21/02/2015

9.635.(21fev2015.12.12') Dia Internacional da Língua Materna

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21feVER2018
Via Deputado do PCP Bruno Dias
A AR debate hoje o Projecto de Resolução 1340/XIII (PCP) - "Recomenda o recesso de Portugal do Acordo Ortográfico 1990, acautelando medidas de acompanhamento e transição, um relatório de balanço da aplicação do novo AO da língua portuguesa e uma nova negociação das bases e termos de um eventual Acordo Ortográfico." O texto está aqui: bit.ly/2olgULG
Foto de Bruno Dias.
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10214799861806031&set=a.1174835286956.2027321.1110285048&type=3&theater
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21fev1999
UNESCO
neste dia em 1952...no Paquistão, na cidade de Daca..polícia matou manifestantes que defendiam o bengali...
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http://lernatorga.blogspot.pt/2009_02_01_archive.html
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Via Maria Sobral Velez:
Gosto de dizer e de escrever nesta língua com 800 anos. Gosto de pensar e de sentir em português. Hoje é o Dia da Língua Materna: que fiquem as palavras, a recordar quem somos...
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http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=806339&tm=4&layout=121&visual=49

A Câmara de Miranda do Douro assinala no sábado o Dia Internacional da Língua Materna com a publicação, nas redes socais, de textos de autores em língua mirandesa, disse hoje à Lusa fonte da autarquia.

"Reconhecendo que a Língua Mirandesa é o mais alto valor cultural da Terra de Miranda e língua materna da maior parte dos mirandeses, o município de Miranda do Douro assinala a data, publicando nas redes sociais excertos de alguns dos textos mais reconhecidos de autores mirandeses ", explicou Alfredo Cameirão, responsável pelo gabinete municipal de divulgação do mirandês.
O primeiro texto escrito em língua mirandesa é datado de 1884 sendo da autoria do filólogo José Leite de Vasconcelos.
Segundo o também investigador, a cada ano que passa, o número de línguas faladas no mundo reduz-se significativamente, consequência da redução dos seus falantes ou mesmo do desaparecimento de populações inteiras, pelas guerras ou falta de condições para sobreviver.
"Além disso, impor uma língua única e exclusiva, conjugado com a pressão cultural dos meios de comunicação globalizados, são também fatores que ajudam a extinguir as línguas regionais" defendeu.
O Dia Internacional da Língua Materna foi criado em 1999, na Conferência Geral da Unesco, para promover a variedade cultural e linguística.
Estima-se que atualmente haja oito mil falantes de língua mirandês repartidos pelo território nacional e pela diáspora
O mirandês tornou-se na segunda língua oficial em Portugal, após a aprovação na Assembleia da Republica da Lei 7/ 99 de 29 de janeiro.
Em 2008, foi estabelecida uma convenção ortográfica, patrocinada pela Câmara de Miranda do Douro e levada a cabo por um grupo de linguistas, com vista estabelecer regras claras para escrever, ler e ensinar o mirandês, bem para como estabelecer uma escrita o mais unitária possível e consagrar o mirandês como a segunda língua oficial em Portugal.
O ensino do mirandês, como opção, nas escolas do concelho de Miranda do Douro, é ministrado desde o ano letivo 1986/87, por autorização do Ministério da Educação.
Por outro lado, a Associação de Língua e Cultura Mirandesa reclama que Estado português assine da Carta Europeia das Línguas Minoritárias, já que se trata "dos poucos países" do continente que ainda não o fez.
A Carta Europeia das Línguas Minoritárias é um tratado adotado em 1992 pelo Conselho Europeu para promover e proteger as línguas regionais e minoritárias históricas.
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http://educamais.com/dia-internacional-da-lingua-materna/
celebra-se a 21 de Fevereiro. Dia Internacional da Língua Materna pretende promover a diversidade cultural linguística.

Dia Internacional da Língua Materna

O dia internacional da língua materna foi instituído em 1999 na Conferência Geral da UNESCO. O principal objetivo é promover a diversidade cultural linguística e alertar para as tradições linguísticas e culturais. Teve a sua origem no Dia do Movimento da Língua celebrado em Bangladesh desde 1952.
Existem cerca de 6000 línguas faladas no mundo, sendo que metade estão quase a desaparecer. Assim, a  UNESCO propõe a recuperação das línguas ameaçadas. A língua portuguesa  é uma das línguas mais faladas no mundo, por isso não se encontra dentro das línguas ameaçadas.

