mais de 100 martingancenses vão por volta das 9h embarcar na estação da Martingança e vão conviver até à Figueira da Foz...
Almoçam por lá e regressam por volta das 5 da tarde.
É convívio e luta!
**
3 dez
De Valado de Frades, às 9.50' partem vários manifestantes no combóio que chega às Caldas imediatamente antes da manif.
Seria bom que nas outras estações entrassem mais pessoas.
A festa e animação dentro de comboio far-se-á também no regresso...
A Comissão para a Defesa da Linha do Oeste convocou a manifestação para o Largo da Estação, nas Caldas da Rainha, no dia 3 de Dezembro, pelas 10h30.
***
via http://www.gazetacaldas.com/17012/o-comboio-do-oeste-que-cortou-as-linhas-laranja-em-valado-dos-frades/
O comboio do Oeste que cortou as linhas laranja em Valado dos Frades Publicado a 25 de Novembro de 2011 .
As linhas (de lã) cor de laranja representam o poder que quer fechar a linha mas que o comboio acabaria por romper
A performance era meramente simbólica: fios de lã cor de laranja (por analogia com o partido que está no poder) atravessavam, como uma barreira, as linhas da estação de Valado de Frades. O comboio chegou e rompeu-as, prosseguindo a sua viagem, perante os aplausos de uma centena de pessoas que, no domingo passado, se reuniu na gare daquela vila para protestar contra o encerramento da linha do Oeste ao serviço de passageiros.
Um protesto pela positiva, onde se bateu palmas à passagem do comboio para que este continue a servir a população como o tem feito desde há 150 anos.
A iniciativa surgiu espontaneamente nas redes sociais por um grupo de amigos do Valado dos Frades e ganhou adeptos junto de alguns autarcas da zona e da própria Comissão de Defesa da Linha do Oeste, cujo representante, Rui Raposo, referiu que a decisão do governo conseguiu unir as populações e todos os partidos políticos com a medida de encerramento.
O activista fez notar que esta decisão é grave independentemente do número de passageiros que ainda circulam de comboio porque é uma porta aberta para uma segunda decisão, que é a de suprimir o serviço em toda a linha.
“Os poucos passageiros que aqui andam não sabem, a partir de Janeiro a que horas chegam ao emprego, a que horas regressam e quanto é que isso lhes vai custar”, disse.
Gazeta das Caldas tem perguntado ao gabinete do ministro da Economia, Álvaro Pereira, em que moldes será feito o serviço rodoviário alternativo que é referido no Plano Estratégico de Transportes, mas não tem obtido resposta.
O representante da Comissão de Defesa da Linha do Oeste disse também que existem alternativas “óbvias e baratas” para manter os comboios de passageiros a circularem nesta linha, aceitando as teses do estudo do engenheiro caldense especialista em caminhos-de-ferro, Nelson Oliveira. Uma delas é a reformulação dos horários para que os comboios sigam do Oeste para Coimbra e não para a Figueira da Foz, e outra é acabar com os transbordos inúteis nas Caldas da Rainha. Medidas estas que não implicam quaisquer gastos significativos.
José Jordão, presidente da Assembleia Municipal da Nazaré, eleito pelo PSD, referiu-se a três forças que têm impedido a modernização deste eixo ferroviário: “a força rosa, a força laranja e a força da Rodoviária”. E recordou que a promessa de requalificação chegou a ser assinada entre o governo anterior e os autarcas do Oeste como contrapartida pela não construção do aeroporto da Ota.
Um outro autarca – Rogério Raimundo, vereador da CDU em Alcobaça – referiu que “a história da linha do Oeste é um histórico criminoso em que parece que tudo foi feito para acabar com a linha” porque as sucessivas administrações da CP “em vez de gerir criativamente” por forma a captar mercado, “fizeram tudo ao contrário” para que a linha fosse perdendo passageiros.
O HORÁRIO QUE NÃO FOI IMPLEMENTADO
Lino Vaz, ex-inspector da CP, agora reformado, contou que a dada altura da sua carreira, apresentou uma proposta de horário para a linha do Oeste, tendo em conta a sua experiência como ferroviário que tinha trabalhado em várias estações (entre elas a de Valado dos Frades) e conversas que tinha tido com populações e Câmaras. “Quando apresentei isto ao meu director ele disse-me ‘se este horário fosse aprovado o que seria da Rodoviária Nacional…!’”. E o horário ficou na gaveta.
