24/02/2014

7.573.(24fev2014.8.8') Virgínia Woolf


Nasceu a 25jan1882
e morreu a 28mar1941
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recentemente vi o EXTRAORDINÁRIO filme
as HORAS
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O poeta entrega-nos a sua essência, mas a prosa toma a forma de todo o corpo e de toda a mente.
Cada um tem o seu passado fechado em si, tal como um livro que se conhece de cor, livro de que os amigos apenas levam o título.
As mulheres, durante séculos, serviram de espelho aos homens por possuírem o poder mágico e delicioso de reflectirem uma imagem do homem duas vezes maior que o natural.

http://www.comunidadeculturaearte.com/135-anos-de-virginia-woolf/
Virginia Woolf foi uma escritora diferente, arrojada para a sua época e com uma consciência social bastante desperta. Expondo as fragilidades da posição feminina contemporânea a si, a autora gerou também controvérsia por emitir a sua orientação sexual sem tabus e pela correlação que muitos estabeleciam entre a sua condição mental e a obra produzida. O seu antissemitismo assumido não ajudou a que se suavizasse a polémica, descrevendo-os muitas vezes nos seus romances como indivíduos fisicamente repulsivos e sujos. No entanto, nenhum destes pormenores beliscou o talento literário que se lhe pode reconhecer, tanto numa perspetiva expositiva como estilística
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http://www.pensarcontemporaneo.com/carta-que-virginia-woolf-deixou-para-seu-marido-antes-do-suicidio/
“Meu Muito Querido:
Tenho a certeza de que estou novamente enlouquecendo: sinto que não posso suportar outro desses terríveis períodos. E desta vez não me restabelecerei. Estou começando a ouvir vozes e não consigo me concentrar. Por isso vou fazer o que me parece ser o melhor.
Deste-me a maior felicidade possível. Fostes em todos os sentidos tudo o que qualquer pessoa podia ser. Não creio que duas pessoas pudessem ter sido mais felizes até surgir esta terrível doença. Não consigo lutar mais contra ela, sei que estou destruindo a tua vida, que sem mim poderias trabalhar. E trabalharás, eu sei. Como vês, nem isto consigo escrever como deve ser. Não consigo ler.
O que quero dizer é que te devo toda a felicidade da minha vida. Fostes inteiramente paciente comigo e incrivelmente bom.
Quero dizer isso — toda a gente o sabe. Se alguém me pudesse ter salvo, esse alguém terias sido tu. Perdi tudo menos a certeza da tua bondade. Não posso continuar a estragar a tua vida.
Não creio que duas pessoas pudessem ter sido mais felizes do que nós fomos.
V.”
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https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10202576671332597&set=np.104869686.1576428905&type=1&theater
foi uma escritora, ensaísta e editora britânica, conhecida como uma das mais proeminentes figuras do modernismo. Wikipédia
Nascimento: 25 de janeiro de 1882, Kensington, Londres, Reino Unido

Falecimento: 28 de março de 1941, River Ouse, Sussex, Reino Unido
Cônjuge: Leonard Woolf (de 1912 a 1941)
Filmes: Orlando, Sra. Dalloway

Obras- Mrs Dalloway1925Um Teto Todo Seu1929Ao Farol1927The Waves1931Orlando: A Biography1928..

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Via Susana Duarte
“I always had the deepest affection for people who carried sublimed tears in their silences” 
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Sempre tive a mais profunda afeição para com as pessoas que carregavam lágrimas sublimadas pelos seus silêncios (seus, delas, das pessoas).
...eis o processo psicológico da sublimação, como mecanismo de defesa que traduz o sentir de forma socialmente aceitável...
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Via Citador

A nossa vida é uma incerteza. Um cego que revoluteia no vazio em busca de um mundo melhor cuja existência é apenas uma suposição.
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As mulheres, durante séculos, serviram de espelho aos homens por possuírem o poder mágico e delicioso de reflectirem uma imagem do homem duas vezes maior que o natural.
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Cada um tem o seu passado fechado em si, tal como um livro que se conhece de cor, livro de que os amigos apenas levam o título.
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Escrever é que é o verdadeiro prazer; ser lido é um prazer superficial.
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É muito mais difícil matar um fantasma do que uma realidade.

