Via região de Cister de 19.1.2012 ÚLTIMA EDIÇÃO JORLIS!| Benedita assinala desenvolvimento |
Maria Manuela Silva, que integrou a Equipa de Estudo e Experimentação do Desenvolvimento Comunitário da Benedita, projecto que decorreu entre 1962 e 1965 e que viria a transformar por completo a freguesia nas décadas seguintes, considera que a crise que o País e o Mundo atravessam pode vir a resultar "num novo tipo de desenvolvimento". |
A antiga secretária de Estado voltou à Benedita no passado sábado como convidada da sessão pública que serviu para discutir os 50 anos do arranque da implementação do projecto de desenvolvimento comunitário na freguesia, revendo velhas amizades e evocando a memória do Cónego Serrazina, figura marcante da história local e um dos impulsionadores do desenvolvimento local. E deixou palavras de incentivo às novas gerações. A Benedita dos anos 1960 "era uma freguesia rural, com agricultura de subsistência", recordou a professora universitária, observando que se aprendeu com o processo de desenvolvimento comunitário "que o desenvolvimento é possível, que a população tem capacidade e conhecimento e que são necessárias lideranças locais com capacidade para mobilizar recursos. Mas a educação é a palavra-chave". No entender de Manuela Silva, a crise "pode abrir caminho a um novo desenvolvimento", discordando da acção governativa de Pedro Passos Coelho. "Democratizar a economia não é privatizar", assinalou a pioneira do desenvolvimento comunitário da Benedita, para quem se deve procurar "orientar a economia para as necessidades das pessoas" e "regular" a actividade económica, o que só será possível com "políticas de desenvolvimento comunitário a nível nacional" e "mobilizando pessoas e instituições". As palavras da ex-directora do Serviço de Estudos do Instituto Nacional de Estatística e do Departamento de Pesquisa Social do Centro de Reflexão Cristã foram proferidas durante uma iniciativa do Rotary Club da Benedita que tinha como propósito criar uma "comissão coordenadora/dinamizadora das actividades a desenvolver" para assinalar o cinquentenário do desenvolvimento comunitário da vila e discutir as "propostas de trabalho comemorativas e de reflexão sobre o processo", numa perspectiva histórica, mas também na "reflexão sobre os contributos de processo e das metodologias" para um "novo desenvolvimento" da freguesia. José Delgado dos Santos, presidente dos rotários da Benedita, salienta que a hora é de projectar o futuro, assinalando uma data histórica. "Não podemos ficar parados. Ficámos com a batata quente, recebemos muitas ideias e sugestões e vamos tentar dar andamento a algumas", reforça o dirigente, que ainda hoje vai reunir com os colegas para definir o programa de actividades. "Foram tempos de uma grande generosidade, de vontade de transformar a realidade, de inovar", observa José Delgado dos Santos, para quem se torna fundamental a participação das associações e das diversas entidades da freguesia, bem como os líderes locais e toda a comunidade nas comemorações. Joaquim Paulo |