Entre os testemunhos que várias pessoas do Valado dos Frades fizeram questão de deixar, causou particular emoção o de uma idosa que costuma ir de comboio a Coimbra fazer quimioterapia. “Vou de manhã, demoro três horas, mas vou sentada, e à tarde volto na automotora das sete, que é directa para o Valado. Eu já disse ao meu médico: se fecharem isto eu não venho mais à consulta. Eu deixo-me morrer”.
Alguns dos presentes não deixaram de referir que eram mais os manifestantes do que aqueles que costumam habitualmente usar o comboio, mas que isso se devia à ausência de uma oferta que satisfizesse as suas necessidades de mobilidade. De resto, praticamente todos já tido sido utentes assíduos da linha do Oeste, só que há 20 anos atrás.
Pelas histórias contadas ficou-se a saber que a estação de Valado dos Frades – que a Refer ainda mantém em bom estado de conservação – foi em tempos o verdadeiro centro da vila, onde as pessoas se juntavam e socializavam, e onde também nasceram muitos namoros. Um tempo em que a estação tinha vida (hoje funciona como apeadeiro e não tem nenhum funcionário da Refer nem da CP) e nela trabalhavam e viviam dezenas de ferroviários.
A acção terminaria com a passagem do inter-regional que faz a ligação directa Caldas da Rainha – Coimbra e que efectua paragem no Valado às 16h39. Desta vez, o maquinista e os passageiros desta automotora foram surpreendidos com uma salva de palmas colectiva, desejando que os comboios ali continuem a passar.
Carlos Cipriano
cc@gazetacaldas.com
A população tem receio que depois de fechar a norte das Caldas, haja uma segunda decisão a encerrar o resto da linha
Manifestação a 3 de Dezembro
A Comissão para a Defesa da Linha do Oeste convocou uma manifestação no Largo da Estação, nas Caldas da Rainha, no dia 3 de Dezembro, pelas 10h30.
Em comunicado, a comissão refere que a decisão do governo em encerrar a parte norte da linha ao transporte de passageiros “contribui para uma ainda maior retracção económica da Região do Oeste” e “fomenta o uso dos transportes rodoviários, com as implicações económicas e ambientais negativas que se conhecem”.
Em Leiria foi criada na semana passada um movimento suprapartidário que juntou partidos, autarcas, deputados, associações empresariais, uma associação cívica e o Turismo Leiria-Fátima.
C.C.
Nerlei também contra o encerramento
A Nerlei – Associação Empresarial da Região de Leiria já veio manifestar publicamente o seu desacordo com o encerramento do serviço de passageiros na Linha do Oeste entre Caldas da Rainha e Figueira da Foz.
A associação aponta em comunicado que “não pode deixar de manifestar o seu desagrado pelo sinal, em sentido contrário, que esta medida dá no que respeita a uma política de transportes sustentável”. E diz-se disponível para integrar “um movimento qualificado, representativo das populações e dos agentes económicos, nos seus diferentes níveis, para que seja encontrada uma solução alternativa à do encerramento proposto pelo Governo”.
A Nerlei junta, assim, a sua voz ao coro de críticas à medida prevista no Plano Estratégico dos Transportes. Uma contestação que tem encontrado unanimidade entre as diversas forças políticas e que tem mobilizado a sociedade civil.
Na apresentação do estudo prévio que está a ser realizado sobre a sustentabilidade da linha do Oeste, o seu autor, Nelson Oliveira, disse em Leiria no passado dia 15 de Novembro que, “ao contrário do que se diz, os números mostram que aumentou o número de utentes de Caldas da Rainha para norte”, precisamente o troço em que se prevê abandonar o serviço de passageiros.
J.F.
Testemunhos
“O largo e a estação eram o meu mundo”
Quando em 1969 vi na televisão a chegada do homem à Lua eu vivia na estação de caminhos-de-ferro do Valado e gostava de ver passar os comboios. A aventura especial fazia-me sonhar com um futuro cheio de tecnologias, que inevitavelmente chegariam à linha férrea ao lado da qual vivia.
