luís no bergantim real, indo a
Belém buscar a rainha. Concluída a cerimónia no Terreiro do Paço,
dirigiu-se o cortejo para a igreja de S. Domingos, onde se procedeu à
cerimónia da ratificação do casamento. Em comemoração do real consórcio
realizaram-se festas durante três dias, havendo brilhantes iluminações,
tanto nos edifícios públicos, como em muitas casas particulares,
produzindo grande efeito as do Terreiro do Paço e da praça de D. Pedro.
Houve parada, fogos de artifício, récitas de gala no teatro de D. Maria,
com o drama histórico em 5 actos, de Mendes Leal, Egas Moniz, e no de S. Carlos, cantando se opera Ernani, de Verdi. A rainha Senhora
Foi
a rainha D. Maria Pia quem fundou na Tapada da Ajuda a Creche Victor
Manuel, que se inaugurou em 1 de Novembro de 1878, construindo-se um
edifício próprio para aquele fim.
O
rei D. Luís I faleceu em 19 de Outubro de 1889, em Cascais, o que lhe
causou profundíssimo desgosto, e em 1 de Fevereiro de 1908 sofreu a
perda do seu filho, o rei D. Carlos I, e do seu neto, o príncipe D. Luís
Filipe, num atentado.Com a implantação da República, em 5 de Outubro de 1910, D. Maria Pia seguiu para o exílio, mas não junto aos restantes membros da família real; partiu para o seu Piemonte natal, onde viria a falecer no ano seguinte, a 5 de Julho de 1911.
Fontes: www.arqnet.pt
wikipedia (Imagens)


D. Maria Pia de Saboia

D. Maria Pia, em 1862, ano do seu casamento com D. Luís I
A Família Real Portuguesa em Queluz, por Joseph Layraud, 1876

***
31 de Julho de 1865: Nasce o Infante D. Afonso de Bragança, o popular "Arreda"
Afonso
Henrique Maria Luís Pedro de Alcântara Carlos Humberto Amadeu Fernando
António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João
Augusto Júlio Valfando Inácio de Bragança, era este o nome do único
irmão de D.Carlos, filho de D.Luís e D. Maria Pia de Sabóia. Nasceu no
dia 31 de Julho de 1865 em Lisboa.
Foi Duque do Porto, Condestável de Portugal e o último vice-rei da Índia Portuguesa, general do exército, inspector da arma de artilharia e comandante honorário dos bombeiros voluntários da Ajuda.
Chegou a ser nomeado pela corte, herdeiro da coroa, durante o reinado de D.Manuel II seu sobrinho. Após a implantação da Republica, exilou-se em Itália, com a sua mãe. Casou-se em Madrid em 1917, com Nevada Stoody Hayes, cidadã norte americana, desse casamento morganático (quando alguém de sangue real se casa com pessoa de condição inferior não transmitindo prerrogativas) não teve filhos.
Faleceu em Nápoles em 1920 com 54 anos e encontra-se sepultado no Panteão dos Bragança em S. Vicente de Fora, Lisboa, para onde foi trasladado em 1921.
Ficou conhecido em Lisboa pelos seus gritos de "Arreda, arreda" quando conduzia automóveis pela cidade.Amante de carros e de velocidade, corria pelas ruas no seu automóvel aos gritos «Arreda, Arreda!» para que as pessoas saíssem da frente, o que lhe valeu o cognome.
Foi Duque do Porto, Condestável de Portugal e o último vice-rei da Índia Portuguesa, general do exército, inspector da arma de artilharia e comandante honorário dos bombeiros voluntários da Ajuda.
Chegou a ser nomeado pela corte, herdeiro da coroa, durante o reinado de D.Manuel II seu sobrinho. Após a implantação da Republica, exilou-se em Itália, com a sua mãe. Casou-se em Madrid em 1917, com Nevada Stoody Hayes, cidadã norte americana, desse casamento morganático (quando alguém de sangue real se casa com pessoa de condição inferior não transmitindo prerrogativas) não teve filhos.
Faleceu em Nápoles em 1920 com 54 anos e encontra-se sepultado no Panteão dos Bragança em S. Vicente de Fora, Lisboa, para onde foi trasladado em 1921.
Ficou conhecido em Lisboa pelos seus gritos de "Arreda, arreda" quando conduzia automóveis pela cidade.Amante de carros e de velocidade, corria pelas ruas no seu automóvel aos gritos «Arreda, Arreda!» para que as pessoas saíssem da frente, o que lhe valeu o cognome.
Em
1901, foi publicado o primeiro Código da Estrada, que determinava um
limite máximo de 10 km por hora. Por excesso de velocidade, o infante
foi o protagonista de um dos primeiros desastres em Portugal, quando o
carro derrapou, na estrada entre Sintra e Cascais – os jornais de 27 de
Agosto de 1906 deram conta desse acidente, que deixou "Sua Alteza com
uma costela quebrada".
Foi responsável pela organização das primeiras corridas de carros em Portugal. A primeira corrida foi em Agosto de 1902, no hipódromo de Belém, organizada por D. Afonso. Ao despique, um Locomobile conduzido pelo americano Abott, um Panhard et Levassor conduzido pelo francês Beauvalet e um Darracq conduzido por Alfredo Vieira. E o Fiat de D. Afonso. Dez voltas, quatro objectos de arte em disputa e vitória de Abbot – «com um avanço de quase duas voltas sobre os outros dois concorrentes».
Fontes:
Revista Sábado
wikipédia (imagens)


***
15 de Novembro de 1853: Morre D. Maria II, "A Educadora"
D. Maria da Glória Joana
Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela Gabriela
Rafaela Gonzaga de Bragança, monarca portuguesa, filha de D. Pedro IV de Portugal e I do Brasil e da sua primeira mulher, D. Leopoldina de Áustria, nasceu no Rio de Janeiro em 4 de abril de 1819 e morreu em Lisboa, em 15 de novembro de 1853, vítima do seu décimo primeiro parto. Segunda rainha reinante de Portugal e trigésimo monarca português (1834-1853), ficou conhecida pelo cognome de "a Educadora".Contava dois anos quando o Brasil se tornou independente e seu pai, D. Pedro, foi proclamado imperador do Brasil. Quando, em 1826, D. João VI morreu, D. Pedro, legítimo herdeiro do trono português, sendo imperador do Brasil, abdicaria da Coroa a favor de D. Maria, após outorgar a Portugal a Carta Constitucional, sendo a primeira de duas condições o casamento dela com o seu tio D. Miguel. D. Maria da Glória contava então sete anos. Porém, D. Miguel, apesar de jurar a Carta Constitucional (a segunda condição posta por D. Pedro para abdicar do trono) e de celebrar os esponsais com a sobrinha, quando regressa ao reino, em 1828, acaba por fazer-se aclamar rei absoluto, pelo que o casamento nunca chegaria a realizar-se.D. Maria, na Europa, acaba por deambular entre a França e a Inglaterra, onde os governos não eram favoráveis às suas pretensões, regressando ao Brasil em 1829 com a sua madrasta D. Amélia de Beauharnais, até que D. Pedro, após abdicar do trono brasileiro em favor de seu filho, D. Pedro II (1831), resolve empenhar-se na luta contra D. Miguel, liderando a causa liberal. Parte com sua filha para a Europa e, após conseguir os apoios financeiros necessários e organizar os liberais emigrados, assume nos Açores, em 1832, a regência do trono português na qualidade de duque de Bragança. Prepara então uma expedição militar que desembarca no norte do reino, dando início a uma guerra civil que se prolongaria até 1834 (Convenção de Évora-Monte). Em 1833, vislumbrando-se a vitória liberal, D. Pedro manda o marquês de Loulé buscar a sua filha a Paris, onde ficara. Em 1834, ano também da morte de seu pai, D. Maria é proclamada rainha.Com quinze anos apenas, D. Maria II tem a seu cargo um país destroçado pelas invasões francesas e pela guerra civil, enfrentando uma grave crise financeira, e vê-se no centro das lutas entre cartistas e vintistas. Logo no primeiro ano do seu reinado debate-se com intrigas, agitações, questões graves como o Contrato do Tabaco, da venda conjunta das Lezírias e o problema do envio do corpo expedicionário contra os carlistas de Espanha.Em 28 de janeiro de 1835 casa com o príncipe Augusto de Leuchtberg, que morreria dois meses depois. A 9 de abril de 1836 casa em segundas núpcias com D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gota. Do enlace nasceram onze filhos, entre D. Pedro e D. Luís, futuros reis de Portugal.Sucedem-se os movimentos de revolução e contrarrevolução, dos quais a rainha nem sempre se mantém alheia. Assim, aquando da Revolução de setembro, D. Maria intenta, em Belém, o golpe de Estado que ficou conhecido por Belenzada. Em 1837, teria de enfrentar o movimento levado a cabo pelos setores moderados - a Revolta dos Marechais. No ano seguinte, é confrontada com a aprovação da Constituição de 1838. Em janeiro de 1842, novo golpe de Estado reporia a Carta outorgada por D. Pedro e traria à ribalta Costa Cabral, que acabaria por tornar-se próximo da rainha, chegando, na altura, a aventar-se a hipótese de entre ambos existir uma relação mais íntima. Segue-se em 1846 a Maria da Fonte e uma nova guerra civil - a Patuleia. Nesta terrível crise, em que as Juntas revolucionárias por todo o reino se opunham às forças governamentais, a rainha desenvolveu esforços no duplo sentido de ativar a resistência liderada por Saldanha e evitar a intervenção estrangeira, o que acabaria por acontecer, só terminando com a Convenção de Gramido em 1847. Por tudo isto se constata que D. Maria II governou num período particularmente díficil da História portuguesa, momento da dolorosa passagem do absolutismo ao constitucionalismo.
D. Maria
II. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2014.
wikipedia(imagens)
Retrato de D. Maria II - Thomas Lawrence
Retrato de D. Maria II (c.14 anos) - Autor
desconhecido
Retrato de D. Maria II -
John Simpson
D.
Maria em 1852-Sir William Charles Ross
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/11/15-de-novembro-de-1853-morre-d-maria-ii.html?fbclid=IwAR3h4h80gk54FAyLOrIktNVoq3QIZEs-1a7oo3Ue42awQdnURaGJZJ14cpk***
Rei D. Luís I...O Popular
31 de Outubro de 1838: Nasce D. Luís I, "O Popular"
D.
Luís I nasceu no Palácio das Necessidades, a 31 de Outubro de 1838,
tendo recebido o nome de Luís Filipe Maria Fernando Pedro de Alcântara
António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João
Augusto Júlio Valfando, e morreu na Cidadela de Cascais, a 19 de Outubro
de 1889, tendo sido sepultado no Panteão Real de S. Vicente de Fora).
Casou em Lisboa a 6 de Outubro de 1862 com a princesa Maria Pia de
Sabóia (n. em Turim, a 16 de Outubro de 1847; f. no Castelo de
Stupinigi, no Piemonte, a 5 de Julho de 1911; sepultada na Basílica de
Superga, na Itália), filha do rei Vítor Manuel II da Sardenha e de sua
mulher a arquiduquesa Maria Adelaide.
Filho
segundo de D. Maria II (1819-1853) e de D. Fernando III (1816-1885).
Assumiu o governo a 14 de Outubro de 1861 e foi aclamado rei a 22 de
Dezembro desse mesmo ano. Era primorosamente educado, com temperamento
de literato e artista. Embora tivesse dominado a paz no reinado, houve
um levantamento de tropas, em 1862 e em finais de 1867 o movimento da
Janeirinha e em 19 de Maio de 1870, o duque de Saldanha impôs a demissão
do governo, e passou a assumir a presidência do novo ministério.
Em
1865-1866 a vida mental foi sacudida pela Questão Coimbrã e em 1871
surgiu a iniciativa das Conferências Democráticas do Casino. Realizam-se
as viagens ao interior da África, o major Serpa Pinto de Benguela ao
Bié, Zambeze e chegou às cataratas de Vitória. Hermenegildo Capelo e
Roberto Ivens exploraram o sertão de Benguela e atravessaram a África de
Luanda a Tete.
A
partir de 1876 o Partido Progressista aspira a articular o Estado
segundo a teoria liberal, propondo a reforma da Carta, a
descentralização administrativa, a fidedignidade e ampliação do sufrágio
eleitoral, a reorganização do poder judicial e da contabilidade
pública. Em 1877 demitiu-se o ministério regenerador de Fontes Pereira
de Melo e voltou a ser reintegrado. Posteriormente os progressistas
atacaram o rei, acusando-o de patrocinar os regeneradores (Emídio
Navarro, no Progresso, Joaquim Martins de Carvalho, no Conimbricense). O
ministério regenerador caiu, em 1879, e D. Luís chamou os progressistas
a formar governo. O republicanismo evoluíra também e em 1878 toma lugar
na Câmara o primeiro deputado republicano, Rodrigues de Freitas, eleito
pelo Porto. Em 1880 o Partido Republicano era uma realidade e uma
força.
O
reinado de D. Luís assinalou-se materialmente pelo progresso,
socialmente pela paz e pelos sentimentos de convivência e politicamente
pelo respeito pelas liberdades públicas, intelectualmente por uma
geração notável (Eça de Queiroz, Antero de Quental, etc.).
Fontes: www.arqnet.pt
Wikipedia(imagens)
D. Luís


D. Luís, enquanto Infante de Portugal.
D. Luís e D. Maria Pia de Saboia

D. Luís em 1885
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/10/31-de-outubro-de-1838-nasce-d-luis-i-o.html?fbclid=IwAR0Y8eQR2Gov61G90Tm7yDW05g8fwBHdiYpHQ4pyFRafg5pxv9D-B3y2xIs*
22 de Dezembro de 1861: D. Luís de Bragança é aclamado rei de Portugal
D.
Luís nasceu no Palácio das Necessidades, a 31 de Outubro de 1838, tendo
recebido o nome de Luís Filipe Maria Fernando Pedro de Alcântara
António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João
Augusto Júlio Valfando de Saxe-Coburgo-Gotha e Bragança) ,
e morreu na Cidadela de Cascais, a 19 de Outubro de 1889, tendo sido
sepultado no Panteão Real de S. Vicente de Fora). Casou em Lisboa a 6 de
Outubro de 1862 com a princesa Maria Pia de Sabóia (n. em Turim, a 16
de Outubro de 1847; f. no Castelo de Stupinigi, no Piemonte, a 5 de
Julho de 1911; sepultada na Basílica de Superga, na Itália), filha do
rei Vítor Manuel II da Sardenha e de sua mulher a arquiduquesa Maria
Adelaide.
Filho
segundo de D. Maria II (1819-1853) e de D. Fernando II (1816-1885).
Assumiu o governo a 14 de Outubro de 1861 e foi aclamado rei a 22 de
Dezembro desse mesmo ano. Era primorosamente educado, com temperamento
de literato e artista. Embora tivesse dominado a paz no reinado, houve
um levantamento de tropas, em 1862 e em finais de 1867 o movimento da
Janeirinha e em 19 de Maio de 1870, o duque de Saldanha impôs a demissão
do governo, e passou a assumir a presidência do novo ministério.
Em
1865-1866 a vida mental foi sacudida pela Questão Coimbrã e em 1871
surgiu a iniciativa das Conferências Democráticas do Casino. Realizam-se
as viagens ao interior da África, o major Serpa Pinto de Benguela ao
Bié, Zambeze e chegou às cataratas de Vitória. Hermenegildo Capelo e
Roberto Ivens exploraram o sertão de Benguela e atravessaram a África de
Luanda a Tete.
A
partir de 1876 o Partido Progressista aspira a articular o Estado
segundo a teoria liberal, propondo a reforma da Carta, a
descentralização administrativa, a fidedignidade e ampliação do sufrágio
eleitoral, a reorganização do poder judicial e da contabilidade
pública. Em 1877 demitiu-se o ministério regenerador de Fontes Pereira
de Melo e voltou a ser reintegrado. Posteriormente os progressistas
atacaram o rei, acusando-o de patrocinar os regeneradores (Emídio
Navarro, no Progresso, Joaquim Martins de Carvalho, no Conimbricense). O
ministério regenerador caiu, em 1879, e D. Luís chamou os progressistas
a formar governo. O republicanismo evoluíra também e em 1878 toma lugar
na Câmara o primeiro deputado republicano, Rodrigues de Freitas, eleito
pelo Porto. Em 1880 o Partido Republicano era uma realidade e uma
força.
O
reinado de D. Luís assinalou-se materialmente pelo progresso,
socialmente pela paz e pelos sentimentos de convivência e politicamente
pelo respeito pelas liberdades públicas, intelectualmente por uma
geração notável (Eça de Queiroz, Antero de Quental, etc.).
Fontes: www.arqnet.pt
Wikipedia(imagens)

A Família Real Portuguesa em Queluz, por Joseph Layraud
07 de Janeiro de 1830: Morre D. Carlota Joaquina, Rainha Consorte de Portugal
Membro da monarquia, filha de D. Carlos IV, rei de Espanha, e de D. Maria Luísa de Parma, Carlota Joaquina Teresa
Cayetana de Borbón y Borbón nasceu a 25 de abril de 1775, em Aranjuez, Espanha, e morreu a 7 de janeiro de 1830, em Queluz.
Em maio de 1785, com dez anos de idade, contraiu matrimónio com o filho de D. Maria I, rainha de Portugal, o príncipe D. João que, em 1788, por morte do seu irmão primogénito D. José, foi declarado príncipe herdeiro, vindo mais tarde a ser regente do reino, por interdição de sua mãe (1792), e rei de Portugal (1816). Deste casamento houve nove filhos, entre eles os futuros reis de Portugal D. Pedro e D. Miguel e a princesa D. Isabel Maria, que foi regente do reino.
D. Carlota Joaquina era conhecida pelo seu temperamento violento e conflituoso, não ficando a ele imune sequer o seu marido. D. João e D. Carlota Joaquina viveram em estado de permanente desavença desde 1793. Em 1805, D. João VI, já regente do reino, sofreu um ataque de melancolia, fruto do desgosto que sentia pela loucura de sua mãe, os excessos de sua mulher e a grave situação internacional de Portugal, colocado entre as exigências da França e Espanha, por um lado, e as da Inglaterra, por outro. D. Carlota Joaquina e alguns fidalgos conluiram para declarar D. João incapaz e colocar a rainha no posto de regente. Como represália, D. João limita-se a afastar da Corte alguns fidalgos e a separar-se de D. Carlota, dando-lhe para residência o palácio de Queluz, indo ele para Mafra.
Em 1807, na sequência da primeira invasão francesa, embarcou, juntamente com a restante família real para o Brasil, onde continuou separada do marido.
Ambiciosa, chegou a alimentar a hipótese de vir a reinar nas colónias espanholas na América do Sul, pois o seu pai fora obrigado por Napoleão a abdicar do trono espanhol. Mas os seus ensejos não tiveram concretização.
Regressou à metrópole em 1821, onde a situação não lhe era favorável. Recusou-se a jurar a Constituição saída da Revolução de 1820, catalisando a ofensiva contrarrevolucionária, instigando o seu filho D. Miguel.
Teve um papel fundamental na preparação da Vila-Francada (1823), golpe que falhou. Reincidiu com o golpe da Abrilada (1824).
A sua determinação acabaria por vingar, embora por pouco tempo, pois D. Miguel, após a morte de D. João VI, tornou-se rei absoluto.
D.
Carlota Joaquina. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2013.
wikipedia
(Imagens)

A família de D.Carlota Joaquina na obra de Goya "A
Família de Carlos IV"

D. João VI e D. Carlota Joaquina - Manuel Dias de
Oliveira
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/01/07-de-janeiro-de-1830-morre-d-carlota.html?fbclid=IwAR3ceKHzuhFQFed4Z7MuynbdAd6eKslUutcQrpuNxA_136EXkYDUJerIIIc*
nasceu a 25ab1755
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/04/25-de-abril-de-1775-nasce-d-carlota.html?spref=fb&fbclid=IwAR1ANkPR1bGkYSSOPtXsiIanH5bhEKxS49fNpQBqp4z8y7Xgg2qy8AgQitk
***
26 de Dezembro de 1818: Morre D. Isabel de Bragança, Infanta de Portugal, Rainha de Espanha e fundadora do Museu do Prado
Maria
Isabel De Bragança é considerada a fundadora do Museu do Prado. Na sala
75 do Museu descobre-se um episódio histórico bem conhecido pelos
espanhóis, mas desconhecido para a maioria dos portugueses. Ao fundo, a
legenda do retrato da rainha Maria Isabel de Bragança apresenta-a como
fundadora do Real Museu de Pintura e Escultura do Prado. Na imagem, a
infanta , casada com o rei Fernando VII de Espanha, aponta com a mão
direita para a conhecida pinacoteca, visível através de uma janela. Na
mão esquerda, segura os planos arquitectónicos. O quadro terá sido
pintado onze anos depois da sua morte por Bernardo López Piquer, um
retratista castelhano.
Maria Isabel Francisca de Assis Antónia Carlota Joana Josefa Xavier de Paula Micaela Rafaela Isabel Gonzaga de Bragança nasceu no dia 19 de Maio de 1797, no Palácio de Queluz. Era filha de D. João VI e de D. Carlota Joaquina. Sensível
à arte, generosa, tranquila, dócil, romântica, de modos suaves, não
falha as lições de pintura de mestre Domingos António de Sequeira.
Em
1807, durante a primeira invasão francesa, a família real muda-se para o
Brasil, para impedir a perda da coroa e da independência. O
bilhete de regresso à Europa só chega em 1814. O irmão de Carlota
Joaquina, Fernando VII, restaura a dinastia Borbón e escreve-lhe
secretamente para lhe pedir a mão da filha. Na missiva, solicita ainda a
mão de Maria Francisca, irmã de Maria Isabel, para o seu irmão Carlos
Isidro. As negociações arrastam-se, mas as infantas embarcam em direcção
a Cádis em 22 de Março de 1816. A viagem é atribulada, devido ao estado
do mar, pelo que só cinco meses depois chegam ao destino. Dali, ainda
têm de rumar a Madrid, onde conhecerão os esposos: já casaram com eles
por procuração, através dos seus representantes legais.
Reza a história que Maria Isabel de Bragança teve uma recepção estranha na capital. Marsilio Cassotti confirma no livro Infantas de Portugal, Rainhas em Espanha que
as duas raparigas são aceites sem dote. Não é de estranhar. Num
continente em guerra com França para impedir o sonho imperial de
Napoleão, nenhuma casa real tem dinheiro. Na mesma obra, Maria Isabel é
descrita como “roliça, descorada, de olhos esbugalhados, nariz
proeminente, boca pequena e aspecto pouco inteligente”. Verdade seja
dita: Fernando VII também não é encantador. “Tem baixa estatura, forte
compleição, o nariz monumental e o gesto antipático”, escreve Cassotti,
além de “modos camponeses”. Apesar de uma primeira impressão negativa, a
portuguesa conquista a população quando manda desmarcar os festejos em
honra do seu casamento. Tudo para não aumentar o sacrifício do povo,
muito massacrado pelas dificuldades trazidas pela Guerra da
Independência.
Nem
tudo lhe corre de feição, até porque o marido não é um homem
apaixonado. Após o nascimento da primeira filha, Maria Isabel de
Bragança surpreende a corte espanhola com a decisão de amamentá-la. Não é
o costume da aristocracia, muito menos da família real. A estada no
Brasil pode ter influenciado o arrojo, pois as brasileiras crioulas
preferem dar peito aos filhos, para evitar que sejam nutridos por
mulheres de raças misturadas. A bebé não sobrevive.
A
segunda gravidez não tarda. O parto é difícil e prolongado. O esforço e
o cansaço provocam convulsões que paralisam o corpo da rainha. Parece
morta. Maria Isabel sofre de epilepsia, mas os cirurgiões que a
acompanham desconhecem esse facto. Por isso, solicitam ao rei uma
cesariana de emergência para salvar o feto. Apesar dos apelos da irmã
Maria Francisca, que revela a doença aos especialistas e os adverte
sobre a possibilidade de a soberana estar viva, a cirurgia avança.
Quando lhe cortam o ventre, Maria Isabel grita de dor, mas a operação
continua e dá origem a uma grande hemorragia. A paciente não resiste.
Nas ruas, começa a circular o boato de que a rainha morreu duas vezes.
A
criança acaba por falecer minutos depois. Estamos em 26 de Dezembro de
1818. Nesse dia, já se encontravam depositados no Museu do Prado, a
mando da rainha, 850 quadros. A pinacoteca abre ao público em Novembro
do ano seguinte, sem a presença da sua fundadora. Na inauguração, apenas
estavam expostas 311 obras, provenientes de colecções reais e da
nobreza, seleccionadas pelo marquês de Santa Cruz e pelo pintor da
corte, Vicente López. Hoje em dia, o acervo do Museu do Prado engloba
cerca de 8600 pinturas, mais de cinco mil desenhos, duas mil gravuras,
setecentas esculturas e fragmentos escultóricos, cerca de mil moedas e
medalhas e quase duas mil peças de artes decorativas.
Fontes: Super interessante
wikipedia (imagens)
Detalhe de retrato de D. Maria Isabel de Bragança, por Vicente López Portaña.

