14/04/2014

7.831.(14abril2014.2.14') Vergílio Ferreira

Nasceu a 28jan1916
e morreu a 1março1996
***
***
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2032585966768774&set=a.282097105151011.82379.100000521703651&type=3&theater
***
19feVER a 28feVER2018

na Biblioteca da ESDICA, a exposição bibliográfica cedida pela Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra
https://www.facebook.com/bibliotecasdecister/photos/a.223290284701092.1073741836.210977712599016/570951673268283/?type=3&theater
28feVER2018...Vergílio Ferreira está em destaque na biblioteca da ESDICA...d’ Alcobaça que vos abRRaça

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10214031045321637&set=pcb.10214031046121657&type=3&theater

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10214031045441640&set=pcb.10214031046121657&type=3&theater

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10214031045481641&set=pcb.10214031046121657&type=3&theater

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10214031045761648&set=pcb.10214031046121657&type=3&theater
***
Via Graça Silva
"A evidência da vida não é a imediata realidade mas o que a transcende e estremece na memória." [...] E é como se através da multidão dos séculos eu ouvisse o tropear de todos os povos da terra caminhando comigo, cantando o sonho da sua amargura milenária... [...] o coro morre ao longe entre o silêncio das fragas. E quem avança para a montanha e para a mão que dela se ergue sou só eu só."
in Aparição
***

https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/vergilio-ferreira-um-mestre-sem-discipulos-1721196
*

Com a sua mulher Regina Kasprzykowsky em Almoçageme (1983)
*

*

***

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1736537123248716&set=a.1502547763314321.1073741827.100006773358976&type=3&theater

***

https://www.facebook.com/sonhararealidade2013/photos/a.349115855209208.1073741828.349094905211303/963427220444732/?type=3&theater
***
1aGOSTO2011

hoje pro AQUI vou reVER.LER Vergílio Ferreira

A Defesa da Liberdade Humana

O problema da liberdade foi o que sempre mais me preocupou. Tento pôr ordem nas minhas ideias, mas não é fácil. Fui da esquerda e mesmo da sua direita (porque a direita da esquerda é a mais esquerda, como a direita da direita, a mais direita). Fui-o porque ela era a favor da liberdade humana e se parecia que era contra a liberdade humana, era só por defender a liberdade humana. Hoje sou contra a defesa da liberdade humana, porque sou a favor da liberdade humana. Esquerdas e direitas dizem-me que se eu sou contra a defesa da liberdade humana, por ser a favor da liberdade humana, sou realmente contra a liberdade humana e estou por isso fazendo o jogo de uns ou de outros, consoante aqueles que me acusam.
Ah, por favor, não me peçam explicações - sou homem, não sou político. Defendo a liberdade porque sou pela liberdade e por isso não devo defender a liberdade, porque para defender a liberdade teria de atacar a liberdade, o que me obrigaria então a defendê-la por ser a favor dela - merda! Sou pela liberdade, sou contra a opressão, e isto é simples, é humano, é evidente - disse! E não me chateiem mais.

Vergílio Ferreira, in 'Estrela Polar'
***

Os livros esquecidos de Vergílio Ferreira

http://visao.sapo.pt/actualidade/cultura/2016-01-28-Os-livros-esquecidos-de-Vergilio-Ferreira
Reaparições Todos concordam: nunca faltou Vergílio Ferreira para quem o quis ler. Mas o centenário do nascimento é o gatilho para a reedição da obra completa –e para aceder a livros esgotados. Até final de 2016, a Quetzal vai disponibilizar todos os títulos do autor, começando por estes três: O Caminho Fica Longe (1943), romance de estreia há muito desaparecido de circulação, e que agora inclui as alterações feitas pelo autor sobre a primeira edição apreendida pela censura; Aparição (1959), obra emblemática escrita 
na primeira pessoa, em torno de um alter ego, o professor Alberto Soares, que vive 
um ano trágico em Évora; Rápida, 
A Sombra (1974), também esgotado. Um outro lançamento permite uma entrada diferente neste universo: 1000 Frases de Vergílio Ferreira, livro de citações – de “pequenos furtos isolados” – organizado por Luís Naves, que revela a abrangência de temas, quer na ficção quer na prosa ensaística. É o caso destas palavras retiradas de Conta-Corrente IV: “Perguntar se se é feliz é começar a ser infeliz, como perguntar se Deus existe é começar a ser ateu.”
***
«Uma língua é o lugar donde se vê o Mundo e em que
se traçam os limites do nosso pensar e sentir. Da minha
língua vê-se o mar. Da minha língua ouve-se o seu rumor,
como da de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do
deserto. Por isso a voz do mar foi a da nossa inquietação


