04/03/2015

9.683.(4mar2015.8.44') Vincent Van Gogh

Nasceu a 30mar1853
e morreu a 29jul1890
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museu em Amesterdão
https://www.facebook.com/VanGoghMuseum/?hc_ref=ARSh504mnAopdvaEAFMmL7L1W-_nKkJuc5H6684uj1C_iAvoGo7ggEdSNIGRgrsE9ps
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22feVER2018
Nos últimos anos de sua vida, Van Gogh pensou que o sexo tinha um efeito desastroso na mente e, portanto, concentração. Ele queria viver como um bonzo: um professor religioso japonês que adorava Buda. Van Gogh pintou-se assim como tal. Um monge, mas um monge que foi autorizado a visitar o bordel uma vez por semana.
Saiba mais na exposição 'Van Gogh & Japão' a partir de 23 de março: http://vangogh.com/7Ku330hJVVB.
Auto-retrato dedicado a Paul Gauguin, Vincent Van Gogh (1888) Museus de arte de Harvard / Museu Fogg, legado da coleção de Maurice Wertheim, classe de 1906
https://www.facebook.com/VanGoghMuseum/photos/a.179281710596.248976.127104175596/10159955977400597/?type=3&theater
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Loving Vincent, 65 mil quadros num filme

Antonio López tentando, sem conseguir, captar o tempo num instante de luz outonal refletida sobre um marmelo (tudo à frente da câmara de Víctor Erice, outro artista obsessivo); Jason Pollock, furioso e contra o mundo, lançando tinta nas telas gigantescas para ocupar um lugar na história das vanguardas; Cezzane, torturado, lamentando ter de se ausentar do enterro da sua amada mãe porque não conseguia evadir-se da obra que pintava nesse momento.

Como escreveu Stefan Zweig, um dos pensadores mais clarividentes da primeira metade do século XX, no seu ensaio “O mistério da criação artística”: “A verdadeira fórmula da criação artística não é inspiração ou trabalho, mas antes inspiração mais trabalho, exaltação mais paciência, deleite criador mais tormento criador”. A história da arte está cheia de anedotas e vivências que ilustram a luta dos criadores contra eles próprios e a insatisfação que sentem por essa incapacidade de representar o irrepresentável. E entre todos os atormentados, como eram descritos por Zweig, talvez o mais conhecido (pela sua genialidade, a sua trágica morte e a incompreensão que sofreu durante a sua vida) seja Vincent van Gogh. Numa carta dirigida ao seu querido irmão Theo, que o sustentou economicamente e foi praticamente o seu único apoio emocional, o pintor holandês descrevia a sua procura de transcendência através da arte, uma intenção que sempre guiou a sua obra e que o estimulou a continuar a pintar apesar de se sentir um incompreendido entre os seus contemporâneos: “Espero não trabalhar para mim próprio. Acredito na necessidade de uma nova forma de vida artística, com a sua própria cor. Ao trabalharmos com essa fé, temos uma oportunidade”.
A figura de Van Gogh, a sua maldição, a sua especial relação com o seu irmão mais novo (falecido apenas uns meses depois dele), as dúvidas à volta do seu suicídio, o único quadro que vendeu na sua vida... para se converter depois num génio reconhecido cujas obras atingem valores astronómicos nos leilões, ou a sua relação com outros artistas como Paul Gauguin (que provavelmente lhe cortou a orelha numa briga, embora ambos tenham guardado silêncio sobre o assunto), tornaram o pintor holandês uma figura apelativa para a ficção cinematográfica. Grandes diretores como Vicente Minnelli em 1956 (A Vida Apaixonada de Van Gogh), Akira Kurosawa em 1990 (num dos episódios dos seus Sonhos) ou Robert Altmam, também em 1990 (Vincent e Theo) abordaram a figura de Van Gogh. Agora, no novo título Loving Vincent, está de volta ao grande ecrã, mas com uma particularidade: trata-se do primeiro filme pintado inteiramente a óleo. Um total de 65.000 quadros pintados em telas de 70x51 centímetros e fotografados posteriormente para dar a sensação de movimento. A técnica, aparentemente simples, teria fascinado o próprio Van Gogh pela dedicação (quase doentia) dispensada pela sua diretora, a polaca Dorota Kobiela, durante mais de cinco anos. Os 125 artistas que participaram no projeto pintaram os seus quadros sobre as cenas previamente filmadas, para depois fotografar o já pintado, raspar a pintura, voltar a fotografar, pintar novamente, raspar... E assim sucessivamente até completar a animação que se queria representar em cada fotograma. Uma tarefa titânica cujo resultado é uma obra hipnótica que penetra no mistério das pinturas e na vida de Van Gogh, e que chegou aos cinemas portugueses em outubro de 2017.
Como afirma Hugh Welchman (codiretor, coargumentista e produtor), o seu filme é um exemplo “do impacto positivo que a arte pode ter nas pessoas”. E Kobiela conclui que, como indica o seu título, Loving Vincent é, para além das 65 mil pinturas que o compõem, “uma carta de amor”.
Entrevista e edição: Noelia Núñez, David Giraldo
http://vodafonefuture.dn.pt/loving-vincent-65-mil-quadros-num-filme/
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https://www.youtube.com/watch?v=dipFMJckZOM
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VIDEO com os quadros animados...
https://www.facebook.com/721174541353330/videos/728618987275552/
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As belíssimas obras de Van Gogh em movimento!!! :)
https://www.facebook.com/pinceisecores/videos/1566768743620584/?hc_ref=NEWSFEED
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TODA A OBRA DE VAN GOGH EM ALTA RESOLUÇÃO PARA DOWNLOAD GRATUITO

http://historiahoje.com/toda-a-obra-de-van-gogh-em-alta-resolucao-para-download-gratuito/
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http://esquizofia.com/category/um-curso-desejante-para-van-gogh/page/17/
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Arles, 13 de abril de 1888