***
06 de Fevereiro de 1818: Coroação de D. João VI como rei de Portugal, no Rio de Janeiro
Filho de D. Maria I e de D. Pedro III, D. João VI (João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís António Domingos Rafael de Bragança) nasceu em Lisboa, no dia 13 de Maio de 1767 e faleceu na mesma cidade no dia 10 de Março de 1826. Casou em 1785 com D. Carlota Joaquina, Infanta de Espanha, filha de Carlos IV e de Maria Luísa de Parma.
A partir de
1792, assegurou a direcção dos negócios públicos, devido à doença mental
da mãe, primeiro em nome da rainha, a partir de 1799, em nome próprio
com o título de Príncipe Regente, sendo coroado rei em 1818. O seu
reinado decorre numa época de profundas mutações à escala mundial e à
escala nacional: Revolução Francesa e a consequente guerra europeia,
Bloqueio Continental, campanha do Rossilhão, guerra com a Espanha e a
perda de Olivença, invasões francesas, fuga da corte para o Brasil onde
permaneceu durante 14 anos, revolução liberal e a independência do
Brasil. Foi a derrocada de um mundo e o nascimento de outro, mudança que
D. João VI não quis ou não soube compreender.
Fugindo para o
Brasil perante a invasão de Junot, o monarca terá querido manter a
colónia brasileira em poder de Portugal. Isto significou, no entanto, a
dependência em relação à Inglaterra, com a imposição da abertura dos
Portos brasileiros ao comércio internacional e com o tratado anglo-luso
de 1810, desastroso para a economia metropolitana.
Em 20 de Março
de 1816 faleceu a rainha Dona Maria, abrindo caminho para o regente
assumir o trono. Mas embora passasse a governar como rei no dia 20, a
sua sagração não se realizou de imediato, sendo aclamado somente a 6 de
Fevereiro de 1818, como D. João VI
do Reino Unido de Portugal, Brasil e dos Algarves, d’Aquém e d’Além-Mar
em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da
Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, com grandes festividades no Rio de Janeiro.
Em 1821 o rei é
forçado a regressar a Portugal, devido ao triunfo da revolução de 1820
e, em 1822, jura a constituição, que vigoraria apenas durante alguns
meses. Seguem-se a Vila-Francada em 1823 e a Abrilada em 1824,
movimentos absolutistas encabeçados por D. Miguel.
Vencido e
expatriado D. Miguel, D. João VI consagra os últimos anos do seu reinado
a tentar resolver o problema brasileiro e, por altura da sua morte, em
1826, sonhava ainda com a reunião dos dois países na pessoa de um só
soberano, sem se aperceber que o Brasil teria de seguir o seu destino
americano e Portugal o seu destino europeu.
Fontes:O Portal da História
wikipedia(imagens)
D. João VI nos trajes da sua aclamação - Jean-Baptiste Debret

Aclamação de D. João VI como rei de Portugal. Rio de Janeiro, 1818.
D. João VI retratado por vários artistas
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/02/06-de-fevereiro-de-1818-coroacao-de-d_6.html?fbclid=IwAR2ReRDjhogYVDKQV3R3_kRQVM3kUFR4BPNxLWW9MSaq0bbaCCv74AhmqAo***
16 de Dezembro de 1815: O Príncipe D. João eleva o Brasil à categoria de Reino
A
Corte Portuguesa permaneceu no Brasil de
1808 a 1821.
A entrada das
tropas napoleónicas em
Portugal, a 27
de Novembro de
1807 levavam à
saída do regente,
D. João VI,
sua mãe, a
rainha D. Maria
I, os seus
familiares e cortesãos
para o Brasil.
Eram cerca de
15 000 pessoas
as que se
acomodaram em 34
embarcações de diversos
calados e mais
uma para os
mantimentos. Com o
apoio da esquadra
inglesa, os navios
com a Corte
portuguesa chegaram à
Baía a 7 de Março de 1808.
Dois
meses mais tarde,
o governo instala-se
na cidade do
Rio de Janeiro,
que no começo
do século XIX
tinha uma população
de cerca de
60 000 habitantes,
dos quais 40
000 eram negros.
Segundo testemunhos da
época, a cidade
impressionava pela sua
beleza natural mas
a falta de
infraestruturas urbanísticas
básicas, como fossas
sépticas, tornavam a
vida no mínimo
difícil. O regente,
a rainha e
os seus familiares
ficaram instalados na
residência do Governador, na Quinta da
Boa-Vista, que tinha
sido erguida a
meio do século
XVIII pelo Conde
de Bobadela. No
Convento do Carmo
e na Cadeia
Velha foram instalados
os criados. Os
demais cortesãos ficaram instalados nas melhores casas da cidade
requisitadas para o
efeito. As hostilidades
mais ou menos
veladas estalaram de
imediato entre os
recém-chegados, entre os quais se contava
a fina-flor da
aristocracia portuguesa e os residentes. Os primeiros tinham
deixado tudo para
trás, excepto a
roupa que vestiam
na altura da
fuga, mas cheios
de pergaminhos desprezavam os portugueses
residentes, como os
senhores de engenho,
os mercadores e
profissionais liberais. Os portugueses residentes
no Brasil possuíam
grandes fortunas feitas
às custas da
colónia, mas faltava-lhes os títulos e
as distinções para
adquirirem o prestígio
social que tanto
almejavam. Com a
chegada do rei
ao Brasil estavam
decididos a comprar
as mercês, comendas
e títulos que
as suas fortunas
permitiam. D. João
VI não se
fazia rogado a
estas pretensões, pois
a concessão de
benesses a troco
de dinheiro representava a principal fonte de rendimento para custear as avultadas despesas da família real e respectiva corte. A vida social era pouco
animada: os jantares,
bailes ou reuniões
eram raros em
casa dos particulares
e o primeiro
teatro do Rio
de Janeiro só
foi inaugurado em
1813 com o
nome de Teatro
São João. O
período mais faustoso
decorreu entre os
anos de 1817
a 1818, primeiro
com a chegada
da noiva do
príncipe herdeiro D.
Pedro, a princesa
Leopoldina, filha do
imperador austro-húngaro, e em maio de
1818 por ocasião
do aniversário e
coroação de D.
João VI.
A
estadia da Corte
no Brasil permitiu
melhoramentos que iriam
lançar as fundações
do futuro país.
Entre estes conta-se
a criação da
Imprensa Nacional, a
Fábrica da Pólvora
e o Banco
do Brasil para
financiar novas iniciativas. Do ponto de
vista político, as acções de maiores repercussões para o Brasil, são a
anexação da Guiana
Francesa, devolvida à
França em 1817
e o território
da margem oriental
do Rio Uruguai,
que passou a
ser a província
Cisplatina. O fim
deste conflito só
foi alcançado a
27 de Agosto de 1828, pelo Tratado do Rio
de Janeiro assinado
entre o Brasil
e as Províncias
Unidas do Rio
da Prata. Deste
acordo resultou o
nascimento da República
Oriental do Uruguai.
A elevação do
Brasil à categoria
de reino foi
outra das consequências
da permanência da
corte em terras
brasileiras. Para que
Portugal tivesse uma
representação nas negociações do Congresso de
Viena, realizado na
sequência do fim
do domínio napoleónico
na Europa, o
Brasil foi elevado
à condição de
reino com a
designação de Reino
Unido de Portugal,
Brasil e Algarves
a 16 de Dezembro de 1815. A estadia de D.
João VI no
Rio de Janeiro
permitiu a reorganização político-jurídica do
país mas contribuiu
também para uma
convivência mais positiva entre a nobreza
migrada e as
elites da terra.
Estes dois grupos
viriam a alicerçar
a sociedade do
Brasil imperial. A
16 de Abril de 1821, D.
João VI embarca
para Portugal na
sequência dos desenvolvimentos das lutas liberais. O seu filho,
D. Pedro de
Alcântara fica como
príncipe-regente. Estava
aberto o caminho
para a separação
do Brasil de
Portugal. Em Janeiro de 1822, D. Pedro declara ficar no Brasil e
não regressar a
Portugal
Corte Portuguesa no Brasil. In
Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2012.
Wikipedia (Imagens)
Aclamação do Rei D. João VI do
Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, no Rio de
Janeiro - Jean Baptiste
Debret
Brasão do Reino Unido de
Portugal, Brasil e Algarves
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/12/16-de-dezembro-de-1815-o-principe-d.html?fbclid=IwAR3U-bquwSaRPXU89d4DfF-6ESxDN44tjt_ctL665D0aPOrNfdAERHWX9Tw***
Rei D. Miguel... O Usurpador e o Absolutista
*
26 de Outubro de 1802: Nasce no Palácio de Queluz o rei D. Miguel
Terceiro filho
varão de D. João VI e de D. Carlota Joaquina, nasceu em Queluz, a 26 de Outubro de 1802, e morreu em Brombach, a 14 de Novembro de 1866. Vigésimo nono rei de Portugal (1828-1834), ficou conhecido pelos cognomes o Usurpador e o Absolutista.
Na sequência
da primeira invasão francesa, embarcou, em 1807, com a família real para o Brasil, de onde regressou acompanhado dos pais em 1821, tendo ficado o seu irmão D. Pedro a governar o Brasil.
Durante a sua estada no Brasil deram-se em Portugal acontecimentos que viriam a condicionar a sua ação, como a Conspiração de 1817 e, sobretudo, a Revolução liberal de 1820. Regressou a Lisboa a 3 de Julho de 1821, quando o liberalismo dava os seus primeiros passos no nosso país, facto que provocou em D. Carlota Joaquina uma forte reação, apoiando a rainha os adversários do regime nascido em 1820. Depressa o infante assume a chefia dos partidários do antigo regime, aglutinados em volta de sua mãe. Assim, esteve à frente dos movimentos contrarrevolucionários da Vila-Francada (1823) e da Abrilada (1824).
A Vila-Francada
conduziria à dissolução das Cortes liberais e ao fim da vigência da Constituição de 1822, acabando por redundar numa vitória política que elevaria D. Miguel a comandante-chefe do exército português. A Abrilada só não teve sucesso mercê da intervenção de diplomatas estrangeiros acreditados em Lisboa. Após o golpe, D. João VI demite o filho do alto cargo que ocupava desde a Vila-Francada e D. Miguel deixa o país, fixando-se em Viena de Áustria, onde permaneceria por quatro anos.
Aquando da
morte de D. João VI, em 10 de março de 1826, D. Miguel escreve para o Brasil, afirmando aceitar D. Isabel Maria como regente do reino e seu irmão como legítimo herdeiro do trono. Numa tentativa de conciliação, D. Pedro IV abdica do trono português a favor de sua filha D. Maria da Glória, na dupla condição de ser jurada a Carta Constitucional e de sua filha casar com o tio, D. Miguel. Este não só celebra os esponsais com a sobrinha como jura a Carta Constitucional outorgada por seu irmão.
Chegado a Lisboa em Fevereiro de 1828, D. Miguel jura novamente a Carta. Porém, decorrido pouco tempo, falta ao compromisso assumido com seu irmão, nomeia um novo ministério, dissolve as Câmaras e, convocadas as cortes à maneira antiga, é proclamado, pelos três estados do reino, rei absoluto. São sufocados os focos de reação antimiguelista. Os liberais emigram em massa e os que ficam são alvo do terror miguelista; são presas ou degredadas milhares de pessoas, e muitas são sumariamente executadas.
Os exilados,
após se reunirem nos Açores (Ilha Terceira), sob os auspícios de D. Pedro, seguem para o norte do país. Em junho desembarcam no Pampelido e daí seguem para o Porto, onde sofreriam um longo e penoso cerco. Dá-se, pois, início a uma guerra civil que se prolongaria por dois anos (1832-1834) e que levaria ao trono D. Maria II. Verificando a impossibilidade de continuar a luta, D. Miguel rendeu-se, assinando em 26 de Maio de 1834 a Convenção de Évora-Monte. No dia 1 de Junho de 1834, D. Miguel deixa definitivamente Portugal, seguindo para Itália. Acaba por se fixar na Alemanha, onde casa em 1851 com D. Adelaide de Loewenstein-Wertheim-Rochefort-Rosenberg, de quem teve sete filhos, e onde veio a falecer a 14 de Novembro de 1866.
D.
Miguel. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2013.
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(Imagens)
D. Miguel, c.1828
D.Miguel c.1828
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/10/26-de-outubro-de-1802-nasce-no-palacio_76.html?fbclid=IwAR2nmeN18cQBuTP6XYWBCzjXEix9PewMHwzM1X2iw8dFQ5SvuLRBnGOPYm8
Terceiro filho
varão de D. João VI e de D. Carlota Joaquina, nasceu em Queluz, a 26 de Outubro de 1802, e morreu em Brombach, a 14 de Novembro de 1866. Vigésimo nono rei de Portugal (1828-1834), ficou conhecido pelos cognomes o Usurpador e o Absolutista.
Na sequência
da primeira invasão francesa, embarcou, em 1807, com a família real para o Brasil, de onde regressou acompanhado dos pais em 1821, tendo ficado o seu irmão D. Pedro a governar o Brasil.
Durante a sua estada no Brasil deram-se em Portugal acontecimentos que viriam a condicionar a sua ação, como a Conspiração de 1817 e, sobretudo, a Revolução liberal de 1820. Regressou a Lisboa a 3 de Julho de 1821, quando o liberalismo dava os seus primeiros passos no nosso país, facto que provocou em D. Carlota Joaquina uma forte reação, apoiando a rainha os adversários do regime nascido em 1820. Depressa o infante assume a chefia dos partidários do antigo regime, aglutinados em volta de sua mãe. Assim, esteve à frente dos movimentos contrarrevolucionários da Vila-Francada (1823) e da Abrilada (1824).
A Vila-Francada
conduziria à dissolução das Cortes liberais e ao fim da vigência da Constituição de 1822, acabando por redundar numa vitória política que elevaria D. Miguel a comandante-chefe do exército português. A Abrilada só não teve sucesso mercê da intervenção de diplomatas estrangeiros acreditados em Lisboa. Após o golpe, D. João VI demite o filho do alto cargo que ocupava desde a Vila-Francada e D. Miguel deixa o país, fixando-se em Viena de Áustria, onde permaneceria por quatro anos.
Aquando da
morte de D. João VI, em 10 de março de 1826, D. Miguel escreve para o Brasil, afirmando aceitar D. Isabel Maria como regente do reino e seu irmão como legítimo herdeiro do trono. Numa tentativa de conciliação, D. Pedro IV abdica do trono português a favor de sua filha D. Maria da Glória, na dupla condição de ser jurada a Carta Constitucional e de sua filha casar com o tio, D. Miguel. Este não só celebra os esponsais com a sobrinha como jura a Carta Constitucional outorgada por seu irmão.
Chegado a Lisboa em Fevereiro de 1828, D. Miguel jura novamente a Carta. Porém, decorrido pouco tempo, falta ao compromisso assumido com seu irmão, nomeia um novo ministério, dissolve as Câmaras e, convocadas as cortes à maneira antiga, é proclamado, pelos três estados do reino, rei absoluto. São sufocados os focos de reação antimiguelista. Os liberais emigram em massa e os que ficam são alvo do terror miguelista; são presas ou degredadas milhares de pessoas, e muitas são sumariamente executadas.
Os exilados,
após se reunirem nos Açores (Ilha Terceira), sob os auspícios de D. Pedro, seguem para o norte do país. Em junho desembarcam no Pampelido e daí seguem para o Porto, onde sofreriam um longo e penoso cerco. Dá-se, pois, início a uma guerra civil que se prolongaria por dois anos (1832-1834) e que levaria ao trono D. Maria II. Verificando a impossibilidade de continuar a luta, D. Miguel rendeu-se, assinando em 26 de Maio de 1834 a Convenção de Évora-Monte. No dia 1 de Junho de 1834, D. Miguel deixa definitivamente Portugal, seguindo para Itália. Acaba por se fixar na Alemanha, onde casa em 1851 com D. Adelaide de Loewenstein-Wertheim-Rochefort-Rosenberg, de quem teve sete filhos, e onde veio a falecer a 14 de Novembro de 1866.
D.
Miguel. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2013.
wikipedia
(Imagens)
D. Miguel, c.1828
D.Miguel c.1828
***
25 de Maio de 1786 : Morre D. Pedro III, rei consorte de Portugal pelo seu casamento com D. Maria I, sua sobrinha
D. Pedro III
nasceu em Lisboa no dia 5 de Julho de 1717 e faleceu em Queluz no
dia 25 de Maio de 1786, ficou conhecido como "o Edificador".
Quarto filho de
D. João V e D. Maria Ana de Áustria, o seu casamento em 1760 com a
sobrinha e herdeira da coroa D. Maria Francisca (futura D. Maria I)
tornou possível a sua subida ao trono em 1777. A
6 de Junho de 1760, contraiu matrimónio com D. Maria, uma união
promovida por D. José. Apesar da grande diferença de idades (D. Maria
tinha apenas 26 anos e D. Pedro, 43), a amizade que nutriam um pelo
outro contribuiu para que este fosse um casamento feliz.
Ainda solteiro
mandou remodelar a Casa de Queluz, propriedade da Casa do Infantado,
assumindo as proporções de um verdadeiro palácio de verão.
Era
muito religioso, tal como D. Maria, cognominada "a piedosa", e chegou a
ser apelidado de "sacristão" pelo historiador liberal do século XIX Oliveira Martins. Lançou em 24 de Outubro de 1779, a primeira pedra da Basílica da Estrela, mandada construir pela rainha D. Maria I em cumprimento de uma promessa feita, caso lhe fosse concedida descendência varonil.
O
casal real promoveria no seu palácio e jardins, durante os meses de
verão, um clima de sofisticação e festa em que participavam a Corte e o
corpo diplomático e onde a música e os jogos de água eram uma constante.
Serenatas e óperas eram tocadas e célebres músicos viram aqui
interpretadas as suas obras, das quais existem ainda bastantes libretos
originais.
D. Pedro era
possuidor de uma fortuna considerável e de gostos elegantes, apesar de
nunca ter viajado para fora de Portugal. Através de nobres estrangeiros
radicados em Portugal, de nobres portugueses estabelecidos no
estrangeiro, de contactos com artistas de diversos ofícios, de tratados e
livros de estampas de arquitetura e decoração franceses e, talvez, da
troca de correspondência com a sua irmã Maria Bárbara de Bragança,
rainha consorte de Espanha, foi conhecedor das correntes artísticas em
vigor nas cortes europeias e dos palácios de veraneio construídos no
século XVIII.
Inúmeras foram
as fontes de divertimento em Queluz, sobretudo entre 1752 e 1786, ano da
morte de D. Pedro III, que representou o fim do período áureo de festas
e música no Palácio de Queluz.
Fontes: Parques de Sintra - Monte Lua
wikipedia (imagens)


D. Pedro, enquanto Infante de Portugal, em retrato de 1745 (28 anos de idade)
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/05/25-de-maio-de-1786-morre-d-pedro-iii.html?spref=fb&fbclid=IwAR113JRWhD6dEWh8OtL4n6BjGG7xnVypInJ025Jecc80FIllDbIEVyJ4RZg***
13 de Março de 1777: A nomeação dos novos secretários de Estado por D. Maria I marca o início do período da "Viradeira", inversão da política do Marquês de Pombal, exonerado a 04 de Março.
Tradicionalmente, dá-se o nome Viradeira
à reação ao governo do Marquês de Pombal logo após a subida ao trono de D.
Maria. Mas, na verdade, esta política não foi mais além do que da reabilitação
da nobreza atingida pelo Marquês. Esta política da Viradeira não teve o alcance
que lhe é atribuído, pois apenas restaurou o bom nome de muitos nobres lesados
por Pombal e afastou apenas alguns dos seus mais diretos colaboradores.
Na sequência da morte de D. José, as críticas à governação anterior concentravam-se na pessoa do seu Ministro, que havia ofendido a memória de parentes e amigos da família de D. Maria.
Nas "Recomendações" que deixou à sua filha o monarca pedira-lhe que se lembrasse dos seus criados mais fiéis e que governasse num clima de paz e de justiça. Por isso, quando chegou ao poder, D. Maria mandou abrir as prisões da Junqueira, de S. Julião, de Pedrouços e de Setúbal, e retirou dos conventos de Lisboa os seus familiares, aí obrigados a viver por decreto do ministro de seu pai. Neste contexto, o Marquês pediu a exoneração dos seus cargos, a 1 de março de 1777. Doente, e em desgraça, a 4 de março a rainha acedeu ao seu pedido, conservando, no entanto, o seu ordenado e a comenda de Santiago de Lanhoso (com os devidos rendimentos) e forçando-o a morar na sua Quinta de Pombal.
A pasta de Pombal no novo governo foi atribuída a D. Tomás Xavier de Lima, décimo quarto visconde de Vila Nova de Cerveira. Entre as primeiras medidas do novo governo, salientam-se as que favoreceram a nobreza afastada por Pombal, que se viu agraciada com diversas promoções.
A sentença de 23 de maio de 1781 reabilitou a memória dos Távoras e seus familiares, acusados de envolvimento na conjura de 1758. Pombal acabou por ser atingido, porque em 1779 circulava por Portugal a Apologia de Pombal, um texto que lhe era atribuído e onde supostamente fundamentava o seu governo. D. Maria ordenou então que este fosse ouvido, que desse explicações, por edital de 3 de setembro. Outros editais anunciavam uma "ação de lesão" de Francisco José Caldeira Soares Galhardo contra Pombal, por causa deste texto que, segundo ele, traía a memória de D. José.
Por decreto de 16 de agosto de 1781 a rainha pretendera castigar o Marquês, mas atendendo ao facto de ter solicitado perdão régio, e de ter uma avançada idade, foi-lhe reafirmado o direito de viver na sua Quinta de Pombal.
Na sequência da morte de D. José, as críticas à governação anterior concentravam-se na pessoa do seu Ministro, que havia ofendido a memória de parentes e amigos da família de D. Maria.
Nas "Recomendações" que deixou à sua filha o monarca pedira-lhe que se lembrasse dos seus criados mais fiéis e que governasse num clima de paz e de justiça. Por isso, quando chegou ao poder, D. Maria mandou abrir as prisões da Junqueira, de S. Julião, de Pedrouços e de Setúbal, e retirou dos conventos de Lisboa os seus familiares, aí obrigados a viver por decreto do ministro de seu pai. Neste contexto, o Marquês pediu a exoneração dos seus cargos, a 1 de março de 1777. Doente, e em desgraça, a 4 de março a rainha acedeu ao seu pedido, conservando, no entanto, o seu ordenado e a comenda de Santiago de Lanhoso (com os devidos rendimentos) e forçando-o a morar na sua Quinta de Pombal.
A pasta de Pombal no novo governo foi atribuída a D. Tomás Xavier de Lima, décimo quarto visconde de Vila Nova de Cerveira. Entre as primeiras medidas do novo governo, salientam-se as que favoreceram a nobreza afastada por Pombal, que se viu agraciada com diversas promoções.
A sentença de 23 de maio de 1781 reabilitou a memória dos Távoras e seus familiares, acusados de envolvimento na conjura de 1758. Pombal acabou por ser atingido, porque em 1779 circulava por Portugal a Apologia de Pombal, um texto que lhe era atribuído e onde supostamente fundamentava o seu governo. D. Maria ordenou então que este fosse ouvido, que desse explicações, por edital de 3 de setembro. Outros editais anunciavam uma "ação de lesão" de Francisco José Caldeira Soares Galhardo contra Pombal, por causa deste texto que, segundo ele, traía a memória de D. José.
Por decreto de 16 de agosto de 1781 a rainha pretendera castigar o Marquês, mas atendendo ao facto de ter solicitado perdão régio, e de ter uma avançada idade, foi-lhe reafirmado o direito de viver na sua Quinta de Pombal.
Fontes:
Infopédia
wikipedia
(imagens)
D. Maria I
Sebastião José de Carvalho e
Melo
https://www.youtube.com/watch?v=0J7bw8sw6Pchttps://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/03/13-de-marco-de-1777-nomeacao-dos-novos.html?spref=fb&fbclid=IwAR2fF8PGTUwIr9FkxwN-hA01zobH4xDlTI35IF0T_4FrB8Hxliy7KdA0mtA
***
24 de Fevereiro de 1777: Morre D. José I, "O Reformador"
Monarca português,
vigésimo quinto rei de Portugal, filho de D. João V e de D. Maria Ana de
Áustria, D. José nasceu a 6 de junho de 1714 e faleceu a 24 de fevereiro de
1777.
Casou com D. Mariana
Vitória de Bourbon, filha de Filipe V. O seu reinado, situado entre os anos de
1750 e 1777, foi marcado pela crise económica resultante da concorrência das
potências coloniais e sobretudo da redução da exploração do ouro
brasileiro.
D. José seguiu a
política de D. João V no tocante à neutralidade face aos conflitos europeus e de
que é exemplo, apesar da forte pressão da França e da Inglaterra, a não
participação portuguesa na Guerra dos Sete Anos (1756-1763). Reforçou o
absolutismo monárquico através de medidas radicais contra aqueles que se opunham
ao reforço do poder régio: expulsou e confiscou os bens dos Jesuítas e mandou
prender alguns fidalgos, entre os quais os Távoras, acusados de tentativa de
assassinato do rei. Foi seu primeiro-ministro Sebastião José de Carvalho e Melo,
o marquês de Pombal.
O seu reinado foi também
marcado pelo terramoto de 1755, que destruiu a baixa de Lisboa. A ele se deve a
reconstrução daquela parte da capital segundo um moderno traçado retilíneo da
autoria dos arquitetos Eugénio dos Santos, Manuel da Maia e Carlos
Mardel.
D. José foi um grande
reformador: acabou com a escravatura em Portugal continental, concedeu liberdade
aos índios do Brasil, acabou com a distinção entre cristãos-novos e
cristãos-velhos, e reformou o ensino, a administração e a
economia.
D. José I adoeceu e
os seus últimos dias foram destinados a cuidar da sua alma e da sua sucessão,
deixando à princesa do Brasil, sua herdeira, um texto com recomendações, que
constituem uma espécie de testamento.
O rei D.José I faleceu no dia 24 de Fevereiro de 1777, deixou recomendações piedosas à herdeira do trono e lembranças de obrigações a cumprir (concluir as obras da Igreja da Memória, pagar as dívidas aos servidores), fazia dois pedidos de grande importância política: o de que protegesse os seus servidores e o de que perdoasse aos prisioneiros de Estado, que fossem merecedores da sua clemência.
O rei D.José I faleceu no dia 24 de Fevereiro de 1777, deixou recomendações piedosas à herdeira do trono e lembranças de obrigações a cumprir (concluir as obras da Igreja da Memória, pagar as dívidas aos servidores), fazia dois pedidos de grande importância política: o de que protegesse os seus servidores e o de que perdoasse aos prisioneiros de Estado, que fossem merecedores da sua clemência.
Fontes:D.
José I. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2014.
wikipedia(imagens)
D. José na sua adolescência, enquanto Príncipe do
Brasil, em retrato de Pierre-Antoine
Quillard.
D. José I, por Miguel António do Amaral
D. José I ainda príncipe -Domenico
Duprà
***
13 de Maio de 1767: Nasce D. João VI, "O Clemente"
Rei de Portugal de 1816 a 1826, era filho segundo de D. Maria I e de D.
Pedro III. Nasceu em 1767, no dia 13 de Maio. Casou em 1785 com D. Carlota Joaquina, filha de Carlos IV de Espanha. Tornou-se herdeiro do trono por morte de seu irmão D. José, em 1788. Embora já estivesse à frente dos negócios do reino desde 1792, altura em que se começou a manifestar a doença da D. Maria, só assumiu a regência em 1799.Em 1807, juntamente com a família régia, embarcou para o Brasil. D. Maria morreu em 1816 e D. João VI foi aclamado rei. Em 1820 deu-se a revolução liberal e o monarca regressou a Lisboa em 1821, onde jurou a Constituição liberal. Em
1822, por iniciativa
de D. Pedro, filho do soberano e defensor do liberalismo, foi proclamada
a independência do
Brasil. Com o objectivo de abolir a Constituição liberal, o infante D. Miguel, defensor do absolutismo,
vai promover movimentos
militares como a Vila-Francada (Maio de 1823) e a Abrilada (Abril de 1824), no último dos quais foi derrotado e expatriado. A sua posição não era partilhada pelo rei, que sempre procurou soluções
conciliatórias com os
liberais.
Nos anos finais do seu
reinado, os maiores problemas que enfrentou D. João VI, foram os ligados à
independência do Brasil, até então a maior fonte de riqueza de Portugal, e cuja
perda fora de grande impacto sobre a economia portuguesa. Foi imaginada
inclusive uma expedição de reconquista da antiga colónia, mas logo a ideia foi
abandonada. Negociações difíceis iniciadas na Europa e no Rio de Janeiro, com a
mediação e pressão da Inglaterra, resultaram no definitivo reconhecimento da
independência em 29 de Agosto de 1825. Foi acertado que D. Pedro governaria
soberano com o título de Imperador Regente, mantendo D. João para si o título de
Imperador Titular do Brasil, passando a assinar os documentos oficiais como "Sua
Majestade o Imperador e Rei D. João VI". O Brasil ficava ainda obrigado ao
pagamento do último empréstimo contraído com Portugal. Sobre a sucessão das duas
coroas, nada ficou dito no tratado, mas D. Pedro, continuando na qualidade de
Príncipe Real de Portugal e Algarves, permanecia implicitamente na linha de
sucessão ao trono português.
No dia 4 de Março de 1826, D.
João, vindo do Mosteiro dos Jerónimos onde almoçara, recolheu-se ao Paço da
Bemposta sentindo-se mal. Teve vómitos, convulsões e desmaios que duraram alguns
dias. O rei pareceu melhorar, mas por prudência designou a sua filha, a infanta
Isabel Maria, como regente. Na noite do dia 9 a doença agravou-se, e perto das 5
horas do dia 10, faleceu. Os médicos não puderam determinar exatamente a
causa mortis, mas suspeitou-se de envenenamento. O seu corpo foi
embalsamado e sepultado no Panteão dos Braganças, no Mosteiro de São Vicente de
Fora. A infanta assumiu imediatamente o governo interino e D. Pedro foi
reconhecido legítimo herdeiro, como D. Pedro IV de Portugal.Recentemente uma
equipe de pesquisadores exumou o pote de cerâmica chinesa que continha as suas
vísceras. Fragmentos do seu coração foram reidratados e submetidos a análises,
que detectaram uma quantidade de arsénico suficiente para matar duas
pessoas.
Fontes:D.
João VI. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2014.
wikipedia
(imagens)
Retrato de D. João com o busto de D. Maria I -
Domingos Sequeira
Retrato equestre de D. João VI - Domingos
Sequeira
A Infanta Isabel Maria de Bragança - regente de
Portugal após a morte de D. João VI até 26 de Fevereiro de 1828
. 
D. João VI e D. Carlota Joaquina - Retrato de Manuel Dias de Oliveira
.
D. João VI e D. Carlota Joaquina - Retrato de Manuel Dias de Oliveira
***
31jul1750... D. João V, "o Magnânimo", morreu há 269 anos
Monarca português, vigésimo quarto rei de Portugal, o seu reinado, que durou de 1707 até à sua morte a 31 de Julho de 1750, foi um dos mais longos da História portuguesa. Nasceu a 22 de Outubro de 1689, filho de D. Pedro II e de D. Maria Sofia de Neuburgo, e foi aclamado rei a 1 de Janeiro de 1707. Casou a 9 de Julho de 1708 com D. Maria Ana da Áustria, irmã do imperador austríaco Carlos III.D. João V seguiu uma política de neutralidade em relação aos conflitos europeus mas empenhou-se fortemente na defesa dos interesses portugueses no comércio ultramarino, de que foi exemplo o Tratado de Utreque (1714), em que a França e a Espanha reconheceram a soberania portuguesa sobre o Brasil. Esta neutralidade foi possível devido à riqueza do reino proveniente da exploração das minas de ouro brasileiras. D. João V pretendeu, à semelhança dos outros monarcas europeus, imitar Luís XIV. Defensor do absolutismo, não reuniu as Cortes uma única vez durante o seu reinado. Teve como principal ministro e homem de confiança o cardeal da Mota.Devido às grandes obras que promoveu no campo da arte, da literatura e da ciência, ficou conhecido por "o Magnânimo". Na cultura merecem referência especial a Real Academia Portuguesa de História, fundada em 1722, e a introdução da ópera italiana, em 1731. D. João V desenvolveu ainda as artes menores (talha, azulejo e ourivesaria) e as artes maiores através de vários pintores e escultores que se deslocaram de Itália para trabalhar em Lisboa e Mafra. O Palácio-Convento de Mafra, mandado construir como forma de agradecer o nascimento do seu primeiro filho varão, e o Aqueduto das Águas Livres são dois exemplos de obras públicas de grande imponência. Deu nome a um período da história da arte portuguesa designado Barroco Joanino.
No dia 29 de Julho de 1750, tinha o rei 60 anos,
quando o cardeal-patriarca administrou a extrema-unção a D.João V, com a
presença de todos os seus filhos e da Rainha.
Segundo descrição da época "finalmente chegou o termo de expirar sua Magestade e sem movimento estranho, mas com serenidade e suma quietação, acabou a vida no Mundo", às 7 horas da tarde do dia 31 de Julho.
Imediatamente, após a família se ter retirado, segui-se o embalsamamento do cadáver real, observando-se que não havia lesões nos intestinos, muito embora a determinação da causa da morte indicasse qe "tanto do ventre como do cérebro vagava um licor morboso em tanta quantidade que se reconheceu acabara Sua Magestade de uma hidropisia do ventre mas não totalmente consumada".
As vísceras régias foram encerradas num vaso e enviadas para São Vicente de Fora, onde mais tarde o corpo viria a ser sepultado. No dia 3 de Agosto foi rezada pelo patriarca a missa de corpo presente.
As cerimónias fúnebres foram magnificentes, decorrendo vários cerimoniais por todo o Reino, nomeadamente em Braga, governada pelo meio irmão de D.João, o arcebispo D.José, mas igualmente no Brasil e mesmo nalgumas irmandades de cortes estrangeiras, sediadas em Portugal, o fizerem.
Segundo descrição da época "finalmente chegou o termo de expirar sua Magestade e sem movimento estranho, mas com serenidade e suma quietação, acabou a vida no Mundo", às 7 horas da tarde do dia 31 de Julho.
Imediatamente, após a família se ter retirado, segui-se o embalsamamento do cadáver real, observando-se que não havia lesões nos intestinos, muito embora a determinação da causa da morte indicasse qe "tanto do ventre como do cérebro vagava um licor morboso em tanta quantidade que se reconheceu acabara Sua Magestade de uma hidropisia do ventre mas não totalmente consumada".
As vísceras régias foram encerradas num vaso e enviadas para São Vicente de Fora, onde mais tarde o corpo viria a ser sepultado. No dia 3 de Agosto foi rezada pelo patriarca a missa de corpo presente.
As cerimónias fúnebres foram magnificentes, decorrendo vários cerimoniais por todo o Reino, nomeadamente em Braga, governada pelo meio irmão de D.João, o arcebispo D.José, mas igualmente no Brasil e mesmo nalgumas irmandades de cortes estrangeiras, sediadas em Portugal, o fizerem.
D. João V. In
Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012.
http://domjoaoquinto.blogspot.pt/
wikipedia
(imagens)