Não há barreira, fechadura ou ferrolho que possas impor à liberdade da minha mente. - Virginia Woolf - Frases
Não há barreira, fechadura ou ferrolho que possas impor à liberdade da minha mente.
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A coisa nenhuma deveria ser dado um nome, pois há perigo de que esse nome a transforme.
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Há quem procure o padre, outros refugiam-se na poesia, eu procuro os meus amigos.
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"A escrita não é senão ritmo."
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Se nos dispersássemos um pouco, poderíamos navegar aprazível e gradualmente para latitudes de intimidade que jamais se alcançam nos salões.
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No ócio, nos sonhos, emerge por vezes essa verdade que estava submersa.
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"Esses eus de que somos feitos, sobrepostos como pratos empilhados nas mãos de um empregado de mesa, têm outros vínculos, outras simpatias, pequenas constituições e direitos próprios..."
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É fácil dizer-se que não é um grande livro. Mas que qualidade lhe faltará? Talvez a de nada acrescentar à nossa visão de vida.
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A pele engelhada do quotidiano, quando está cheia de sensações, torna-se surpreendentemente voluptuosa.
A pele engelhada do quotidiano, quando está cheia de sensações, torna-se surpreendentemente voluptuosa. - Virginia Woolf - Frases
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DIÁRIO

A Pedra de Toque de um Livro

A pedra de toque de um livro (para um escritor) é o momento em que o livro oferece enfim um espaço onde, com toda a naturalidade, se pode dizer o que se quer dizer. Como esta manhã, em que pude dizer o que Rhoda disse. Isto vem provar que o livro tem uma vida própria: porque não esmagou o que eu queria dizer, antes me permitiu intrduzi-lo mansamente, sem uma tensão, sem uma alteração.
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ACERCA DE ESTAR DOENTE

A Riqueza de Espírito no Estado de Doença

Considerando como a doença é comum, como é tremenda a mudança espiritual que traz, como é espantoso quando as luzes da saúde se apagam, as regiões por descobrir que se revelam, que extensões desoladas e desertos da alma uma ligeira gripe nos faz ver, que precipícios e relvados pontilhados de flores brilhantes uma pequena subida de temperatura expõe, que antigos e rijos carvalhos são desenraizados em nós pela acção da doença, como nos afundamos no poço da morte e sentimos as águas da aniquilação fecharem-se acima da cabeça e acordamos julgando estar na presença de anjos e harpas quando tiramos um dente, vimos à superfície na cadeira do dentista e confundimos o seu «bocheche... bocheche» com saudação da divindade debruçada no chão do céu para nos dar as boas-vindas - quando pensamos nisto, como tantas vezes somos forçados a pensar, torna-se realmente estranho que a doença não tenha arranjado um lugar, juntamente com o amor, as batalhas e o ciúme, por entre os principais temas da literatura. 
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ORLANDO
A vida é como um sonho; é o acordar que nos mata.
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O Tempo e o Espírito

O tempo, embora faça desabrochar e definhar animais e plantas com assombrosa pontualidade, não tem sobre a alma do homem efeitos tão simples. A alma do homem, aliás, age de forma igualmente estranha sobre o corpo do tempo. Uma hora, alojada no bizarro elemento do espírito humano, pode valer cinquenta ou cem vezes mais que a sua duração medida pelo relógio; em contrapartida, uma hora pode ser fielmente representada no mostrador do espírito por um segundo. 
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Os Nossos Eus