http://livrespensantes.blogspot.pt/2012/03/vergilio-ferreira-para-sempre.html
Sandra.(...)Vou ver se ouço, não sei se serei capaz. Penso em ti mas tu não vens, como ouvir sem ti ao pé? É uma música de um prazer que não devia haver na sua dolência melancolia. Vem nela uma amargura terna do que passou, de um lugar incerto, talvez de uma tarde no jardim à beira-rio onde estivéssemos os dois em silêncio. Porque é curioso, raro me lembro do que tivéssemos dito alguma vez. E lembro-me é de te olhar e tu sorrires e não me dizeres nada. E sempre , quase sempre no tempo em que te conheci. Mesmo a tua morte que foi difícil, é muito raro lembrá-la. Também é raro pensar-te quando já envelhecias e eu atravessava a tua imagem até ao tempo do teu esplendor. Porque tu não nasceste para a velhice e a morte. Não franzas o teu rosto, deixa-me dizer. Até ao tempo da tua plenitude, que foi quando os deuses, como te disse, deram o seu trabalho por concluído e te entregaram à vida. A balada enche todo o espaço desta sala, ressoa ainda lá fora na noite. É uma balada de uma longa amargura sem razão, a mais difícil de suportar. E então fecho o aparelho. Mas logo sinto sobre mim a espessura de um silêncio que me aturde. E abro-o outra vez. Era bom que tu fosses mais compreensiva e te sentasses aqui um pouco ao meu lado. E eu prometeria não dizer nada, era só estares. Mas o espectáculo vai terminar. Ouço a balada de despedida nas guitarras como um dobre de sinos. Despedida de tudo, de  nada, é bom ouvir e ceder  um pouco ainda a uma certa dispersão de mim com esta música de um tempo antiquíssimo. E fecho definitivamente o aparelho, venho um pouco até à varanda. A aldeia adormece com a vigília das lâmpadas errantes pelas ruas, a montanha imobiliza-se no seu peso. Tento divisar os caminhos que a percorrem, imaginá-los para a excursão que um dia faríamos  até ao alto. Vejo o choupo ao lado do portão, agita-se  um pouco à aragem da noite. E de súbito, num curto-circuito da memória, lembro-me de quando aqui vieste comigo pela primeira vez. Era o fim do Verão, nós tínhamos ido à praia depois do casamento e eu prometera à Tia Joana estarmos com ela  alguns dias. Vai-nos perguntar se casámos pela Igreja e tu vais mentir-lhe, disseste. Não digas nada, disse eu, deixa o caso comigo. Rolámos no comboio, um em face do outro, tu olhavas os campos verdes com o ar sério e um pouco  distante que sempre te conheci. E eu olhava-te em silêncio, perturbado ainda de que te amava mas pouco depois recuperavas o teu mistério e impossível. E é onde agora te vejo, sempre, quando te penso. Podia pensar-te lembrar-te nos momentos de alguma desavença para que a tua fascinação recuasse para fora de ti. Ou quando simplesmente eu via em ti apenas , como dizer-te? a materialidade que te pertencia. Nunca lembro, estou cego para te ver assim. E o que flutua à minha volta é a tua irrealidade para te amar como nunca te amei." Vergílio Ferreira, in " Cartas a Sandra", Ed. Círculo de Leitores, Maio de 1997 
***
Via Maria Elisa Ribeiro:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1372648696085029&set=a.104671869549391.10003.100000197344912&type=3&theater
Texto de "APARIÇÃO", de Vergílio Ferreira, in Pesquisa Net
(Escritor existencialista, é nesta obra que Vergílio Ferreira nos mostra como o Homem se debate num novelo de questões a que não é capaz de responder-tal como qualquer um de nós!- para poder explicar o que somos, de onde vimos, por que morremos...):
..."Excerto
Fecho o álbum, acendo um cigarro. Para lá da janela atinjo a linha azul do horizonte que se desvanece na tarde. Penso, penso. Não, não penso: procuro. Outra vez, outra vez. Não, não quero «saber», sei já há tanto tempo... Mas nenhum saber conserva a força que estala no que é aparição. Porque o escrevo de novo? A verdade é que nada mais me importa. E, todavia, um estranho absurdo me ameaça: quero saber, ter, e uma aparição não se tem, porque não seria aparecer, seria estar, seria petrificar-se. Queria que a evidência me ficasse fulminante, aguda, com a sua sufocação, e aí, na angústia, eu criasse a minha vida, a reformasse. Mas uma reforma, uma regulamentação é já do lado de fora. Quem é fiel a uma certeza e a pode «ver» quando lhe apetece? A fidelidade é então só teimosia ou cedência à parte convencional da «nobreza de carácter», da «honradez». Não é isso, não é isso que eu quero. Em que iluminação eu acredito quando falo em nome dela e a imponho a Ana, aos outros? Falo de cor - a iluminação é então a minha noite de secura. Por isso, quando ela volta, eu me abro à sua devassa, à acidez da sua presença. Por isso eu recebo ainda agora e falo dela e me aqueço e queimo ao seu lume. Não escrevo para ninguém, talvez, talvez: e escreverei sequer para mim? O que me arrasta ao longo destas noites, que, tal como esse outrora de que falo, se aquietam já em deserto, o que me excita a escrever é o desejo de me esclarecer na posse disto que conto, o desejo de perseguir o alarme que me violentou e ver-me através dele e vê-lo de novo em mim, revelá-lo na própria posse, que é recuperá-lo pela evidência da arte. Escrevo para ser, escrevo para segurar nas minhas mãos inábeis o que fulgurou e morreu."
***
"Vergílio Ferreira: Para sempre", Romance-síntese e última fronteira de um Território ficcional