“Agora lhe direi que estou trabalhando nos dois quadros dos quais gostaria de fazer cópia. O pessegueiro rosa é o que dá mais trabalho. Você pode ver pelos três quadrados no verso  que os pomares se relacionam-se mais ou menos. Tenho agora também uma pequena pereira vertical, igualmente flanqueada por duas telas horizontais. Com isso serão seis telas de pomares em flor. Atualmente procuro todos os duas acabá-los um pouco e dar-lhes  conjunto.”
O Pessegueiro Rosa (1888)

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A ponte Langlois com as lavadeiras (5mar1888)
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numa carta a Theo, Van Gogh diz sobre o trabalho do impressionismo:
“Todas as cores que o impressionismo pôs na moda são inconstantes, razão a mais para emprega-las  descaradamente muito cruas, o tempo as suavizará mais que o suficiente.”
Em uma carta posterior a Theo ele faz uma outra comparação:
“ Eu não ficaria muito impressionado se dentro em pouco os impressionistas encontrassem o que censurar em minha maneira de fazer, que foi fecundada mais pelas idéias de Delacroix que pelas suas. Pois, em vez de procurar representar exatamente o que tenho sob os olhos, sirvo-me mais arbitrariamente da cor para me exprimir com força.”
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(...)
Desiludido da vida religiosa, Vincent decide ser pintor. Desprovido de rendas, inicia seu aprendizado de forma autodidata. Recorre a manuais como os de Travaux de Champs, Jean-François Millet e de Charles Bargue. No início de 1880, percorre quilômetros a pé a fronteira francesa a fim de encontrar o pintor francês Jules Breton, que tanto admira. Ao se deparar de fronte de sua casa e observar seus modos e trajes, regressa desanimado a Cuesmes. Depois de tempos sem escrever a Theo, Vincent lhe prepara uma longa carta aonde lhe fala sobre a sua decisão de seguir a carreira de pintor. Conta-lhe de suas aflições, da falta de dinheiro e da ansiedade que sente por não ter perspectivas para o futuro. O retorno de Theo é animador, incentiva-o na carreira da pintura e decide ajudar-lhe financeiramente. Vincent parte para Bruxelas entra em contato com um pintor, conhecido da época da Goupil & Cie, que o aconselha a assistir as aulas na Académie dês Beaux-Arts. Passa, então a freqüentar aulas de anatomia e perspectiva, e sobrevive da ajuda do irmão. Tempos depois conhece o jovem pintor Anton van Rappard, que o convida para trabalhar em seu atelier.
Enfrentando dificuldades, Vincent retorna à casa de seus pais, como o sempre faz nessas ocasiões. Escreve para Theo e lhe fala sobre a vontade de abandonar os temas sociais e religiosos, pois dessa forma acredita não ter futuro como pintor. Em sua estada em Etten trabalha em paisagens e figuras naturais. Recebe ainda a visita de van Rappard e de uma prima, apelidada de Kee, que fora para lá passar o verão com seu filho Jan. Kee e Jan acompanham Vincent quase que diariamente em sua saída para pintar. Vincent se apaixona pela prima e essa paixão traz-lhe a tona uma explosão de vigor. Porém, ainda embebida no luto da recente morte de seu esposo, Kee regressa às pressas a Amsterdã, não respondendo aos sentimentos do pintor. Vincent parte para Den Haag em busca de conselhos de H.G. Tersteeg, fundador da Den Haag School. Este não se manifesta. Vincent então procura Anton Mauve, pintor, professor e marido de uma prima sua. Mauve acolhe Vincent e o incentiva dando lhe materiais como aquarela e tintas para que experimente trabalhar com cores. Em seguida, Vincent se dirige a Amsterdã a fim de pedir a mão de Kee em casamento. O pai de Kee não permitiu que Vincent visse sua filha. O pintor, determinado, colocou a mão em cima do candeeiro até o velho o deixasse ver Kee. Com a mão em chamas, o velho expulsou Vincent. Com o sentimento e o físico ferido, Vincent encontra-se em profunda depressão.
Os pais de Vincent se incomodam com sua situação. Não aceitam tanta insistência em casar-se com Kee e, tampouco, entendem seu fanatismo religioso. Por outro lado, Vincent não concebe uma vida na qual não se tenha o amor para com uma mulher e para com o próximo. O pai de Vincent possui caráter conservador, de idéias fixas e ideário protestante. Discussões acaloradas com ele pioram o estado de Vincent e o levam a pensar em suicídio. Algum tempo depois, Vincent tem sua primeira experiência sexual com uma prostituta em Etten. Abandona a casa de sua família e segue para Den Haag onde recebe aulas de Mauve. Na cidade encontra com freqüência Tersteeg, embora este passe a lhe recriminar por receber uma pensão de Theo ao invés de procurar ganhar sua vida dignamente. Contundo, o ânimo de Vincent encontra-se acalmado, mas escreve: “eu não posso viver sem amor. Afinal de contas eu sou um homem e, como tal, cheio de paixão”. No início de 1882 Vincent conhece Clasina Maria Hoornik, 32 anos, mãe de menina de 5 anos, grávida, alcoólatra, prostituta e modelo, mais conhecida como Sien. Vincent a leva para seu estúdio. A relação dos dois se estreita e se torna confusa. Os gênios dos dois não se batem, mas, acabam por conviver longos períodos juntos. Vincent contrai uma gonorréia e fica semanas internado no hospital municipal de Den Haag. Ao receber a visita de seu pai, Vincent lhe fala da vontade de se casar com Sien. Este se enfurece a ponto de querer internar Vincent no hospício de Antuérpia. Ao se restabelecer, Vincent leva Sien até Leiden, para dar a luz a seu filho, chamado Willem. Vincent é tomado pela alegria que, com seus parcos recursos, aluga um apartamento, e sustenta a todos. O lar, a família, inspira Vincent que trabalha incessantemente. As discussões com Sien retornam, e viram rotina. A vida torna-se difícil para Vincent, que volta a passar por profundos estágios de depressão. Aos poucos volta a se reencontrar com amigos pintores como Willen Maris e a fazer aulas com Mauve, que agora o ensina a trabalhar com óleo. Entre os pintores que passa a admirar estão Eugène Delacroix, Jean-François Millet, Jozef Isräels, Adolphe Monticelli e Pierre Puvis de Chavannes.
Em 1883, Vincent recebe a visita de Theo, que se declara contrário a sua com Sien. Vincent lhe fala da conflituosa convivência com ela e de como essa situação influi no seu espírito, atrapalhando suas idéias, suas pinturas, embora, da convivência com Sien e seus filhos, emergem inúmeros desenhos. Vincent fala à Sien de sua decisão de se mudar para o campo. Sien se mostra contrária e rompem. A família de Vincent se sente aliviada nessa ocasião. No entanto, a saúde de Vincent piora sensivelmente. A região pantanosa, ao sul da Holanda é o local escolhido por Vincent para se isolar. Percorre diversas aldeias como um vagabundo, porém sempre desenhando. Com a proximidade do inverno, e cada vez mais deprimido vai para Neuen, local aonde seu pai é agora pastor. Vincent se vê diante de outro obstáculo, não consegue vender um trabalho. Em casa, Vincent parece mais próximo de seu pai, embora isso se deva exclusivamente ao fato de ter cortado relações com Sien. Seu pai não acredita na carreira artística de Vincent e a isso se dão muitas discussões. Vincent se aloja num pequeno quarto do presbitério, arrumado por seu pai, para que fique e faça seu estúdio. Permanece ali até 1885. O período que Vincent passou em Neuen é altamente produtivo, chega a realizar aproximadas 200 telas com predominância escura a marrom e, aonde também, passa a se interessar por música, principalmente, Richard Wagner.