Esses eus de que somos feitos, sobrepostos como pratos empilhados nas mãos de um empregado de mesa, têm outros vínculos, outras simpatias, pequenas constituições e direitos próprios - chamem-lhes o que quiserem (e muitas destas coisas nem sequer têm nome) - de modo que um deles só comparece se chover, outro só numa sala de cortinados verdes, outro se Mrs. Jones não estiver presente, outro ainda se se lhe prometer um copo de vinho - e assim por diante; pois cada indivíduo poderá multiplicar, a partir da sua experiência pessoal, os diversos compromissos que os seus diversos eus estabelecerem consigo - e alguns são demasiado absurdos e ridículos para figurarem numa obra impressa.
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AS ONDAS
Uma paixão tão completamente centrada em si recusa o resto do mundo tal como a água límpida e calma filtra todas as matérias estranhas.
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28 de Março de 1941: A escritora inglesa Virginia Woolf suicida-se no rio Ouse

Escritora inglesa nascida a 25 de  Janeiro de 1882, no seio de uma família da alta sociedade londrina, e falecida a 28 de  Março de 1941. O pai, Sir Leslie Stephen, era crítico literário. Virginia Stephen, nome de solteira, passou a infância numa mansão londrina com os três irmãos e tratada por sete criados, convivendo com personalidades como Henry James e Thomas Hardy. Virginia tinha 13 anos quando a mãe morreu e 22 quando chegou a vez do pai falecer. Os quatro irmãos foram então viver para Bloomsbury, um bairro londrino da classe média-alta. A irmã mais velha, Vanessa, de 25 anos, tomou conta dos restantes três.


Em sua casa foi formado o Grupo de Bloomsbury, onde se  reuniam regularmente personalidades como os poetas T. S. Elliot e Clive Bell, o escritor E.M. Forster entre outros artistas e intelectuais. Os quatro irmãos, entretanto, viajaram pela Grécia e Turquia, mas pouco depois do regresso morreu Tholby, em  Novembro de 1906. Virginia sofreu a primeira de muitas grandes depressões. Casou em 1912 com o crítico literário Leonard Woolf, que viria a ser o seu companheiro de toda a vida.
The Voyage Out, de 1915, marca o início da sua carreira de romancista, mas só dez anos depois, com Mrs Dalloway, considerado o seu primeiro grande romance modernista, chegou o reconhecimento como escritora reputada. Orlando, obra de 1928, confirmou as qualidades de Virgina Woolf. Esta obra tem um protagonista andrógino, inspirado na sua amiga Vita Sackville-West, com quem manteve uma longa relação íntima. Após obras como A Room of One's Own (Um Quarto Que Seja Seu), onde defende a independência das mulheres, The Waves (As Ondas) e The Years (Os Anos), em 1938 lançou um romance polémico, Three Guineas (Os Três Guineus), na sequência da morte de um sobrinho na Guerra Civil espanhola. Neste livro, Virginia Woolf defende que a guerra é a expressão do instinto sexual masculino. A 28 de  Março de 1941, pouco depois de ter lançado Between the Acts, Virginia Woolf suicidou-se, atirando-se a um rio com os bolsos cheios de pedras. Foi a segunda tentativa em poucos dias, interrompendo assim uma carreira marcada pela obtenção de diversos prémios literários, dos quais, contudo, só aceitou um, o Fémina, de França.
Paralelamente à  actividade de escritora, Virginia, em conjunto com o marido, fundou e manteve uma editora, destinada a publicar textos experimentais, textos de amigos e traduções de russo. Intitulada Hobart Press, a editora funcionava em moldes caseiros, depois de em 1917 Leonard ter oferecido à esposa uma pequena tipografia. 
Virginia Woolf. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (Imagens)
Retrato de Virginia Woolf, pelo fotógrafo George Charles Beresford, em agosto de 1902

File:StracheyWoolf.jpg
Lytton Strachey e Virginia  Woolf em Garsington, 1923

A carta que Virgínia Woolf deixou ao seu marido antes do suicídio

Meu Querido:

Tenho a certeza de que estou novamente a enlouquecer: sinto que não posso suportar outro desses terríveis períodos. E desta vez não me restabelecerei. Estou a começar a ouvir vozes e não me consigo concentrar. Por isso vou fazer o que me parece ser o melhor. Deste-me a maior felicidade possível.

