07/11/2011

5.158.(7nov11.8h8') Cecília Meireles


Nasceu a 7nov1901
e morreu a 9nov1964
***
Cecília Meireles
Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, ? e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.
https://kdfrases.com/autor/cec%C3%ADlia-meireles/7

*
“Lua Adversa
Tenho fases, como a lua. 
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...”
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https://www.facebook.com/MinhaTerraMeuChao/photos/a.1393838497496687.1073741828.1393828550831015/1693975897482944/?type=3&theater
"Aprendi com a primavera a deixar-me podar e voltar sempre inteira".
Imagem: Divergent
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https://www.facebook.com/sonhararealidade2013/photos/a.349115855209208.1073741828.349094905211303/814221878698601/?type=1&theater
Felicidade

És precária e veloz, Felicidade.
Custas a vir e, quando vens, não te demoras.
Foste tu que ensinaste aos homens que havia tempo,
e, para te medir, se inventaram as horas.

Felicidade, és coisa estranha e dolorosa,
Fizeste para sempre a vida ficar triste:
Porque um dia se vê que as horas todas passam,
e um tempo despovoado e profundo, persiste.

"Viagens" 1939
Fotografia - Donnadieu Rémy Photographer

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13fev2016...poema escolha e foto da Graça Silva

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"A chuva chove mansamente ... como um sono
Que tranquilize, pacifique, resserene ...
A chuva chove mansamente ... Que abandono!
A chuva é a música de um poema de Verlaine ...

E vem-me o sonho de uma véspera solene,
Em certo paço, já sem data e já sem dono ...
Véspera triste como a noite, que envenene
A alma, evocando coisas líricas de outono ...

... Num velho paço, muito longe, em terra estranha,
Com muita névoa pelos ombros da montanha ...
Paço de imensos corredores espectrais,

Onde murmurem velhos órgãos árias mortas,
Enquanto o vento, estrepitando pelas portas,
Revira in-fólios, cancioneiros e missais ..."

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Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo dia.
No amor.
Na tristeza
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.

Arte - Marina Podgaevskaya

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Aprendi com as primaveras a me deixar cortar...
e voltar sempre inteira e renovada!
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Canção de Outono

Perdoa-me, folha seca, 
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo, 
e até do amor me perdi.
De que serviu tecer flores
pelas areias do chão 
se havia gente dormindo 
sobre o próprio coração?

E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando aqueles 
que não se levantarão...

Tu és folha de outono 
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
E vou por este caminho,
certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...

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imagem - Claude Monet (Autumn on the Seine, in Argenteuil - 1873)
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Via Graça Silva
12.2.2016

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"Como caíram tantas águas,
nublou-se o horizonte,
nublou-se a floresta,
nublou-se o vale.
E as plantas moveram-se azuis
dentro da onda que as toldava.
Tudo se transformou em cristal fosco:
as jaqueiras cansadas de frutos,
as palmeiras de leque aberto,
e as mangueiras com suas frondes
de arredondadas nuvens negras superpostas.
O arco-íris saltou somo serpente multicor
nessa piscina de desenhos delicados."
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27seTEMbro2015
Maria Carla Belo deu a prenda da poeta Cecília Meireles:
"Por mais que longe pareça, 
ides na minha lembrança, 
ides na minha cabeça, 
valeis a minha Esperança."
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https://www.facebook.com/349094905211303/photos/a.349115855209208.1073741828.349094905211303/637964239657700/?type=1&theater
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https://www.facebook.com/photo.php?fbid=717292901659002&set=a.533058340082460.1073741859.100001348957610&type=1&theater
Canção

Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.

Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...

Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.

Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
imagem For the Love,for the Death and the Poetry

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https://www.facebook.com/photo.php?fbid=803173503029262&set=a.127632440583375.22141.100000098585945&type=1&theater
"Que procuras? Tudo.
Que desejas? Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada. 
Levo o meu rumo na minha mão."
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Via Mónica Baptista:
"Há pessoas que nos falam e nem as escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre."
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Se eu fosse apenas uma rosa,

com que prazer me desfolhava,
já que a vida é tão dolorosa
e não te sei dizer mais nada!

Se eu fosse apenas água ou vento,
com que prazer me desfaria,
como em teu próprio pensamento
vais desfazendo a minha vida!

Perdoa-me causar-te a mágoa
desta humana, amarga demora!
- de ser menos breve do que a água,
mais durável que o vento e a rosa...

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Via prof. ª Amélia Pais
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