aos 13 anos
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Parte II                          VEJA AQUI A PARTE I

Em princípios do ano de 1884, a mãe de Vincent sofre uma queda ao descer do trem. O pintor passa então a cuidá-la e a fim de distraí-la pinta uma série de quadros, que ele as chamou de “bobagens”. Para os trabalhos digamos, “mais sérios”, Vincent decide alugar dois quartos na casa de um católico. O pintor van Rappard torna a visitá-lo e conversam a cerca da evolução do estilo de pintura de Vincent que anda muito influenciado sobre as obras de Jean-François Millet, apresentando pessoas humildes e trabalhadores. Como anda a cuidar da recuperação da mãe, Vincent, ao sair em sua caminhada diária está sempre acompanhado de Margot Bergermann, filha dos vizinhos de seus pais e dez anos mais velha. Seus passeios tornam-se cada vez mais agradáveis. O amor eclode e os dois decidem se casar. Quando da descoberta desse romance os pais, tanto de Vincent quanto de Margot, se apressam em afastá-los. Os pais de Vincent não concordam por saber que o pintor não tem condições de sustentar a si, quanto mais uma família. Já os pais de Margot acreditam que se o casamento for levado a cabo, estes não conseguiram casar suas outras quatro filhas. Assolado pelas suas famílias, Vincent e Margot desatam. É mais um golpe emocional que Vincent recebe. Alguns meses depois, o pintor resolve enviar todas as suas obras ao seu irmão Theo, seria um modo de retribuir toda a ajuda que recebe do irmão, uma vez que ele poderá agora vendê-las. Ao receber uma encomenda de seis quadros decorativos de um ourives de Eindhoven, Vincent se sente mais confiante e aproveitar para retratar camponeses em sua lida. Aos poucos Vincent vai se recuperando da perda de Margot, e se alegra ao conhecer dois músicos: Driek van Gardinghe e Vandersanden. Com eles Vincent  conversa sobre a música e da admiração por Richard Wagner. Em seguida passa a dar aulas livres de pintura e dentre seus alunos encontra-se Dimmel Gastel, que no futuro se torna um famoso pintor.
No inverno de 1885, Vincent decide iniciar um estudo de cabeças. Montou uma coleção com mais de 50 desenhos, as cabeças retratadas são, em sua maioria, de camponeses. Entre Vincent e sua irmã Anna ocorre uma grave discussão e o pintor decide mudar-se para seus dois quartos na casa do católico, deixando seu pai enfurecido. Em 26 de março de 1885 o pai de Vincent morre de um ataque apoplético. A relação do pintor com seu pai nunca foram fáceis, muito menos nas semanas que antecederam sua morte devido a Vincent morar na casa de um católico e por se interessar pela literatura francesa como Victor Hugo e Émile Zola. Em abril desse ano Vincent pinta Os comedores de batata depois de muitos estudos de desenho e pintura. Em seguida faz uma litogravura e envia para van Rappard que crítica muito a obra e os dois rompem. No mês de agosto algumas pinturas de Vincent são expostas numa pequena galeria. Ecoam alguns boatos de que uma das jovens camponesas retratadas por Vincent carrega um filho seu. Esta notícia se espalha fazendo com que o pastor do vilarejo de Neuen proíba a todos de observarem suas obras, bem como proíbe todas as mulheres e jovens a posarem como modelo para o pintor. A mãe de Vincent ao saber de tais boatos e que ainda se encontra em luto, decide deixar Neuen. Vincent por sua vez, parte para Amsterdã com seu amigo Kerssemakers. Lá os dois visitam o Rijksmuseum e Vincent se inebria com Rembrandt, Frans Hals e Rubens, e escreve para Theo sua impressão sobre as cores de Rubens: “sempre transmitem alegria, serenidade, dor, e se apresentam com uma veracidade graças às combinações de cores, inclusive quando representam personagens vazios”. Vincent se dedica ao estudo da teoria da cor e lê avidamente os irmãos Goncourt.
Aos 24 de novembro do ano de 1885, Vincent vai para Antuérpia, cidade para onde sempre quis ir, aluga um quarto nos altos de uma pequena venda de pinturas. Interessa-se pelo nu e adquireAnatomia para artistas de John Marshall. Em passeio pelo porto, Vincent compra algumas estampas japonesas, pendura nas paredes de seu quarto e passa a colecioná-las. Sem dinheiro e na ânsia por continuar seus estudos artísticos, Vincent envia uma pasta de desenho para a École dês Beaux-Arts. Em janeiro é admitido nas classes iniciais de desenho e pintura. Ao longo do curso, Vincent não se vê adepto do academicismo praticado pela École embora se inscreva para o grau superior. É aceito na Académie de Antuérpia e inicia-se uma série de problemas com os professores. As interpretações de Vincent são, digamos, “exageradas” para o estilo clássico da escola. Seu temperamento obsessivo causa estranheza a todos. É um período estupidamente produtivo para Vincent, tanto que seus parcos recursos são todos aplicados em materiais de pintura e disfarça a fome fumando, em demasia. Dessa forma a saúde de Vincent se deteriora, aos 32 anos perde 10 dentes, vai com freqüência ao médico, que é pago com pinturas. Ainda com seqüelas da sífilis, Vincent necessita fazer asseios de assento diários. Está esgotado, anêmico e com depressão.
Decidido a trabalhar o nu de forma oposta a da Académie, ao natural, abandona-a. Nas cartas, Vincent tenta convencer Theo de que Paris é uma cidade conveniente para seus interesses e, de surpresa, chega à cidade-luz sem avisar com antecedência seu irmão. Sua primeira visita foi no Louvre, Vincent queria muito contemplar os pintores clássicos que ali estavam. Theo hospeda o irmão em seu pequeno apartamento, mas seu temperamento lhe traz muitos transtornos. Com muito tempo livre, Vincent passa a assistir aulas de desenho no estúdio de Fernand Cormon, lá também estão Henri de Toulouse-Lautrec e Émile Bernard, futuros companheiros do pintor. Devido às influencias de Theo, Vincent conhece os artistas impressionistas e neo-impressionistas estando, muitas vezes, nas aberturas de exposições e históricos encontros de artistas. Nesse ambiente aprende as novas teorias da cor e passa a experimentar avidamente em seus trabalhos tanto que é sutil perceber que Vincent inclui na sua paleta as cores vibrantes dos impressionistas. A mãe e a irmã de Vincent mudam-se de Neuen para Breda, as mesmas sem espaço passam todas as obras do pintor para as guardas de carpinteiro amigo da família, este entrega tudo a um trapeiro que as vendem por uma mixaria.