D. João V por Pompeo Batoni


D. João V por Jean
Ranc
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/07/d-joao-v-o-magnanimo-morreu-ha-269-anos.html?spref=fb&fbclid=IwAR3NqtGD_a6DSIAV_uL1RrK0_h40iMwHy3Frsi4iIF3STSN3rhcRhRF2f10***
17 de Dezembro de 1734: Nasce D. Maria I, "a Piedosa"
Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana, filha
primogénita de D. José I
e de D. Mariana Vitória de Áustria, nasceu
em Lisboa a
17 de Dezembro
de 1734. Recebeu
logo o título de "Princesa da Beira", passando com a ascensão ao trono do pai,
em 1750, a ser chamada "Princesa do Brasil".
Casou com o seu
tio, D. Pedro,
em 1760 e
subiu ao trono
português em 1777,
vindo a reinar
até ao ano
de 1816.No
seu reinado verificou-se o retomar do
comércio da rota
do Cabo, dado
que os ingleses
estavam preocupados com
a independência das
colónias americanas e
os franceses estavam
envolvidos na revolução
de 1789. D.
Maria liberalizou a
economia através da
extinção da Companhia
do Grão-Pará e
Maranhão e da
Companhia de Pernambuco
e Paraíba.
Os seus fortes sentimentos religiosos valeram-lhe
o cognome de
"a Piedosa". Mandou
libertar os presos
políticos e afastou
do governo o
marquês de
Pombal. Criou
a Academia Real
das Ciências de
Lisboa e a
Casa Pia de
Lisboa, esta última
destinada à educação
de crianças órfãs
e pobres. Mandou
construir a Basílica da Estrela e o Teatro
de S. Carlos,
em Lisboa, e
o Hospital de
Santo António e
o Teatro de
S. João no Porto. Ordenou
também intervenções
importantes no Palácio de Queluz
e outros edifícios. A partir de
1799, devido ao
facto de D.
Maria sofrer de
doença mental, o
príncipe herdeiro D.
João toma o
título de regente.
Em 1807, aquando
das invasões francesas,
D. Maria embarca,
juntamente com toda
a família real,
para o Brasil,
onde vem a falecer em
20 de Março de 1816.
Ficou conhecida
pelos cognomes de A Piedosa ou a A Pia, devido à sua extrema
devoção religiosa à Igreja Católica - demonstrada, por exemplo, quando mandou
construir a Basílica da Estrela, em Lisboa. No Brasil, é conhecida pelo cognome
de Dona Maria, a Louca ou Maria Louca, devido à doença mental manifestada com
veemência nos últimos 24 anos de vida. Jaz na Basílica da Estrela, em Lisboa,
para onde foi transladada.
Fontes: D. Maria I. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2012.
Wikipedia (imagens)
D. Maria
I por José Leandro de Carvalho
D. Maria I
e D.Pedro III de Portugal
***
05 de Julho de 1717 : Nasce D. Pedro III, rei consorte de Portugal pelo seu casamento com D. Maria I, sua sobrinha
D.
Pedro III nasceu em Lisboa no dia 5 de Julho de 1717 e faleceu
em Queluz no dia 25 de Maio de 1786, ficou conhecido como "o
Edificador".
Quarto
filho de D. João V e D. Maria Ana de Áustria, o seu casamento em 1760
com a sobrinha e herdeira da coroa D. Maria Francisca (futura D. Maria
I) tornou possível a sua subida ao trono em 1777. A
6 de Junho de 1760, contraiu matrimónio com D. Maria, uma união
promovida por D. José. Apesar da grande diferença de idades (D. Maria
tinha apenas 26 anos e D. Pedro, 43), a amizade que nutriam um pelo
outro contribuiu para que este fosse um casamento feliz.
Ainda
solteiro mandou remodelar a Casa de Queluz, propriedade da Casa do
Infantado, assumindo as proporções de um verdadeiro palácio de verão.
Era
muito religioso, tal como D. Maria, cognominada "a piedosa", e chegou a
ser apelidado de "sacristão" pelo historiador liberal do século XIX Oliveira Martins. Lançou em 24 de Outubro de 1779, a primeira pedra da Basílica da Estrela, mandada construir pela rainha D. Maria I em cumprimento de uma promessa feita, caso lhe fosse concedida descendência varonil.
O
casal real promoveria no seu palácio e jardins, durante os meses de
verão, um clima de sofisticação e festa em que participavam a Corte e o
corpo diplomático e onde a música e os jogos de água eram uma constante.
Serenatas e óperas eram tocadas e célebres músicos viram aqui
interpretadas as suas obras, das quais existem ainda bastantes libretos
originais.
D.
Pedro era possuidor de uma fortuna considerável e de gostos elegantes,
apesar de nunca ter viajado para fora de Portugal. Através de nobres
estrangeiros radicados em Portugal, de nobres portugueses estabelecidos
no estrangeiro, de contactos com artistas de diversos ofícios, de
tratados e livros de estampas de arquitetura e decoração franceses e,
talvez, da troca de correspondência com a sua irmã Maria Bárbara de
Bragança, rainha consorte de Espanha, foi conhecedor das correntes
artísticas em vigor nas cortes europeias e dos palácios de veraneio
construídos no século XVIII.
Inúmeras
foram as fontes de divertimento em Queluz, sobretudo entre 1752 e 1786,
ano da morte de D. Pedro III, que representou o fim do período áureo de
festas e música no Palácio de Queluz.
Fontes: Parques de Sintra - Monte Lua
wikipedia (imagens)


D. Pedro, enquanto Infante de Portugal, em retrato de 1745 (28 anos de idade)
***
06 de Junho de 1714: Nasce D. José I, "O Reformador"
Monarca português, vigésimo
quinto rei de Portugal, filho de D. João V e de D. Maria Ana de Áustria, D. José
nasceu a 6 de junho de 1714 e faleceu a 24 de fevereiro de
1777.
Casou com D. Mariana Vitória
de Bourbon, filha de Filipe V. O seu reinado, situado entre os anos de 1750 e
1777, foi marcado pela crise económica resultante da concorrência das potências
coloniais e sobretudo da redução da exploração do ouro
brasileiro.
D. José seguiu a política de
D. João V no tocante à neutralidade face aos conflitos europeus e de que é
exemplo, apesar da forte pressão da França e da Inglaterra, a não participação
portuguesa na Guerra dos Sete Anos (1756-1763). Reforçou o absolutismo
monárquico através de medidas radicais contra aqueles que se opunham ao reforço
do poder régio: expulsou e confiscou os bens dos Jesuítas e mandou prender
alguns fidalgos, entre os quais os Távoras, acusados de tentativa de assassinato
do rei. Foi seu primeiro-ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, o marquês
de Pombal.
O seu reinado foi também
marcado pelo terramoto de 1755, que destruiu a baixa de Lisboa. A ele se deve a
reconstrução daquela parte da capital segundo um moderno traçado retilíneo da
autoria dos arquitetos Eugénio dos Santos, Manuel da Maia e Carlos
Mardel.
D. José foi um grande
reformador: acabou com a escravatura em Portugal continental, concedeu liberdade
aos índios do Brasil, acabou com a distinção entre cristãos-novos e
cristãos-velhos, e reformou o ensino, a administração e a
economia.
D. José I adoeceu e os seus
últimos dias foram destinados a cuidar da sua alma e da sua sucessão, deixando à
princesa do Brasil, sua herdeira, um texto com recomendações, que constituem uma
espécie de testamento.
O rei D.José I faleceu no dia 24 de Fevereiro de 1777, deixou recomendações piedosas à herdeira do trono e lembranças de obrigações a cumprir (concluir as obras da Igreja da Memória, pagar as dívidas aos servidores), fazia dois pedidos de grande importância política: o de que protegesse os seus servidores e o de que perdoasse aos prisioneiros de Estado, que fossem mercedores da sua clemência.
O rei D.José I faleceu no dia 24 de Fevereiro de 1777, deixou recomendações piedosas à herdeira do trono e lembranças de obrigações a cumprir (concluir as obras da Igreja da Memória, pagar as dívidas aos servidores), fazia dois pedidos de grande importância política: o de que protegesse os seus servidores e o de que perdoasse aos prisioneiros de Estado, que fossem mercedores da sua clemência.
Fontes:D.
José I. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2014.
wikipedia(imagens)
D. José I, por Miguel
António do Amaral
D. José I ainda
príncipe -Domenico
Duprà
D. José na sua adolescência, enquanto Príncipe do
Brasil, em retrato de Pierre-Antoine
Quillard.
***
09 de Dezembro de 1706: Morre D. Pedro II, "O Pacífico"
Em 1662, chegou a ser
declarado herdeiro do trono pela regente D. Luísa de Gusmão, mas o conde de
Castelo Melhor contrariou essa iniciativa ao afastar a regente para sempre da
vida política. Porém, em 1667, a rainha D. Maria Francisca Isabel afastou o
conde da corte e aderiu ao partido de D. Pedro. Através de golpe palaciano, D.
Pedro conseguiu obrigar o irmão a abdicar do poder em seu nome. Nas Cortes
iniciadas a 27 de Janeiro de 1668 foi nomeado regente do Reino. A 27 de Março do
mesmo ano, o casamento de D. Afonso VI com D. Maria Francisca foi anulado por
bula papal e D. Pedro casou com a cunhada. Nesse mesmo ano, assinou a paz com a
Espanha, o que lhe valeu o cognome de "o Pacífico". Só foi aclamado rei depois
da morte de Afonso VI, em 1683.
D. Maria Francisca morreu em
1683, tendo deixado apenas uma filha, pelo que D. Pedro resolveu casar, em 1687,
com D. Maria Sofia de Neuburgo.
De entre os seus ministros,
destacou-se o conde de Ericeira, D. Luís de Meneses, vedor da fazenda e
responsável por significativo impulso verificado na indústria
portuguesa.
D. Pedro envolveu-se
militarmente na Guerra da Sucessão de Espanha e foi durante a sua governação que
foi assinado o Tratado de Methuen, tratado comercial entre Portugal e a
Inglaterra. Desde 1703 o rei passava épocas de profunda sonolência que os
médicos atribuíam a um «defluxo de
estilicido», ou seja, grave infecção da laringe. A 5 de Dezembro de 1706 foi
acometido de um «pleuriz legítimo»
que derivou num ataque apoplético, com o qual perdeu os sentidos. Não resultou a
sangria nos pés e, no dia 9, o ataque tornou-se fatal. Acredita-se hoje
em doença hepática, pois a autópsia achou «hua parte do fígado torcida e se lhe
acharão 25 pedras no fel».
Está sepultado em Lisboa
no Panteão dos
Braganças.
Fontes: Infopédia
wikipedia
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D. Pedro II
Maria Francisca Luísa Isabel de Saboia, consorte de
D. Pedro II

Maria Sofia de Neuburgo, consorte de D. Pedro
II
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/12/09-de-dezembro-de-1706-morre-d-pedro-ii.html?fbclid=IwAR1HAE2W8BSZoNhaUKqLOa3oMjQMA5iy4S0jpKC-47tpmTvAABzJCRPlpo8***
D. João V...O magnânimo
Nasceu a 22ouTUbro1689
e morreu a 31jul1750
*
22 de Outubro de 1689: Nasce D. João V, "O Magnânimo"
Monarca português, vigésimo quarto rei de Portugal, o seu reinado, que durou de 1707 até à sua morte a 31 de Julho de 1750, foi um dos mais longos da História portuguesa. Nasceu a 22 de Outubro de 1689, filho de D. Pedro II e de D. Maria Sofia de Neuburgo, e recebeu o nome de João Francisco António José
Bento Bernardo. Foi aclamado rei a 1 de janeiro de 1707. Casou a 9 de Julho de 1708 com D. Maria Ana da Áustria, irmã do imperador austríaco Carlos III.D. João V seguiu uma política de neutralidade em relação aos conflitos europeus mas empenhou-se fortemente na defesa dos interesses portugueses no comércio ultramarino, de que foi exemplo o Tratado de Utreque (1714), em que a França e a Espanha reconheceram a soberania portuguesa sobre o Brasil. Esta neutralidade foi possível devido à riqueza do reino proveniente da exploração das minas de ouro brasileiras. D. João V pretendeu, à semelhança dos outros monarcas europeus, imitar Luís XIV. Defensor do absolutismo, não reuniu as Cortes uma única vez durante o seu reinado. Teve como principal ministro e homem de confiança o cardeal da Mota.Devido às grandes obras que promoveu no campo da arte, da literatura e da ciência, ficou conhecido por "o Magnânimo". Na cultura merecem referência especial a Real Academia Portuguesa de História, fundada em 1722, e a introdução da ópera italiana, em 1731. D. João V desenvolveu ainda as artes menores (talha, azulejo e ourivesaria) e as artes maiores através de vários pintores e escultores que se deslocaram de Itália para trabalhar em Lisboa e Mafra. O Palácio-Convento de Mafra, mandado construir como forma de agradecer o nascimento do seu primeiro filho varão, e o Aqueduto das Águas Livres são dois exemplos de obras públicas de grande imponência. Deu nome a um período da história da arte portuguesa designado Barroco Joanino.
D. João V. In Infopédia [Em linha].
Porto: Porto Editora, 2003-2012.
wikipedia (Imagens)
Retrato de D. João V - Pompeo
Batoni
Maria Ana de Áustria, irmã do Imperador Carlos VI e
Rainha de Portugal, em 1708
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/10/22-de-outubro-de-1689-nasce-d-joao-v-o.html?fbclid=IwAR1n_dupwjYcuo-XyHlW-FuohvyY6-tor0Yqz22vyhGrlBJQTgYQ_35JQUU***
06 de Novembro de 1656: Morre D. João IV, "O Restaurador"
Monarca português, nasceu em Vila Viçosa a 19 de Março de 1604 e a partir de 29 de Outubro de 1630 tornou-se o 8.o duque de Bragança. Casou com D. Luísa de Gusmão, espanhola de nascimento, a 12 de Janeiro de 1633. Foi escolhido pelos obreiros da Restauração para rei de Portugal. 1 de Dezembro de 1640 foi a data da restauração da independência de Portugal face ao reino de Espanha. Terminava assim a dinastia filipina, que durante 60 anos governara Portugal. D. João IV foi aclamado rei a 15 de Dezembro. Pese embora a conjura de 1641 contra o novo rei, da qual resultou uma severa punição para os seus responsáveis, D. João IV teve o apoio da grande maioria da sociedade portuguesa, o que lhe permitiu criar novos impostos, desvalorizar a moeda e recrutar voluntários para fazer face às necessidades monetárias e humanas de um confronto militar que se adivinhava próximo com a vizinha Espanha.
Em 1641 verificaram-se os primeiros confrontos, saldando-se por uma vitória do exército português na Batalha do Montijo e uma tentativa fracassada dos espanhóis no cerco de Elvas. A Espanha estava fortemente mergulhada na Guerra dos Trinta Anos, pelo que foi preciso esperar pelo fim da guerra entre franceses e espanhóis, que só se verificou em 1659, para que os espanhóis pudessem concentrar todas as suas atenções na anulação da Restauração portuguesa. Durante este período, D. João IV, com o objetivo de legitimar a revolução e obter auxílio militar e financeiro, enviou embaixadores para as principais Cortes europeias. Era necessário convencer os reinos europeus de que D. João IV não era um rebelde mas sim o legítimo herdeiro do trono que havia sido usurpado pelos Filipes. D. João IV apresenta-se, assim, como o legítimo herdeiro do cardeal D. Henrique, pois, em 1580, quem deveria ter sucedido no trono era D. Catarina, duquesa de Bragança, e não Filipe II de Espanha. Os embaixadores vão também legitimar o novo rei segundo o novo princípio político de que o poder era conferido por Deus ao povo, que, por sua vez, o transmitia ao rei. D. João IV faleceu a 6 de Novembro de 1656, deixando o reino, política e militarmente organizado, entregue à regência de D. Luísa de Gusmão.
Em 1641 verificaram-se os primeiros confrontos, saldando-se por uma vitória do exército português na Batalha do Montijo e uma tentativa fracassada dos espanhóis no cerco de Elvas. A Espanha estava fortemente mergulhada na Guerra dos Trinta Anos, pelo que foi preciso esperar pelo fim da guerra entre franceses e espanhóis, que só se verificou em 1659, para que os espanhóis pudessem concentrar todas as suas atenções na anulação da Restauração portuguesa. Durante este período, D. João IV, com o objetivo de legitimar a revolução e obter auxílio militar e financeiro, enviou embaixadores para as principais Cortes europeias. Era necessário convencer os reinos europeus de que D. João IV não era um rebelde mas sim o legítimo herdeiro do trono que havia sido usurpado pelos Filipes. D. João IV apresenta-se, assim, como o legítimo herdeiro do cardeal D. Henrique, pois, em 1580, quem deveria ter sucedido no trono era D. Catarina, duquesa de Bragança, e não Filipe II de Espanha. Os embaixadores vão também legitimar o novo rei segundo o novo princípio político de que o poder era conferido por Deus ao povo, que, por sua vez, o transmitia ao rei. D. João IV faleceu a 6 de Novembro de 1656, deixando o reino, política e militarmente organizado, entregue à regência de D. Luísa de Gusmão.
D. João
IV. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia
(Imagens)

Retrato de D. João IV,
por Avelar Rebelo, em 1643 (Paço de Vila
Viçosa)
D. João IV
Aclamação de João IV de Portugal, por Columbano
Bordalo Pinheiro, no Museu Militar de Lisboa
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/11/06-de-novembro-de-1656-morre-d-joao-iv.html?fbclid=IwAR2tNYfuVPdWcBorHzBGx4HZERUoJlim47vQXSGZG8ku3slwzq-rDgx6YgA*
11 de Agosto de 1654: D. João IV institui a Casa do Infantado
Criada
no reinado de D. João IV, por Carta Régia de 11 de Agosto de 1654,
ampliada por D. Pedro II através do seu testamento de 19 de Setembro de
1704, destinava-se aos filhos segundos dos monarcas e rapidamente se
transformou na segunda maior casa senhorial portuguesa. Era constituída
pela Casa propriamente dita, ou seja, a estrutura senhorial e corte do
Infante, e pelo Estado, ou seja, o domínio sobre o património senhorial
que lhe fora atribuído e do qual provinham as rendas necessárias para
assegurar as despesas.
Era seu
objectivo assegurar a sucessão da Coroa e, ao aumentar a área de
senhorios daquela, contribuiu para a criação de circunstâncias
favoráveis à centralização régia. Procedeu também ao nivelamento entre
filho primogénito e filho segundo, o qual, de acordo com as formas de
transmissão definidas pelo morgadio, era excluído ou secundarizado na
herança patrimonial. Pretendia-se assim garantir uma maior estabilidade
dentro da Casa Real e que os filhos segundos da Coroa passassem a dispor
de rendimentos e receitas próprias, sobretudo de natureza agrícola, que
lhes assegurassem a independência e permitissem a sua permanência no
Reino, bem como a da sua descendência.
Entre
1654 e 1699 a sua administração esteve a cargo da Junta da Casa de
Bragança, enquanto tribunal superior. O facto de se referir a Junta da
Casa de Vila Real e Ducado de Beja, forma como a Casa começou por ser
designada devido à incidência territorial dos seus bens, parece
demonstrar haver separação entre as duas áreas jurisdicionais. A partir
de 1699 passou, teoricamente, a dispor de Junta própria, mas até 1748 a
administração ficou a cargo do Conselho da Fazenda. Só a partir desta
data a Junta entrou em funções, tendo ficado definido que usaria o
Regimento da Casa de Bragança - Decreto de 28 de Novembro de 1749. Pelo
Decreto de 1 de Dezembro do mesmo ano foi determinado que a
administração das rendas da Casa passasse do Conselho da Fazenda para a
já referida Junta, cujos ordenados foram fixados pelo Decreto de 13 de
Maio de 1758. O Conselho da Fazenda continuaria a administrar as tenças e
mercês vitalícias.
A Junta
da Casa de Vila Real e Ducado de Beja dispunha de chancelaria, registo
de mercês, cartório e secretaria e contava com oficiais desembargadores,
procuradores e solicitadores. Contava ainda com órgãos centrais ligados
à fazenda, como a Ouvidoria, com o ouvidor dos feitos da fazenda, o
juiz das justificações da Casa, o inquiridor e o escrivão, o Tesouro e
os Contos. Os Contos passaram a dispôr, a partir de 1689, para além do
superintendente, de um provedor, dois contadores e dois escrivães.
Encarregues
de colectar a Fazenda existiam ainda os almoxarifes, contadores da
Fazenda, o meirinho da cobrança e arrecadação da cidade de Leiria, o
solicitador do tombo da comenda da Ega, o solicitador dos feitos da
cidade do Porto e os escrivães do almoxarifado. A Casa não podia prover
os ofícios da Fazenda relacionados com as sisas e as alfândegas.
Os
oficiais ligados às justiças senhoriais eram os procuradores, os
ouvidores e os juízes de fora e eram providos pela Casa, que também
nomeava as justiças locais: vereadores, juízes ordinários e
procuradores.
Dispunha ainda do privilégio de apresentar os alcaides-mores e postos das milícias.
Em 11
de Agosto de 1654 D. João IV doou ao Infante D. Pedro o título de Duque
de Beja, a respectiva cidade e seu termo, com a jurisdição cível e
crime, bem como as vilas, lugares, castelos, padroados, terras, foros,
direitos e tributos confiscados para a Coroa na sequência da condenação
do Marquês de Vila Real e de seu filho, o Duque de Caminha, e ainda o
título de Duque de Vila Real. Tal facto foi responsável pela designação,
que perdurou durante bastante tempo, de Ducado de Beja e Vila Real. A
incorporação de novas terras levou, posteriormente, à adopção da
designação de Casa do Infantado.
As
terras doadas estavam isentas da correição real, substituída pelos
ouvidores da Casa, que dispunham da mesma jurisdição que a Casa de
Bragança (ordinária em 1ª e 2ª instância, correição, imunidade face aos
funcionários régios, atribuição de ofícios e cartas de seguro). Foi, no
entanto, sentida a necessidade de emitir diplomas legais referindo os
direitos reais delegados no Infante.
Os
ouvidores da Casa, de acordo com Alvará de 23 de Julho de 1656, podiam
prover todas as serventias dos ofícios de Justiça, tal como o podiam
fazer os corregedores das comarcas.
O
Alvará de 12 de Fevereiro de 1658 determinou que os ouvidores do ainda
Ducado de Beja e Casa de Vila Real pudessem, à semelhança dos da Casa de
Bragança, passar cartas de seguro. O Alvará de 14 de Novembro do mesmo
ano concedeu que os ouvidores das suas terras provessem as serventias
dos oficiais dos órfãos, à excepção dos juízes e partidores, como
proviam os outros ofícios.
De
acordo com os Alvarás de 22 de Março de 1662 e de 20 de Abril do mesmo
ano, os moradores das terras do Infante que tivessem cometido delitos
deviam ser julgados no juízo do seu foro.
À Casa
do Infantado, desde a sua criação, foram concedidas importantes doações.
Pelo Alvará de 17 de Agosto de 1654, recebeu a Quinta de Queluz e casas
em Corte-Real e o de 22 de Dezembro do mesmo ano determinou que o
Infante D. Pedro pudesse conceder os prestimónios da Ordem de Cristo que
tinham pertencido à Casa de Vila Real, detendo a dignidade de
comendador da Ordem. No ano seguinte, a Casa acrescentou aos seus
domínios a vila de Serpa e seu termo (Carta de doação de 16 de Setembro
de 1655) e as lezírias da Golegã, Borba, Mouchões e Silveira, no termo
de Santarém (Alvará de 3 de Novembro do mesmo ano). Em 25 de Maio de
1656, a Casa recebeu as comendas de Ega e Dornes, pertencentes à Ordem
de Cristo. D. João IV doou, ainda, ao Infante D. Pedro as saboarias da
cidade do Porto, bem como várias vilas e lugares nas comarcas de
Trás-os-Montes e de Entre Douro e Minho (Carta de 12 de Outubro de
1656).
D.
Afonso VI, através de Carta de padrão e doação de 15 de Setembro de 1663
confirmou todas as mercês até então conferidas. Em 2 de Março de 1693 a
Casa viu confirmadas as comendas de Ega e Dornes e recebeu doação da de
Castelo Branco.
Em 21
de Abril de 1698 recebeu nova doação régia dos bens do Conde de Vimioso,
da Casa de Bobadela, da Casa de Linhares, do Conde de Figueiró, e o
senhorio e reguengo de Vila Nova de Portimão, Rendide e Tojosa, lezírias
do Torrão do Diabo, Esteiro Grande, foros do reguengo de Terrugem e do
Casal de Almeirim e, em 1705, dos bens da Casa da Castanheira, lezírias
de Montalvão e Morraceira, Quinta da Castanheira, Mouchão e Esplendião.
Foram, ainda, incorporadas a Casa da Feira (Carta de doação de 10 de
Fevereiro de 1708) e o senhorio de Pinhel (Carta de doação de 30 de
Março de 1781).
Além
dos bens imóveis a Coroa concedeu à Casa do Infantado a exploração de
2.000 quintais de pau brasil (Decretos de 20 de Agosto de 1662 e de 2 de
Janeiro de 1665) uma tença no valor de 458.750 reis imposta na
alfândega do Porto (1685) e um padrão de 1.740.000 reis de juro
relativos à alfândega de Lisboa (1704).
A Casa
procedeu também à compra de bens, nomeadamente, a vila de Moura e
respectivos celeiros, a cidade de Lamego e o Paúl de Magos, que adquiriu
à infanta D. Catarina, em 1661, durante o período de regência de D.
Luísa de Gusmão, e o reguengo de Valada transacionado com a Coroa
(Alvará de 25 de Junho de 1680).
No
início do século XVIII a área geográfica abrangida pela Casa situava-se,
sobretudo, no Alentejo, na comarca de Beja, com Beja, Serpa e Moura;
seguia-se de imediato Trás-os-Montes, comarca de Vila Real, com Abreiro,
Freixial, Lamas de Orelhã, Canelas e Vila Real e comarca de Miranda,
com Vimioso; Beira, comarca de Lamego, com Almeida, Ranhados e Lamego,
comarca de Viseu, com Bobadela, comarca de Pinhel, com Aguiar da Beira,
Algodres, Pena Verde e Fornos de Algodres e comarca da Guarda, com
Lagares da Beira e Linhares; no Algarve, comarca de Tavira, com
Alcoutim, comarca de Lagos, com Vila Nova de Portimão; seguia-se Entre
Douro e Minho, com Valença, Caminha e Valadares; comarca do Porto, com
Azurara e Sabrosa; finalmente a Estremadura, comarca de Leiria com Ega,
comarca de Tomar com Aguda, Avelar, Chão de Couce, Pousa Flores, Maçãs
de D. Maria, e Dornes e na comarca de Torres Vedras as vilas de
Castanheira, Povos e Cheleiros.
D.
Maria I, por Carta de 31 de Janeiro de 1790 roborou e ratificou a
anexação e união do Priorado do Crato à Casa do Infantado, de acordo com
a bula papal de 25 de Novembro de 1789. O Alvará de 18 de Dezembro de
1790 extinguiu a Mesa Prioral do Crato, passando o expediente à Junta do
Infantado. Foi criada uma nova Mesa e um juiz dos feitos da Casa e
Priorado. A Casa passou a controlar o Grão-Priorado do Crato, que se
compunha, para além da vila do Crato, de Gáfete, Sertã, Amieira,
Proença-a-Nova, Cardigos, Oleiros, Belver, Envendos, Gavião, Tolosa,
Carvoeiro e Pedrógão. Através de Carta de Lei de 19 de Julho de 1790, D.
Maria I declarou e regulou a jurisdição da Casa e Estado do Infantado.
De
salientar que o senhorio se constituiu, sobretudo, a partir do confisco
de bens de casas nobres ou a partir da integração dos bens cujos
donatários não tinham deixado descendência. De referir, ainda, uma
relativa continuidade territorial no tocante aos senhorios das Casas de
Bragança e do Infantado, principalmente no Minho, Trás-os-Montes e
Alentejo.
A Casa do Infantado foi extinta por D. Pedro IV (Decreto de 18 de Março
de 1834), sendo os seus bens integrados na Fazenda Nacional, à excepção
dos palácios destinados à realeza: Queluz, Bemposta, Alfeite, Samora
Correia, Caxias e Murteira. Os príncipes passaram a dispor, a partir de
então, de uma dotação anual votada pelas Cortes.
Fontes: ANTT
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D. João IV por Avelar Rebelo, em 1643 (Paço de Vila Viçosa).