Estava longe de imaginar que 42 anos depois, em vez de comboios eléctricos muito rápidos e de sistemas de sinalização electrónicos, a linha do Oeste não só mantinha os mesmos já obsoletos sistemas de exploração, como, ainda por cima, tinha uma sentença de morte – o seu encerramento a partir de Janeiro de 2012.
Vivi no Valado dos Frades entre 1964 e 1973. O meu pai era factor, o que significa que vendia bilhetes aos passageiros, despachava mercadorias, e tinha sobre si a tremenda responsabilidade de pedir o avanço aos comboios, avisar as guardas de passagem de nível e apitar ao maquinista, com a certeza de que o caminho estava livre e que pessoas e bens podiam seguir em segurança.
Uma responsabilidade que não admitia falhas porque toda a segurança assentava em meios humanos.
Fui feliz nesta estação que era o local de encontro aos domingos à tarde de toda a juventude do Valado. Era ali que se namorava, que se cantava em grupo “Canta amigo canta” ou “Ó Meu Valado tu és tão belo…”, que se faziam as despedidas de quem ia para a guerra colonial e se sussurrava a partida para França, quer para fugir a essa mesma guerra, quer para governar melhor a sua vida.
À estação chegavam os jornais trazidos pelo Sr. Vilão de Caldas da Rainha, vindos de comboio, claro. E ali estava uma banca por umas horas onde eu ia ler A Mosca, do Diário de Lisboa e o suplemento juvenil de A Capital às quartas-feiras.
Na estação também me passaram pelas mãos, com o aviso que ninguém podia ver, uns livros de um Lenine, de um Mao, de um Camilo Torres e um jornal muito bem dobrado de nome Avante.
Recordo também com muitas saudades as canções que o gravador de bobines do Sr. Paulo, que trabalhava na estação, soltava, de uma sessão clandestina em Mira D’Aire com as vozes e o primeiro encontro de José Afonso e Padre Fanhais.
No largo fronteiro havia a Pensão do Maurício, que albergava famílias de férias na altura do Verão e onde íamos espreitar à porta aquele aparelho novo e fantástico chamado televisão. Foi lá que vi a chegada do homem à Lua e os mágicos Pelé e Garrincha no Mundial do México de 1970.
E foi nessa mesma pensão que eu espreitei as estrelas da época quando actuavam no Valado e iam almoçar ao restaurante: Simone, Artur Garcia, Madalena Iglésias e António Calvário.
O largo e a estação eram o meu mundo. Junto ao cais das mercadorias improvisava-se um campo de futebol e na gare jogávamos hóquei em patins com talos de couve e uma bola que tinha “saltado” de alguma mesa de matraquilhos.
E mais abaixo, na ponte sobre o rio Areia, dávamos saltos para o rio, no qual, às vezes, passava alguma saborosa cenoura do Valado.
“Sou uma filha da Linha do Oeste”
Eu não estava lá, mas, à força de a ter ouvido vezes sem conta pelas duas ópticas que me interessam, é como se estivesse. A menina Florinda ia, ligeira, átrio fora, brincando com a moeda que o pai lhe havia entregue para comprar o jornal diário, que chegava, todas as manhãs, num dos dois comboios-correio. O jovem ferroviário, de olho nela, aproveitou o momento em que a moeda lhe saltou da mão e rolou pelo pavimento da gare. Apressou-se a apanhá-la e, entregando-lha, apresentou-se: António de Oliveira Paulo, aspirante a factor. Três lustros mais tarde nasci eu. Sou, pois, uma filha da Linha do Oeste. Da belíssima e tão abandonada estação de Valado dos Frades. Cresci a brincar no cais, a pesar-me na fiel balança da estação, a empurrar o carinho das mercadorias, a contar as sulipas, a equilibrar-me nos carris, a fazer corridas de bicicleta na gare, a mirar os peixinhos vermelhos do lago, a apalpar de mansinho a não-me-toques que forrava o repuxo do belo e premiado jardim, a brincar aos índios e cobóis nos vagões. No passado domingo, dia 20, quando cheguei à estação do Valado, pareceu-me ouvir os meus passos de criança sobre o telheiro da gare. Por ali brinquei muitas tardes, sabendo que, lá em baixo, sob ele, estaria o meu pai a dar partida e cruzamento a comboios, a vender bilhetes, a despachar mercadorias, a coordenar os carregadores que iam, sob sol ou chuva, mudar a agulha. A estação do Valado era então um entreposto vivificante. Os comboios paravam alguns minutos por ali: subiam e desciam estudantes universitários de Lisboa e de Coimbra, pacientes dos Covões ou do Montepio das Caldas, empregados de comércio de Leiria e muitos, muitos estrangeiros que vinham à procura da mais bela praia do Oeste e do amor infinitamente inspirador de Pedro e Inês. Mais tarde, espigadote, rumo à capital, viajei todas as santas e profanas semanas no inter-cidades, então pejadinho de estudantes, de magalas e gente crescida que por lá trabalhava. Viagens de livro em riste, resmas de jornais e muita conversa em dia. Até que foram cortando os comboios, fazendo transbordos insuportáveis com horas de espera na ventania da estação das Caldas da Rainha e as pessoas que adoravam aquele transporte seguro, ecológico e económico a verem-se empurradas para a rodovia.