Em relação aos impressionistas Van Gogh logo acha diversas diferenças e não chega a aderir com determinação o grupo dos Impressionistas. Em uma carta a Theo, Van Gogh diz sobre o trabalho do impressionismo:
“Todas as cores que o impressionismo pôs na moda são inconstantes, razão a mais para emprega-las  descaradamente muito cruas, o tempo as suavizará mais que o suficiente.”
Em uma carta posterior a Theo ele faz uma outra comparação:
“ Eu não ficaria muito impressionado se dentro em pouco os impressionistas encontrassem o que censurar em minha maneira de fazer, que foi fecundada mais pelas idéias de Delacroix que pelas suas. Pois, em vez de procurar representar exatamente o que tenho sob os olhos, sirvo-me mais arbitrariamente da cor para me exprimir com força.”
Retornando da Bretanha, Paul Gauguin conhece Vincent em 25 de novembro de 1886, na galeria dirigida por Theo, é o início de uma longa amizade. A sua estada em Paris é vista como uma intensa evolução de sua pintura, seu estilo, sua pincelada e sua paleta. Isso se deve as diversas influencias que Vincent recebe e encontra, trata-se de um período muito produtivo. Como os impressionistas, pinta ao ar livre cenas parisienses, tão logo passa a retratar os arredores de Paris, além de experimentar a técnica do pontilhismo. Visita com freqüência o amigo Émile Bernard, que mora e trabalha perto de Paris. O estado do pintor é descrito por Theo em carta à sua mãe: “Vincent mudou tanto que o reconhecerias e os demais já o conhecem mais do que eu. Sofreu uma importante em sua boca, porque havia perdido quase todos os dentes por causa do mal estado de seu estomago. O médico diz que já está completamente recuperado. Em seu trabalho fez importantes progressos e suas obras começam a interessar. Também com melhor humor do que antes e aqui agrada as pessoas. Creio que se continuar assim, terá passado sua época de miséria e em breve poderá ser independente”.
Com uma incrível rapidez, a relação entre irmãos passa a se complicar. Vincent escreve que a convivência é quase insuportável. O pintor pinta seu auto-retrato e freqüenta a boemia parisiense ao lado de Toulouse-Lautrec. Theo passa a sofrer de uma afecção nervosa e, em inícios de 1887 se agrava. A convivência piora e Vincent passa a pintar ao ar livre com Émile Bernard as margens do Sena. Ao que se sabe, Vincent teve um romance com Agostina Segatori, que fora modelo de pintores como Corot, Degas, Gérôme e muitos outros. Na época era proprietária do Café Du Tambourin que Vincent queria torná-lo o centro de encontro de um grupo composto por ele, Gauguin, Bernard, Toulouse-Lautrec e Anquetin e que se chamaria Peintres Du Petit Boulevard e que faria oposição ao Peintres du Grand Boulevard ( o grupo dos pintores impressionistas). No entanto, Vincent e Agostina passaram a se desentender e nada disso consolidado. Meses depois conhece Georges Seurat e é convidado a expor com este e Paul Signac no recém inaugurado Théâtre Libre. A relação com o irmão Theo só pioram, Vincent o considera um burguês opressivo, pelo seu modo de vida e seu trabalho. O pintor cai novamente em depressão, bebe e fuma muito.
A relação de Vincent e Theo esta completamente desgastada. Em 19 de fevereiro de 1888 os irmãos assistem em Paris um concerto de Richard Wagner. No dia seguinte, aconselhado por Toulouse-Lautrec, Vincent parte de trem para Arles. O pintor escreve os motivos de sua mudança: “Vim ao Midi por muitas razões. Por querer ver outra luz, crer que a contemplação da natureza sob um céu mais claro pode me dar um idéia mais exata da maneira de sentir e desenhar dos japoneses. Querer, enfim, ver este sol mais intenso, porque pressinto que, sem conhecê-lo, não é possível compreender desde o ponto de vista da realização e da técnica, as obras de Delacroix, e porque me intuiu que as cores do prisma se velam com as brumas do norte”. Aluga um quarto num hotel onde pode ver as torres das Arenas e de muitas igrejas. Chega o inverno, tão rigoroso que quase não consegue sair para pintar e se decepciona. Chega a primavera e as maravilhas da natureza, Vincent passa a observar a luz. O pintor busca então reunir outro grupo de artistas, a que se chamariam Les peintres artistes du Midi, e escreve para Paul Gauguin. Sem dinheiro e sonhando com a comunidade de artistas, Vincent tenta em vão alugar uma ala composta de quatro pequenos quartos na casa amarela de Arles. Sem sucesso, consegue alugar um quarto no Café de La GareI, onde faz amizade com os proprpietários, o casal Joseph e Marie Ginoux. Em junho, o pintor viaja alguns dias para Saintes-Maries-de-la-Mer para ver o Mediterrâneo, aproveita a vista para pintar. Ainda naquele verão, Vincent toma amizade com o carteiro que tem por nome Jacques Roulin. Em breve toda a sua família servirá de modelo para Vincent. No mês de setembro, Vincent consegue alugar um quarto na citada casa amarela e aguarda a visita de Gauguin, para tanto inicia a série de pinturas dos girassóis. O envolvimento do pintor com a pintura é tamanho que passa noites em claro pintando sob velas e esquece-se até de comer. Vincent encontra-se esgotado e desnutrido. Preocupado com a saúde de seu irmão, Theo propõe  a Gauguin sustentá-lo, em troca ele deverá se mudar para Arles e acompanhar Vincent em sua recuperação.