A quinta de Queluz fez parte das propriedades da Casa do Infantado
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15dez1640...D.João IV é aclamado rei
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19mar1604...nasce D.JOÃO IV O RESTAURADOR
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***
25 de Novembro de 1638: Nasce D. Catarina de Bragança, Infanta de Portugal e Rainha Consorte de Inglaterra
Membro da monarquia, filha de D.
João IV e
de D. Luísa
de Gusmão, D.
Catarina nasceu a
25 de novembro
de 1638, em
Vila Viçosa, e
casou-se em 1662
com o rei
Carlos II, tornando-se
assim rainha da
Inglaterra. A sua
educação religiosa privou-a do conhecimento das línguas não ibéricas, pelo que conversava com o marido
em espanhol. O
casamento real foi
proposto em 1660
através do seu
padrinho, D. Francisco
de Melo, conde
da Ponte, que
ofereceu como dote
dois milhões de
cruzados, a cedência
de Tânger e
Bombaim, juntamente com
a liberdade de
comércio aos ingleses
nas colónias portuguesas. Em contrapartida, a infanta poderia
continuar a praticar
a religião católica
e a Inglaterra
auxiliaria Portugal no
caso de ataque
espanhol ou holandês.
Esta proposta foi
aceite e o
conde da Ponte
voltou a Portugal
para ultimar os
preparativos. No entanto, quando retornou a Londres o rei
mostrou-se adverso pois
tinha sido alvo
de uma campanha
de dissuasão desencadeada por Batteville,
embaixador espanhol, e
do conde de
Bristol, que se
opunham ao casamento.
Estes tentaram convencer Carlos II que
D. Catarina era
feia, defeituosa e
doente. Contudo, o
contrato de casamento,
assente no tratado
ango-luso a 23
de junho de
1661, que confirmava
os anteriores tratados
assinados em 1641,
foi assinado. D.
Catarina partiu para
Inglaterra em abril
de 1662 e o casamento protestante
foi celebrado em
Portsmouth, a 14
de maio, mas
não sem que
antes fosse efetuada
uma cerimónia
católica.
A sua vida
na corte inglesa
não foi muito
fácil: primeiro, devido
às relações amorosas
do rei; depois
porque a sua
fé, vincadamente católica, gerou alguma suspeição por parte dos
Anglicanos. Mesmo assim, durante os 30
anos que viveu
em Inglaterra D.
Catarina notabilizou-se pelos bailados e teatros que organizou, pela sua perícia com
o arco e
setas, tendo sido
a patrona da
Honorable Company
of Bowmen.
Foi igualmente pela
sua mão que
foi introduzida a
moda do chá
na corte britânica.
Por outro lado,
foi o alvo
das querelas e
conspirações entre católicos e protestantes. Estes últimos tentaram por várias vezes obrigar o rei a
divorciar-se, apoiando-se na infecundidade da rainha (teve quatro partos prematuros). Carlos II não cedeu, todavia, mostrando sempre grande amizade pela esposa (que o converteu
ao Catolicismo), apesar
de ter tido
inúmeras amantes e
quinze bastardos. Após
a morte do
rei, em 1685,
D. Catarina ainda
permaneceu em Inglaterra, regressando à pátria apenas em 1692,
quando mandou construir
o palácio da
Bemposta. Até à
sua morte, em
1705, em Lisboa,
ainda interferiu nos
negócios do reino
(Tratado de Methuen),
assumindo a regência
por duas vezes.
Encontra-se enterrada na igreja do Mosteiro dos Jerónimos. O
seu casamento com
Carlos II acabou
por não dar
os frutos que
a Coroa portuguesa
desejava, saldando-se pela perda das possessões cedidas e pela
abertura ao comércio
das colónias a
mercadores ingleses.
D. Catarina de Bragança. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2012. [Consult. 2012-11-25].
Wikipedia
(Imagens)


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https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=TZ9iDoQNGWE
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https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/11/25-de-novembro-de-1638-nasce-d-catarina_25.html?fbclid=IwAR3fF6-gS-bStmYdL5796p6_R4thNmVlnNH3eRMPuBfBnJyAj2rxdchkW3Q
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Catarina de Bragança e o Chá das cinco
Originário da China, o chá
foi introduzido na Europa pelos portugueses no século XVI. Um dos hábitos mais
tipicamente britânicos, o "chá das cinco", foi introduzido na corte inglesa por
Catarina de Bragança, princesa portuguesa, filha de D. João IV, quando esta
casou com Carlos II de Inglaterra. O dote de Catarina deve ter sido um dos mais
exóticos e sumptuosos da História: 500 mil libras de ouro, o livre comércio de
Inglaterra com as possessões portuguesas na Ásia, em África e nas Américas, a
cidade de Bombaim e uma caixa de chá... O dote de Catarina foi determinante para
o futuro imperial da Inglaterra e o chá iria mudar para sempre a vida dos seus
súbditos, tornando-se um elemento indissociável da sua personalidade e da sua
maneira de ser. Ao ritual do "chá das cinco" estão associados os
tradicionais scones e a marmalade, esta última também
introduzida por Catarina de Bragança. Acredita-se que a compota
de laranja amarga, que se popularizou como marmalade, foi criada a partir de
receita da própria Rainha portuguesa, natural de Vila Viçosa, onde abundam as
laranjas.
Conta a lenda que foi o imperador Shên Nung quem
descobriu o chá quando, numa das suas longas viagens, se sentou debaixo de um
arbusto a beber água quente, ideal para matar a sede por ser mais rapidamente
absorvida pelo corpo do que as bebidas frias. As folhas que por acaso caíam na
água conferiram-lhe um sabor e um aroma muito particulares que deliciaram o
imperador. Para os chineses, o chá está associado à beleza, pelo ritual da sua
preparação, pela satisfação e paz que provoca e por ser um complemento essencial
do convívio. O segredo da preparação do chá foi muito bem guardado pelos
chineses e só em 1843 se descobriu que todos os tipos de chá provinham de uma
mesma planta, a Camellia sinensis. A procedência, o solo, o clima, a seleção e a
preparação das folhas é que determinam as diferentes variedades existentes. O
chá preto (fermentado) é cultivado na Índia, Sri Lanka, na África Oriental,
Japão e Taiwan, enquanto que o chá verde (não fermentado) é originário sobretudo
da China e do Japão, embora também exista na Índia e na Indonésia. O chá
"Oolong" (semifermentado) é oriundo de uma região chinesa chamada Foochow e de
Taiwan, enquanto que o jasmim se pode encontrar na China. O Darjeeling e o Assam
são produzidos sobretudo no Nordeste da Índia e no Sri Lanka. Os blended, que resultam da mistura de vários chás, como o
Earl Grey, existem em cerca de 1500 tipos de lotes diferentes. Um dos melhores
chás do Mundo (preto e verde) é produzido nos Açores, em S. Miguel, na
localidade de Gorreana, nas variedades Orange Pekoe, Broken e
Moinha.
Fontes: Infopédia
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Plantação de
chá na Malásia

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11 de Junho de 1557: Morre D. João III, "O Piedoso"
Décimo quinto rei de Portugal, filho de D. Manuel I, D. João III nasceu em Lisboa a 6 de Junho de 1502.
Teve
como mestres algumas figuras notáveis da época, como o humanista Luís
Teixeira e o médico Tomás de Torres. A partir de 1514, D. Manuel começa a
introduzi-lo nas matérias do governo e, em 1517, preparava-se o seu
casamento com D. Leonor, irmã de Carlos V. É, porém, D. Manuel que vem a
casar com ela, em virtude da morte da rainha D. Maria. Com 19 anos é
aclamado rei e mais tarde casa com a irmã de D. Leonor, D. Catarina de
Áustria.
O
governo de D. João III pode compreender-se à luz de uma vasta política
nacional e ultramarina, de que se assinalam os marcos essenciais:
1) Política ultramarina: O
vasto império herdado pelo monarca e que se estendia por três
continentes, impunha difíceis problemas de administração à distância. No
Oriente, após uns primeiros anos de continuação de conquistas, as
dificuldades começaram a surgir. Turcos e Árabes ofereciam uma
resistência cada vez maior ao monopólio dos Portugueses e os ataques às
nossas forças sucediam-se. Em África, as guarnições dos nossos castelos
de Marrocos não conheciam vida calma. Homens e armas eram enviados com
frequência, como reforço, ocasionando uma despesa enorme sem proveito
correspondente, o que em breve se tornou insustentável. Abandonou-se
Safim, Azamor, Alcácer‑Ceguer e Arzila. Como compensação das
dificuldades no Oriente e revezes em Africa, voltou-se D. João III para o
Brasil, realizando a primeira tentativa de povoamento e valorização
daquele território, primeiro com o sistema de capitanias e depois
instituindo um governo geral., com Tomé de Sousa à frente.
2) Relações externas: Em
nenhum outro reinado da 2.ª dinastia manteve Portugal uma tão grande
actividade diplomática, como no de D. João III, e com a Espanha, de uma
maneira intensa. Com a França, de maneira bastante delicada, devido à
guerra de corso movida pelos marinheiros franceses aos navios mercantes
de Portugal e consequentes represálias por parte da nossa marinha de
guerra. Com a Santa Sé, orientando-se no fortalecimento de relações,
conseguindo D. João III o estabelecimento do tribunal da Inquisição em
Portugal e aderindo os bispos portugueses ao espírito da Contra‑Reforma.
Mais dentro do campo económico, são de pôr em realce as relações
estabelecidas com os países do Báltico e a Polónia, através da feitoria
de Antuérpia.
3) Política interna: A
linha absolutista acentua-se nitidamente com D. João III. Este governa
apenas com o auxílio do secretário de Estado, António Carneiro e seus
dois filhos Francisco e Pêro de Alcáçova Carneiro. A máquina
administrativa foi-se estruturando com centenas de regimentos, alvarás e
cartas. Todavia, o seu reinado conheceu gravíssimas crises económicas e
recorreu-se aos empréstimos externos. Fomes, epidemias e sismos fizeram
também a sua aparição frequente.
4) Política cultural: A
protecção à cultura foi uma dominante deste monarca. À sombra da corte
viveram homens como Gil Vicente, Garcia de Resende, Damião de Góis. A
esta época estão ainda ligados nomes como os de Sá de Miranda, Bernadim
Ribeiro, André Resende, Diogo de Teive, Pedro Nunes, Camões, João de
Castro, João de Ruão e outros ainda. É feita uma reforma da Universidade
portuguesa e cria-se um Colégio das Artes.
5) Sucessão ao trono: Apesar
da numerosa prole nascida do casamento régio, é o único neto do tronco
varonil, D. Sebastião, que irá suceder a D. João III. A morte tinha
ceifado todos os filhos do monarca.
6) A figura: D.
João III tem merecido juízos discordantes na sua acção governativa.
Para alguns foi um fanático, para outros um hábil monarca. É certo que
recebeu o império no seu apogeu e o deixou no descalabro, mas para além
da sua acção pessoal que não foi brilhante, havia outras causas mais
profundas que, de qualquer maneira, produziriam os mesmos efeitos.D.
João III faleceu a 11 de Junho de 1557.
Fontes: www.arqnet.pt
wikipedia (Imagens)
D. João III 1502 por António Mouro
D. João, enquanto Príncipe Herdeiro, no Tríptico dos Infantes; Mestre da Lourinhã
Catarina de Áustria (Consorte de D. João III ), obra de António Mouro
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/06/11-de-junho-de-1557-morre-d-joao-iii-o.html?spref=fb&fbclid=IwAR1oIiCfw8JPJJjH7aX-ixQ6An782CuuBHnyRhY6cDAOKlTAeSgCvGmSTlE***
03 de Junho de 1537: Nasce D. João Manuel, Príncipe de Portugal, pai de D. Sebastião
D. João Manuel, príncipe herdeiro de Portugal, nasceu em Évora no dia 3 de Junho de 1537 e faleceu a 2 de Janeiro de 1554. D. João Manuel era filho de D. João III e de D. Catarina de Áustria, pais de uma prole de nove infantes que viriam a morrer consecutivamente. D.
João Manuel nasceu Infante e tornou-se Príncipe herdeiro de
Portugal em 1539 depois da morte na infância dos seus quatro irmãos mais
velhos. Em 11 de Janeiro de 1552 casou por procuração com
a formosíssima D. Joana, filha de Carlos V e irmã do futuro Filipe II. O
príncipe morre com 16 anos, sem a certeza de deixar descendência. Eram
dois belos jovens que se amavam. A jovem princesa encontrava-se grávida
do futuro Sebastião, o Desejado.
E, para não inquietar o seu estado, durante dezoito dias, desde a morte
do príncipe a 2 de Janeiro e o nascimento do filho a 20 do mesmo mês, a
Corte simulou o trágico acontecimento e não se vestiu de luto. D. João era de saúde frágil, morreu de diabetes juvenil (diabetes tipo I, uma doença auto-imune).
Enviuvando,
D. Joana regressa a Espanha a pedido do seu pai, que tencionava
abdicar, confiando a educação do filho, com apenas três meses, à sua
sogra Catarina de Áustria (que
era também sua tia). Uma vez em Espanha, assumiu o cargo de regente do
reino, em virtude do pai se achar ausente, assim como o irmão, Filipe II, que se encontrava em viagem pelos Países Baixos e pela Inglaterra, onde viria a casar com Maria Tudor.
Fontes: DHP
wikipedia (imagens)
D. João Manuel retratado por António Moro
D. Joana, consorte de D. João Manuel
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/06/03-de-junho-de-1537-nasce-d-joao-manuel.html?spref=fb&fbclid=IwAR08vwAuOCl4nVG1Pu-ieynSyECeiskz-VP3K2GA0wfejbvLbrir3uQQhz8***
17 de Novembro de 1525: Morre D. Leonor de Lencastre, rainha de Portugal.
D. Leonor de Lencastre, D. Leonor de
Portugal ou ainda Leonor de Viseu, nasceu a 2 de Maio de 1458, em Beja.
Filha de D. Fernando, Duque de Viseu e de D. Beatriz era irmã de D.
Manuel e D. Diogo.
A 22 de Janeiro de 1470, torna-se Rainha de
Portugal, pelo seu casamento com D. João II, o qual era seu primo
direito e segundo, pelo lado paterno, e o mesmo pelo lado materno. De
facto, tanto o rei como a rainha eram netos, cada qual, de dois filhos
diferentes de D. João I e de D. Filipa de Lancastre. Deste casamento
nasceram dois filhos, um que nasceu morto e D. Afonso que faleceu aos 16
anos num acidente a cavalo em 1491.
A Rainha D. Leonor foi grande protectora e
impulsionadora das artes e letras em Portugal, tendo mandado imprimir
algumas obras, nomeadamente: “O livro de Marco pólo – O livro de nicolau
veneto – carta de um genoves mercador”, “Os actos dos apóstolos”,
“Bosco Deleitoso”, “O espelho de Cristina”.Também protegeu Gil Vicente,
que em várias obras a apelidou de “Rainha Velha”. Algumas das obras de
Gil Vicente, como O Auto da Visitação, o Auto Pastoril Castelhano, o
Auto dos Reis Magos, o Auto de S. Martinho, o Velho Óbidos, Um Sermão, o
Auto da Índia – o processo de Vasco Abul, o Auto dos quatro tempos, o
Auto da Sibila Cassandra, o Auto da Fama, o Auto da Alma, A Barca do
Inferno, A Barca do Purgatório, A Barca da Glória, foram dedicadas à
Rainha D. Leonor ou encomendadas por esta.
Em 1476, ficou como regente do reino, por D. João II ter de se ausentar em defesa do seu pai em Castela.
Como Rainha de Portugal, era detentora de
terras como: Sintra, Torres Vedras, Óbidos, Alvaiázere, Alenquer, Aldeia
Galega, Aldeia Gavinha, Silves, Faro, bem como Caldas da Rainha, que
fundou. Tinha também direito a certos rendimentos: parte do açúcar
produzido na ilha da Madeira, certos impostos pagos pelos judeus de
Lisboa e pelas alfândegas do reino.
D. Leonor fundou os conventos da Madre de
Deus e da Anunciada e a igreja de Nossa Senhora da Merceana, Igreja de
Santo Elói, no Porto, o Convento de S. Bento, de Xabregas.
Esteve na origem da fundação do hospital
termal das Caldas da Rainha, destinado a todos os que necessitassem de
tratamento, sem distinção de classes sociais. Junto ao Hospital mandou
construir também a Igreja de Nossa Senhora do Pópulo.
Ainda hoje as Caldas da Rainha mantêm como
armas, o brasão da Rainha D. Leonor, ladeado à esquerda pelo seu próprio
emblema (o camaroeiro) e, à direita, pelo emblema de D. João II (o
pelicano).
A rainha D. Leonor teve ainda a ideia de
fundar uma instituição, reunindo pessoas de boa vontade que ficariam
encarregues de prestar assistência a quem precisava, ou seja, os mais
pobres. Em 1498, sendo já viúva, ficou regente do Reino quando o seu
irmão, D. Manuel I, se ausentou para Espanha. Uma das medidas que tomou
como regente foi fundar as Misericórdias de Lisboa. Ao conjunto das
regras definidas para o funcionamento desta instituição chamou-se
Compromisso, porque as pessoas que aderiram se comprometiam a segui-las.
Essas regras inspiravam-se em princípios fundamentais do cristianismo:
amor ao próximo e entreajuda.
D. Leonor de Lencastre, destacava-se, pela
formosura, inteligência e, sobretudo, pelo que sofreu e pelo bem que
espalhou, Dona Leonor, a “Rainha dos sofredores”. Tinha a fisionomia
suavíssima, marcada pelos olhos azuis e cabelos louros, herdados de sua
bisavó, Dona Filipa de Lencastre.
A Rainha faleceu no dia 17 de Novembro de
1525 no Paço de Enxabregas. Quis ficar sepultada no Convento da Madre de
Deus, numa campa rasa, num lugar de passagem, para que todos a
pisassem, gesto de humildade que comoveu o Reino. Foi uma Rainha muito
devota, tendo desejado e concretizado passar a viuvez num ambiente de
piedade e por isso o seu biógrafo Frei Jorge de S. Paulo chama-lhe “A
mais Perfeita Rainha que nasceu no Reino de Portugal”.
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/11/17-de-novembro-de-1525-morre-dleonor-de.html?fbclid=IwAR1rhU3Z_qexgk3QgEh5ZBgUz_bXZwCZPI-NqCWU9fzMqA-4YFJH7Yr5oDU
***
Sabe quem foi o rei estiloso?
Questão: Caracteriza o estilo manuelino
Resposta: O estilo manuelino foi criado por D.
Manuel I, um rei muito estiloso. O seu estilo ficou tão famoso que lhe deram o
seu nome, estilo manuelino.
A
história contada tal como ela é
Definição de estiloso: Que tem um estilo próprio que chama a atenção (por exemplo; casaco estiloso, pessoa estilosa).
D. Manuel
está associado a um estilo sim, um estilo ligado à arte!
D. Manuel
I era filho do infante D. Fernando, irmão de D. Afonso V, e de D. Beatriz, infanta
de Portugal. Nasceu em 1469, em Alcochete, e
faleceu em 1521, em Lisboa. Subiu ao trono em 1495, após a morte de D. João II,
seu primo e cunhado, de acordo com o testamento do falecido rei. O acidente que vitimou o herdeiro do trono (D. Afonso)
conduziu a que fosse aclamado rei em Alcácer do Sal, em
outubro de 1495.
Realizou três casamentos. O primeiro, em
1497, com D. Isabel, viúva do príncipe D. Afonso e herdeira da coroa de Espanha. D. Manuel, que mantivera até
então uma política tolerante para com os judeus, foi forçado a aceitar por exigência da noiva
(filha dos reis católicos) a condição matrimonial da expulsão daqueles, o que
gerou graves consequências sociais. O
segundo consórcio aconteceu, em 1500, com a infanta D. Maria de Castela (após a
morte de D. Isabel, de parto), -deste casamento nasceram dez filhos,
entre eles D. João, o futuro rei. De novo viúvo,
casou, em 1518, com a infanta D. Leonor, irmã de Carlos V, tendo mais dois
filhos.
Como político, teve sempre em conta
o interesse nacional. Recebeu o governo exatamente no momento em que a Nação se
preparava para alcançar a mais elevada projeção. Os
vinte e seis anos do seu reinado conheceram grande atividade nos domínios das
políticas interna, ultramarina e externa.
A política do rei D. Manuel I foi uma linha de continuação dos
anteriores governos. Prosseguiu com as campanhas de exploração ultramarina
portuguesa, expedições determinantes para a expansão do império e que levou às –“descobertas”
do Brasil, por Pedro Álvares Cabral, em 1500; do caminho marítimo para a Índia,
por parte de Vasco da Gama,em 1498; e das Molucas, pelo almirante Afonso de
Albuquerque, em 1511.
No
plano interno, D. Manuel I continuará a centralização do poder, somente reuniu
as cortes quatro vezes durante o tempo em que reinou. Nas cortes de
Montemor-o-Novo, no início do seu reinado, foram tomadas medidas que vão nesse
sentido de centralização, como mandar confirmar as doações feitas, os
privilégios e cartas de mercê. D. Manuel dedicou-se também às reformas de tipo tributário,
legislativo e administrativo. Estas reformas foram fundamentais para configurar
o Reino de Portugal como um estado moderno. O monarca mandou proceder a nova
compilação das leis. Assim, entre 1512 e 1531, são publicadas as Ordenações Manuelinas que substituem as Afonsinas.
Nas relações com os outros países, o rei tentou usar da maior habilidade
e diplomacia, procurando manter-se neutral e não se envolvendo nas lutas do seu
tempo. Ficou célebre, pela sua exuberância, numa comitiva
que enviou ao papa Leão X em 1513.
Todas
as suas reformas contribuíram para a constituição de um império português
unificado, dono absoluto de alguns dos mais importantes monopólios comerciais
para a época, e desenvolvendo assim um Estado rico e poderoso. O rei utilizou
toda esta riqueza adquirida para apoiar a construção de edificações reais que
deram conta da grandeza e do crescimento económico do império.
Durante
o seu reinado, assistiu-se à implantação do chamado
estilo manuelino, também designado como estilo gótico português tardio ou
flamejante. As suas características principais são a exuberância das formas,
implementadas sobretudo nas áreas arquitetónica,
decorativa e escultórica. Foi um tempo marcado por
uma intensa atividade arquitetónica, nos domínios religioso e civil. A
arquitetura do gótico -manuelino integra-se no modo típico de construção do
gótico e desenvolve a tendência da arte final deste estilo para a não compartimentação
e homogeneização dos espaços interiores. Esta característica explica a
preferência típica do manuelino pelas igrejas-salão. A gramática decorativa do
manuelino integra, além da heráldica, elementos marítimos como cordas, boias,
âncoras, algas ou corais; - fazendo-se também uso de novos processos
construtivos. Ainda que tivesse um carácter ornamental, o manuelino não pode
ser reduzido a uma decoração com simbolismo marítimo associado aos Descobrimentos.
O estilo manuelino foi desenvolvido em todo o território nacional, deixando
importantes exemplos como a célebre janela do Convento de Cristo, em Tomar, e o
Mosteiro dos Jerónimos, ou a Torre de Belém.
O
rei D. Manuel I foi o primeiro monarca a utilizar o título de Senhor do
Comércio, da Conquista e da Navegação da Arábia, Pérsia e Índia.
Fonte: D. Sebastião Desapareceu em Alcácer do Sal, de Isabel Moreira Brito, Manuscrito Editora