Como celebrar o Dia Internacional da Língua Materna

Neste dia poderá realizar diversas atividades para lembrar a importância da língua e a diversidade de línguas pelo mundo inteiro.Trabalhos manuais, jogos educativos e outras atividades são bastante úteis independentemente da idade dos seus alunos.
Fazer uma festa dos países, em que cada aluno tem de se vestir de acordo com a tradição de um país, realizar obras de arte usando a mesma palavra em várias línguas, visitar virtualmente os países com os alunos são alguns exemplos de como poderá celebrar este dia.
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2013
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/unesco_message_for_the_international_mother_language_day_unesco/#.VOh0-XysVVI
8.02.2013 - UNESCO Office in Brasilia

Mensagem da UNESCO para o Dia Internacional da Língua Materna

Mensagem de Irina Bokova, diretora-geral da UNESCO, por ocasião do Dia Internacional da Língua Materna, em 21 de fevereiro de 2013

O Dia Internacional da Língua Materna é uma oportunidade ideal para destacar a importância das línguas para a identidade individual ou de um grupo, como fundação de toda vida social, econômica e cultural.
O multilinguismo é uma fonte de força e oportunidade para a humanidade. Ele incorpora nossa diversidade cultural e incentiva o intercâmbio de opiniões, a renovação de ideias e a ampliação de nossa capacidade de imaginar. O diálogo genuíno implica respeito pelas línguas, e é por isso que a UNESCO busca utilizar seu poder de nutrir o entendimento mútuo.
Encorajamos o ensino na língua materna, o que facilita a luta contra o analfabetismo e contribui com a qualidade da educação. A proteção das línguas também garante a salvaguarda e a transmissão de conhecimento indígena e raro. Ao fornecer a cada um de nós um meio para que sejamos ouvidos e respeitados, essa também é uma força de inclusão social.
Neste ano, a UNESCO decidiu explorar os elos entre línguas e livros. Livros são uma força em prol da paz e do desenvolvimento que deve estar nas mãos de todos. Também são ferramentas cruciais de expressão que ajudam a enriquecer as línguas ao mesmo tempo em que registram suas mudanças ao longo do tempo. Nesta era de novas tecnologias, os livros permanecem como instrumentos preciosos, de fácil manuseio, robustos e práticos para o compartilhamento de conhecimento, entendimento mútuo e abertura do mundo para todos. Os livros são os pilares das sociedades do conhecimento e são essenciais para a promoção da liberdade de expressão e para a educação para todos.
A vitalidade das línguas depende tanto de intercâmbio oral quanto da produção em larga escala de material de ensino e textos impressos. Em alguns países, a escassez de livros e livros didáticos em língua local dificulta o desenvolvimento e a inclusão social e representa uma violação do direito à liberdade de expressão. Ferramentas digitais podem ajudar a preencher essa lacuna, mas não são suficientes. Devemos nos esforçar mais para distribuir materiais e livros tão ampla e justamente o quanto for possível, para que todas as pessoas – crianças, acima de tudo – possam ler na língua que escolherem, incluindo sua língua materna. Isso também pode impulsionar o progresso em direção a todas as metas do Educação para Todos até 2015.
A tradução é uma parte importante desse grande projeto, pois constrói pontes para novos leitores.
Neste 14º Dia Internacional da Língua Materna, convoco todos os parceiros da UNESCO, autores e professores de todo o mundo, em universidades, nas Cátedras UNESCO e Escolas Associadas a trabalhar em conjunto para promover a importância da diversidade linguística e cultural e da educação em língua materna.
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https://uaonline.ua.pt/pub/detail.asp?c=33323
Artigo de opinião da autoria de António Moreno
Dia Internacional da Língua Materna
O Dia Internacional da Língua Materna, que se assinala a 21 de fevereiro, inspira um texto de opinião de António Moreno, professor do Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro. O apelo à necessidade de se preservar a diversidade linguística e o alerta para o risco de extinção de um elevado número de línguas, são os temas chave do artigo.
Em 21 de fevereiro de 1952, na cidade de Daca, atual capital do Bangladesh, a polícia paquistanesa disparou sobre um grupo de estudantes que se manifestava reivindicando que a sua língua materna, o Bengali, fosse reconhecida como uma das duas línguas nacionais do Paquistão.