Foste em todos os sentidos tudo o que qualquer pessoa podia ser. Não creio que duas pessoas pudessem ter sido mais felizes até surgir esta terrível doença. Não consigo lutar mais contra ela, sei que estou a destruir a tua vida, que sem mim poderias trabalhar. E trabalharás, eu sei. Como vês, nem isto consigo escrever como deve ser.

Não consigo ler.

O que quero dizer é que te devo toda a felicidade da minha vida. Foste inteiramente paciente comigo e incrivelmente bom.

Quero dizer isso — toda a gente o sabe. Se alguém me pudesse ter salvo, esse alguém terias sido tu. Perdi tudo menos a certeza da tua bondade. Não posso continuar a estragar a tua vida. Não creio que duas pessoas pudessem ter sido mais felizes do que nós fomos.
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/03/28-de-marco-de-1941-escritora-inglesa.html?spref=fb&fbclid=IwAR2X2dGePuulwz8d5fZBBlt3Fk-mCI1wgHXbrhNgjq1txptt1yDzibQUKi4
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28mar2018
Escritora inglesa nascida a 25 de  Janeiro de 1882, no seio de uma família da alta sociedade londrina, e falecida a28 de  Março de 1941. O pai, Sir Leslie Stephen, era crítico literário. Virginia Stephen, nome de solteira, passou ainfância numa mansão londrina com os três irmãos e tratada por sete criados, convivendo com personalidadescomo Henry James e Thomas Hardy. Virginia tinha 13 anos quando a mãe morreu e 22 quando chegou a vez dopai falecer. Os quatro irmãos foram então viver para Bloomsbury, um bairro londrino da classe média-alta. A irmãmais velha, Vanessa, de 25 anos, tomou conta dos restantes três.
Em sua casa foi formado o Grupo de Bloomsbury, onde se  reuniam regularmente personalidades como os poetasT. S. Elliot e Clive Bell, o escritor E.M. Forster entre outros artistas e intelectuais. Os quatro irmãos, entretanto,viajaram pela Grécia e Turquia, mas pouco depois do regresso morreu Tholby, em  Novembro de 1906. Virginiasofreu a primeira de muitas grandes depressões. Casou em 1912 com o crítico literário Leonard Woolf, que viria aser o seu companheiro de toda a vida.
The Voyage Out, de 1915, marca o início da sua carreira de romancista, mas  dez anos depois, com MrsDalloway, considerado o seu primeiro grande romance modernista, chegou o reconhecimento como escritorareputada. Orlando, obra de 1928, confirmou as qualidades de Virgina Woolf. Esta obra tem um protagonistaandrógino, inspirado na sua amiga Vita Sackville-West, com quem manteve uma longa relação íntima. Após obrascomo A Room of One's Own (Um Quarto Que Seja Seu), onde defende a independência das mulheres, The Waves(As Ondas) e The Years (Os Anos), em 1938 lançou um romance polémico, Three Guineas (Os Três Guineus), nasequência da morte de um sobrinho na Guerra Civil espanhola. Neste livro, Virginia Woolf defende que a guerra éa expressão do instinto sexual masculino. A 28 de  Março de 1941, pouco depois de ter lançado Between the Acts,Virginia Woolf suicidou-se, atirando-se a um rio com os bolsos cheios de pedras. Foi a segunda tentativa empoucos dias, interrompendo assim uma carreira marcada pela obtenção de diversos prémios literários, dos quais,contudo,  aceitou um, o Fémina, de França.
Paralelamente à  actividade de escritora, Virginia, em conjunto com o marido, fundou e manteve uma editora,destinada a publicar textos experimentais, textos de amigos e traduções de russo. Intitulada Hobart Press, aeditora funcionava em moldes caseiros, depois de em 1917 Leonard ter oferecido à esposa uma pequenatipografia. 