Nome: José Rodrigues de Paiva
Orientador: Prof. Doutor Lourival Holanda
Mês da defesa: Maio de 2006
Resumo: Análise do conjunto da obra romanesca de Vergílio Ferreira, abrangendo, de Mudança (1949) a Cartas a Sandra (1996), quinze romances publicados pelo escritor. A ênfase do estudo recai sobre Para sempre – ao qual é dedicada a segunda parte do trabalho – de que se demonstra o caráter de síntese ou de súmula romanesca, para a qual convergem todos os grandes temas, motivos, símbolos e elementos fundamentais na construção do universo imaginário e simbólico erguido pelo romancista sobre os alicerces da linguagem artística. Coroamento de tudo quanto veio a ser construído nos romances anteriores, formadores de ciclos pelas interligações temáticas, sentido de
pesquisa ou de problematização filosófica e estética, Para sempre é visto como a última “fronteira” de um vasto território literário onde se interligam o romance, o ensaio e o memorialismo representado pelo diário do escritor. O estudo esteve atento a todas essas diferentes faces da obra vergiliana que dialogam intensamente entre si. Destacou-se, também, o diálogo que, a partir do romance, se estabelece entre a literatura e as outras artes – particularmente a pintura, a música, o cinema e a fotografia –, constantemente tematizadas na obra de Vergílio. Nele, o romance vem a ser, também, o “lugar” onde é possível realizar a síntese do seu pensamento sobre a Arte em todas as suas formas de expressão, o que aponta para um diálogo intersemiótico. O caminho analíticointerpretativo percorrido ao longo da leitura da obra romanesca, observada a seqüência da sua criação, é o da busca de sentido, numa perspectiva hermenêutica que não despreza os elementos subsidiários que possam trazer luz ao conhecimento e compreensão do núcleo do universo em estudo. Por isso foram relevantes, aos objetivos e conclusões desta análise, as leituras feitas dos ensaios e do diário do romancista, a partir dos quais – particularmente da leitura do diário – se descortina uma perspectiva de crítica genética. O estudo comprova a hipótese inicial, a de ser Para sempre a “última fronteira do território ficcional vergiliano”, não obstante as obras posteriores a este romance. Sem o sentido de rigorosa continuidade temática, elas não constituem exatamente um novo ciclo, e, com a última delas, Cartas a Sandra, o romancista regressa à “fronteira”, que é Para sempre, para fechar o círculo da obra e da vida.
http://www.pgletras.com.br/autores/tese2006-jose-rodigues-paiva.html
***
Graça Silva a 30seTEMbro2018 repete:
Via Maria Elisa Ribeiro:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1179726645377236&set=a.104671869549391.10003.100000197344912&type=1&theater
"Vive o Dia de Hoje!
Não penses para amanhã. Não lembres o que foi de ontem. A memória teve o seu tempo quando foi tempo de alguma coisa durar. Mas tudo hoje é tão efémero. Mesmo o que se pensa para amanhã é para já ter sido, que é o que desejamos que seja logo que for. É o tempo de Deus que não tem futuro nem passado. Foi o que dele nós escolhemos no sonho do nosso absoluto. Não penses para amanhã na urgência de seres agora. Mesmo logo à tarde é muito tarde. Tudo o que és em ti para seres, vê se o és neste instante. Porque antes e depois tudo é morte e insensatez. Não esperes, sê agora. Lê os jornais. O futuro é o embrulho que fizeres com eles ou o papel urgente da retrete quando não houver outro."
 in "Escrever"
*
e via MARta luís:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1731561296868174&set=a.102766876414299.6242.100000429611223&type=3&theater
***

https://www.facebook.com/FabricaEscrita/photos/a.462529847093435.111436.462489187097501/1170916852921394/?type=3&theater
Não penses. Que raio de mania essa de estares sempre a querer pensar. Pensar é trocar uma flor por um silogismo, um vivo por um morto. Pensar é não ver. Olha apenas, vê. Está um dia enorme de sol. Talvez que de noite, acabou-se, como diz o filósofo da ave de Minerva. Mas não agora. Há alegria bastante para se não pensar, que é coisa sempre triste. Olha, escuta. Nas passagens de nível, havia um aviso de «pare, escute, olhe» com vistas ao atropelo dos comboios. É o aviso que devia haver nestes dias magníficos de sol. Olha a luz. Escuta a alegria dos pássaros. Não penses, que é sacrilégio. 

 in "Conta-corrente - nova série - 2"
***
https://www.facebook.com/ALuaVoa/photos/a.746679182114157.1073741828.746659858782756/802181749897233/?type=1&theater
"Diz NÃO à liberdade que te oferecem, se ela é só a liberdade dos que ta querem oferecer. Porque a liberdade que é tua não passa pelo decreto arbitrário dos outros. 

Diz NÃO à ordem das ruas, se ela é só a ordem do terror. Porque ela tem de nascer de ti, da paz da tua consciência, e não há ordem mais perfeita do que a ordem dos cemitérios. 

Diz NÃO à cultura com que queiram promover-te, se a cultura for apenas um prolongamento da polícia. Porque a cultura não tem que ver com a ordem policial mas com a inteira liberdade de ti, não é um modo de se descer mas de se subir, não é um luxo de «elitismo», mas um modo de seres humano em toda a tua plenitude. 

Diz NÃO até ao pão com que pretendem alimentar-te, se tiveres de pagá-lo com a renúncia de ti mesmo. Porque não há uma só forma de to negarem negando-to, mas infligindo-te como preço a tua humilhação. 

Diz NÃO à justiça com que queiram redimir-te, se ela é apenas um modo de se redimir o redentor. Porque ela não passa nunca por um código, antes de passar pela certeza do que tu sabes ser justo. 

Diz NÃO à verdade que te pregam, se ela é a mentira com que te ilude o pregador. Porque a verdade tem a face do Sol e não há noite nenhuma que prevaleça enfim contra ela. 

Diz NÃO à unidade que te impõem, se ela é apenas essa imposição. Porque a unidade é apenas a necessidade irreprimível de nos reconhecermos irmãos. 

Diz NÃO a todo o partido que te queiram pregar, se ele é apenas a promoção de uma ordem de rebanho. Porque sermos todos irmãos não é ordenanmo-nos em gado sob o comando de um pastor. 

Diz NÃO ao ódio e à violência com que te queiram legitimar uma luta fratricida. Porque a justiça há-de nascer de uma consciência iluminada para a verdade e o amor, e o que se semeia no ódio é ódio até ao fim e só dá frutos de sangue. 

Diz NÃO mesmo à igualdade, se ela é apenas um modo de te nivelarem pelo mais baixo e não pelo mais alto que existe também em ti. Porque ser igual na miséria e em toda a espécie de degradação não é ser promovido a homem mas despromovido a animal. 

E é do NÃO ao que te limita e degrada que tu hás-de construir o SIM da tua dignidade."


in 'Conta-Corrente 1'

***
9out1991
vence prémio Europália
da UEuropeia
(via JERO)
*
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10201218809106890&set=a.1029365188983.3914.1670949754&type=1&theater
26.Maio.1988 - O escritor português Vergílio Ferreira vence o Grande Prémio de Romance e Novela da APE.
***
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=678585132177254&set=a.114014221967684.7650.112890882080018&type=1&theater
 in CONTA CORRENTE I (1980)

[CAI A CHUVA ABANDONADA]

Cai a chuva abandonada 
à minha melancolia,
a melancolia do nada
que é tudo o que em nós se cria.

Memória estranha de outrora
não a sei e está presente.
Em mim por si se demora
e nada em mim a consente

do que me fala à razão.
Mas a razão é limite
do que tem ocasião

de negar o que me fite
de onde é a minha mansão
que é mansão no sem-limite.
Ao longe e ao alto é que estou
e só daí é que sou.

*
Fotografia: Raindrop Painting, por Rolf Müller

***

***

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=853701997979704&set=a.104671869549391.10003.100000197344912&type=1&theater

***
"Vive o instante que passa. Vive-o intensamente até à última gota de sangue. É um instante banal, nada há nele que o distinga de mil outros instantes vividos. E no entanto ele é o único por ser irrepetível e isso o distingue de qualquer outro. Porque nunca mais ele será o mesmo nem tu"
***

***

https://www.facebook.com/208450935856763/photos/a.208744795827377.46981.208450935856763/818460524855798/?type=1&theater
"Há o desejo, que não tem limite, e há o que se alcança, que o tem. A felicidade consiste em fazer coincidir os dois."
***

https://www.facebook.com/559343457434706/photos/a.559507790751606.1073741828.559343457434706/829596007076115/?type=1&theater
“Há uma Desproporção Enorme entre a minha Urgência… 
E a Lentidão de Tudo…”

Imagem - © Dariusz Klimczak

***

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10152870197054466&set=a.10151453117764466.580925.670324465&type=1&theater
"Fecha os olhos para não seres cego."
***
morreu a 1 mar1996
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/03/01-de-marco-de-1996morre-o-escritor.html?fbclid=IwAR2Cz8aZvZS2U0xf6dj3OuNzpTZIztiKE6EIZ1bXViL48cIRy_iaPvox1wA
*

28 de Janeiro de 1916: Nasce o escritor Vergílio Ferreira

Romancista e ensaísta português, natural de Melo (Gouveia), nasceu a 28 de Janeiro de 1916 e morreu a 1 de Março de 1996, em Lisboa. Estudou no Seminário do Fundão, entre 1926 e 1932, vindo a abandoná-lo para completar os estudos liceais. Licenciou-se em Filologia Clássica na Universidade de Coimbra onde, durante a segunda metade dos anos trinta, tomaria contacto com um neorrealismo emergente, formado, entre outras influências, na leitura de romancistas brasileiros. Foi professor do ensino liceal, em Évora (1945-1958) e em Lisboa (desde 1959 e até à aposentação). Notabilizou-se no domínio da prosa ficcional, sendo um dos maiores romancistas portugueses deste século.