*
13 de Dezembro de 1521: Morre D. Manuel I, "O Venturoso"
D. Manuel I - Autor
desconhecido
O Terceiro casamento de D. Manuel I - Garcia
Fernandes
Reprodução de uma xilogravura da edição de 1514 das
Ordenações Manuelinas, impressa por João Pedro Buonhomini nas instalações de
Valentim Fernandes, em Lisboa
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/12/13-de-dezembro-de-1521-morre-d-manuel-i.html?fbclid=IwAR3yUYbbIx9FLCVVtVK9-ItHMPlgR76v4hFsX_WDqi4PweDs_P0nQkM_930**
31 de Maio de 1469: Nasce D. Manuel I, "O Venturoso"
Monarca português, filho
do infante D. Fernando, irmão de D. Afonso V, e de D. Brites, nasceu a 31 de maio de 1469, em Alcochete e faleceu a 13 de dezembro de 1521, em Lisboa. Décimo quarto rei de Portugal (1495-1521), é conhecido pelo cognome de "o Venturoso". Casou três vezes. Primeiro, em 1497, com D. Isabel, filha dos Reis Católicos e viúva do príncipe D. Afonso, filho de D. João II. Com a morte de D. Isabel, de parto, casou pela segunda vez, em 1500, com a infanta D. Maria de Castela, irmã de D. Isabel. Deste casamento nasceram vários filhos, entre eles D. João, o futuro rei, e D. Beatriz, duquesa de Saboia. Viúvo novamente, casou, em 1518, com a infanta D. Leonor, irmã de Carlos V.D. Manuel subiu ao trono em 1495, após a morte de D. João II, seu cunhado, de acordo com o testamento do falecido rei. Tal ficou a dever-se à morte do único filho legítimo de D. João, o príncipe D. Afonso, e à não aceitação de legitimação de um filho bastardo de D. João. Foi ainda possível porque tinham morrido os outros irmãos mais velhos de D. Manuel.No plano interno, D. Manuel I vai continuar a centralização do poder, mas de uma maneira mais sensata que D. João II. Logo nas Cortes de Montemor-o-Novo, no início do seu reinado, foram tomadas medidas que vão nesse sentido, como mandar confirmar as doações feitas, os privilégios e cartas de mercê; reformou os tribunais superiores. Por outro lado, só reuniu Cortes mais três vezes: em 1498, em 1499 e em 1502.Em 1496, obriga todos os judeus e mouros que não quisessem batizar-se a sair do país no prazo de dez meses, sob pena de confisco dos bens e condenação à morte.
Como as Ordenações Afonsinas estavam já desatualizadas, o rei mandou proceder a nova compilação das leis. Assim, entre 1512 e 1531, são publicadas as Ordenações Manuelinas. D. Manuel procede também à reforma dos forais, bem como da sisa e dos direitos alfandegários.
No que respeita à política ultramarina, quando sobe ao trono, em 1495, tinha-se dobrado já o Cabo da Boa Esperança e preparava-se a viagem marítima que levaria os portugueses até à Índia. D. Manuel deu continuidade a esses preparativos e em 5 de julho de 1497 partia de Lisboa uma armada chefiada por Vasco da Gama, que atingiu Calecute em 20 de maio de 1498. Estava consumada a descoberta do caminho marítimo para a Índia. Em 1500 manda D. Manuel uma outra armada à Índia, comandada por Pedro Álvares Cabral, que, desviando a rota mais para sudoeste, acaba por atingir as costas da Terra de Vera Cruz. Estava descoberto o Brasil, que se encontrava ainda nos nossos limites do Tratado de Tordesilhas, o que leva a supor que D. João II já tinha conhecimento destas terras aquando da assinatura do Tratado.D. Manuel decide enviar todos os anos uma armada à Índia, não só para consolidar o domínio português no Oriente como para ajudar na luta contra os inimigos dos portugueses naquelas paragens. Para poder impor a nossa presença, D. Francisco de Almeida foi para a Índia como vice-rei, tentando manter o monopólio da navegação e do comércio português na área, com certos apoios em terra, sendo Cochim o respetivo centro. Sucede-lhe Afonso de Albuquerque, que conquistou Goa, transformada então em capital do Estado da Índia, e manda proceder à exploração de outras terras daquelas paragens, chegando a Timor.No reinado de D. Manuel fizeram-se também viagens para ocidente, tendo-se atingido a Gronelândia e Labrador. No Norte de África prosseguiram algumas conquistas, como Safim e Azamor.Nas relações com os outros países, o rei tentou usar da maior habilidade e diplomacia, procurando manter-se neutral e não se envolvendo nas lutas do seu tempo. Ficou célebre, pelo seu fausto, uma comitiva que enviou ao papa Leão X em 1513.
A nível cultural, D. Manuel procedeu à reforma dos Estudos Gerais, criando novos planos de estudo e bolsas de estudo. É nesta época que surge o estilo manuelino, com motivos inspirados no mar e nas grandes viagens, em monumentos como o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém. É na sua Corte ainda que surge Gil Vicente.D. Manuel vem a falecer em 1521, estando sepultado no Mosteiro dos Jerónimos.
Como as Ordenações Afonsinas estavam já desatualizadas, o rei mandou proceder a nova compilação das leis. Assim, entre 1512 e 1531, são publicadas as Ordenações Manuelinas. D. Manuel procede também à reforma dos forais, bem como da sisa e dos direitos alfandegários.
No que respeita à política ultramarina, quando sobe ao trono, em 1495, tinha-se dobrado já o Cabo da Boa Esperança e preparava-se a viagem marítima que levaria os portugueses até à Índia. D. Manuel deu continuidade a esses preparativos e em 5 de julho de 1497 partia de Lisboa uma armada chefiada por Vasco da Gama, que atingiu Calecute em 20 de maio de 1498. Estava consumada a descoberta do caminho marítimo para a Índia. Em 1500 manda D. Manuel uma outra armada à Índia, comandada por Pedro Álvares Cabral, que, desviando a rota mais para sudoeste, acaba por atingir as costas da Terra de Vera Cruz. Estava descoberto o Brasil, que se encontrava ainda nos nossos limites do Tratado de Tordesilhas, o que leva a supor que D. João II já tinha conhecimento destas terras aquando da assinatura do Tratado.D. Manuel decide enviar todos os anos uma armada à Índia, não só para consolidar o domínio português no Oriente como para ajudar na luta contra os inimigos dos portugueses naquelas paragens. Para poder impor a nossa presença, D. Francisco de Almeida foi para a Índia como vice-rei, tentando manter o monopólio da navegação e do comércio português na área, com certos apoios em terra, sendo Cochim o respetivo centro. Sucede-lhe Afonso de Albuquerque, que conquistou Goa, transformada então em capital do Estado da Índia, e manda proceder à exploração de outras terras daquelas paragens, chegando a Timor.No reinado de D. Manuel fizeram-se também viagens para ocidente, tendo-se atingido a Gronelândia e Labrador. No Norte de África prosseguiram algumas conquistas, como Safim e Azamor.Nas relações com os outros países, o rei tentou usar da maior habilidade e diplomacia, procurando manter-se neutral e não se envolvendo nas lutas do seu tempo. Ficou célebre, pelo seu fausto, uma comitiva que enviou ao papa Leão X em 1513.
A nível cultural, D. Manuel procedeu à reforma dos Estudos Gerais, criando novos planos de estudo e bolsas de estudo. É nesta época que surge o estilo manuelino, com motivos inspirados no mar e nas grandes viagens, em monumentos como o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém. É na sua Corte ainda que surge Gil Vicente.D. Manuel vem a falecer em 1521, estando sepultado no Mosteiro dos Jerónimos.
D. Manuel I. In
Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia
(Imagens)
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/05/31-de-maio-de-1469-nasce-d-manuel-i-o.html?spref=fb&fbclid=IwAR298_K0bQokrI4grLZWH2b1quvPKT7G0iEi6GF7sB6_SkpnqECNmGoRzE4***
25 de Outubro de 1495: Morre em Alvor, D. João II, "O Príncipe Perfeito"
D. João II de Portugal nasceu em Lisboa a 3 de Maio de 1455 e faleceu a 25 de Outubro de 1495. Foi cognominado O Príncipe Perfeito pela forma como exerceu o poder. Filho do rei Afonso V de Portugal, acompanhou o seu pai nas campanhas em África e foi armado cavaleiro na tomada de Arzila. Enquanto Afonso V enfrentava os castelhanos, o príncipe assumiu a direcção da expansão marítima portuguesa iniciada pelo seu tio-avô Infante D. Henrique.
Desde
1474 que dirigia a política atlântica, devendo-se à sua visão de
governante, apesar de não ter ainda vinte anos, a instituição do mare clausum,
princípio que estabelecia que o domínio dos mares estava ligado ao seu
descobrimento. Na linha dessa política surge o tratado de Toledo de
1480, em que D. João II aceitando a partilha das terras do Atlântico
pelo paralelo das Canárias, afasta a concorrência da Espanha em África e
protege a mais tarde chamada rota do Cabo. Durante o seu reinado toda a
costa ocidental da África foi navegada, dobrou-se o Cabo da Boa
Esperança e preparou-se por terra com as viagens de Pêro da Covilhã e
Afonso de Paiva, a viagem de Vasco da Gama à índia, a que o monarca já
não assistiria. Em 1494, assina-se o tratado de Tordesilhas,
dividindo-se a terra em duas zonas de influência, a atribuir a Portugal e
à Espanha. Dentro da zona de influência portuguesa ficava o Brasil, o
que permite supor que o monarca tinha conhecimento da existência dessas
terras.
No
plano interno, a acção de João II orientou-se no sentido da
centralização e fortalecimento do poder real, tendo reprimido duramente
as conjuras dos nobres e abatido o poder das grandes casas do reino. De
1481 a 1485, são mortos ou presos D. Fernando, duque de Bragança, D.
Diogo, duque de Viseu, D. Gutierres Coutinho, D. Pedro de Ataíde, Isaac
Abravanel, D. Afonso, conde de Faro, D. Fernão da Silveira, Diogo
Lourenço, Afonso Vaz, D. Álvaro, filho do duque de Bragança, Aires
Pinto, bacharel João Afonso e José Abravanel. Tinha em grande conta a
opinião dos povos, mas o seu conceito da autoridade real leva-o a só
reunir cortes quatro vezes, durante o seu reinado. Quanto às relações
externas, a sua actividade foi no sentido de criar laços de concórdia
com os vários reinos, talvez com o intuito de se libertar de problemas
que pusessem em dificuldades a política de expansão ultramarina.
Alimentou o sonho de uma futura «monarquia ibérica», tendo conseguido
contratar o casamento de seu filho D. Afonso com a primogénita dos Reis
Católicos. A morte do infante veio, no entanto, deitar por terra estes
planos. Manteve uma actividade diplomática intensa com vários países
europeus, sendo de destacar a embaixada de Vasco de Lucena, enviada a
Roma em 1485.
A
última fase do reinado de D. João II está marcada pelo problema da
sucessão do trono. Com a morte do infante D. Afonso, procura o rei
habilitar ao trono o bastardo D. Jorge. No seu testamento, todavia,
nomeia seu sucessor D. Manuel, irmão da rainha. Morre no Algarve em
1495, aceitando alguns historiadores a hipótese de ter sido envenenado. O
rei encontrava-se em Alvor, em casa de D. Álvaro de Ataíde, quando
faleceu. Desenganado pelos médicos, sobre as suas hipóteses de salvação,
organizou o próprio cenário da sua morte, ordenou a sua extrema-unção, e
faleceu no dia 25 de Outubro de 1495, apenas com 40 anos, não sem antes
pedir aos que o rodeavam que não o agoniassem com os seus prantos.
Fontes:http://www.arqnet.pt/
wikipedia (imagens)


D. Afonso V armando D. João II como cavaleiro, na cidade de Arzila, por Domingos Sequeira


D. João II, Iluminura no Livro dos Copos, c. 1490 a 1498
https://www.youtube.com/watch?v=hVEMEp5zVLkhttps://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/10/25-de-outubro-de-1495-morre-em-alvor_71.html?fbclid=IwAR2B1X3HiZ3ZtFgApk_A_LKqnnaglW7E7UW9Tvpl4b2AX-VxAyxmTcpRfQg
***
12 de Maio de 1490: Morre Santa Joana Princesa, filha de D. Afonso V
Santa
D. Joana de Portugal, (também chamada Santa Joana Princesa embora oficialmente
apenas seja reconhecida pela Igreja Católica como Beata) (6 de Fevereiro de 1452
— 12 de Maio de 1490) foi uma princesa portuguesa da Casa de Avis, filha do rei
D. Afonso V e da sua primeira mulher, a rainha D. Isabel.
Membro
da monarquia portuguesa , nasceu em Lisboa e tinha três anos quando a sua mãe
faleceu, tendo sido entregue, juntamente com seu irmão, futuro D. João II, aos
cuidados de D. Brites de Meneses. Recebeu uma educação humanista com a sua tia
D. Filipa de Lencastre. A princesa, para além de contar com uma boa biblioteca,
usufruiu da companhia de importantes letrados. Enquanto o seu pai e irmão
combatiam em Arzila, foi-lhe confiada a regência do reino (1471). Quando
regressaram, a princesa pediu ao rei para professar num mosteiro da sua escolha
e entrou no mosteiro de Odivelas. Em 1472 D. Joana trocou o mosteiro de Odivelas
pelo mosteiro dominicano de Jesus em Aveiro,
após recusar veementemente várias propostas de casamento. Ainda assim, ela foi
obrigada várias vezes a deixar o convento e voltar à corte. Ela recusou uma
proposta de casamento de Carlos VIII de França, 18 anos mais novo que ela. Em
1485, ela recebeu outra oferta, do recém-viúvo Ricardo III de Inglaterra. No
entanto, Ricardo morreu em combate, do qual Joana supostamente teve um sonho
profético. Joana nunca chegou a professar votos de freira dominicana por ser
princesa real e potencial herdeira do trono. No entanto viveu a maior parte da
sua vida no Convento de Jesus de Aveiro, desde 1475 até à sua morte, seguindo em
tudo a regra de vida e estilo das monjas.Tomou
o hábito em 1475 sem professar votos solenes. O príncipe e o bispo D. Garcia
convenceram-na a desligar-se dos votos de clausura. Iconograficamente surgem
três coroas nas suas representações, simbolizando as suas sucessivas recusas de
casamento.
O
rei D. Afonso V proveu o mosteiro de muitos bens e em 1485 D. João II doou o
senhorio de Aveiro à infanta, que por sua vez promoveu o alargamento dos bens
pertencentes ao mosteiro. A princesa morreu em Aveiro no dia 12 de Maio de
1490. Foi beatificada em 1693.
Santa Joana
Princesa. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2014.
wikipedia
(imagens)

Infanta D. Joana de Portugal, conhecida como Santa
Joana Princesa
Chegada de D. Afonso V de Arzila, conversando com a
filha - Manuel Ferreira e Sousa
***
D. Afonso V O AFRICANO
Nasceu a 15jan1432...Sintra
e morreu a 28aGOSTO1481...Sintra
*
tem os seus restos mortais no Mosteiro da Batalha
e é pai do D.João II...o dos Descobrimentos
*
28 de Agosto de 1481: Morre D. Afonso V, "O Africano"
Monarca português, filho de D.
Duarte e de
D. Leonor
de Aragão,
nasceu a 15 de Janeiro de 1432 em Sintra, onde também
faleceu em 1481.
Décimo segundo rei
de Portugal
(1438-1481), é conhecido pelo cognome de
"o Africano".No
reinado de D.
Afonso V podemos
demarcar bem três
períodos. O primeiro
vai desde a
morte de seu
pai (1438), D. Duarte,
até à Batalha de Alfarrobeira (1449). Quando seu pai morreu, D.
Afonso V tinha
apenas 6 anos.
Por testamento, ficou
na regência a
rainha D. Leonor,
sua mãe, mas,
como era estrangeira,
tal facto não
foi bem aceite
pela burguesia e
pelo povo, que
preferia como regente
o Infante
D. Pedro,
irmão de D. Duarte. A
oposição entre as
duas partes gera
um período conturbado.
D. Leonor é
regente até às
Cortes de
1439, em que
o infante D.
Pedro é eleito
regente e D.
Leonor é obrigada
a exilar-se para
Castela. Ao mesmo
tempo, a educação
de D. Afonso
fica a cargo
de seu tio,
que era homem
de grande cultura,
conhecido como o
"Infante das Sete
Partidas" pelas inúmeras viagens que fez.
D. Afonso terá
assim uma esmerada
educação humanística.Quando, em 1446, atinge
a maioridade, realizam-se as Cortes
de Lisboa e
D. Afonso assume
o governo do
Reino, ainda que
auxiliado pelo tio.
Mas as intrigas
de alguns nobres
e elementos do
clero vão turvar
as relações entre
D. Afonso e
o tio, pelo
que o rei
dispensa os serviços
deste em 1448.
Mais tarde, em
1449, marcha contra
o tio, enfrentando-o
na Batalha
de Alfarrobeira,
que o Infante D. Henrique tentou evitar e
onde D. Pedro
é morto.Entretanto,
em 1447, D.
Afonso V casara
com sua prima
D. Isabel, filha
do Infante
D. Pedro,
de quem tem
três filhos, entre
eles a Infanta
D. Joana e
o futuro rei
D. João III. A rainha
vem a morrer
em 1455.Após
a morte do
infante D. Pedro,
a alta nobreza
e o alto
clero fazem sentir
cada vez mais
a sua influência,
havendo um recuo
na ação centralizadora.
O segundo período do reinado caracteriza-se pelas campanhas no Norte de África, das quais advirá o cognome do monarca.
Em 1453 dá-se a queda de Constantinopla e o papa Calisto III, em 1456, apela a uma cruzada, a que D. Afonso V responde preparando um grande exército. Frustrada esta missão, D. Afonso retoma a campanha de África, parada desde a tragédia de Tânger, e, em 1458, toma Alcácer Ceguer, acabando finalmente por conquistar Tânger e Arzila, após vários fracassos, em 1471, e Larache. O seu título passa a ser "rei de Portugal e dos Algarves, de aquém e de além-mar em África".A acção vitoriosa em África sofre então uma interrupção, pois D. Afonso V dá um outro rumo à sua acção política. Entramos assim no último período, que é orientado para a política peninsular. D. Afonso entra na luta pelo trono de Castela, vago pela morte de Henrique IV, que estava casado com D. Joana de Portugal, sua irmã, e que vai redundar num grande fracasso. Estava em causa o direito à sucessão de sua sobrinha D. Joana, a Beltraneja, contra a reivindicação dos futuros Reis Católicos, Fernando e Isabel. Como D. Afonso V era viúvo, planeava casar com a sobrinha e assim unir os reinos de Portugal e Castela. Entre várias escaramuças dá-se a Batalha de Toro, em 1476, que lhe é desfavorável. Não podendo impor-se pelas armas, D. Afonso V desiste e, em 1479, celebra o Tratado de Alcáçovas, em que renuncia a quaisquer direitos à coroa de Castela e reconhece como reis de Castela os seus adversários.Outros factos importantes aconteceram durante o seu reinado. Assim, em 1446 são publicadas as Ordenações Afonsinas, que são a primeira compilação das leis do Reino e cujo trabalho começara já no reinado de D. Duarte.A ação dos Descobrimentos continuou igualmente no reinado de D. Afonso V, primeiro ainda sob a acção do infante D. Henrique, até 1460, ano da sua morte. Logo em 1439, o infante D. Henrique mandou povoar as ilhas dos Açores. Assim, Nuno Tristão atinge, em 1441, o Cabo Branco, em 1443, a baía de Arguim e, em 1444, a foz do Rio Senegal. Em 1456, são descobertas as ilhas do arquipélago de Cabo Verde e, em 1460, ano da morte do infante D. Henrique, atinge-se a Serra Leoa e as terras da Guiné.Em 1469, D. Afonso V concede o comércio da Guiné a Fernão Gomes, com a condição de descobrir todos os anos 100 léguas de costa, o que o levaria até à costa da Mina. Em 1471, descobre-se S. Tomé, Príncipe, Ano Bom. Em 1472, Álvaro Esteves passa o equador. Em 1474, João Vaz Corte Real chega à Terra Nova.Em 1476, ainda no período das lutas pela coroa de Castela, o soberano entregou o governo do reino ao príncipe D. João e futuro rei, que assim conseguiu pôr cobro à liberalidade de D. Afonso V.
D. Afonso V morreu em 1481 e jaz no Mosteiro da Batalha.
O segundo período do reinado caracteriza-se pelas campanhas no Norte de África, das quais advirá o cognome do monarca.
Em 1453 dá-se a queda de Constantinopla e o papa Calisto III, em 1456, apela a uma cruzada, a que D. Afonso V responde preparando um grande exército. Frustrada esta missão, D. Afonso retoma a campanha de África, parada desde a tragédia de Tânger, e, em 1458, toma Alcácer Ceguer, acabando finalmente por conquistar Tânger e Arzila, após vários fracassos, em 1471, e Larache. O seu título passa a ser "rei de Portugal e dos Algarves, de aquém e de além-mar em África".A acção vitoriosa em África sofre então uma interrupção, pois D. Afonso V dá um outro rumo à sua acção política. Entramos assim no último período, que é orientado para a política peninsular. D. Afonso entra na luta pelo trono de Castela, vago pela morte de Henrique IV, que estava casado com D. Joana de Portugal, sua irmã, e que vai redundar num grande fracasso. Estava em causa o direito à sucessão de sua sobrinha D. Joana, a Beltraneja, contra a reivindicação dos futuros Reis Católicos, Fernando e Isabel. Como D. Afonso V era viúvo, planeava casar com a sobrinha e assim unir os reinos de Portugal e Castela. Entre várias escaramuças dá-se a Batalha de Toro, em 1476, que lhe é desfavorável. Não podendo impor-se pelas armas, D. Afonso V desiste e, em 1479, celebra o Tratado de Alcáçovas, em que renuncia a quaisquer direitos à coroa de Castela e reconhece como reis de Castela os seus adversários.Outros factos importantes aconteceram durante o seu reinado. Assim, em 1446 são publicadas as Ordenações Afonsinas, que são a primeira compilação das leis do Reino e cujo trabalho começara já no reinado de D. Duarte.A ação dos Descobrimentos continuou igualmente no reinado de D. Afonso V, primeiro ainda sob a acção do infante D. Henrique, até 1460, ano da sua morte. Logo em 1439, o infante D. Henrique mandou povoar as ilhas dos Açores. Assim, Nuno Tristão atinge, em 1441, o Cabo Branco, em 1443, a baía de Arguim e, em 1444, a foz do Rio Senegal. Em 1456, são descobertas as ilhas do arquipélago de Cabo Verde e, em 1460, ano da morte do infante D. Henrique, atinge-se a Serra Leoa e as terras da Guiné.Em 1469, D. Afonso V concede o comércio da Guiné a Fernão Gomes, com a condição de descobrir todos os anos 100 léguas de costa, o que o levaria até à costa da Mina. Em 1471, descobre-se S. Tomé, Príncipe, Ano Bom. Em 1472, Álvaro Esteves passa o equador. Em 1474, João Vaz Corte Real chega à Terra Nova.Em 1476, ainda no período das lutas pela coroa de Castela, o soberano entregou o governo do reino ao príncipe D. João e futuro rei, que assim conseguiu pôr cobro à liberalidade de D. Afonso V.
D. Afonso V morreu em 1481 e jaz no Mosteiro da Batalha.
D. Afonso V. In Infopédia [Em
linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (Imagens)
Retrato
de D. Afonso V

https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/08/28-de-agosto-de-1481-morre-d-afonso-v-o.html
Retrato de D. Afonso V com cerca de 25 anos, por Georg von Ehingen (1428-1508). George von Ehingen foi um cavaleiro da Suábia que esteve no exército de D. Afonso V em Ceuta, em 1458-59
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/08/28-de-agosto-de-1481-morre-d-afonso-v-o.html?spref=fb&fbclid=IwAR06229debbm-6bBBZCDRU7BkjggoY0vvPG_6H5ZYQUZ1YwoHLRFdx30OEs
*
23 de Outubro de 1458: D. Afonso V conquista a praça de Alcácer Ceguer.
Alcácer-Ceguer (Qasr al-Saghir, castelo pequeno em árabe ) é uma cidade marroquina situada no estreito de Gibraltar, entre Tânger e Ceuta.
Foi
conquistada por D. Afonso V a 23 de Outubro de 1458. Na empresa seguiam
também o infante D. Henrique (que comandava a armada do Algarve), o
infante D. Fernando, o marquês de Valença (que comandava a armada do
Porto) e o marquês de Vila Viçosa. O rei, cuja nau se desviou com o
vento para junto de Tânger ainda hesitou na cidade a conquistar, mas
devido à persuasão do infante D. Henrique, que havia participado no
desastre de Tânger em 1437, manteve-se a decisão de atacar Alcácer
Ceguer. A conquista foi possível devido à superioridade da artilharia
pesada portuguesa, e à decisão do rei de Fez, Abd al-Hakk, que quando
estava a preparar um ataque a Tlemcen, fora avisado de que a frota de D.
Afonso V estava à vista de Tânger. Indeciso sobre o alvo dos
Portugueses, que poderia ser Tânger ou a capital, Fez, decidiu ir
defender a última.
A cidade de Alcácer Ceguer foi erguida no início da ocupação muçulmana do Magreb, cerca de 708. Durante o período almóada, foi um importante porto de embarque de tropas para a Península Ibérica. No entanto, quando foi conquistada pelos Portugueses, Alcácer não passava de um simples porto de corsários. Após a conquista, uma das primeiras preocupações do monarca foi o do reforço da sua fortificação, mandando construir uma couraça para defender o futuro desembarque de mantimentos e homens. Esta couraça voltou a ser alvo de obras de melhoramento no reinado de D. Manuel I.
A mesquita da cidade foi transformada na igreja de Santa Maria da Misericórdia, outorgada à Ordem de Cristo por iniciativa do infante D. Henrique. Logo após a sua tomada, o rei de Fez tentou por duas vezes reavê-la. O primeiro cerco durou 53 dias e foi levantado a 2 de Janeiro de 1459. Contudo a guarnição da cidade, comandada por D. Duarte de Meneses (filho do primeiro capitão de Ceuta, D. Pedro de Meneses), conseguiu resistir e defender a praça. Abd al-Hakk voltou a cercar Alcácer entre 2 de Julho e 24 de Agosto de 1459. Durante este cerco, D. Duarte de Meneses mandou vir do reino a mulher e os filhos, que com alguma dificuldade, conseguiram furar o cerco e entrar dentro da praça. Esta atitude do capitão deu novo ânimo à guarnição sitiada, que não cedeu as defesas.
A população da praça chegou a atingir as 800 pessoas, mas estava totalmente dependente do Reino para a sua manutenção. A conquista de Arzila e Tânger em 1471 significou a consolidação da presença portuguesa no norte de Marrocos, pelo que Alcácer Ceguer, que era uma praça pequena, perdeu a sua importância estratégica, quer para os portugueses quer para os muçulmanos.
No reinado de D. João III conclui-se que não se podia continuar a sustentar esta praça, que ainda por cima, era um alvo fácil para a artilharia muçulmana. Após quase duas décadas de discussão, Alcácer Ceguer foi abandonada em 1550.
Comprovando a sua pouca importância estrategicamente, a praça permaneceu abandonada, sendo hoje um importante campo arqueológico. O facto de não ter sofrido, para além do desgaste do tempo, modificações desde a presença portuguesa, torna-a um caso único de estudo.
A cidade de Alcácer Ceguer foi erguida no início da ocupação muçulmana do Magreb, cerca de 708. Durante o período almóada, foi um importante porto de embarque de tropas para a Península Ibérica. No entanto, quando foi conquistada pelos Portugueses, Alcácer não passava de um simples porto de corsários. Após a conquista, uma das primeiras preocupações do monarca foi o do reforço da sua fortificação, mandando construir uma couraça para defender o futuro desembarque de mantimentos e homens. Esta couraça voltou a ser alvo de obras de melhoramento no reinado de D. Manuel I.
A mesquita da cidade foi transformada na igreja de Santa Maria da Misericórdia, outorgada à Ordem de Cristo por iniciativa do infante D. Henrique. Logo após a sua tomada, o rei de Fez tentou por duas vezes reavê-la. O primeiro cerco durou 53 dias e foi levantado a 2 de Janeiro de 1459. Contudo a guarnição da cidade, comandada por D. Duarte de Meneses (filho do primeiro capitão de Ceuta, D. Pedro de Meneses), conseguiu resistir e defender a praça. Abd al-Hakk voltou a cercar Alcácer entre 2 de Julho e 24 de Agosto de 1459. Durante este cerco, D. Duarte de Meneses mandou vir do reino a mulher e os filhos, que com alguma dificuldade, conseguiram furar o cerco e entrar dentro da praça. Esta atitude do capitão deu novo ânimo à guarnição sitiada, que não cedeu as defesas.
A população da praça chegou a atingir as 800 pessoas, mas estava totalmente dependente do Reino para a sua manutenção. A conquista de Arzila e Tânger em 1471 significou a consolidação da presença portuguesa no norte de Marrocos, pelo que Alcácer Ceguer, que era uma praça pequena, perdeu a sua importância estratégica, quer para os portugueses quer para os muçulmanos.
No reinado de D. João III conclui-se que não se podia continuar a sustentar esta praça, que ainda por cima, era um alvo fácil para a artilharia muçulmana. Após quase duas décadas de discussão, Alcácer Ceguer foi abandonada em 1550.
Comprovando a sua pouca importância estrategicamente, a praça permaneceu abandonada, sendo hoje um importante campo arqueológico. O facto de não ter sofrido, para além do desgaste do tempo, modificações desde a presença portuguesa, torna-a um caso único de estudo.
Fontes:http://www.fcsh.unl.pt/
wikipedia (imagens)
Retrato de D. Afonso V com cerca de 25 anos, por Georg von Ehingen (1428-1508). George von Ehingen foi um cavaleiro da Suábia que esteve no exército de D. Afonso V em Ceuta, em 1458-59
O Infante D. Fernando
Projecto de couraça (muralha que protegia o acesso à água) para a praça-forte de Alcácer-Céguer (Diogo Boitaca)
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/10/23-de-outubro-de-1458-d-afonso-v.html?fbclid=IwAR2Rl1Rwz0-nwnYQVxZlCyTaEIVgElpexqpRW47ZkhZs-JYhBQHIE6oHiUk***
2 de Maio de 1458: Nasce D. Leonor de Lencastre, rainha de Portugal.
D. Leonor de Lencastre, D. Leonor de
Portugal ou ainda Leonor de Viseu, nasceu a 2 de Maio de 1458, em Beja.
Filha de D. Fernando, Duque de Viseu e de D. Beatriz era irmã de D.
Manuel e D. Diogo.
A 22 de Janeiro de 1470, torna-se Rainha de
Portugal, pelo seu casamento com D. João II, o qual era seu primo
direito e segundo, pelo lado paterno, e o mesmo pelo lado materno. De
facto, tanto o rei como a rainha eram netos, cada qual, de dois filhos
diferentes de D. João I e de D. Filipa de Lancastre. Deste casamento
nasceram dois filhos, um que nasceu morto e D. Afonso que faleceu aos 16
anos num acidente a cavalo em 1491.
A Rainha D. Leonor foi grande protectora e
impulsionadora das artes e letras em Portugal, tendo mandado imprimir
algumas obras, nomeadamente: “O livro de Marco pólo – O livro de nicolau
veneto – carta de um genoves mercador”, “Os actos dos apóstolos”,
“Bosco Deleitoso”, “O espelho de Cristina”.Também protegeu Gil Vicente,
que em várias obras a apelidou de “Rainha Velha”. Algumas das obras de
Gil Vicente, como O Auto da Visitação, o Auto Pastoril Castelhano, o
Auto dos Reis Magos, o Auto de S. Martinho, o Velho Óbidos, Um Sermão, o
Auto da Índia – o processo de Vasco Abul, o Auto dos quatro tempos, o
Auto da Sibila Cassandra, o Auto da Fama, o Auto da Alma, A Barca do
Inferno, A Barca do Purgatório, A Barca da Glória, foram dedicadas à
Rainha D. Leonor ou encomendadas por esta.
Em 1476, ficou como regente do reino, por D. João II ter de se ausentar em defesa do seu pai em Castela.
Como Rainha de Portugal, era detentora de
terras como: Sintra, Torres Vedras, Óbidos, Alvaiázere, Alenquer, Aldeia
Galega, Aldeia Gavinha, Silves, Faro, bem como Caldas da Rainha, que
fundou. Tinha também direito a certos rendimentos: parte do açúcar
produzido na ilha da Madeira, certos impostos pagos pelos judeus de
Lisboa e pelas alfândegas do reino.
D. Leonor fundou os conventos da Madre de
Deus e da Anunciada e a igreja de Nossa Senhora da Merceana, Igreja de
Santo Elói, no Porto, o Convento de S. Bento, de Xabregas.
Esteve na origem da fundação do hospital
termal das Caldas da Rainha, destinado a todos os que necessitassem de
tratamento, sem distinção de classes sociais. Junto ao Hospital mandou
construir também a Igreja de Nossa Senhora do Pópulo.
Ainda hoje as Caldas da Rainha mantêm como
armas, o brasão da Rainha D. Leonor, ladeado à esquerda pelo seu próprio
emblema (o camaroeiro) e, à direita, pelo emblema de D. João II (o
pelicano).
A rainha D. Leonor teve ainda a ideia de
fundar uma instituição, reunindo pessoas de boa vontade que ficariam
encarregues de prestar assistência a quem precisava, ou seja, os mais
pobres. Em 1498, sendo já viúva, ficou regente do Reino quando o seu
irmão, D. Manuel I, se ausentou para Espanha. Uma das medidas que tomou
como regente foi fundar as Misericórdias de Lisboa. Ao conjunto das
regras definidas para o funcionamento desta instituição chamou-se
Compromisso, porque as pessoas que aderiram se comprometiam a segui-las.
Essas regras inspiravam-se em princípios fundamentais do cristianismo:
amor ao próximo e entreajuda.
D. Leonor de Lencastre, destacava-se, pela
formosura, inteligência e, sobretudo, pelo que sofreu e pelo bem que
espalhou, Dona Leonor, a “Rainha dos sofredores”. Tinha a fisionomia
suavíssima, marcada pelos olhos azuis e cabelos louros, herdados de sua
bisavó, Dona Filipa de Lencastre.
A Rainha faleceu no dia 17 de Novembro de
1525 no Paço de Enxabregas. Quis ficar sepultada no Convento da Madre de
Deus, numa campa rasa, num lugar de passagem, para que todos a
pisassem, gesto de humildade que comoveu o Reino. Foi uma Rainha muito
devota, tendo desejado e concretizado passar a viuvez num ambiente de
piedade e por isso o seu biógrafo Frei Jorge de S. Paulo chama-lhe “A
mais Perfeita Rainha que nasceu no Reino de Portugal”.
***
09 de Setembro de 1438: D. Duarte, "O Eloquente", morre em Tomar
Filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, nasceu em Viseu a 31 de outubro de 1391 e faleceu em Tomar a 9 de setembro de 1438, vítima da peste. Décimo primeiro rei de Portugal (1433-1438), é conhecido pelo cognome de "o Eloquente". Casou com D. Leonor de Aragão em 1428.D. Duarte subiu ao trono em 1433, após a morte do pai, mas já desde 1412 que D. João I o associara ao governo do reino. D. Duarte vai dar continuidade à ação centralizadora de D. João I. Logo em 1434 reúne Cortes em Santarém, onde é promulgada a Lei Mental, assim chamada por já andar na mente de D. João, e que é um instrumento de centralização. Determinava que os bens doados pela coroa só podiam ser herdados pelo filho varão primogénito, o que permitiu à Coroa reaver muitas terras.
A nível interno, D. Duarte mandou proceder à compilação de toda a legislação do reino, que só estará concluída no reinado de D. Afonso V, daí ter o nome de Ordenações Afonsinas. D. Duarte reuniu Cortes mais três vezes apesar do seu curto reinado: em Évora, em 1435 e em 1436, e em Leiria, em 1438.A expansão marítima prossegue no reinado de D. Duarte, sob a influência do Infante D. Henrique. Neste domínio destaca-se Gil Eanes, que, em 1434, dobra o Cabo Bojador, um ponto lendário da época e que tanto terror causava aos marinheiros. Daí avança-se para Angra dos Ruivos, em 1435, e Afonso Baldaia, em 1436, atinge o Rio do Ouro e Pedra da Galé.Outro vetor político dominante deste reinado relacionou-se com a conquista do Norte de África. D. Duarte tinha participado na conquista de Ceuta, em 1415, onde foi armado cavaleiro. Já como rei, hesita em prosseguir essa política, mas é pressionado para a continuar, principalmente pelos seus irmãos D. Henrique e D. Fernando. Faz então os preparativos para a expedição a Tânger, tendo sido debatido, nas Cortes de Évora de 1436, um empréstimo para essa expedição. E em outubro de 1437 dá-se o ataque a Tânger, que resulta num grande fracasso. Os portugueses obtêm uma trégua para retirarem, sob a condição de devolverem Ceuta aos Mouros, tendo ficado prisioneiro, como refém, o infante D. Fernando. As condições impostas pelos Mouros foram debatidas nas Cortes de Leiria de 1438, tendo sido rejeitadas. Assim, D. Duarte teve de sacrificar o irmão (que morreu no cativeiro em 1443) aos interesses da Nação, o que muito o afetou.D. Duarte era um homem culto, como o comprova no seu Leal Conselheiro, um tratado de sabedoria da época, que revela conhecimento dos clássicos e dos doutores da Igreja e em que se nota uma grande pureza vocabular. Escreveu também a Arte de Bem Cavalgar Toda a Sela.
D. Duarte vem a morrer em Tomar, em 1438, vítima da peste, e jaz no Mosteiro da Batalha. Como o futuro rei, Afonso V, ainda era menor (tinha 6 anos), D. Duarte, por testamento, deixa o poder à rainha D. Leonor, até que aquele atinja a maioridade. No entanto, tal originou uma série de conflitos entre os partidários de D. Leonor e os do Infante D. Pedro (irmão de D. Duarte), que culminará na batalha de Alfarrobeira.
Fontes:D. Duarte (1391-1438). In
Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia
(Imagens)
D. Duarte
Eduardo III de Inglaterra (bisavô materno de D.
Duarte)
Os pais de D. Duarte: D.João I e D. Filipa de
Lencastre
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/09/09-de-setembro-de-1438-d-duarte-o.html?spref=fb&fbclid=IwAR1J1hRl5kgGwNDaLHXXAJuv9ikY-suW-aldDjYlW8NbujBZkt3M4mUg_cU***
25 de Maio de 1420: O Infante D. Henrique é designado governador da Ordem de Cristo.
Filho do rei D. João I e de D. Filipa de Lencastre, o infante D. Henrique nasceu na cidade do Porto no dia 4 de março de 1394, vindo a falecer em 1460. Ficou conhecido por o Navegador, mas foi-o de terra firme. O seu epíteto advém da forma como protegeu e instigou as primeiras viagens expansionistas, ficando para sempre ligado a este glorioso período da História de Portugal, sendo decisiva a sua ação no Norte de África e no Atlântico. A sua obra já era de então conhecida na Europa, como atesta uma carta escrita pelo sábio italiano Poggio Bracciolini ao Infante, em 1448-1449. O letrado italiano compara os seus feitos aos de Alexandre, o Grande, ou aos de Júlio César, enaltecendo-os ainda mais por serem conquistas de locais desconhecidos de toda a Humanidade.
D. Henrique era um homem muito poderoso, como o atesta o título de Infante, que usava em detrimento de duque. Seguindo a tradição da época, recebeu uma educação exemplar, mas profundamente religiosa. A sua moral enquadra-se dentro do moralismo puritano inglês, que se revela também nos escritos de seu pai e de seus irmãos, preocupados em emitir juízos morais e em dar conselhos. Também ele deixou conselhos escritos e um breve tratado de teologia. De entre os inúmeros cargos que exerceu foi "protetor" da Universidade de Lisboa, isto é, o procurador da instituição junto do rei, cargo de grande prestígio atribuído pelos reis apenas a figuras de grande importância social. Da sua ação dentro da Universidade destaca-se a renda que concedeu ao curso de Teologia. Fica ainda a dúvida sobre uma provável instituição da cadeira de Matemática ou de Astronomia, atribuição ligada a toda a mitologia criada em torno da sua pessoa. Na verdade, o seu interesse pela navegação terá permitido patrocinar uma escola de cartografia, trazendo de Maiorca um judeu chamado Jaime, conhecedor da ciência. Contudo, nada aponta ainda para o uso de instrumentos de navegação astronómica e para a invenção da carta plana, instrumentos depois necessários nas navegações atlânticas, nem para a existência de uma grande escola em Sagres. Tudo isto faz parte da auréola que se foi criando à sua volta.
De facto, aquilo que sabemos desta personagem enigmática foi-nos deixado por Gomes Eanes de Zurara, na Crónica da Guiné, onde o Infante é exaltado de forma quase sobrenatural ("príncipe pouco menos que divinal"). O cronista traça o seu retrato psicológico dando grande ênfase às suas qualidades virtuosas e pias, como a castidade e o facto de não beber vinho. Segundo o seu relato, D. Henrique não era avarento, era um trabalhador aplicado, que para dedicar o tempo necessário aos seus projetos suprimia as horas de repouso noturno. O seu feitio obstinado revela-se na teimosia em manter Ceuta, ainda que o preço a pagar tenha sido a liberdade do seu irmão, D. Fernando, depois cognominado popularmente de "Infante Santo". A D. Henrique se devem feitos como a tomada de Ceuta em parceria com seu pai e irmãos, embora também tenha participado no desastre de Tânger; a armada das Canárias; a guerra que os seus navios faziam aos infiéis, principalmente piratas; o povoamento das "descobertas" ilhas Atlânticas, particularmente notável na Madeira. Foi ele quem mandou vir da Sicília a cana-de-açúcar e os "técnicos" para supervisionarem o seu cultivo e a sua transformação, fazendo da Madeira uma importante região produtora de açúcar.
D. Henrique era um homem muito poderoso, como o atesta o título de Infante, que usava em detrimento de duque. Seguindo a tradição da época, recebeu uma educação exemplar, mas profundamente religiosa. A sua moral enquadra-se dentro do moralismo puritano inglês, que se revela também nos escritos de seu pai e de seus irmãos, preocupados em emitir juízos morais e em dar conselhos. Também ele deixou conselhos escritos e um breve tratado de teologia. De entre os inúmeros cargos que exerceu foi "protetor" da Universidade de Lisboa, isto é, o procurador da instituição junto do rei, cargo de grande prestígio atribuído pelos reis apenas a figuras de grande importância social. Da sua ação dentro da Universidade destaca-se a renda que concedeu ao curso de Teologia. Fica ainda a dúvida sobre uma provável instituição da cadeira de Matemática ou de Astronomia, atribuição ligada a toda a mitologia criada em torno da sua pessoa. Na verdade, o seu interesse pela navegação terá permitido patrocinar uma escola de cartografia, trazendo de Maiorca um judeu chamado Jaime, conhecedor da ciência. Contudo, nada aponta ainda para o uso de instrumentos de navegação astronómica e para a invenção da carta plana, instrumentos depois necessários nas navegações atlânticas, nem para a existência de uma grande escola em Sagres. Tudo isto faz parte da auréola que se foi criando à sua volta.
De facto, aquilo que sabemos desta personagem enigmática foi-nos deixado por Gomes Eanes de Zurara, na Crónica da Guiné, onde o Infante é exaltado de forma quase sobrenatural ("príncipe pouco menos que divinal"). O cronista traça o seu retrato psicológico dando grande ênfase às suas qualidades virtuosas e pias, como a castidade e o facto de não beber vinho. Segundo o seu relato, D. Henrique não era avarento, era um trabalhador aplicado, que para dedicar o tempo necessário aos seus projetos suprimia as horas de repouso noturno. O seu feitio obstinado revela-se na teimosia em manter Ceuta, ainda que o preço a pagar tenha sido a liberdade do seu irmão, D. Fernando, depois cognominado popularmente de "Infante Santo". A D. Henrique se devem feitos como a tomada de Ceuta em parceria com seu pai e irmãos, embora também tenha participado no desastre de Tânger; a armada das Canárias; a guerra que os seus navios faziam aos infiéis, principalmente piratas; o povoamento das "descobertas" ilhas Atlânticas, particularmente notável na Madeira. Foi ele quem mandou vir da Sicília a cana-de-açúcar e os "técnicos" para supervisionarem o seu cultivo e a sua transformação, fazendo da Madeira uma importante região produtora de açúcar.
A sua figura foi guindada à galeria dos heróis nacionais entre finais do XIX e princípios do século XX, inserindo-se numa corrente nacionalista que desejava "reaportuguesar" Portugal. Aquando do centenário do seu nascimento, a cidade do Porto, liderada pela voz de Joaquim de Vasconcelos, tomou a iniciativa das comemorações de forma a rivalizar com a celebração lisboeta do centenário de Camões. A ideia era equiparar o espírito da cidade à coragem, energia e iniciativa do Príncipe Navegador, erguendo-lhe uma estátua e atribuindo o seu nome a uma rua. Este mesmo espírito nacionalista levou a que muitos artistas o retratassem e o esculpissem, ou que a ele dedicassem obras, como a de Manuel Barradas, segundo o qual o "Infante fora grande por ser a encarnação fanática de uma ideia".
A 25 de Maio de
1420, a bula de Martinho V, In Apostolice Dignitatis
Specula, nomeava o Infante, Administrador
Geral da Ordem da Milícia de Jesus Cristo, «… na certeza de que, cometida
a administração da dita Ordem ao
Infante D. Henrique, os seus rendimentos serão aproveitados em benefício da fé
cristã, da luta contra os infiéis e ainda na sua conservação e honra da própria
Ordem».A Ordem Militar de Cristo foi
instituída pelo Rei D. Dinis em 1318 e confirmada pela Bula Ad ea ex quibus dada
pelo Papa João XXII em Avignon, em Março de 1319. A Bula foi emitida a pedido do
Rei D. Dinis para que a Ordem criada sucedesse à Ordem do Templo, extinta em
1311 pelo Papa Clemente V.O momento
fundamental para o futuro da Ordem surge com a nomeação do Infante D. Henrique,
Duque de Viseu, como “governador e administrador”. O célebre Infante, senhor de
grande parte das terras do Reino, não podia fazer voto de pobreza, tendo por
isso sido criado o novo cargo.
Sendo função do Infante
a administração dos bens da Ordem, não surpreende a utilização dos seus
importantes recursos no grande desígnio nacional que eram então os
Descobrimentos. A Cruz de Cristo, símbolo da Ordem, conquistou os mares
desconhecidos, erguida nas velas das caravelas portuguesas, tornando-se um dos
mais reconhecidos símbolos nacionais.
Outro facto que contribuiu para a sua notabilidade foi a divulgação, por Joaquim de Vasconcelos, dos painéis de S. Vicente de Fora, atribuídos a Nuno Gonçalves, onde o artista português Columbano identificara uma das personagens como sendo o Infante. O homem do chapeirão aparece também no manuscrito da Crónica da Guiné, de Zurara, conservado na Biblioteca de Paris, o que reforça esta ideia. Assim, o Infante D. Henrique passa a ser uma das personagens de eleição do nacionalismo português, que dominou durante o Estado Novo, representando a coragem, o dinamismo e o espírito empreendedor do povo português.
Infante D. Henrique. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
Infante D. Henrique. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia
(Imagens)
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/05/25-de-maio-de-1420-o-infante-d-henrique.html?spref=fb&fbclid=IwAR10ImF_NNGj129HFrAR3hQdLYjWpHUALg5fRt7SC1X6-DCwffEJDcpQd-Q
***
03 de Maio de 1404: Morre o jurista João das Regras, figura decisiva na eleição de D. João I nas Cortes de Coimbra de 1385
Mestre ou Doutor João Anes das
Regras ou
simplesmente João das Regras nascido em Lisboa entre 1340 e 1345. Era filho de
João Afonso das Regras ou de Aregas e de Sentil Esteves e, após o segundo
casamento da sua mãe, enteado de Álvaro Pais.
O Dr. João das Regras estudou Leis e Direito em Bolonha, em cuja universidade dominavam as doutrinas favoráveis à realeza e à burguesia e de oposição ao poder feudal. Esta corrente favorecia o acesso a cargos públicos aos letrados burgueses em contraposição à grande nobreza feudal.
Casou com Leonor de
Acuña y Girón, filha de Martim Vasques da Acuña, 1º conde de Valencia de Campos,
da qual teve uma única filha e herdeira, Branca da Acuña, Senhora de Cascais e
Lourinhã, mulher de D. Afonso, Senhor de Cascais.
Nomeado reitor da Universidade de Lisboa, aquando da crise de 1383-1385 coloca-se ao lado do Mestre de Avis. Nas Cortes de Coimbra de 1385 vai ser o elemento fundamental da eleição do Mestre de Avis como rei de Portugal. Com a sua eloquência e bem elaborada argumentação, começa por declarar que o trono de Portugal está vago porque não havia herdeiros legítimos entre os candidatos. Em seguida apresentou os prós e os contras das várias candidaturas, concluindo que o Mestre de Avis era o único que merecia ser rei porque nele coincidiam todas as virtudes que um descendente real deveria ter. Muitos dos indecisos ficaram convencidos com tal argumentação e pronunciaram-se a favor de D. João I como rei de Portugal. Participou ainda na Batalha de Aljubarrota.Cumulativamente com o cargo de reitor vitalício da Universidade de Lisboa, João das Regras foi nomeado chanceler-mor até ao fim da sua vida. Dedicou-se à elaboração da nova legislação do reino, que visava o fortalecimento do poder real, estando na génese do que viria a ser a Lei Mental, publicada por D. Duarte.Veio a falecer em Lisboa, no dia 3 de maio de 1404.
João das Regras. In Infopédia [Em linha].
Porto: Porto Editora, 2003-2014.
wikipedia

Cortes de Coimbra, 1385. João das Regras no uso da
palavra, com o Mestre de Avis atrás de
si.
Painel de Columbano Bordalo Pinheiro, na Sala dos
Passos Perdidos,
retratando D. Dinis, João das Regras e D. João II
retratando D. Dinis, João das Regras e D. João II
***
29 de Setembro de 1402: Nasce D. Fernando, o Infante Santo
O Infante Santo, D. Fernando,
8.° filho de D. João I e de D. Filipa de Lencastre nasceu em Santarém a 29 de
Setembro de 1402 e faleceu em Fez a 5 de Junho de 1443. O mais novo dos membros da Ínclita Geração era senhor da
vila de Salvaterra de Magos e de Atouguia da Baleia.
Foi educado com extremos de
afecto, porque parecia ao princípio extraordinariamente débil mas nem, por isso
foram menos perfeitos e cultivados o seu espírito e o seu carácter. Era
extremamente religioso e por morte de João Rodrigues de Sequeira, foi-lhe dado o
cargo de perpétuo administrador e governador da ordem de Avis, e dispensado para
o ter, como teve em comenda, por bula de Eugénio IV, do ano de 1434.
Em 1437 participou numa expedição militar ao Norte de África, comandada pelo
irmão, o Infante D. Henrique. O rei (D.
Duarte) terá entregue ao Infante D. Henrique uma carta com algumas recomendações
úteis, que foram por algum motivo ignoradas. A campanha revelou-se um desastre
e, para evitar a chacina total dos portugueses, estabeleceu-se uma rendição pela
qual as forças lusitanas se retiram, deixando o infante como penhor da devolução
de Ceuta (conquistada pelos
portugueses em 1415). No entanto, o
infante pareceu ter pressentido o seu destino, pois ao despedir-se do seu irmão
D. Henrique, lhe terá dito "Rogai
por mim a El-Rei, que é a última vez que nos veremos!". Primeiro foi
encerrado numa torre, onde esteve alguns dias, depois foi transportado para
Arzila onde terá estado 7 meses. No fim deste tempo foi levado para Fez, sendo tratado ora com todas as honras, ora como um
condenado de baixa condição (sobretudo depois de uma tentativa de evasão gorada,
subvencionada por Portugal). Daí escreve ao seu irmão D. Pedro, então regente do
reino, um apelo, pedindo a sua libertação a troco de Ceuta. Mas a divisão
verificada na Corte em torno deste problema delicado e diversas ocorrências
ocorridas com os governadores da praça-forte levam a que D. Fernando assuma o
seu cativeiro com resignação cristã e morra no cativeiro de Fez em 1443 — acabando assim o problema da
devolução ou não de Ceuta por se resolver naturalmente. Pelo seu sacrifício em
nome dos interesses nacionais, viria a ganhar o epíteto de Infante Santo. Durante o
reinado de D. Afonso V, seu sobrinho, o seu corpo veio para Portugal. Esteve
depositado em Lisboa no convento do Salvador, e dali se transferiu para o
mosteiro da Batalha onde repousa ao lado dos
pais e irmãos, na Capela do
Fundador.
Fontes:www.arqnet.pt/
www.padraodosdescobrimentos
wikipédia

Um dos Painéis de
São Vicente de Fora mostrando D.
Fernando

Efígie do Infante Santo
no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa.
***
4mar2019
by estóriasdahistória
Casa do Infante e Praça do Infante
Nesta casa nasceu no dia 4 de março de 1394 o Infante D. Henrique.
https://www.facebook.com/107358489335605/photos/pcb.2535935669811196/2535934339811329/?type=3&__tn__=HH-R&eid=ARCg1KbwfqstnhJzKXEKa05S3DlPAXI_cG6uua_RgGcnicW-jaXdOUbap-QLrcb3afXmr8lO6o99Dzmh&__xts__%5B0%5D=68.ARBSP9WazCBWthVXbjEvxX2_vqajHuJcsDRtxTftH56FREEmEC3Ab9eCNiEILMYVDl_Do8Fijr_jer0d_nzCRlHTO6W3xlMFIjfKyXp4zGfzOaciS45glH9wo4GTjnogmPCh7yM_RiSLiJ9vF1lr61ED3ndM62nJ_p1atwP6U4gMcJaClAL0RHR3Qo8Uwmt5g8WePwYx1K4PW-2lWXnZ7oBW90qlVCQGTNtpjlfPSDV97D-EMl3t4gU3PXbh4Z43fY8TB8GZGhhqErNNhixQ2zgyjVnbk4DZ2Pfq9FufwCG-iUM2I31o_NipQE_ywrIZnSVBUFGr0IQUNeolrWKVqQHUHQ
*
13 de Novembro de 1460: Morre o Infante D. Henrique, "O Navegador"
13 de Novembro de 1460: Morre o Infante D. Henrique, "O Navegador"
Representação do Infante na Crónica dos Feitos de Guiné de Zurara
*
04 de Março de 1394: Nasce no Porto o Infante D. Henrique, "O Navegador"
Filho do rei D. João I e de D. Filipa de Lencastre, o infante D. Henrique nasceu na cidade do Porto no dia 4 de março de 1394, vindo a falecer em 1460. Ficou conhecido por o Navegador, mas foi-o de terra firme. O seu epíteto advém da forma como protegeu e instigou as primeiras viagens expansionistas, ficando para sempre ligado a este glorioso período da História de Portugal, sendo decisiva a sua ação no Norte de África e no Atlântico. A sua obra já era de então conhecida na Europa, como atesta uma carta escrita pelo sábio italiano Poggio Bracciolini ao Infante, em 1448-1449. O letrado italiano compara os seus feitos aos de Alexandre, o Grande, ou aos de Júlio César, enaltecendo-os ainda mais por serem conquistas de locais desconhecidos de toda a Humanidade.
D. Henrique era um homem muito poderoso, como o atesta o título de Infante, que usava em detrimento de duque. Seguindo a tradição da época, recebeu uma educação exemplar, mas profundamente religiosa. A sua moral enquadra-se dentro do moralismo puritano inglês, que se revela também nos escritos de seu pai e de seus irmãos, preocupados em emitir juízos morais e em dar conselhos. Também ele deixou conselhos escritos e um breve tratado de teologia. De entre os inúmeros cargos que exerceu foi "protetor" da Universidade de Lisboa, isto é, o procurador da instituição junto do rei, cargo de grande prestígio atribuído pelos reis apenas a figuras de grande importância social. Da sua ação dentro da Universidade destaca-se a renda que concedeu ao curso de Teologia. Fica ainda a dúvida sobre uma provável instituição da cadeira de Matemática ou de Astronomia, atribuição ligada a toda a mitologia criada em torno da sua pessoa. Na verdade, o seu interesse pela navegação terá permitido patrocinar uma escola de cartografia, trazendo de Maiorca um judeu chamado Jaime, conhecedor da ciência. Contudo, nada aponta ainda para o uso de instrumentos de navegação astronómica e para a invenção da carta plana, instrumentos depois necessários nas navegações atlânticas, nem para a existência de uma grande escola em Sagres. Tudo isto faz parte da auréola que se foi criando à sua volta.
De facto, aquilo que sabemos desta personagem enigmática foi-nos deixado por Gomes Eanes de Zurara, na Crónica da Guiné, onde o Infante é exaltado de forma quase sobrenatural ("príncipe pouco menos que divinal"). O cronista traça o seu retrato psicológico dando grande ênfase às suas qualidades virtuosas e pias, como a castidade e o facto de não beber vinho. Segundo o seu relato, D. Henrique não era avarento, era um trabalhador aplicado, que para dedicar o tempo necessário aos seus projetos suprimia as horas de repouso noturno. O seu feitio obstinado revela-se na teimosia em manter Ceuta, ainda que o preço a pagar tenha sido a liberdade do seu irmão, D. Fernando, depois cognominado popularmente de "Infante Santo". A D. Henrique se devem feitos como a tomada de Ceuta em parceria com seu pai e irmãos, embora também tenha participado no desastre de Tânger; a armada das Canárias; a guerra que os seus navios faziam aos infiéis, principalmente piratas; o povoamento das "descobertas" ilhas Atlânticas, particularmente notável na Madeira. Foi ele quem mandou vir da Sicília a cana-de-açúcar e os "técnicos" para supervisionarem o seu cultivo e a sua transformação, fazendo da Madeira uma importante região produtora de açúcar.
A sua figura foi guindada à galeria dos heróis nacionais entre finais do século XIX e princípios do século XX, inserindo-se numa corrente nacionalista que desejava "reaportuguesar" Portugal. Aquando do centenário do seu nascimento, a cidade do Porto, liderada pela voz de Joaquim de Vasconcelos, tomou a iniciativa das comemorações de forma a rivalizar com a celebração lisboeta do centenário de Camões. A ideia era equiparar o espírito da cidade à coragem, energia e iniciativa do Príncipe Navegador, erguendo-lhe uma estátua e atribuindo o seu nome a uma rua. Este mesmo espírito nacionalista levou a que muitos artistas o retratassem e o esculpissem, ou que a ele dedicassem obras, como a de Manuel Barradas, segundo o qual o "Infante fora grande por ser a encarnação fanática de uma ideia".
Outro facto que contribuiu para a sua notabilidade foi a divulgação, por Joaquim de Vasconcelos, dos painéis de S. Vicente de Fora, atribuídos a Nuno Gonçalves, onde o artista português Columbano identificara uma das personagens como sendo o Infante. O homem do chapeirão aparece também no manuscrito da Crónica da Guiné, de Zurara, conservado na Biblioteca de Paris, o que reforça esta ideia. Assim, o Infante D. Henrique passa a ser uma das personagens de eleição do nacionalismo português, que dominou durante o Estado Novo, representando a coragem, o dinamismo e o espírito empreendedor do povo português.
Infante D. Henrique. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
D. Henrique era um homem muito poderoso, como o atesta o título de Infante, que usava em detrimento de duque. Seguindo a tradição da época, recebeu uma educação exemplar, mas profundamente religiosa. A sua moral enquadra-se dentro do moralismo puritano inglês, que se revela também nos escritos de seu pai e de seus irmãos, preocupados em emitir juízos morais e em dar conselhos. Também ele deixou conselhos escritos e um breve tratado de teologia. De entre os inúmeros cargos que exerceu foi "protetor" da Universidade de Lisboa, isto é, o procurador da instituição junto do rei, cargo de grande prestígio atribuído pelos reis apenas a figuras de grande importância social. Da sua ação dentro da Universidade destaca-se a renda que concedeu ao curso de Teologia. Fica ainda a dúvida sobre uma provável instituição da cadeira de Matemática ou de Astronomia, atribuição ligada a toda a mitologia criada em torno da sua pessoa. Na verdade, o seu interesse pela navegação terá permitido patrocinar uma escola de cartografia, trazendo de Maiorca um judeu chamado Jaime, conhecedor da ciência. Contudo, nada aponta ainda para o uso de instrumentos de navegação astronómica e para a invenção da carta plana, instrumentos depois necessários nas navegações atlânticas, nem para a existência de uma grande escola em Sagres. Tudo isto faz parte da auréola que se foi criando à sua volta.
De facto, aquilo que sabemos desta personagem enigmática foi-nos deixado por Gomes Eanes de Zurara, na Crónica da Guiné, onde o Infante é exaltado de forma quase sobrenatural ("príncipe pouco menos que divinal"). O cronista traça o seu retrato psicológico dando grande ênfase às suas qualidades virtuosas e pias, como a castidade e o facto de não beber vinho. Segundo o seu relato, D. Henrique não era avarento, era um trabalhador aplicado, que para dedicar o tempo necessário aos seus projetos suprimia as horas de repouso noturno. O seu feitio obstinado revela-se na teimosia em manter Ceuta, ainda que o preço a pagar tenha sido a liberdade do seu irmão, D. Fernando, depois cognominado popularmente de "Infante Santo". A D. Henrique se devem feitos como a tomada de Ceuta em parceria com seu pai e irmãos, embora também tenha participado no desastre de Tânger; a armada das Canárias; a guerra que os seus navios faziam aos infiéis, principalmente piratas; o povoamento das "descobertas" ilhas Atlânticas, particularmente notável na Madeira. Foi ele quem mandou vir da Sicília a cana-de-açúcar e os "técnicos" para supervisionarem o seu cultivo e a sua transformação, fazendo da Madeira uma importante região produtora de açúcar.
A sua figura foi guindada à galeria dos heróis nacionais entre finais do século XIX e princípios do século XX, inserindo-se numa corrente nacionalista que desejava "reaportuguesar" Portugal. Aquando do centenário do seu nascimento, a cidade do Porto, liderada pela voz de Joaquim de Vasconcelos, tomou a iniciativa das comemorações de forma a rivalizar com a celebração lisboeta do centenário de Camões. A ideia era equiparar o espírito da cidade à coragem, energia e iniciativa do Príncipe Navegador, erguendo-lhe uma estátua e atribuindo o seu nome a uma rua. Este mesmo espírito nacionalista levou a que muitos artistas o retratassem e o esculpissem, ou que a ele dedicassem obras, como a de Manuel Barradas, segundo o qual o "Infante fora grande por ser a encarnação fanática de uma ideia".
Outro facto que contribuiu para a sua notabilidade foi a divulgação, por Joaquim de Vasconcelos, dos painéis de S. Vicente de Fora, atribuídos a Nuno Gonçalves, onde o artista português Columbano identificara uma das personagens como sendo o Infante. O homem do chapeirão aparece também no manuscrito da Crónica da Guiné, de Zurara, conservado na Biblioteca de Paris, o que reforça esta ideia. Assim, o Infante D. Henrique passa a ser uma das personagens de eleição do nacionalismo português, que dominou durante o Estado Novo, representando a coragem, o dinamismo e o espírito empreendedor do povo português.
Infante D. Henrique. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia
(Imagens)
Representação do Infante num dos Painéis de São Vicente de Fora
https://www.youtube.com/watch?v=ME7-PWebxyU
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/03/04-de-marco-de-1394-nasce-no-porto-o.html?fbclid=IwAR1DD2O8RwcrN6asB8LMQ0Xo0ZNSaVkF4fdFCImBY6IRUiqnzMJEq4mCUN4
***
06 de Dezembro de 1383: D. João, Mestre de Aviz, apunhala o Conde de Andeiro
João
Fernandes de Andeiro, 2.º Conde de Ourém, foi um fidalgo galego natural
da Corunha . Apoiou o rei D. Fernando quando este invadiu a Galiza,
desejoso de alcançar o trono de Castela, e sendo a sorte adversa ao
monarca português, parte para Inglaterra, onde se torna um homem de
confiança de Duque de Lencastre.
Em
Julho de 1372, tendo voltado de Inglaterra na companhia de um outro
embaixador do Duque, o escudeiro Roger Hoor, encontra-se com D. Fernando
perto de Braga . Deste encontro resultou o tratado de Tagilde.
No decurso das suas subsequentes viagens a Portugal, que passam a ser feitas em segredo a partir de 1373, apaixona-se por D. Leonor Teles, e teve com ela um romance quando o rei português já se encontrava muito doente e se começava a colocar o grave problema da sucessão (Crise de 1383-1385), em que a rainha viria a apoiar o lado castelhano e a sua filha, D. Beatriz. Os seus amores com a rainha e a sua ligação ao Partido Castelhano explicam o seu assassinato no dia 6 de Dezembro de 1383 pelo Mestre de Avis, que chefiava uma das facções na sucessão ao trono.
No decurso das suas subsequentes viagens a Portugal, que passam a ser feitas em segredo a partir de 1373, apaixona-se por D. Leonor Teles, e teve com ela um romance quando o rei português já se encontrava muito doente e se começava a colocar o grave problema da sucessão (Crise de 1383-1385), em que a rainha viria a apoiar o lado castelhano e a sua filha, D. Beatriz. Os seus amores com a rainha e a sua ligação ao Partido Castelhano explicam o seu assassinato no dia 6 de Dezembro de 1383 pelo Mestre de Avis, que chefiava uma das facções na sucessão ao trono.
Embora
o Mestre de Avis tenha ferido de morte João Fernandes de Andeiro, este
só acabou por morrer após a estocada de Rui Pereira.
"O pagem do Mestre começou a ir a galope em cima do cavalo em que estava, dizendo altas vozes:
- Matam o Mestre! Matam o mestre nos paços da rainha. Acorrei ao Mestre que o matam.
[...] As gentes que isto ouviram, saíram à rua a ver que cousa era [...] e começavam de tomar armas, cada um como melhor podia. A gente era tanta que não cabiam pelas ruas principais e atravessavam lugares escusos, desejando cada um ser o primeiro. E perguntando uns aos outros quem matava o Mestre [...] Unidos num só desejo foram às portas do paço que estavam já fechadas e começaram a dizer:
- Onde mataram o Mestre? Que é do Mestre? Quem fechou estas portas?
De cima não faltava quem dissesse que o Mestre era vivo e o conde de Andeiro morto. Mas isto não queria nenhum crer, dizendo:
- Pois se é vivo, mostrai-no-lo e vê-lo-emos!
[...] Ali se mostrou o Mestre a uma grande janela que vinha sobre a rua e disse:
- Amigos: pacificai-vos, porque eu vivo e são estou, graças a Deus!
Fernão Lopes, "Crónica de D. João I"
(Adaptado)
wikipedia (Imagem)
- Matam o Mestre! Matam o mestre nos paços da rainha. Acorrei ao Mestre que o matam.
[...] As gentes que isto ouviram, saíram à rua a ver que cousa era [...] e começavam de tomar armas, cada um como melhor podia. A gente era tanta que não cabiam pelas ruas principais e atravessavam lugares escusos, desejando cada um ser o primeiro. E perguntando uns aos outros quem matava o Mestre [...] Unidos num só desejo foram às portas do paço que estavam já fechadas e começaram a dizer:
- Onde mataram o Mestre? Que é do Mestre? Quem fechou estas portas?
De cima não faltava quem dissesse que o Mestre era vivo e o conde de Andeiro morto. Mas isto não queria nenhum crer, dizendo:
- Pois se é vivo, mostrai-no-lo e vê-lo-emos!
[...] Ali se mostrou o Mestre a uma grande janela que vinha sobre a rua e disse:
- Amigos: pacificai-vos, porque eu vivo e são estou, graças a Deus!
Fernão Lopes, "Crónica de D. João I"
(Adaptado)
wikipedia (Imagem)
Morte do Conde Andeiro -Museu Nacional Soares dos Reis
D. João I
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/12/06-de-dezembro-de-1383-d-joao-mestre-de.html?fbclid=IwAR07VIsCO2hkoepD4m6d-nwx3hxkmw4SBQZZbu1_w43GK1hP3I1UkBuP_Bc***
D. Fernando...O Formoso
*
Nasceu a 31ouTUbro1345...Coimbra
e morreu a 22ouTUbro1383...Lisboa
*
22 de Outubro de 1383: Morre D. Fernando, "O Formoso"
Nono rei de Portugal e último da primeira dinastia, cognominado como o Formoso ou o Inconstante.
Era filho de D. Pedro I e da rainha D. Constança. D. Fernando I de Portugal, nasceu em Coimbra no dia 31 de Outubro de 1345 e faleceu em Lisboa a 22 de Outubro de 1383. Subiu
ao trono com 22 anos, quando em Castela se disputava a coroa entre D.
Pedro, filho legítimo de Afonso X e Henrique de Trastamara, um dos
muitos bastardos do falecido rei com D. Leonor de Gusmão. Assassinado D.
Pedro, D. Fernando abandonou a sua neutralidade e Portugal entrou numa
sucessão de períodos de guerra e paz.
D.
Fernando alegando ser bisneto de Sancho IV, mas movido pela rivalidade
comercial e marítima entre Lisboa e Sevilha, interveio nesse episódio
peninsular. Foi reconhecido como rei em cidades do norte da Península,
aliado ao rei mouro de Granada, atraiu a si D. Pedro IV de Aragão,
propondo-lhe casamento com a sua filha D. Leonor. Em 1369 invade a
Galiza mas D. Henrique II de Castela atravessa o Minho, apodera-se de
Braga cerca Guimarães e sai por Trás-os-Montes para ir em auxílio de
Algeciras cercada pelo rei de Granada.
Em
1371, com a intervenção do papa Gregório XI, os dois monarcas assinaram
a paz de Alcoutim. D. Fernando comprometia-se a casar com D. Leonor,
uma das filhas de Henrique II, porém ao casar com D. Leonor Teles não
cumpria o tratado, o que não teve consequências com Castela, pois
Henrique II não se deu por ofendido, teve-as com a Nação a quem tal
casamento não agradou.
Surge
então o duque de Lencastre que se apresentava como pertencente ao trono
castelhano. A França apoiou o Trastamara, Portugal, o Duque de
Lencastre. Nasceu aqui a expressão política da aliança luso-britânica,
primeiro no tratado de Tagilde, depois o de Westminster, a 16 de Julho
de 1373 assinado entre os reis de Portugal e de Inglaterra. Henrique II
invade novamente Portugal a chega a Lisboa onde entra em Fevereiro de
1373. O Cardeal Guido de Bolonha intervém como medianeiro e em Santarém
foram assinadas as condições humilhantes de um novo tratado.
Em
1378, com o Grande Cisma do Ocidente que opõe ao papa de Roma o papa de
Avinhão, D. Fernando envolve-se em nova guerra com Castela. A
Inglaterra tomou partido por Roma, a França por Avinhão. D. Fernando
oscilou entre um e outro papa. Entretanto, quebrada a paz com Castela
recomeçam as escaramuças de um e outro lado da fronteira do Alentejo,
sem que de ambos os lados se faça qualquer esforço para uma batalha
decisiva que ninguém desejava. Em Agosto estabelecem-se negociações sem
conhecimento da Inglaterra.
Estas
três guerras custaram a Portugal o preço de três derrotas e de três
tratados de paz com cláusulas de vencido. Contudo, durante os períodos
de paz, D. Fernando mostrou-se hábil com a sua política interna. São de
salientar as suas medidas de fomento, como reparações de muitos
castelos, a construção da nova muralha de Lisboa a do Porto, a criação
do cargo de condestável, renovações de armamento, a promulgação da lei
das Sesmarias, para defesa da agricultura, defesa da marinha mercante,
numa série de medidas de grande alcance, o grande impulso dado à
Universidade que foi transferida para Lisboa, além de outras que o
revelaram como um rei de excelente visão administrativa.
Quando D. Fernando morreu em 1383, a linha da dinastia de Borgonha chega
ao fim. D. Leonor Teles é nomeada regente em nome da filha e de D. João
de Castela, mas a transição não será pacífica. Respondendo aos apelos
de grande parte dos Portugueses para manter o país independente, D. João, mestre de Aviz e irmão bastardo de D. Fernando, declara-se rei de Portugal. O resultado foi a crise de 1383-1385, um período de interregno, onde o caos político e social dominou. D. João tornou-se no primeiro rei da Dinastia de Aviz em 1385.
Fontes:http://www.arqnet.pt/
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O Rei D. Fernando I
Túmulo gótico de D. Fernando I, actualmente no Convento do Carmo, em Lisboa.
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/10/22-de-outubro-de-1383-morre-d-fernando.html?fbclid=IwAR1y5oescwt2rQpzSML8KUO0v-cQsiYr-oCo4h86PRq7wqfw3uM9o8nZe5Q***
6.º rei
07 de Janeiro de 1325: Morre D. Dinis, " o Rei-Poeta", " o Lavrador"
Sexto rei de Portugal, filho de D. Afonso III e de D. Beatriz de Castela, nasceu a 9 de outubro de 1261 e faleceu a 7 de janeiro de 1325. Foi aclamado rei em Lisboa, em 1279, tendo governado durante 46 anos. Casou em 1282 com D. Isabel de Aragão (a rainha Santa Isabel); a rainha teria também um papel importante ao longo deste reinado, não só pelas suas ações de caridade mas, sobretudo, pela sua atuação ao lado do rei na política externa, e entre ele e o filho aquando das lutas entre ambos.
Foi o primeiro rei a não ter que se preocupar com a expansão territorial. Procurou lutar contra os privilégios que, de alguma forma, iam contra a sua autoridade. Em 1282 estabeleceu que todas as apelações de quaisquer juízes só poderiam fazer-se para o rei. Recorreu a inquirições em 1284, tendo havido outras ao longo do seu reinado. Procurou um acordo com a Igreja, acordo que viria a ser estabelecido por concordata em 1290. Proibiu às Ordens e aos clérigos a aquisição de bens de raiz, mas procurou também defender a Igreja dos abusos resultantes do sistema do padroado. Apoiou os cavaleiros da Ordem de Sant'Iago ao separarem-se do seu mestre castelhano, e salvou a dos Templários em Portugal, dando-lhe nova existência sob o nome de Ordem de Cristo.
Entrou em guerra com Castela em 1295, a qual só veio a terminar pelo Tratado de Alcanises, lavrado na vila castelhana do mesmo nome em 12 de setembro de 1297. Por este tratado previa-se uma paz de 40 anos, amizade e defesa mútuas. Foram também estabilizadas as fronteiras em zonas nevrálgicas como a Beira e o Alentejo, com exceção de pequenas áreas que rapidamente se viriam a integrar no reino.
Desenvolveu as feiras, criando as chamadas feiras francas ao conceder a várias povoações diversos privilégios e isenções. Protegeu as exportações para os portos da Flandres, Inglaterra e França; em 1308 celebrou um tratado de comércio com o rei de Inglaterra e instituiu definitivamente a marinha portuguesa.
Foi, no entanto, a agricultura que mais o interessou (daí o seu cognome, "o Lavrador"). Procurou interessar toda a população na exploração das terras, facilitando a sua distribuição. No Entre Douro e Minho dividiu as terras em casais, cada casal vindo mais tarde a dar origem a uma povoação. Em Trás-os-Montes o rei adotou um regime coletivista; as terras eram entregues a um grupo que repartia entre si os encargos, determinados serviços e edifícios eram comunitários, tais como o forno do pão, o moinho e a guarda do rebanho. Na Estremadura a forma de povoamento dominante foi a que teve por base o imposto da jugada; outros tipos de divisão foram também utilizados, como, por exemplo, a parceria.
Ele próprio poeta, D. Dinis deu também um grande impulso à cultura. Ordenou o uso exclusivo da língua portuguesa nos documentos oficiais. Fundou em Lisboa, em 1290, um Estudo Geral (Universidade) no qual foram desde logo ensinadas as Artes, o Direito Civil, o Direito Canónico e a Medicina. Mandou traduzir importantes obras, tendo sido a sua Corte um dos maiores centros literários da Península.
D.
Dinis. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2013.
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D. Dinis e Rainha Santa
Isabel
***
08 de Fevereiro de 1291: Nasce D. Afonso IV, "O Bravo"
Cognominado
"o Bravo", foi o sétimo rei de Portugal, reinando de 1325 a 1357. Filho de D. Dinis e de D. Isabel de Aragão, nasceu em Lisboa a 8 de Fevereiro de 1291, casou em 1309 com D. Beatriz, filha de Sancho IV de Castela e da rainha D. Maria, e faleceu, também em Lisboa, a 28 de Maio de 1357.Por não suportar a predileção de D. Dinis por D. Afonso Sanches (filho bastardo de D. Dinis, mas mais velho que o herdeiro da Coroa) e temendo que este lhe roubasse o trono, revoltou-se, ainda infante, contra seu pai, tendo lançado por diversas vezes o reino na guerra civil. Subiu ao trono em 1325, por morte de D. Dinis, e logo convocou Cortes para Évora, onde manteve a decisão de desterro e perda de todos os haveres para o meio-irmão. D. Afonso Sanches invadiu Portugal e só pela mediação de D. Isabel foi conseguida a paz entre os dois irmãos.D. Afonso IV declarou guerra a D. Afonso XI de Castela, seu genro, devido aos maus tratos que este infligia a D. Maria sua esposa e ainda porque este reteve em Castela D. Constança, esposa do sucessor ao trono de Portugal. A ameaça muçulmana levou os dois monarcas a assinarem a paz, tendo os exércitos cristãos derrotado os Mouros na célebre batalha do Salado, em 30 de Outubro de 1340.D. Afonso IV empenhou-se também em impulsionar a marinha, tendo sido no seu reinado realizadas as primeiras viagens às Canárias.
Reforçou a administração pública e reorganizou a universidade, transferindo-a de Coimbra para Lisboa.O final do seu reinado foi, contudo, perturbado com alguns problemas; em 1343 houve no reino grande carestia de cereais, em 1347 ocorreu um sismo que abalou Coimbra, tendo causado enormes prejuízos, e em 1348 a peste negra, vinda da Europa, assola o País. De todos os problemas foi a peste o mais grave, vitimando grande parte da população e causando grande desordem no reino. O rei reagiu prontamente, tendo promulgado legislação a reprimir a mendicidade e a ociosidade.Um outro facto marcou ainda o final do reinado de D. Afonso IV: foi ele o assassínio de D. Inês de Castro. Este facto provocou a rebelião de D. Pedro, que declarou guerra a seu pai. Em 15 de Agosto de 1356 assinou o príncipe um acordo em Canaveses onde se comprometia a esquecer o passado e a perdoar aos intervenientes na luta.
D. Afonso IV. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
Reforçou a administração pública e reorganizou a universidade, transferindo-a de Coimbra para Lisboa.O final do seu reinado foi, contudo, perturbado com alguns problemas; em 1343 houve no reino grande carestia de cereais, em 1347 ocorreu um sismo que abalou Coimbra, tendo causado enormes prejuízos, e em 1348 a peste negra, vinda da Europa, assola o País. De todos os problemas foi a peste o mais grave, vitimando grande parte da população e causando grande desordem no reino. O rei reagiu prontamente, tendo promulgado legislação a reprimir a mendicidade e a ociosidade.Um outro facto marcou ainda o final do reinado de D. Afonso IV: foi ele o assassínio de D. Inês de Castro. Este facto provocou a rebelião de D. Pedro, que declarou guerra a seu pai. Em 15 de Agosto de 1356 assinou o príncipe um acordo em Canaveses onde se comprometia a esquecer o passado e a perdoar aos intervenientes na luta.
D. Afonso IV. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
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Afonso IV na Genealogia dos Reis de Portugal(António de Holanda, 1530–1534)
***
4.º rei
D. Sancho II
Porquê Capelo?
*
04 de Janeiro de 1248: Morre, D. Sancho II, "o Rei Capelo"
Cognominado
"o Rei Capelo", foi o quarto rei de Portugal (1223-1245). Nasceu em Coimbra em Setembro de 1209 e faleceu em Toledo em 4 de Janeiro de 1248. Filho de D. Afonso II e de D. Urraca, subiu ao trono em Março de 1223. Era indicado como herdeiro no testamento de D. Afonso II, muito embora a ordem de sucessão fosse já então um facto. Casou, cerca de 1240, com D. Mécia Lopes, neta de Afonso IX de Leão e viúva de Álvaro Peres de Castro. Deste casamento não houve descendência.Tendo D. Sancho herdado o trono aos 13 anos, o governo do reino esteve primeiramente a cargo de ricos-homens que apressaram o pequeno rei a regularizar as relações com a Igreja. Foi elaborada uma concórdia com a igreja e, finalmente, resolvido o problema com as infantas, irmãs de D. Afonso II. Depois de resolvidas estas questões procurou D. Sancho II dedicar-se à administração do País, concedendo forais a diversas povoações. Iniciou, também, uma nova fase de expansão territorial, que durou todo o seu reinado e terminou apenas com D. Afonso III.Aproveitando-se das lutas que Afonso IX de Leão mantinha com os Mouros, o monarca iniciou uma campanha no Alentejo em 1226. Entre este ano e 1239 conquistou todo o Alentejo, tendo, para tal, muito contribuído a acção da Ordem de
Sant'Iago. Esta Ordem militar recebeu como pagamento dos serviços prestados diversas povoações, tais como Aljustrel, Sesimbra, Aljafar de Pena, Mértola, Aiamonte e Tavira.Apesar desta excelente actuação militar, o rei, no que concerne à administração, revelou-se fraco e indeciso, de tal modo que aquela se tornou desleixada e descuidada. Os nobres abusavam pela sua prepotência de vencedores, os bispos aproveitavam os distúrbios causados por aqueles para se imiscuírem na vida pública e política. A luta entre homens da Igreja e ricos-homens tornou-se quase permanente. Também as ordens monásticas reclamaram dos abusos por parte dos nobres. O bispo do Porto, Martinho Rodrigues, queixou-se ao papa de que o rei usurpava o direito de jurisdição sobre a cidade, que dependia da Sé. O papa admoestou o rei, que pareceu submeter-se. Também o bispo de Lisboa se revoltou contra o rei, acusando-o de ofender as liberdades religiosas. Mais uma vez o papa recorreu a admoestações. Contudo, quando em 1238 outras queixas, do novo bispo do Porto, se levantaram contra o rei, o bispo de Salamanca lançou um interdito que o papa confirmou. Todas estas queixas mostram a desordem que grassava no reino devido às constantes brigas entre nobres e clero, brigas que o rei se mostrava incapaz de sanar.Todas estas queixas por parte do clero foram ainda agravadas por intrigas alimentadas pelo príncipe D. Afonso, que desde 1238 vivia em Bolonha. No concílio de Lião, prelados e nobres portugueses descreviam a desordem do reino em termos tais que deles se pode inferir a deposição do rei. A resposta por parte do papa foi uma bula onde dizia dever incumbir-se da restauração do reino alguém ativo e prudente, e que esse alguém só poderia ser D. Afonso. Numa assembleia de prelados e nobres portugueses, reunida em Paris, D. Afonso jurou que guardaria e faria guardar todos os privilégios, foros e costumes dos municípios, cavaleiros, peões, religiosos e clérigos seculares do reino. Em finais de 1245 ou nos princípios do ano seguinte, o conde de Bolonha desembarcou em Lisboa. Da luta entre partidários do rei e de D. Afonso saiu vitoriosa a fação de D. Afonso. D. Sancho II retirou-se para Toledo, onde viria a falecer pouco tempo depois.
D. Sancho II. In Infopédia [Em linha].
Porto: Porto Editora, 2003-2013.
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16 de Fevereiro de 1279: Morre D. Afonso III, "O Bolonhês"
Quinto rei de Portugal (1245-1279), "o Bolonhês" nasceu provavelmente em
Coimbra, a 5 de maio de 1210. Segundo filho de D. Afonso II e de D. Urraca,
partiu em 1227 para França, onde frequentou a corte de Luís IX, tendo disso
muito beneficiado. Casou em 1238 com D. Matilde, condessa de Bolonha, viúva de
Filipe-o-Crespo. Chegou a Lisboa em finais de 1245 ou princípios de 1246. Com os
títulos de visitador, curador e defensor do
reino, foi aclamado rei após ter vencido pela força das armas o seu irmão D.
Sancho II. O facto de maior destaque do seu reinado foi a conquista definitiva
do Algarve. Em março de 1249 foi conquistada a cidade de Faro. Os freires de
Sant'Iago e Calatrava tiveram aí um papel determinante, tendo-lhes sido confiada
a empresa de concluírem a conquista. A conquista do Algarve levou, contudo, a
graves discórdias com Castela. As pazes foram inicialmente alcançadas com o
casamento de D. Afonso III com D. Beatriz, filha ilegítima de Afonso X (após o
papa ter anulado o casamento com D. Matilde por esta ser estéril), mas o
problema só foi definitivamente resolvido pelo Tratado de Badajoz, de 16 de
fevereiro de 1267. Por este tratado ficou definido que seria o Guadiana, desde a
confluência do Caia até à foz, a fronteira luso-castelhana. D. Afonso III foi
também um bom administrador, fundou povoações, restaurou, repovoou e mandou
cultivar inúmeros lugares arruinados, e concedeu numerosos forais. Estabeleceu
Lisboa como capital do reino. Reuniu Cortes em Leiria, em 1254, as primeiras em
que participaram representantes dos concelhos. As Cortes de Coimbra de 1261
foram também importantes, pois nelas foi reconhecido ao rei o direito de cunhar
moeda fraca. Procedeu a inquirições em
1258, revelando as respetivas atas os inúmeros abusos praticados pelas classes
privilegiadas. Legislou para reprimir estes abusos. Estas leis provocaram a
imediata reação do clero, que apelou para Roma. Só a proximidade da morte levou
o rei a recuar, tendo jurado submissão à Santa Sé em janeiro de 1279. Faleceu em
16 de fevereiro do mesmo ano, tendo sido sepultado em Alcobaça.
Fontes:
Infopédia
wikipedia
(imagens)
***
24 de Julho de 1245: Inocêncio IV retira a autoridade real a Sancho II de Portugal. Sucede-lhe o irmão, Afonso III.
Cognominado "o Rei Capelo", foi o quarto rei de Portugal (1223-1245). Nasceu em Coimbra em 1209 e faleceu em Toledo em 4 de Janeiro de 1248. Filho de D. Afonso II e de D. Urraca, subiu ao trono em Março de 1223. Era indicado como herdeiro no testamento de D. Afonso II, muito embora a ordem de sucessão fosse já então um facto. Casou, cerca de 1240, com D. Mécia Lopes, neta de Afonso IX de Leão e viúva de Álvaro Peres de Castro. Deste casamento não houve descendência.Tendo D. Sancho herdado o trono aos 13 anos, o governo do reino esteve primeiramente a cargo de ricos-homens que apressaram o pequeno rei a regularizar as relações com a Igreja. Foi elaborada uma concórdia com a igreja e, finalmente, resolvido o problema com as infantas, irmãs de D. Afonso II. Depois de resolvidas estas questões procurou D. Sancho II dedicar-se à administração do País, concedendo forais a diversas povoações. Iniciou, também, uma nova fase de expansão territorial, que durou todo o seu reinado e terminou apenas com D. Afonso III.Aproveitando-se das lutas que Afonso IX de Leão mantinha com os Mouros, o monarca iniciou uma campanha no Alentejo em 1226. Entre este ano e 1239 conquistou todo o Alentejo, tendo, para tal, muito contribuído a acção da Ordem de Sant'Iago. Esta Ordem militar recebeu como pagamento dos serviços prestados diversas povoações, tais como Aljustrel, Sesimbra, Aljafar de Pena, Mértola, Aiamonte e Tavira.Apesar desta excelente actuação militar, o rei, no que concerne à administração, revelou-se fraco e indeciso, de tal modo que aquela se tornou desleixada e descuidada. Os nobres abusavam pela sua prepotência de vencedores, os bispos aproveitavam os distúrbios causados por aqueles para se imiscuírem na vida pública e política. A luta entre homens da Igreja e ricos-homens tornou-se quase permanente. Também as ordens monásticas reclamaram dos abusos por parte dos nobres. O bispo do Porto, Martinho Rodrigues, queixou-se ao papa de que o rei usurpava o direito de jurisdição sobre a cidade, que dependia da Sé. O papa admoestou o rei, que pareceu submeter-se. Também o bispo de Lisboa se revoltou contra o rei, acusando-o de ofender as liberdades religiosas. Mais uma vez o papa recorreu a admoestações. Contudo, quando em 1238 outras queixas, do novo bispo do Porto, se levantaram contra o rei, o bispo de Salamanca lançou um interdito que o papa confirmou. Todas estas queixas mostram a desordem que grassava no reino devido às constantes brigas entre nobres e clero, brigas que o rei se mostrava incapaz de sanar.Todas estas queixas por parte do clero foram ainda agravadas por intrigas alimentadas pelo príncipe D. Afonso, que desde 1238 vivia em Bolonha. No concílio de Lião, prelados e nobres portugueses descreviam a desordem do reino em termos tais que deles se pode inferir a deposição do rei. A resposta por parte do papa foi uma bula onde dizia dever incumbir-se da restauração do reino alguém ativo e prudente, e que esse alguém só poderia ser D. Afonso. A 24 de julho de 1245, a
Bula Grandi non
immerito depõe
oficialmente Sancho II do governo do reino, e Afonso torna-se
regente. Numa assembleia de prelados e nobres portugueses, reunida em Paris, D. Afonso jurou que guardaria e faria guardar todos os privilégios, foros e costumes dos municípios, cavaleiros, peões, religiosos e clérigos seculares do reino. Em finais de 1245 ou nos princípios do ano seguinte, o conde de Bolonha desembarcou em Lisboa. Da luta entre partidários do rei e de D. Afonso saiu vitoriosa a facção de D. Afonso. D. Sancho II retirou-se para Toledo, onde viria a falecer pouco tempo depois.
D. Sancho
II. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2013.
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D. Sancho II
Martim de Freitas, alcaide
de Coimbra, faz abrir o túmulo de Sancho II para verificar a sua morte
- Caetano Moreira da Costa
Lima