Virginia Woolf. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
http://estoriasdahistoria12.blogspot.pt/2018/03/28-de-marco-de-1941-escritora-inglesa.html
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28 de Março de 1941: A escritora inglesa Virginia Woolf suicida-se no rio Ouse
Escritora inglesa nascida a 25 de Janeiro de 1882, no seio de uma família da alta sociedade londrina, e falecida a 28 de Março de 1941. O pai, Sir Leslie Stephen, era crítico literário. Virginia Stephen, nome de solteira, passou a infância numa mansão londrina com os três irmãos e tratada por sete criados, convivendo com personalidades como Henry James e Thomas Hardy. Virginia tinha 13 anos quando a mãe morreu e 22 quando chegou a vez do pai falecer. Os quatro irmãos foram então viver para Bloomsbury, um bairro londrino da classe média-alta. A irmã mais velha, Vanessa, de 25 anos, tomou conta dos restantes três.
Em sua casa foi formado o Grupo de Bloomsbury, onde se reuniam regularmente personalidades como os poetas T. S. Elliot e Clive Bell, o escritor E.M. Forster entre outros artistas e intelectuais. Os quatro irmãos, entretanto, viajaram pela Grécia e Turquia, mas pouco depois do regresso morreu Tholby, em Novembro de 1906. Virginia sofreu a primeira de muitas grandes depressões. Casou em 1912 com o crítico literário Leonard Woolf, que viria a ser o seu companheiro de toda a vida.
The Voyage Out, de 1915, marca o início da sua carreira de romancista, mas só dez anos depois, com Mrs Dalloway, considerado o seu primeiro grande romance modernista, chegou o reconhecimento como escritora reputada. Orlando, obra de 1928, confirmou as qualidades de Virgina Woolf. Esta obra tem um protagonista andrógino, inspirado na sua amiga Vita Sackville-West, com quem manteve uma longa relação íntima. Após obras como A Room of One's Own (Um Quarto Que Seja Seu), onde defende a independência das mulheres, The Waves (As Ondas) e The Years (Os Anos), em 1938 lançou um romance polémico, Three Guineas (Os Três Guineus), na sequência da morte de um sobrinho na Guerra Civil espanhola. Neste livro, Virginia Woolf defende que a guerra é a expressão do instinto sexual masculino. A 28 de Março de 1941, pouco depois de ter lançado Between the Acts, Virginia Woolf suicidou-se, atirando-se a um rio com os bolsos cheios de pedras. Foi a segunda tentativa em poucos dias, interrompendo assim uma carreira marcada pela obtenção de diversos prémios literários, dos quais, contudo, só aceitou um, o Fémina, de França.
Paralelamente à actividade de escritora, Virginia, em conjunto com o marido, fundou e manteve uma editora, destinada a publicar textos experimentais, textos de amigos e traduções de russo. Intitulada Hobart Press, a editora funcionava em moldes caseiros, depois de em 1917 Leonard ter oferecido à esposa uma pequena tipografia.
Virginia Woolf. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (Imagens)
A carta que Virgínia Woolf deixou ao seu marido antes do suicídio
Meu Querido:
Tenho a certeza de que estou novamente a enlouquecer: sinto que não posso suportar outro desses terríveis períodos. E desta vez não me restabelecerei. Estou a começar a ouvir vozes e não me consigo concentrar. Por isso vou fazer o que me parece ser o melhor. Deste-me a maior felicidade possível.
Foste em todos os sentidos tudo o que qualquer pessoa podia ser. Não creio que duas pessoas pudessem ter sido mais felizes até surgir esta terrível doença. Não consigo lutar mais contra ela, sei que estou a destruir a tua vida, que sem mim poderias trabalhar. E trabalharás, eu sei. Como vês, nem isto consigo escrever como deve ser.
Não consigo ler.
O que quero dizer é que te devo toda a felicidade da minha vida. Foste inteiramente paciente comigo e incrivelmente bom.
Quero dizer isso — toda a gente o sabe. Se alguém me pudesse ter salvo, esse alguém terias sido tu. Perdi tudo menos a certeza da tua bondade. Não posso continuar a estragar a tua vida. Não creio que duas pessoas pudessem ter sido mais felizes do que nós fomos.
V.
https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=1875976792473757&id=107358489335605
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25 de Janeiro de 1882: Nasce a escritora inglesa Virginia Woolf, autora de "Mrs Dalloway" e "As Ondas"