O seu primeiro ciclo romanesco (O Caminho Fica Longe, Onde Tudo Foi Morrendo, Vagão J) só pode ser compreendido à luz de uma estética narrativa neorrealista, face à qual, para o autor, "a utilidade de uma obra de arte se regula pela sua afinidade com a época em que surge (FERREIRA, Vergílio, cit. in Textos Teóricos do Neorrealismo Português (org. introd. e notas de Carlos Reis), ed. Comunicação, Lisboa, 1981, p. 112). A partir dos anos 60, o seu ensaísmo revela o contacto com o existencialismo, reflexão filosófica que marcará uma conversão profunda numa novelística cujo ponto de viragem se anunciara com a publicação de Aparição (Prémio Camilo Castelo Branco) e que atingirá plena maturidade em Alegria Breve. As sombras tutelares de Sartre, Camus ou Malraux, enquanto angustiada indagação existencialista sobre a condição humana, determinam, então, uma escrita que, tendo como precursor um mestre como Raul Brandão, assume até ao limite da vertigem, e raiando o patético, a dissolução do género romanesco, levando para primeiro plano a voz de um ser pensante, um ininterrupto monólogo interior ampliado espiralmente a partir de um eixo temático onde predomina a inquietação metafísica e existencial. Com pontos de contacto, ao nível da construção narrativa, com outros autores contemporâneos, como Faure da Rosa ou Tomaz de Figueiredo, nomeadamente, ao nível da submersão de personagens, tempo e espaços na palavra musical de um discurso subjetivo, a palavra-existência de um eu dominado pela mais profunda angústia, o universo romanesco de Vergílio Ferreira adquire, segundo Eduardo Lourenço, em O Canto do Signo, Lisboa, Presença, 1994, um "carácter fantasmático", mediante o qual o "personagem único e central que assume o discurso significante do romance" se lança paroxisticamente na "quête" [...] de si mesmo" e de um sentido que colmate a ausência de Deus e de verdades salvadoras, que o preserve do nada. Deste modo, o romancista e o ensaísta (Do Mundo Original, Espaço do Invisível, Invocação ao Meu Corpo, Arte Tempo, Pensar) confundem-se no mesmo objetivo: "tornar-nos sensível o absurdo da condição humana sem referência nem destino transcendente e, simultaneamente, extenuar, vencer por dentro, esse mesmo sentimento do absurdo, descobrir nele, até, uma razão suplementar de exaltação da mesma condição humana.". Romances como Para Sempre (prémio PEN Clube, Associação Internacional de Críticos Literários e Município de Lisboa) ou Até ao Fim (prémio APE) representam o culminar de um discurso narrativo e lírico, construído musicalmente em torno de variações temáticas organizadas "segundo essa lei de regresso do mesmo mas em constante aprofundamento daquilo que inicialmente intuído o romancista perseguira sem desfalecimento: experimentar-se, viver-se cada vez com maior radicalidade, como eu absoluto e nu diante de um mundo reduzido à sua primigénia aparição cósmica." (Eduardo Lourenço).

Traduzida em várias línguas, a sua obra inclui, além da novelística e do ensaio, os nove volumes de diário Conta-Corrente (1980-1994).

Temas como a morte, o mistério, o amor, o sentido do universo, o vazio de valores, a arte, são recorrentes na sua produção literária.

Recebeu o Prémio Camões em 1992.
Vergílio Ferreira. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.





 https://www.youtube.com/watch?v=83A9x3L-TP4
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/01/28-de-janeiro-de-1916-nasce-o-escritor.html?fbclid=IwAR0BxfECFVUS-BECHN8KbAxu4fwH6hqEFv0dDBu9wOz6LUOQYTzsxVe6E00
***