***
26 de Março de 1211: Morre D. Sancho I, "O Povoador"
Segundo
rei de Portugal (1185-1211), filho de D. Afonso Henriques e de D. Mafalda, foi
cognominado "o Povoador". Nasceu em 11 de Novembro de 1154, em Coimbra, e
morreu em 26 de Março de 1211 na mesma cidade. Casou em 1174 com D. Dulce de
Aragão, filha de Raimundo Béranger IV. Subiu ao trono em Dezembro de 1185 por
morte de D. Afonso Henriques. Foi iniciado na vida militar aos 12 anos, tendo
chefiado uma expedição a Cidade Rodrigo contra Fernando II que se saldou por um
fracasso. Foi armado cavaleiro em 15 de Agosto de 1170, na cidade de Coimbra,
logo após o acidente de D. Afonso Henriques em Badajoz. Participou desde então
no exercício do poder político, talvez devido à incapacidade física do rei. O
povoamento das terras abandonadas foi uma das suas principais preocupações.
Para alcançar este objectivo desenvolveu as instituições municipais e concedeu diversos forais, principalmente na Beira e em Trás-os-Montes: Gouveia (1186), Covilhã (1186), Viseu (1187), Bragança (1187), etc. Entre os anos de 1192 e 1195 receberam também forais Penacova, Marmelar, Pontével, Povos e S. Vicente da Beira. Os concelhos fronteiriços receberam privilégios particulares, tais como isenção de trabalhar na construção de castelos e muros, isenção do pagamento dos impostos de portagem e de colheita. A criação dos concelhos, para além do contributo que deu para o melhoramento económico e social, trouxe também vantagens de ordem militar e financeira, pois promoveu o aumento do número de combatentes que não recebiam soldo.
Fixaram-se também em Portugal neste período numerosos colonos estrangeiros. As ordens religiosas, nomeadamente as militares, receberam de D. Sancho inúmeras concessões de terras e castelos. O monarca aproveitou a passagem pelo porto de Lisboa dos cruzados da terceira cruzada, na primavera de 1189, para atacar o Algarve. Tomou o castelo de Alvor e atacou Silves (que era na época uma das mais populosas e cultas cidades do ocidente peninsular). Foi acordado que a cidade seria para os portugueses e o saque para os cruzados. Após uma rápida conquista dos subúrbios, portugueses e cruzados depararam-se com uma encarniçada resistência que durou 43 dias. D. Sancho I passou então a intitular-se rei de Portugal e dos Algarves. Durou pouco tempo esta conquista, já que em 1190 Iacub Almançor cercou a cidade de Silves com um exército e com outro atacou Torres Novas, que apenas conseguiu resistir durante 10 dias. Torres Novas foi, pouco depois, restituída pelos muçulmanos, mas estes, entusiasmados com a reconquista de Silves, reconquistaram também Alcácer, Palmela e Almada. D. Sancho envolveu-se também nos conflitos entre Leão e Castela, entrando em guerra com Leão em 1196 e 1199. Durante o seu reinado, deterioraram-se as boas relações com a Santa Sé, primeiro por tentar furtar-se ao pagamento do censo anual de dois marcos-ouro, depois por ter entrado em litígio com o bispo do Porto aquando do casamento do herdeiro do trono com D. Urraca, filha de Afonso VIII. O papa Inocêncio III incumbiu o bispo de Samora de anunciar a pena de excomunhão a D. Sancho e àqueles que tinham retido o bispo. O monarca português entrou também em conflito com o bispo de Coimbra, tendo sido por isso admoestado pelo papa. Ao sentir aproximar-se a sua morte, reconciliou-se com os prelados e aceitou as exigências do papa. Segundo o estudioso Jaime Batalha Reis, iniciou-se no reinado de D. Sancho I a amoedação do ouro, que para outros autores terá surgido anteriormente. O trabalho administrativo continuou a fazer-se na Câmara Régia que funcionava no Paço, tal como no reinado anterior, estando todo o trabalho a cargo de um só homem, o chanceler. Neste reinado sabe-se que alguns portugueses frequentaram universidades estrangeiras e que um grupo de juristas conhecia o Direito que se ministrava na escola de Bolonha. Também o rei foi poeta e em 1192 concedeu ao mosteiro de Santa Cruz 400 morabitinos para que se mantivessem em França os monges que lá quisessem estudar.
Para alcançar este objectivo desenvolveu as instituições municipais e concedeu diversos forais, principalmente na Beira e em Trás-os-Montes: Gouveia (1186), Covilhã (1186), Viseu (1187), Bragança (1187), etc. Entre os anos de 1192 e 1195 receberam também forais Penacova, Marmelar, Pontével, Povos e S. Vicente da Beira. Os concelhos fronteiriços receberam privilégios particulares, tais como isenção de trabalhar na construção de castelos e muros, isenção do pagamento dos impostos de portagem e de colheita. A criação dos concelhos, para além do contributo que deu para o melhoramento económico e social, trouxe também vantagens de ordem militar e financeira, pois promoveu o aumento do número de combatentes que não recebiam soldo.
Fixaram-se também em Portugal neste período numerosos colonos estrangeiros. As ordens religiosas, nomeadamente as militares, receberam de D. Sancho inúmeras concessões de terras e castelos. O monarca aproveitou a passagem pelo porto de Lisboa dos cruzados da terceira cruzada, na primavera de 1189, para atacar o Algarve. Tomou o castelo de Alvor e atacou Silves (que era na época uma das mais populosas e cultas cidades do ocidente peninsular). Foi acordado que a cidade seria para os portugueses e o saque para os cruzados. Após uma rápida conquista dos subúrbios, portugueses e cruzados depararam-se com uma encarniçada resistência que durou 43 dias. D. Sancho I passou então a intitular-se rei de Portugal e dos Algarves. Durou pouco tempo esta conquista, já que em 1190 Iacub Almançor cercou a cidade de Silves com um exército e com outro atacou Torres Novas, que apenas conseguiu resistir durante 10 dias. Torres Novas foi, pouco depois, restituída pelos muçulmanos, mas estes, entusiasmados com a reconquista de Silves, reconquistaram também Alcácer, Palmela e Almada. D. Sancho envolveu-se também nos conflitos entre Leão e Castela, entrando em guerra com Leão em 1196 e 1199. Durante o seu reinado, deterioraram-se as boas relações com a Santa Sé, primeiro por tentar furtar-se ao pagamento do censo anual de dois marcos-ouro, depois por ter entrado em litígio com o bispo do Porto aquando do casamento do herdeiro do trono com D. Urraca, filha de Afonso VIII. O papa Inocêncio III incumbiu o bispo de Samora de anunciar a pena de excomunhão a D. Sancho e àqueles que tinham retido o bispo. O monarca português entrou também em conflito com o bispo de Coimbra, tendo sido por isso admoestado pelo papa. Ao sentir aproximar-se a sua morte, reconciliou-se com os prelados e aceitou as exigências do papa. Segundo o estudioso Jaime Batalha Reis, iniciou-se no reinado de D. Sancho I a amoedação do ouro, que para outros autores terá surgido anteriormente. O trabalho administrativo continuou a fazer-se na Câmara Régia que funcionava no Paço, tal como no reinado anterior, estando todo o trabalho a cargo de um só homem, o chanceler. Neste reinado sabe-se que alguns portugueses frequentaram universidades estrangeiras e que um grupo de juristas conhecia o Direito que se ministrava na escola de Bolonha. Também o rei foi poeta e em 1192 concedeu ao mosteiro de Santa Cruz 400 morabitinos para que se mantivessem em França os monges que lá quisessem estudar.
Nos
últimos tempos de vida D.Sancho, alterou profundamente a sua postura no que ao
relacionamento com outra pessoas dizia respeito.
Provavelmente o temor da morte provocou essa mudança, muito embora ao que parece tenha padecido de doença durante muito tempo, o pressentimento do seu fim deverá ter conduzido à alteração referida. Alguns cronistas da época atestaram que D.Sancho I morrera de "melancolia", que contrariamente a conceitos mais modernos, no século XIII, subordinado à teoria dos humores de Hipócrates, definia-se melancólico como alguém que sofria de excesso de bílis negra, identificada como característico das pessoas com grandes picos variáveis entre a euforia e a depressão, o que hoje se consideraria um bipolar.
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/03/26-de-marco-de-1211-morre-d-sancho-i-o.html?spref=fb&fbclid=IwAR2ZJaXaFkn2lcrHKytomeQZiZmca5P2quqGN5AJoY5sKBq376OvzH4YLpYProvavelmente o temor da morte provocou essa mudança, muito embora ao que parece tenha padecido de doença durante muito tempo, o pressentimento do seu fim deverá ter conduzido à alteração referida. Alguns cronistas da época atestaram que D.Sancho I morrera de "melancolia", que contrariamente a conceitos mais modernos, no século XIII, subordinado à teoria dos humores de Hipócrates, definia-se melancólico como alguém que sofria de excesso de bílis negra, identificada como característico das pessoas com grandes picos variáveis entre a euforia e a depressão, o que hoje se consideraria um bipolar.
Fontes:
D. Sancho I. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2013.
wikipedia
(imagens)
D. Sancho I
D. Dulce, rainha consorte de D. Sancho
I
***
23 de Abril de 1185: Nasce D. Afonso II,cognominado" O Gordo"," O Gafo" ou "O Crasso"
Terceiro rei de Portugal
(1211-1223), filho de D. Sancho I e da rainha D. Dulce, nasceu em Coimbra a 23
de Abril de 1185 e faleceu a 25 de Março de 1223. Casou com D. Urraca, infanta
de Castela, e subiu ao trono em finais de Março de 1211. Recebeu o cognome de "o
Gordo". Não tinha vocação militar, por isso abandonou a política de expansão
territorial, preocupação dominante até então, para procurar dotar o país de uma
conceção moderna da função do Estado, do rei e da unidade nacional. Com tais
objectivos, logo que subiu ao trono, em 1211, convocou Cortes para Coimbra.
Destas saiu a primeira colectânea de leis gerais do país, que mostram desde logo
a ação centralizadora do rei na oposição aos abusos das classes privilegiadas.
Foram tomadas também uma série de medidas gerais que se destinaram a garantir o
direito de propriedade, regular a justiça civil, defender os interesses
materiais da coroa e evitar certos abusos dos privilegiados. As
confirmações, raras até este período, e que se generalizaram entre 1216 e
1221 como medida de administração pública, mostram, também, o desejo de firmar a
soberania da coroa. Uma outra medida tomada para reprimir os abusos das classes
privilegiadas foram as inquirições.
Esta nova política levou
também a conflitos com o clero e com as infantas suas irmãs. D. Sancho I tinha
deixado, por testamento, às infantas D. Teresa, D. Sancha e D. Mafalda numerosas
mercês em terras e dinheiro sobre as quais D. Afonso II pretendia o pagamento de
direitos régios. As infantas apelaram para o papa, que, após alguns avanços e
recuos, veio a confirmar a posição de D. Afonso II. O rei procurou minar o
poder clerical dentro do país e aplicar parte das receitas das igrejas em
propósitos de utilidade nacional. Esta atitude deu origem a um conflito
diplomático entre o Papado e Portugal. Depois de ter sido excomungado pelo Papa
Honório III, Afonso II prometeu rectificar os seus erros contra a Igreja, mas
morreu em 1223 excomungado, sem fazer nenhum esforço sério para mudar a sua
política.
Só após a resolução do
conflito com a Igreja, logo nos primeiros meses de reinado do seu sucessor
Sancho II, pôde finalmente Afonso II descansar em paz no Mosteiro de Alcobaça
(foi o primeiro monarca a fazer da abadia cisterciense o panteão
real).
Apesar de, como já
dissemos, não ter tido preocupações militares, enviou tropas portuguesas que, ao
lado de castelhanas, aragonesas e francesas, combateram bravamente na célebre
batalha de Navas de Tolosa na defesa da Península contra os muçulmanos. Alcácer
do Sal foi a principal conquista do seu reinado.
Os problemas de
saúde de D. Afonso II
Dom Afonso II foi um
homem doente. Tinha apenas catorze anos quando sofreu uma crise tão grave que as
pessoas até consideraram milagre o facto de não morrer, milagre este atribuído a
Santa Senhorinha de Basto. As crises repetiram-se durante toda a vida e
conhecem-se os sintomas:
deformações da pele e da carne, inchaços, feridas repugnantes, e na época julgaram tratar-se de lepra e por isso mesmo lhe chamaram o Gafo, que significa leproso.
O cognome que acabou por vingar – o Gordo – deve-se pois a doença que o deformava.
Morreu em Santarém em 1223, com 38 anos, ainda excomungado.
D. Afonso II. In Infopédia [Em
linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. deformações da pele e da carne, inchaços, feridas repugnantes, e na época julgaram tratar-se de lepra e por isso mesmo lhe chamaram o Gafo, que significa leproso.
O cognome que acabou por vingar – o Gordo – deve-se pois a doença que o deformava.
Morreu em Santarém em 1223, com 38 anos, ainda excomungado.
http://donafonsosegundo.blogspot.pt/
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D. Afonso II
Urraca de Castela,
consorte de D. Afonso II
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/04/23-de-abril-de-1185-nasce-d-afonso.html?spref=fb&fbclid=IwAR2Jml_4ypwJ3KcmLCbf-jFpk3WZxCfksMWqp-tLfU36LUVaS6E7UK_fFuoconsorte de D. Afonso II
***
06 de Dezembro de 1185: Morre em Coimbra, D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal.
Cognominado "o Conquistador", foi o primeiro
rei de Portugal, governando de 1128 a 1185. Filho de D. Henrique de Borgonha e
de D. Teresa de Aragão, nasceu provavelmente em Guimarães (embora Viseu seja
também um local apontado para o seu nascimento) em finais de 1108 (ou primeiros
meses de 1109) e faleceu em 1185. Casou em 1146 com D. Mafalda, filha de Amadeu
II, conde de Moriana e Saboia.
Após a morte de D. Henrique, D. Teresa ficou à frente dos destinos do Condado Portucalense, sendo influenciada politicamente pela família Peres de Trava. O jovem infante tomou então uma posição política oposta à de sua mãe, sob a direcção do arcebispo de Braga D. Paio. Ter-se-á armado cavaleiro no dia de Pentecostes de 1122, por suas próprias mãos, na catedral de Zamora. Em Setembro de 1127 D. Afonso VII invadiu Portugal e cercou o Castelo de Guimarães, onde se encontrava o infante. Depois de D. Afonso Henriques ter reafirmado a sua lealdade perante Afonso VII, rei de Leão, este desistiu de conquistar a cidade e levantou o cerco. Feitas as pazes com Afonso VII, a posição de D. Afonso Henriques e dos nobres que o acompanham volta-se contra D. Teresa e a família Trava. O conflito só viria a ser sanado com a batalha de S. Mamede, que teve lugar a 24 de Junho de 1128 nos arredores de Guimarães, tendo saído vitoriosas as hostes de D. Afonso Henriques. A partir desta data passou o infante a governar o condado.
Depois de ter resolvido as escaramuças na fronteira com a Galiza e assinado tréguas de dois anos com Afonso VII, voltou-se para a fronteira meridional, tendo fundado em finais de 1135 o castelo de Leiria, que viria a ser de importância fundamental para a reconquista. Novamente as atenções de D. Afonso Henriques se voltaram para a fronteira setentrional, só que em simultâneo os muçulmanos tomaram Leiria. Tendo firmado novamente a paz com Afonso VII, D. Afonso Henriques acorre ao sul, onde defrontou os muçulmanos na Batalha de Ourique. Esta famosa batalha viria a ser origem de lendas e exageros, não se sabendo ainda hoje com exactidão o local onde se terá travado. Uma certeza há, no entanto: a partir daqui começou D. Afonso Henriques a intitular-se rei.
D. Afonso Henriques iniciou então uma nova fase na sua política de aproximação à Santa Sé, da qual se declarou vassalo em 1143. O papa, contudo, limitou-se a tratá-lo por Dux. Por sua vez, D. Afonso VII reagiu mal a esta posição de D. Afonso Henriques e não lhe reconheceu o título de rei.
A reconquista prosseguiu, no entanto, e D. Afonso Henriques não perdeu a primeira oportunidade que se lhe deparou para conquistar Santarém e Lisboa. A primeira foi tomada de assalto em Março de 1147, o cerco da segunda foi, todavia, demorado e difícil, tendo sido importante a ajuda proporcionada pela expedição de cruzados que se encontrava de passagem pelo nosso litoral. A cidade só veio a render-se em 24 de Outubro desse mesmo ano. Após estas conquistas, a actividade militar abrandou, pois era altura de procurar povoar e organizar o território e de incrementar a política de autonomia da Igreja portuguesa junto da Santa Sé. O principal obreiro desta política foi D. João Peculiar, arcebispo de Braga.
Com a morte de Afonso VII, os seus dois filhos entenderam-se para submeter D. Afonso Henriques. Porém, a morte de Sancho pouco tempo depois veio alterar o panorama peninsular. Parece que terá então Fernando II reconhecido D. Afonso Henriques como rei de Portugal a troco do seu reconhecimento como rei de toda a Espanha. Pensa-se, contudo, que a fronteira meridional continuava a ser o Tejo. Compreende-se assim a inquietação que causava ao rei de Leão a acção de Geraldo no Alentejo, tanto mais que as conquistas inflectiam cada vez mais para leste. Tendo ido D. Afonso Henriques em auxílio de Geraldo em Badajoz, aproveitou Fernando II um acidente em que o nosso rei partiu uma perna para o aprisionar. A liberdade só foi restituída a troco dos territórios tudenses, não sendo, no entanto, contestadas as conquistas a oeste de Badajoz. Os muçulmanos passaram então a tomar a iniciativa, tendo cercado em Santarém o próprio rei de Portugal após terem reconquistado todo o Alentejo. D. Afonso Henriques foi auxiliado pelo rei de Leão, que, como rei das Espanhas, não podia deixar de se considerar obrigado a intervir, vindo a ser assinadas tréguas com os muçulmanos.
A maioridade de Afonso VIII de Castela, em 1179, tornou a posição de D. Fernando II insustentável como rei das Espanhas. Desta forma, pressionado por diversos campos, veio a ceder, reconhecendo assim definitivamente a autonomia política de Portugal. Tanto mais que, pela Bula "Manifestis Probatum" de 23 de Maio desse mesmo ano, o papa Alexandre III conferiu a D. Afonso Henriques o direito de conquista de terras aos muçulmanos sobre as quais outros príncipes cristãos não tivessem direitos anteriores, e foi nesta bula que, pela primeira vez, D. Afonso Henriques foi designado como rei.
Após o incidente de Badajoz, a carreira militar de D. Afonso Henriques praticamente terminou. Dedicou a partir daí quase toda a sua vida à administração dos territórios com a co regência do seu filho D. Sancho. Procurou fixar a população, promoveu o municipalismo e concedeu forais. Contou com a ajuda da ordem religiosa dos Cistercienses para o desenvolvimento da economia, predominantemente agrária. Não podemos também deixar de referir o papel que as ordens religiosas militares, dos Templários, dos Hospitalários e de Sant'Iago, tiveram na reconquista. D. Afonso Henriques retribuiu esses serviços com avultadas concessões.
D. Afonso Henriques faleceu a 6 de Dezembro de 1185 após um governo de mais de 57 anos. Foi sepultado na Igreja de Santa Cruz de Coimbra, onde ainda hoje permanecem os seus restos mortais.
D. Afonso Henriques. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011.
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Após a morte de D. Henrique, D. Teresa ficou à frente dos destinos do Condado Portucalense, sendo influenciada politicamente pela família Peres de Trava. O jovem infante tomou então uma posição política oposta à de sua mãe, sob a direcção do arcebispo de Braga D. Paio. Ter-se-á armado cavaleiro no dia de Pentecostes de 1122, por suas próprias mãos, na catedral de Zamora. Em Setembro de 1127 D. Afonso VII invadiu Portugal e cercou o Castelo de Guimarães, onde se encontrava o infante. Depois de D. Afonso Henriques ter reafirmado a sua lealdade perante Afonso VII, rei de Leão, este desistiu de conquistar a cidade e levantou o cerco. Feitas as pazes com Afonso VII, a posição de D. Afonso Henriques e dos nobres que o acompanham volta-se contra D. Teresa e a família Trava. O conflito só viria a ser sanado com a batalha de S. Mamede, que teve lugar a 24 de Junho de 1128 nos arredores de Guimarães, tendo saído vitoriosas as hostes de D. Afonso Henriques. A partir desta data passou o infante a governar o condado.
Depois de ter resolvido as escaramuças na fronteira com a Galiza e assinado tréguas de dois anos com Afonso VII, voltou-se para a fronteira meridional, tendo fundado em finais de 1135 o castelo de Leiria, que viria a ser de importância fundamental para a reconquista. Novamente as atenções de D. Afonso Henriques se voltaram para a fronteira setentrional, só que em simultâneo os muçulmanos tomaram Leiria. Tendo firmado novamente a paz com Afonso VII, D. Afonso Henriques acorre ao sul, onde defrontou os muçulmanos na Batalha de Ourique. Esta famosa batalha viria a ser origem de lendas e exageros, não se sabendo ainda hoje com exactidão o local onde se terá travado. Uma certeza há, no entanto: a partir daqui começou D. Afonso Henriques a intitular-se rei.
D. Afonso Henriques iniciou então uma nova fase na sua política de aproximação à Santa Sé, da qual se declarou vassalo em 1143. O papa, contudo, limitou-se a tratá-lo por Dux. Por sua vez, D. Afonso VII reagiu mal a esta posição de D. Afonso Henriques e não lhe reconheceu o título de rei.
A reconquista prosseguiu, no entanto, e D. Afonso Henriques não perdeu a primeira oportunidade que se lhe deparou para conquistar Santarém e Lisboa. A primeira foi tomada de assalto em Março de 1147, o cerco da segunda foi, todavia, demorado e difícil, tendo sido importante a ajuda proporcionada pela expedição de cruzados que se encontrava de passagem pelo nosso litoral. A cidade só veio a render-se em 24 de Outubro desse mesmo ano. Após estas conquistas, a actividade militar abrandou, pois era altura de procurar povoar e organizar o território e de incrementar a política de autonomia da Igreja portuguesa junto da Santa Sé. O principal obreiro desta política foi D. João Peculiar, arcebispo de Braga.
Com a morte de Afonso VII, os seus dois filhos entenderam-se para submeter D. Afonso Henriques. Porém, a morte de Sancho pouco tempo depois veio alterar o panorama peninsular. Parece que terá então Fernando II reconhecido D. Afonso Henriques como rei de Portugal a troco do seu reconhecimento como rei de toda a Espanha. Pensa-se, contudo, que a fronteira meridional continuava a ser o Tejo. Compreende-se assim a inquietação que causava ao rei de Leão a acção de Geraldo no Alentejo, tanto mais que as conquistas inflectiam cada vez mais para leste. Tendo ido D. Afonso Henriques em auxílio de Geraldo em Badajoz, aproveitou Fernando II um acidente em que o nosso rei partiu uma perna para o aprisionar. A liberdade só foi restituída a troco dos territórios tudenses, não sendo, no entanto, contestadas as conquistas a oeste de Badajoz. Os muçulmanos passaram então a tomar a iniciativa, tendo cercado em Santarém o próprio rei de Portugal após terem reconquistado todo o Alentejo. D. Afonso Henriques foi auxiliado pelo rei de Leão, que, como rei das Espanhas, não podia deixar de se considerar obrigado a intervir, vindo a ser assinadas tréguas com os muçulmanos.
A maioridade de Afonso VIII de Castela, em 1179, tornou a posição de D. Fernando II insustentável como rei das Espanhas. Desta forma, pressionado por diversos campos, veio a ceder, reconhecendo assim definitivamente a autonomia política de Portugal. Tanto mais que, pela Bula "Manifestis Probatum" de 23 de Maio desse mesmo ano, o papa Alexandre III conferiu a D. Afonso Henriques o direito de conquista de terras aos muçulmanos sobre as quais outros príncipes cristãos não tivessem direitos anteriores, e foi nesta bula que, pela primeira vez, D. Afonso Henriques foi designado como rei.
Após o incidente de Badajoz, a carreira militar de D. Afonso Henriques praticamente terminou. Dedicou a partir daí quase toda a sua vida à administração dos territórios com a co regência do seu filho D. Sancho. Procurou fixar a população, promoveu o municipalismo e concedeu forais. Contou com a ajuda da ordem religiosa dos Cistercienses para o desenvolvimento da economia, predominantemente agrária. Não podemos também deixar de referir o papel que as ordens religiosas militares, dos Templários, dos Hospitalários e de Sant'Iago, tiveram na reconquista. D. Afonso Henriques retribuiu esses serviços com avultadas concessões.
D. Afonso Henriques faleceu a 6 de Dezembro de 1185 após um governo de mais de 57 anos. Foi sepultado na Igreja de Santa Cruz de Coimbra, onde ainda hoje permanecem os seus restos mortais.
D. Afonso Henriques. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011.
wikipedia (Imagens)

Estátua de D. Afonso Henriques
em Guimarães
Túmulo de
Afonso Henriques no Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra
Mafalda de Saboia e
Maurienne,
consorte de D. Afonso Henriques
consorte de D. Afonso Henriques
https://www.youtube.com/watch?v=LgSgL9ObAs0&feature=youtu.be&fbclid=IwAR3TH4MZHQe08j40XviMfW_TdiEQVlCtvSMlhakSjbGQnrY3DtxhpMh7sLE
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https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/12/06-de-dezembro-de-1185-morre-em-coimbra_6.html?spref=fb&fbclid=IwAR3rn8lj0zXhka9OTLfFbCjwnuZc7IcZV3mvKf2uHJWl2sVpIeNzT-6EdnE
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24 de Abril de 1112: Data provável da morte do Conde D. Henrique, pai de D. Afonso Henriques
O conde D. Henrique era filho (4.º) de Henrique de Borgonha, bisneto de Roberto I de França, sobrinho-neto do abade S. Hugo de Cluny. A sua vida e carreira política são condicionadas por três fatores dominantes: o feudalismo, o espírito de cruzada e a reforma gregoriana. Enquanto senhor feudal, pretende uma maior autonomia e valoriza a sucessão masculina; como cruzado, sente-se atraído pelas zonas de maior perigo e daqui se compreende a sua vinda para a península; como gregoriano, contribui para a definitiva introdução da liturgia romana e da escrita carolíngia em Portugal.Casou pelos trinta anos com D. Teresa de Aragão, filha de D. Afonso VI e de Ximena Nunes. Antes do seu casamento ter-se-á distinguido, na fronteira sul da Península, no combate aos mouros (almorávidas). Em 18 de dezembro de 1095 era já senhor de Coimbra, no ano seguinte, em 24 de abril, era também senhor de Braga. Procurou, no início do seu governo, organizar o território firmando nele a sua autoridade, através da atribuição de forais (Guimarães e Constantim de Panoias). A 9 de dezembro de 1097, em Compostela, intitula-se "comes Portucalensis". Em termos jurídicos, a situação de D. Henrique seria a seguinte: de 1095 a 1097 D. Henrique e sua mulher teriam a tenência (governo) dos territórios do Porto, Coimbra e Santarém; a partir de 1097, participava já da soberania sobre o território que recebera de herança. No entanto, só após a morte de Afonso VI é que D. Henrique ousa agir como potência independente.Durante o período do seu governo, D. Henrique tomou parte ativa nas atividades do Império; assim, em 1100, travou batalha com os almorávidas em Malagón. No ano seguinte e até 1103 foi a Roma juntamente com S. Geraldo de Braga defender junto do Papa os direitos desta cidade. Em setembro de 1104 estabelece com D. Raimundo um Pacto Sucessório em que reconhece este último como único herdeiro de Afonso VI e se prometem mutuamente amizade e assistência. Como contrapartida deste acordo, Raimundo promete a D. Henrique Toledo, com parte do seu tesouro, ou a Galiza. Neste pacto não há qualquer referência a Portugal, não se podendo por ele pressupor a preparação da independência. Em 13 de setembro de 1107 morre Raimundo e no ano seguinte o infante D. Sancho que lhe deveria suceder. Após estes acontecimentos, D. Henrique vai junto da corte de D. Afonso VI, em Toledo, contudo, zanga-se com o sogro e este expulsa-o da sua corte. Depois disto, D. Henrique regressa a Portugal onde submete os mouros de Sintra e se desloca a Coimbra. Nesta cidade doa à diocese o Mosteiro de Lorvão usando o mesmo formulário de chancelaria que 15 anos antes fora usado pelo herdeiro do trono em ato semelhante. A partir desta altura começa a atuar como potência independente.D. Henrique tomou partido contrário a D. Urraca como herdeira de Afonso VI; em 1110, na batalha de Campo de la Espina, vence as tropas de D. Urraca; em novembro do mesmo ano dá-se a conferência de Monzón entre D. Henrique e D. Urraca; em novembro do mesmo ano D. Henrique cerca D. Afonso I em Peñafiel. Este cerco foi desfeito pela intervenção de D. Teresa que convence o marido a retirar o apoio a D. Urraca enquanto esta não definir claramente os termos da aliança. Em fevereiro ou março de 1111 D. Henrique cerca D. Urraca, que entretanto fizera as pazes com o rei de Aragão. Na primavera deste ano vivem-se dificuldades em Portugal agravadas pela ameaça almorávida sobre o Tejo. No inverno deste último ano D. Henrique domina territórios que dependem ou de D. Urraca ou de Afonso I, tais como Zamora, Astorga e Oca. Em 1112 fez-se a paz com D. Urraca que, por sua vez, também a fizera com o filho. D. Henrique faleceu, em Astorga, nos últimos dias de abril de 1112, tendo determinado que fosse sepultado na Sé Catedral de Braga.
Conde D. Henrique. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2014.
wikipedia
(imagens)
Afonso VI de Leão e Castela entrega o Condado Portucalense a D. Henrique em 1096
Henrique de Borgonha, Conde de Portucale e Teresa de Leão, em iluminura da Genealogia dos Reis de Portugal (1530-1534)
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