Escritora inglesa nascida a 25 de  Janeiro de 1882, no seio de uma família da alta sociedade londrina, e falecida a 28 de  Março de 1941. O pai, Sir Leslie Stephen, era crítico literário. Virginia Stephen, nome de solteira, passou a infância numa mansão londrina com os três irmãos e tratada por sete criados, convivendo com personalidades como Henry James e Thomas Hardy. Virginia tinha 13 anos quando a mãe morreu e 22 quando chegou a vez do pai falecer. Os quatro irmãos foram então viver para Bloomsbury, um bairro londrino da classe média-alta. A irmã mais velha, Vanessa, de 25 anos, tomou conta dos restantes três.

Em sua casa foi formado o Grupo de Bloomsbury, onde se  reuniam regularmente personalidades como os poetas T. S. Elliot e Clive Bell, o escritor E.M. Forster entre outros artistas e intelectuais. Os quatro irmãos, entretanto, viajaram pela Grécia e Turquia, mas pouco depois do regresso morreu Tholby, em  Novembro de 1906. Virginia sofreu a primeira de muitas grandes depressões. Casou em 1912 com o crítico literário Leonard Woolf, que viria a ser o seu companheiro de toda a vida.

The Voyage Out, de 1915, marca o início da sua carreira de romancista, mas só dez anos depois, com Mrs Dalloway, considerado o seu primeiro grande romance modernista, chegou o reconhecimento como escritora reputada. Orlando, obra de 1928, confirmou as qualidades de Virgina Woolf. Esta obra tem um protagonista andrógino, inspirado na sua amiga Vita Sackville-West, com quem manteve uma longa relação íntima. Após obras como A Room of One's Own (Um Quarto Que Seja Seu), onde defende a independência das mulheres, The Waves (As Ondas) e The Years (Os Anos), em 1938 lançou um romance polémico, Three Guineas (Os Três Guineus), na sequência da morte de um sobrinho na Guerra Civil espanhola. Neste livro, Virginia Woolf defende que a guerra é a expressão do instinto sexual masculino. A 28 de  Março de 1941, pouco depois de ter lançado Between the Acts, Virginia Woolf suicidou-se, atirando-se a um rio com os bolsos cheios de pedras. Foi a segunda tentativa em poucos dias, interrompendo assim uma carreira marcada pela obtenção de diversos prémios literários, dos quais, contudo, só aceitou um, o Fémina, de França.


Paralelamente à  actividade de escritora, Virginia, em conjunto com o marido, fundou e manteve uma editora, destinada a publicar textos experimentais, textos de amigos e traduções de russo. Intitulada Hobart Press, a editora funcionava em moldes caseiros, depois de em 1917 Leonard ter oferecido à esposa uma pequena tipografia. 
Virginia Woolf. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (Imagens)

Retrato de Virginia Woolf, pelo fotógrafo George Charles Beresford, em agosto de 190
Lytton Strachey e Virginia  Woolf em Garsington, 1923
File:StracheyWoolf.jpg
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/01/25-de-janeiro-de-1882-nasce-escritora.html?fbclid=IwAR1EVxjyAXVMpAvxHVcUqDkNOgdgBnhZO0bnsJYMvGVvjdOibzSWORA4VAY
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 2.3.2014..16h....Clube de Leitura da Casa da Cultura de São Martinho do Porto estará nas ONDAS da
via facebook
Dia 02/03/2014, pelas 16 Horas, análise e debate sobre o livro de Virgínia Woolf "As Ondas".......!!!!!
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https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1485694131644456&set=a.1422322041314999.1073741851.1393828550831015&type=1&theater
"Você não encontra paz, evitando a vida."
Imagem: Viola Loreti