No passado domingo, cri que iria de Lisboa até ao Valado para participar num exercício de nostalgia. Mas não. Ali, na estação da minha infância, sob o olhar atento dos belos azulejos, aprendi que o troço das Caldas a Coimbra é viável e competitivo e que inexistem razões, nomeadamente economicistas, que permitam concluir pela justeza da fere os mais necessitados. decisão governamental que fere os mais necessitados.
Acabo de saber do recuo, do cancelamento da decisão iníqua. Congratulo-me, mas não deixo que a ingenuidade me tolhe e insisto que não é hora de encolher os ombros. Vivemos dias duros, de injustiça e de solidão. Importa pois que nos mantenhamos empenhados na fundadora empatia pelo outro, na fundamental solidariedade. A Oeste tudo de novo: a Linha da nossa vida não pode acabar.
****
via http://www.regiaodecister.pt/portal/index.php?id=4859
de 24.11.2011
Comissão prepara protesto sobre fecho da Linha do Oeste
Um grupo de utentes dos caminhos de ferro da região manifestou-se, simbolicamente, no passado domingo, na estação de Valado dos Frades, contra o encerramento ao público da Linha do Oeste.
Cerca de três dezenas de pessoas participaram numa “conversa popular” e aplaudiram a passagem de um comboio inter-regional.
Na mesma semana em que o “Público” anunciou o alegado adiamento do encerramento da Linha do Oeste por parte do Governo, por ainda não estarem criadas as condições para assegurar as concessões de transporte rodoviário, a Comissão de Defesa da Linha do Oeste anunciou que está a preparar uma manifestação de protesto contra a medida prevista no Plano Estratégico de Transportes. A acção vai ter lugar no próximo dia 3 de Dezembro, na estação de Caldas da Rainha.
No encontro em Valado dos Frades, numa estação histórica que serve os concelhos de Alcobaça e Nazaré, participaram diversos dirigentes políticos, com destaque para José Jordão. O presidente da Assembleia Municipal da Nazaré nasceu junto à estação e lamenta o estado de abandono a que o caminho de ferro foi votado, acusando os Governos do PS e PSD pelo sucedido, mas salientando a “força da Rodoviária” para este desfecho.
Rogério Raimundo, vereador da CDU em Alcobaça, alinhou pelo mesmo diapasão, considerando que “parece que tudo foi feito para acabar com a linha”.
Na estação de Valado dos Frades estão afixados, numa parede, um conjunto de apelos de utentes para a manutenção de um serviço imprescindível para as populações.
texto joaquim paulo
****
via cister.fm
Governo adia supressão de transporte de passageiros na linha do oeste
Publicado a 24 de Novembro de 2011
O governo decidiu adiar o fecho das linhas do Oeste e do Vouga alegando que “ainda não estão criadas as condições para assegurar as concessões de transporte rodoviário alternativo”.
Segundo o jornal Público, na sua edição de terça-feira, que falou com fonte oficial do Ministério da Economia, do Emprego e dos Transportes, ”caso se considere que algum dos serviços de transporte de passageiros que passarão a ser assegurados através de concessões rodoviárias não reúna as condições em tempo útil para o dia 1 de Janeiro.