Convencido Gauguin viaja para Arles e Vincent o aguarda ansioso e contente por poder sonhar novamente com o grupo de artistas. A chegada de Gauguin, em 23 de outubro, os dois entram em acordo com as tarefas domésticas, pois a limpeza e organização da casa de Vincent não o agradam e, também, quanto aos passeios noturnos, o recém-chegado quer conhecer todos os bordeis da cidade. Semanas depois, Vincent mostra-se insatisfeito com o modo que passara a viver desde a chegada de Gauguin. As discussões tornam-se cada vez mais freqüentes e violentas por causa das distintas maneiras de conceber a pintura e pelos temperamentos dos dois, além dos problemas psíquicos de Vincent. O pintor se sente pressionado por ter ser sempre que pintar e fazer as coisas conforme o desejo de Gauguin. Ambos escrevem para Theo relatando a impossibilidade de continuarem a viver juntos. Exatamente dois meses depois, em 23 de dezembro de 1888, Vincent se encontra com Gauguin na Praça Lamartine e o ameaça com uma navalha. Gauguin, nervoso, decide passar a noite em uma pensão e partir no dia seguinte. Sabendo da partida de Gauguin, Vincent se sente enfurecido e corta uma parte de sua orelha direita. O pintor é internado no hospital Hotêl-Dieu numa cela destinada aos alienados perigosos onde a luz passava por uma minúscula brecha na parede. Vincent é acorrentado numa cama de ferro chumbada na parede, sofre constantes crises epiléticas e perde muito sangue, seu estado é deplorável. Theo, ao visitá-lo, não crê que vá sobreviver. O laudo de Vincent explica que as causas dessa intensa crise se devem ao álcool, a epilepsia e a esquizofrenia. O irmão do pintor pede ao pastor de Arles que o cuide. Perto do ano-novo, Vincent apresenta alguma melhora e não precisa mais ficar acorrentado. No dia primeiro de 1889, Vincent escreve do hospital a Theo comentando de sua melhora. O carteiro Roulin acompanha Vincent, no dia 7 de janeiro, em seu retorno a casa amarela. Mesmo em casa, Vincent continua indo a casa do doutor Rey, que o tratou no hospital, para verificar seu estado mental e trocar curativos. O pintor escreve para sua mãe e irmã, e recebe a notícia de que Theo inicia os preparativos para seu casório com Johanna que se dará em abril em Amsterdã. Quanto as pinturas, Vincent realiza dois auto-retratos com a orelha enfaixada e, como agradecimento, pinta o dr Rey. O melhor amigo de Vincent, o carteiro Roulin, é transferido para Marselha em busca de melhores condições. Vincent volta a produzir e recebe cartas de Gauguin pedindo-lhe cópias dos lindos girassóis e é atendido. As alucinações não deixam o pintor dormir e este acredita que alguém irá envenená-lo e volta a se internado em 9 de fevereiro. Ao retornar para casa, Vincent se depara com um levante popular, as pessoas de Arles têm medo dele e o apelidam de “o louco do cabelo vermelho” fazendo com que o prefeito interne-o novamente. De novo com alta, Vincent comenta com o pastor que não se sente tranqüilo em Arles. O pastor e Theo conseguem que Vincent se interne voluntariamente no hospitalSaint-Paul-de-Mausolé, a 25 Km dali. Passam-se as semanas e Vincent recebe autorização para pintar ao ar livre acompanhado de um enfermeiro. Alguns dias depois tenta se envenenar com as tintas que usa. Tem crises sucessivas e é, novamente, diagnosticado, a epilepsia. A partir de setembro, diversas obras de Vincent são expostas nos mais diversos lugares de Paris e Bruxelas. Em dezembro, nota-se uma grande aceitação das obras de Vincent por parte do público e das críticas. Por outro lado, ao pintar ao ar livre no frio recai-lhe uma nova crise, ao tornar a si, Vincent acredita que não se sente mais bem ali naquele hospital.  Apesar de bem acomodado e com dois quartos Van Gogh passa por sucessivas crises e em uma delas tentou ingerir pinturas das que utilizava para seus quadros. Mesmo assim neste ano que esteve internado ele continuou a pintar com um novo estilo e principalmente com temas ligados a arquitetura e a vista para a natureza. Em fevereiro de 1890, Theo conta a Vincent que  sua obra Vinhas vermelhas que estava exposta no Salão de les Vingt foi vendida para a pintora belga Anne Bloch, sendo que esta foi uma das poucas obras que Van Gogh vendeu em vida. Em março do mesmo ano Van Gogh participa do Salon des Indépendants com 10 obras. Quando recebeu alta em no dia 16 de maio os médicos acreditavam que ele estava totalmente recuperado, mas sua estabilidade psíquica durou pouco.  Logo após sair do manicômio o pintor viaja a Paris no último trem noturno a fim de ver Theo, sua cunhada Jo e o filho dos dois. Após três dias Van Gogh se sente sufocado e parte para Auvers-sur-Oise  onde se sente muito feliz e volta a sua produção artística. Na cidade aluga um sótão na pequena taberna de Arthur Gustave Ravoux e sua esposa. Em junho, o doutor Gachet viaja a Paris e conta a Theo que o irmão dele está totalmente recuperado e convida a família toda a visitar o pintor. Durante este mês a alegria é total até que Van Gogh recebe uma carta de Theo que notifica que seu filho está doente. O pintor volta a Paris onde passa a se queixar de problemas financeiros, de trabalho, o tamanho da casa e a doença. Theo conta a Vincent que não anda muito bem de saúde e que se sente abrumado (talvez exageradamente) o que faz Van Gogh se sentir pressionado e voltar a Auvers, onde escreve que não quer ser uma carga ao irmão. Escreve para ele pela última vez em 23 de julho de 1890. Quatro dias depois vai ao campo para pintar levando consigo um revolver que emprestara do casal Ravoux com o pretexto de espantar corvos enquanto pinta. Neste dia o pintor retorna mais tarde que o habitual e o casal percebe que algo acontecera. Vincent confessa ter disparado o revólver contra si. Urgentemente avisam ao Doutor Mazery e ao Doutor Gachet que por sua vez avisa Theo que parte para encontrar o irmão. Porém da noite de 29 para 29 de julho de 1890 Van Gogh morre e é enterrado no dia seguinte no cemitério local.
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https://www.youtube.com/watch?v=FvWHOj79vrw
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29 de Julho de 1890: Morre Vincent van Gogh, 37 anos, dois dias depois de ter atingido o próprio peito com um tiro de pistola