Em 1971, o Bangladesh, deixou de ser o Paquistão oriental e conquistou a sua independência. O Bengali tornou-se então a língua nacional deste país (com cem milhões de falantes), sendo igualmente a língua materna de 70 milhões de indianos que vivem na região de Bengala ocidental e regiões circundantes.
Quarenta e sete anos depois dos trágicos acontecimento de 21 de fevereiro de 1952, mais precisamente em novembro de 1999, a 30ª sessão da Conferência Geral da UNESCO, por proposta do Bangladesh, proclama o dia 21 de fevereiro como Dia Internacional da Língua Materna. No projeto de resolução 30 C/DR.35 pode ler-se: “a promoção e difusão das línguas maternas não só estimulam a diversidade linguística e a educação multilingue como contribuem também para desenvolver uma maior consciência das tradições linguísticas e culturais do mundo e para fomentar a solidariedade baseada no entendimento, na tolerância e no diálogo”.
O reconhecimento da importância das línguas maternas pela UNESCO, confirmada posteriormente em Assembleia Geral da ONU, é um apelo à necessidade de se preservar a diversidade linguística, mas também um alerta para o risco de extinção de um elevadíssimo número de línguas.
Com efeito, a diversidade linguística do mundo corre o risco de se transformar numa empobrecedora homogeneidade. Em cada ano que passa, o número de línguas diminui assustadoramente. São diversas as causas que podem conduzir à morte de uma língua. Desde logo, o maior fator de risco é um reduzido número de falantes. A este risco juntam-se outros que, por destruírem as comunidades, destroem igualmente as suas respetivas línguas: decisões políticas que conduzem à dispersão geográfica, a deslocação geográfica voluntária por falta de meios de subsistência, a imposição ditatorial de uma língua única e exclusiva, “os imperialismos culturais atuais, designados eufemisticamente como globalização” (Moreno Cabrera), e até, como já se verificou no passado, o contágio de doenças para as quais toda uma comunidade pode não ter defesas.
Estima-se que existam no mundo aproximadamente 6 mil línguas. Porém, este número, aparentemente elevado, pode ser enganador: 11,5% destas línguas (aproximadamente 600 línguas) têm menos de 150 falantes, 30,1% (aproximadamente 1800 línguas) têm menos de mil falantes e 59, 4% têm menos de 10 mil falantes. Considerando que 10 mil corresponde ao valor de referência abaixo do qual o número de falantes pode constituir um fator decisivo que conduz ao desaparecimento de uma língua, então, 3.564 línguas (ou seja, mais de metade das línguas existentes) estão em vias de extinção.
Os dados que se apresentam são, em parte, previsões, ainda que científicas. De qualquer modo, para os incrédulos ou para os que pensam que tudo isto é um excessivo alarmismo, podem citar-se, como mera ilustração, casos que se verificaram no passado. No Brasil, no século XIX, falavam-se mil línguas ameríndias. No final do século XX, não havia mais de 200. Hoje, serão seguramente ainda menos. No seu monumental “El Universo de Las Lenguas”, Moreno Cabrera indica graficamente que uma língua já desapareceu recorrendo a uma cruz cujos braços são unidos por uma pequeno círculo. Algumas páginas assemelham-se a estranhos cemitérios. Veja-se, por exemplo, a página 101, dedicada às línguas bálticas. Das sete línguas desta família, cinco já desapareceram (entre os séculos XVI e XVII), restando atualmente o Lituano e o Letão.
O muito que já perdemos em património linguístico deve ensinar-nos a cuidar do que ainda temos. Se pensarmos que das 6 mil línguas existentes, talvez apenas um pouco mais de 100 línguas tenham um registo escrito, então a morte das línguas é também a desertificação cultural do mundo. E se, por um excesso de barbárie, todos viéssemos a falar, no futuro, uma língua apenas, fosse um medonho inglês ou um mecânico esperanto, o mundo seria realmente um grande e monótono deserto. Por todas estas razões, é necessário e urgente repensar o mito de Babel: talvez não tenha sido afinal um castigo, mas uma dádiva divina.
Fontes:
J. C. Moreno Cabrera. 2003. El Universo de las Lenguas. Madrid: Castalia.
D. Crystal. 1987. The Cambridge Encyclopedia of Languages. Cambridge: CUP.
M. Malherbe. 1983. Les Langages de l’Humanité. Paris : Seghers.
UNESCO: www.unesco.org
UNESCO Atlas of the World''s Languages in Danger: http://www.unesco.org/culture/languages-atlas/en/atlasmap.html

António Moreno
Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro