***
13MAIO2013
24noVEMbro2011
via http://www.regiaodecister.pt/portal/index.php?id=4855
notícia de 24.11.2011
Calçado é imagem de marca da inovação da Benedita
A Benedita continua na vanguarda do sector do calçado. Em tempos de crise, várias empresas tiveram dificuldades em recrutar trabalhadores. O facto de estar no mercado há vários anos, faz da vila um caso único, em que o conhecimento é transmitido de pais para filhos. Um valor acrescentado, que se tem revelado fundamental para o sucesso no sector.
O calçado tem sido um dos sectores da economia nacional que mais se desenvolveu ao longo do último ano. A indústria cresceu 21% durante os primeiros onze meses, o que representa o melhor desempenho dos últimos 17 anos. E nessa subida a Benedita teve uma palavra a dizer. Isto porque a vila é uma das localidades que mais contribuiu para o desenvolvimento do sector, especialmente no calçado de protecção, equipando forças de segurança de vários países.
Para Paulo Gonçalves, porta-voz da APICCAPS (Associação Portuguesa do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos), o sucesso deve-se ao facto de grande parte das fábricas “passarem de geração em geração”, facilitando o processo de aprendizagem. “Esta vertente do calçado é bastante específica e não pode ser aprendida de um ano para o outro. Na Benedita, muitos pais passam a empresa para os filhos e assim sucessivamente, fazendo um transferência de conhecimento muito importante, tornando a vila num caos único a nível nacional”, explica o responsável.
A Beneprot parece ser o melhor exemplo disso mesmo. A empresa da Benedita, que produz todos os equipamentos de protecção, abriu há 30 anos, pelas mãos de Joaquim Custódio, e hoje é gerida pelos seus dois filhos. “Desde pequena, sempre que vinha da escola passava aqui os meus dias. Com o tempo fui aprendendo e mal terminei o secundário optei por ficar aqui a trabalhar”, explica Andreia Custódio, que gere a empresa juntamente com o seu irmão, Renato Custódio.
Mas quando se fala em tempo no mercado, nada melhor do que dar a conhecer a Hugal, que começou os seus trabalhos também no início dos anos 80. Seis anos depois, precisou de mudar de instalações, devido ao aumento do número de encomendas. O crescimento continuou e os anos 90 foram essenciais: a Hugal voltou a aumentar o espaço por duas ocasiões e entrou pela primeira vez em vários países do mercado europeu. Paulo Gonçalves acredita que o facto de a região da Benedita ser tão forte neste sector deve-se ao facto de “estar próxima de Alcanena, uma zona muito forte na produção de pele”.
Não tão dedicada ao mercado da protecção, mas com um enorme sucesso em todo o mundo aparece a Bianca. Com uma aposta num design mais moderno, tipicamente italiano, e com uma forte ligação ao mundo da moda, a empresa conta com 29 lojas abertas por todo o País, que se encontram em grandes centros comerciais como o Cascais Shopping, AlgarveShopping ou Dolce Vita Tejo.
O mercado internacional é o destino da maioria dos produtos da vila, vendendo para mais de 132 países e participando em várias feiras internacionais. Mas todo este sucesso torna o sector do calçado imune à crise? O responsável da APICCAPS explica que “os próximos dois serão de estabilidade”, pois apesar de ter registado um bom crescimento, o sector depende “dos mercados internacionais”, que também não estão nas melhores condições financeiras.
“Algumas empresas vão fechar, disso não temos dúvida. Mas isso não será exclusivo da Benedita mas sim uma tendência em todo o País. Faz parte isso acontecer nestes momentos, mas com a qualidade que a vila tem trabalhado, com certeza continuarão a fazer bons negócios”, finaliza Paulo Gonçalves.
texto/foto Luciano larrossa