Pintor holandês pós-impressionista, nasceu a 30 de Março de 1853. Como Gauguin, é um apóstolo retardatário da pintura. Abandonou a sua profissão em 1876 para se dedicar como pregador laico aos mineiros de Borinage, no sul da Bélgica. No Verão de 1880, decidiu consagrar-se à pintura com a mesma paixão incontrolada e a mesma sede de absoluto com que quisera servir as classes desfavorecidas. A Arte, a Literatura e a Religião, concebia-as como várias facetas de um mesmo mistério. Deixou a descrição das suas buscas, métodos e intenções em inúmeras cartas escritas sobretudo ao irmão, Theo. A sua carreira não iria durar mais do que uma década. Dois anos em Paris, de Fevereiro de 1886 a Fevereiro de 1888, transformaram por completo as suas concepções e a sua pintura. Nada o teria preparado para a visão dos quadros impressionistas, as novas técnicas libertadoras, a explosão das cores. A paixão pela cor, assim como um temperamento marginal, levou-o até Arles, na Provença. Os GirassóisA Ponte Levadiça (1888), o pomar de Pessegueiros em Flor (1889) são os temas deste período. Os Ciprestes e Corvos sobre a Seara pertencem à última fase, em que o equilíbrio emocional do pintor era precário. Entretanto, a depressão agravou-se, e a 27 de Julho de 1890, depois de semanas de intensa actividade criativa (nesta época Van Gogh pinta, em média, um quadro por dia), Van Gogh dirige-se ao campo onde disparou um tiro contra o peito. Arrastou-se de volta à pensão onde se instalara e onde morreu dois dias depois, nos braços de Theo. As suas últimas palavras, dirigidas a Theo, teriam sido: "La tristesse durera toujours" (em francês, "A tristeza durará para sempre"). Faleceu no dia 29 de Julho.
Van Gogh desenvolveu uma pintura caracterizada por uma intensidade emocional extrema. Mais do que pintar o que via, quis expressar o que sentia. E se o mundo do Impressionismo se pode revelar em pequenos pontos de luz, em Van Gogh esses pontos de luz tornam-se energia pura. Os objectos são distorcidos, as proporções falseadas, e a própria textura torna-se um elemento da expressão emocional do quadro. As cores são utilizadas no seu estado puro e aplicadas com a espátula ou o pincel, criando um relevo, um padrão, um ritmo insistente. A sua arte inicia o Expressionismo, valorizando o que é significativo em detrimento dos padrões de beleza clássicos, de maneira a que a pintura seja mais "verdadeira do que a própria verdade", nos dizeres do próprio artista.
Vincent Van Gogh. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. 
wikipedia (Imagens)