O vereador da CDU na Câmara de Alcobaça, Rogério Raimundo, que promoveu no último domingo uma “conversa popular”, junto à Estação da CP, em Valado dos Frades, «trata-se de uma vitória».
Para o vereador da oposição, o encontro com a população, e alguns autarcas, em Valado dos Frades, «foi também uma vitória porque juntou partidos políticos de todos os quadrantes em torno de um tema comum».
Apesar do adiamento decidido pelo Governo, Rogério Raimundo diz que «o movimento em defesa da linha do Oeste não pode parar, tendo em conta que muitas das exigências dos utentes não estavam a ser cumpridas pela CP, nomeadamente a qualidade do serviço a bordo, a modernização das carruagens e das estações».
As linhas do Oeste e do Vouga vão manter o serviço de passageiros a partir de Janeiro de 2012, ao contrário do que foi anunciado no Plano Estratégico de Transportes (PET) apresentado a 15 de Outubro passado, por não haver alternativas rodoviárias.
em vez de promoveu o correto será escrever: ajudei a promover...
A iniciativa partiu de um grupo de valadenses com a Irina a liderar...
*****
Relembrar as soluções do "especialista" jornalista da gazeta das caldas, Carlos Cipriano:
Receitas para dinamizar a linha do Oeste de forma faseada e com investimentos comportáveis
Gazeta das Caldas deixa aqui algumas receitas para, no curto prazo, segurar o que resta do mercado da linha do Oeste e, progressivamente, projectá-la para o futuro, esperando que, no mínimo, estas propostas sejam estudadas por quem de direito.
1. Alterar os horários dos comboios de forma a que a maioria não “morra” nas Caldas e continue viagem para Lisboa e para Norte, dando continuidade e consistência a este corredor ferroviário que está hoje partido em dois. Este investimento teria custo zero.
2. Reforçar a oferta para Coimbra, onde está realmente o mercado, em detrimento da Figueira da Foz (que pode ser resolvido com transbordo em Verride ou na Amieira). A CP podia investir em três Inter-regionais diários em cada sentido, entre Lisboa e Coimbra via linha do Oeste. Estes comboios fariam o “dois em um”: recolhiam passageiros de Lisboa e da linha de Sintra para as estações até Caldas da Rainha e, ao mesmo tempo, das estações intermédias e das localidades a norte das Caldas para Coimbra (e daí à linha do Norte e da Beira Alta). Este investimento teria custo zero.
3. Sem dinheiro para novos comboios devido às contingências das contas públicas, a CP tem, no entanto, recursos para alterar o interiorismo das desconfortáveis automotoras UDD. Bastava substituir os assentos por outros mais cómodos, criar compartimentos, zonas de convívio e recantos de trabalho dentro das carruagens, oferecendo um ambiente e um conforto totalmente diferente aos seus passageiros. No fundo, trata-se de ir um pouco mais longe do que foi feito com as UDD remodeladas que hoje funcionam entre Beja e Casa Branca para dar ligações aos Intercidades. Nesta altura os Inter-regionais da linha do Oeste entre Lisboa e Coimbra poderiam passar a Inter-cidades.
Alterar o interior das automotoras poderia custar 200 mil euros por unidade.
4. Num investimento faseado, tendo em conta as dificuldades do país, a Refer poderia começar por dotar a linha do Oeste com sinalização electrónica, permitindo no imediato uma exploração mais eficiente, com diminuição dos tempos nos cruzamentos e aumento da fiabilidade da exploração.
Um investimento que já tem a vantagem de existir fibra óptica instalada ao longo de toda a linha.
5. Numa segunda fase de investimento na infra-estrutura – e se não houvesse dinheiro para uma electrificação total – a Refer poderia electrificar entre o Louriçal e Leiria, potenciando um serviço regional de maior frequência entre aquela cidade e Coimbra/Figueira da Foz.
6. Finalmente ganhar-se-ia massa crítica para os grandes investimentos: electrificação total, duplicação (ou construção de desvios activos para cruzamentos) e compra de comboios novos, recolocando-se assim a linha do Oeste a servir uma das zonas com maior densidade do país em estreita articulação com a linha do Norte.