File:Van Gogh Self-Portrait with Straw Hat 1887-Metropolitan.jpg

Auto retrato com Chapéu de palha 1887

Ficheiro:Vincent van Gogh 1866.jpg
Vincent Van Gogh em 1866
File:Van Gogh - Starry Night - Google Art Project.jpg
File:VanGogh Bedroom Arles1.jpg

Arquivo: O Semeador - pintura de Van Gogh.jpg

 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/07/29-de-julho-de-1890-morre-vincent-van.html
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Análise da obra:"Quarto em Arles", de Vincent Van Gogh

Quarto em Arles é uma série de três quadros da autoria de Vincent Van Gogh, pintados entre Outubro de 1888 e Setembro de 1889.

Esta obra retrata o quarto que Vincent Van Gogh alugou numa pensão na cidade de Arles, em França, país onde trabalhou durante quase toda a sua vida. O pintor realizou a obra fazendo 3 versões, entre 1888 e 1889. A última versão fê-la quando estava internado no hospício de Saint Rémy-de-Provence.

No quadro Van Gogh pinta a “espera do seu amigo” Paul Gauguin. Há evidências na tela como por exemplo: uma cama com dois travesseiros, duas cadeiras, duas portas, duas jarras de água e dois quadros.



Observando o quadro temos a sensação de que o mesmo está a flutuar. As paredes estão em tons de azul claro e as portas em azul-escuro, os móveis, ou seja, as cadeiras, a mesa e a cama e até as molduras dos quadros estão em tons de amarelo, a janela é verde e os vidros apresentam um tom de verde mais claro assim como os assentos das cadeiras. Todo o quadro está em sintonia, somente o cobertor da cama apresenta um maior contraste pois é vermelho, contrastando com a cor predominante das paredes e das portas. A tela divide-se em tons quentes e frios, o frio das cores azul e verde e o quente do amarelo e vermelho.



Embora buscasse a impressão de tranquilidade no seu quadro, esta pintura reflecte antes a tensão e a solidão intensa de Van Gogh. A perspectiva do chão e dos móveis está distorcida. Os objectos do quarto, desarranjados não têm relação entre si, o chão aparenta cair para frente, a janela está entreaberta, os quadros pendem em direcção à cama, os móveis em diagonal, tudo parece reflectir o caos em que Van Gogh mergulhara. O artista não se preocupou em representar um espaço físico de modo realista, mas antes, o que fez foi a representação interior e subjectiva do espaço vivido emocionalmente.

 Fontes: Ernest Gombrich – A História da Arte
Robert Cumming – Para entender a arte
Wikipedia (Imagens)

Arquivo: Vincent van Gogh - De slaapkamer - Google Art Project.jpg
Quarto em Arles (1ª versão, 1888) Museu Van Gogh
Arquivo: Vincent van Gogh - O Quarto - Google Art Project.jpg
Quarto em Arles (2ª versão, Setembro 1889)Art Institute of Chicago

Arquivo: Vincent van Gogh - Quarto de Van Gogh em Arles - Google Art Project.jpg
Quarto em Arles (3ª versão) Final de Setembro de 1889Musée d'Orsay
Arquivo: Vincent van Gogh - Quarto de Vincent - Lettersketch 17 out 1888.jpg
Esboço de uma carta para Paul Gauguin
Arquivo: WLANL - Techdiva 1.0 - De slaapkamer (detalhe), Vincent van Gogh (1888) jpg.
Detalhe da obra
 https://www.youtube.com/watch?time_continue=4&v=E1tA9-ypx0g
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2013/09/analise-da-obraquarto-em-arles-de.html
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Análise da obra "O Semeador", de Vincent Van Gogh

Vincent van Gogh pintou dezenas de campos de trigo, no âmbito dos seus estudos sobre sermões religiosos, conexão com a natureza, apreciação de trabalhadores agrícolas e desejo de proporcionar conforto aos outros. Os trabalhos relacionados com os campos de trigo mostram a sua progressão como artista,  dos monótonos feixes de trigo feitos em 1885 na Holanda para as coloridas pinturas de Arles, Saint-Rémy e Auvers-sur-Oise na  França rural. Para além dos campos de trigo, também os semeadores apresentam um papel de destaque na sua obra.

Vincent Van Gogh conheceu a obra de Jean-François Millet aos 22 anos, pouco tempo após a morte do artista. Durante toda a vida Vincent revelou uma admiração por Millet e realizou dezenas de reinterpretações dos seus quadros. “O Semeador” era a sua obra favorita, e Vang Gogh realizou pelo menos oito releituras da mesma. Escreveu mais tarde ao seu irmão Theo afirmando que qualquer uma das suas releituras jamais seria capaz de alcançar o efeito dramático do original de Millet.

“O Semeador”, a versão de Van Gogh, foi pintada em Arles, sul da França, no ano de 1888. Van Gogh sempre acreditou na pintura como uma forma de religião. Através das suas obras, pretendia comover o público, deslumbrando-o com o colorido e vivacidade da natureza. A alegria é a comunhão total entre o homem e o seu meio.

Assim, o camponês honesto e trabalhador parece flutuar num tapete de cores. Há um caminho no centro da composição, que o camponês ignora. Há alguns poucos corvos, que parecem afastar-se, voando para longe. Um sol eléctrico e fulgurante ilumina a cena.

Embora tenha estudado o impressionismo francês, Vincent interessa-se pelo poder expressivo das cores, e não os efeitos da luz sobre a paisagem. Dos impressionistas, preserva o gosto pelas cores puras e pinceladas desassociadas. Também, a preferência pelas combinações entre cores complementares – no caso, o azul e o amarelo.
wikipedia(Imagens)
 Arquivo: O Semeador - pintura de Van Gogh.jpg
O Semeador  (1888) - Vincent Van Gogh
Outras versões do mesmo tema
Sower - Vincent van Gogh
O Semeador (1888) - Vincent Van Gogh
Sower - Vincent van Gogh
O Semeador (1888) Vincent Van Gogh
File:Jean-François Millet (II) 013.jpg
O Semeador -Jean François Millet
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2013/11/analise-da-obra-o-semeador-de-vincent.html?spref=fb&fbclid=IwAR0ATocTtn0j1xxz6_6CXQAsk8gtBy9izbB7HjdUvDSlrzHI2RN8QeFR_LM
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Análise da obra:"Noite Estrelada", de Vincent Van Gogh

Noite Estrelada é uma das obras mais conhecidas de Vincent Van Gogh. O quadro foi pintado quando ele tinha 37 anos e estava internado num asilo em Saint-Rémy-de-Provence (1889-1890). A obra encontra-se actualmente na colecção permanente do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA).

Ao contrário de muitas das suas obras,  Noite Estrelada foi pintada de memória, e não a partir da vista correspondente de uma paisagem. Durante ao tempo em que esteve no asilo, Van Gogh  dedicou-se a pintar as paisagens da região da Provence.

A paisagem retratada mistura o real com imagens da sua memória, como uma igreja tipicamente holandesa. É notável o contraste entre a calma da pequena vila representada e o caos celestial. Os ciprestes são o elo de ligação entre a terra e o céu. A obra é dividida no plano horizontal pela linha do horizonte e no plano vertical pelo cipreste. O povoado longínquo, de pequenas casas, contrasta fortemente com o cipreste em primeiro plano que se destaca e ajuda ao equilíbrio da composição As pinceladas são curvilíneas, e integram-se de maneira rítmica sobre a superfície da pintura. Estrelas brilhantes pulsam como mini-sóis. Ondas luminosas cortam o centro da tela, parecem ter vida própria. No canto superior direito, chama a atenção a lua que ganhou feições de um sol que transforma em quase dia. Enquanto isso, o vilarejo, com a sua igreja de torre alta, parece adormecer alheio ao céu estrelado cheio de explosões emotivas de Van Gogh. 


A pintura foi a inspiração para a canção  de Don McLean, "Vincent", que é também conhecida como "Starry Night".
wikipedia (Imagens)


 Ficheiro:Van Gogh - Starry Night - Google Art Project.jpg

The Starry Night  - Noite Estrelada (1889) Vincent Van Gogh



Outras Noites Estreladas



Arquivo: Starry Night Over the Rhone.jpg

Starry Night Over the Rhone  - Noite estrelada sobe o Ródano  (1888)

A mesma vista do Ródano em 2008

Arquivo: França Arles Reattu LaCroix 2008.jpg


???

Cafe Terrace at Night (1888)

Road with Cypress and Star -  Estrada com cipreste e estrela (1890)


Arquivo: Van Gogh - Estrada secundária em Provence por night.jpg






Don Mclean - Vincent





Starry, starry night 


Paint your palette blue and gray 

Look out on a summer's day 

With eyes that know the darkness in my soul 

Shadows on the hills 

Sketch the trees and the daffodils 

Catch the breeze and the winter chills 

In colors on the snowy linen land 



Now I understand what you tried to say to me 
And how you suffered for your sanity 
How you tried to set them free 
They would not listen, they did not know how 
Perhaps they'll listen now 
Starry, starry night 
Flaming flowers that brightly blaze 
Swirling clouds in violet haze 
Reflect in Vincent's eyes of china blue 
Colors changing hue 
Morning fields of amber grain 
Weathered faces lined in pain 
Are soothed beneath the artist's loving hand 
Now I understand what you tried to say to me 
And how you suffered for your sanity 
And how you tried to set them free 
They would not listen, they did not know how 
Perhaps they'll listen now 
For they could not love you 
But still your love was true 
And when no hope was left in sight 
On that starry, starry night 
You took your life as lovers often do 
But I could have told you, Vincent 
This world was never meant 
For one as beautiful as you 
Starry, starry night 
Portraits hung in empty halls 
Frameless heads on nameless walls 
With eyes that watch the world and can't forget 
Like the strangers that you've met 
The ragged men in ragged clothes 
A silver thorn, a bloody rose 
Lie crushed and broken on the virgin snow 
Now I think I know what you tried to say to me 
And how you suffered for your sanity 
And how you tried to set them free 
They would not listen, they're not listening still 
Perhaps they never will 
https://www.youtube.com/watch?time_continue=35&v=nkvLq0TYiwI
 https://www.youtube.com/watch?v=nkvLq0TYiwI&feature=share
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2013/07/analise-da-obranoite-estrelada-de.html
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https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2013/07/analise-da-obranoite-estrelada-de.html?spref=fb&fbclid=IwAR1zC6WEj_T1ZdhaTY1JytouPe1rBty36f6oeWlA45RXLOkdBnkd-2l3uQo
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The unexpected math behind Van Gogh's "Starry Night" - Natalya St. Clair

https://www.youtube.com/watch?v=PMerSm2ToFY

http://misteriosdomundo.org/essa-pintura-ja-foi-vista-milhoes-de-vezes-e-ninguem-havia-percebido-isso-ate-agora/

Essa pintura já foi vista milhões de vezes. E ninguém havia percebido isso até agora



Se você já fez um bom curso de história da arte sobre os impressionistas e pós-impressionistas, você inevitavelmente se deparou com “A Noite Estrelada”, de Vincent van Gogh, feita em 1889 e que agora paira no Museu de Arte Moderna, em Nova York.
A pintura, o museu escreve em seu site, “é uma paisagem simbólica cheia de movimento, energia e luz. A tranquilidade da vila contrasta com a energia do céu”… O impasto técnico de Van Gogh, ou cores densamente aplicadas, cria um efeito rítmica que faz a imagem parecer se mover constantemente em sua moldura.
“Artisticamente, van Gogh conseguiu capturar o movimento de uma forma que nenhum artista jamais fez antes. Cientificamente, ao que parece, ele não fez ao acaso.” Basta assistir esse vídeo do TED: “A matemática inesperada por trás de ‘A Noite Estrelada’, de Van Gogh.”
Talvez seja preciso ativar manualmente as legendas do vídeo:
Criado pela artista matemática e professora Natalya St. Clair, o vídeo explora como “Van Gogh capturou o profundo mistério do movimento, fluido e luz em seu trabalho”, e, particularmente, como conseguiu descrever o fenômeno indescritível conhecido como turbulência.
Na Noite Estrelada, o vídeo observa, van Gogh retrata a turbulência com um grau de sofisticação e precisão que rivaliza com a maneira como os físicos e matemáticos têm melhor explicado o fenômeno em seus próprios trabalhos científicos. E, tudo aconteceu, talvez por coincidência (?), durante os últimos anos turbulentos da vida de van Gogh.
Veja mais aqui: http://misteriosdomundo.org/essa-pintura-ja-foi-vista-milhoes-de-vezes-e-ninguem-havia-percebido-isso-ate-agora/#ixzz3XYuWRAfA